Capítulo 4
– Como estava o tom de voz deles? – Perguntou-me preocupada.
– Sabe quando nós fazemos algo errado e eles apenas nos privam do que gostamos? – Perguntei e ela balançou a cabeça em tom afirmativo. – Digamos que mamãe e papai estão assustadores. Eles apenas disseram que a nossa conversa será definitiva. – Completei pensativa.
– Nossa! – Suspirou deitando-se na cama. – Amor, eu estou com receio de que eles nos separem. – Confessou com voz chorosa. Odeio vê-la assim. Meu coração dói. Disse as únicas palavras que vieram a minha mente no momento.
– Eles não podem nos separar ou mesmo achar errado nossa atitude, pois isso em partes é obra do destino e outro incentivo deles, portanto, ou aceitam nossa relação, ou eu saio de casa. – Falei séria. – Ela me olhou como se dissesse: “Como eu fico nessa história, caso saia daqui.” – Não me olha assim. – Pedi sincera. – Se quer saber como nós ficamos nessa história toda, eu garanto-lhe de que se realmente quer ficar comigo, ambas vamos enfrentá-los juntas. – Informei. Ela me olhou assustada e perguntou:
– Como sabe que estava pensando isso?
– Eu a conheço perfeitamente bem, amore. – Falei deitando sobre o seu corpo e beijando-a com carinho.
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– Juan, acho que eu e você fomos longe demais à criação de nossas filhas. Não deveríamos tê-las incentivado. – Minha adorável esposa comentou preocupada.
– Até parece, amor. – Resmunguei revirando os olhos. – Ambos sabemos que desde o inicio de nossa relação você sabe como foi a minha criação, portanto não me venha com moralidades agora.
– Não é isso, querido! – Disse olhando-me com atenção. – Na sua família não teve nenhum caso em que dois irmãos ou irmãs mantivessem uma união estável. Teve? – Perguntou-me e acabei ficando rígido com sua pergunta surpresa. Descobri recentemente algo que me deixou chocado, mas não posso revelar ainda. Não antes de eu ter uma conversa muito séria com as meninas.
– Querida, eu não quero falar sobre isso. – Informei sério.
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Entramos em casa.
– Sophie, Julie! – Chamo-as, mas não me ouviram. – Christine foi em direção ao quarto delas, enquanto fui procurá-las na piscina.
– Amor ; venha aqui, por favor! – Chris me chamou e fui ao seu encontro. Ao entrar no quarto de Julie. Vejo-a e Sophie dormindo abraçadas, apenas com um lençol enrolado nos seus corpos nus.
Minha esposa e eu saímos do recinto deixando-as dormir tranquilamente.
Meia hora depois.
As duas descem as escadas em meio a cochichos e risadas. Quando nos vê ficam rígidas.
– Venham aqui. – Chamei-as. Elas vieram e sentaram-se em nossa frente.
– O que desejam falar conosco? –Sophie perguntou entediada. Ela é mais nova, porém é a que tem mais personalidade adulta pra sua idade.
– Cuidado com seu tom de voz, mocinha! – Alertei-a. – Que eu saiba, sou seu pai e me deve respeito. – Completei arqueando a sobrancelha.
– Desculpe a Soph, papai. – Julie disse segurando a mão da irmã. – Nós estamos preocupadas sobre o que quer falar conosco. – Confessou temerosa.
– Tem certeza? – Perguntei malicioso. – Elas concordam um sim com a cabeça. – Humm... – Murmurei desconfiado. – Estão tão preocupadas que peguei as duas dormindo abraçadas, depois de terem feito amor. – Acusei-as.
– Papai, Julie e eu nos amamos muito. Nós sabemos que a forma, no qual, nos criam é errada perante a sociedade em geral, porém, nós sabemos também, que o nosso amor independentemente de como ele é formado, é o que importa pra nós. Quando a Ju e eu ficamos com a vovó Rosalinda foi para que entendêssemos a nossa criação. Ela nos explicou o motivo pelo qual, ensinou você e seus irmãos a cometerem o incesto. Olha, papai, Julie e eu não vamos nos casar, apesar de que é como se nós fossemos casadas. Iremos sim. Construir uma família. Independentemente do sexo. Eu amo a Julie. Nós fazemos amor, pelo fato de que nós nos sentimos bem uma com a outra.
Quando completei 15 anos a Julie perguntou-me o que eu gostaria de ganhar de presente. Respondi que adoraria sentir o gosto de seu beijo. Nós perdemos a virgindade juntas, papai. Não me arrependo de nada. – Explicou-me seriamente.
– Eu sei que vocês não concordam que Sophie e eu continuemos a fazer amor, porém o que fazemos é fruto do que você e mamãe plantaram. Não quero acusá-los de nada, mas gostaríamos muito que entendesse a nossa relação. Nós nos amamos como irmãs e amantes. – Acrescentou Julie beijando a irmã no rosto.
– Seu pai e eu estamos surpresos por vocês terem esse tipo de união. Apenas isso. Eu sei que nós criamos vocês de forma aberta e ensinamos Julie à arte do sexo, entretanto não imaginávamos que iriam ter esse tipo de intimidade entre vocês duas.
– Discordo, mamãe. – Sophie disse tranquilamente. – Isso é hereditário. O que a Julie e eu temos é fruto do relacionamento entre... Não pude deixá-la concluir.
– Sophie; venha comigo! – Pedi sério***/////////////////////*****************
– O que quer comigo, papai? – Perguntou-me fingindo inocência.
– Não me venha com cara inocente. – Acusei. – Quero saber o que sua avó lhe disse o tempo que ficaram com ela.
– Nada. – Respondeu mexendo nos seus dedos.
– Sophie! – Chamei-a. – Quero que conte-me como descobriu isso.
– Não sei do que está falando, papai. – Insistiu.
– Vamos ser sinceros um com o outro. – Informei sentando na cadeira do escritório e trazendo-a pra sentar-se no meu colo. Amor, eu sei que você sabe da minha relação com sua mãe. – Falei passando a mão nos seus cabelos, rosto.
– A vovó não me disse nada, papai. – Disse fazendo o mesmo comigo. – Soube que você e mamãe são irmãos, através de uma carta que encontrei do vovô Alonso.
– Que carta? – Perguntei curioso.
– Uma que iria ser entregue a mamãe no dia do casamento de vocês. – Explicou-me. “Adoraria saber como essa carta veio parar nas mãos de minha filha.” – Pensei comigo. – Essa carta chegou até mim quando a vovó pediu-me pra organizar as coisas do vovô pra doação. Eu a vi no paletó em que ele usava pra impedir seu casamento. – Respondeu meus pensamentos.
– Filha, eu nunca imaginei que sua mãe e eu fossemos irmãos. – Falei sincero.
– Eu sei, papai, mas acho que está na hora da mamãe saber a verdade, não acha? – Questionou-me.
– Eu tenho que saber que verdade? – Christine perguntou na porta ao lado da Julie.
– Uma que o papai vai contar-lhe, mamãe. – Sophie respondeu-a. Deu-me um selinho e saiu com a irmã deixando-me com Christine