Para melhor compreender o capítulo sugere-se a leitura do Prólogo.
15 anos depois...
Após quinze anos estou eu aqui de volta ao lugar que foi meu paraíso e meu inferno, estou Pietro Becerra Alencar voltando a Poço da Mata, mas precisamente a grande e imponente Fazenda Montenegro, meu novo lar e local de trabalho onde me vingarei de todos os Montenegro, os desgraçados que destruíram todos os meus sonhos de amor e de futuro. Mas eu tinha e tenho que seguir adiante nem que seja para morrer por vingança.
Vocês podem estar se perguntando como eu sobrevivi àquela noite, e não, eu não sobrevivi àquela noite, o doce sonhador, apaixonado e frágil Arthur Almeida morreu naquela noite e surgiu a partir daí o frio, vingativo e impiedoso Pietro Becerra. Me recordar daquela noite me doí até hoje e sei que sempre doerá, mas necessito dizer-lhes como nasci naquela noite de 18 de fevereiro de 2003:
Pouco depois do estupro que Arthur sofreu passou um carro e ele ainda estava amedrontado principalmente quando o carro percebendo que tinha alguém ferido parou e dele desceu um homem, o homem que mudaria mais uma vez minha vida o Doutor Caio Alencar, me vendo como estava se apiedou e me examinou ali mesmo e percebendo minha gravidade de pronto me levou ao hospital Sant’Ana, lá fui enviado para a UTI onde fiquei sedado por longos 30 dias a base de remédios, injeções e muita dor externa e interna, sob os cuidados daqueles que futuramente seriam meus colegas de profissão.
Já melhor das dores externas fui liberado e fiquei apreensivo pois não sabia onde iria parar, não podia voltar assim para Poço da Mata muito menos sabendo que os Montenegro eram os donos daquele lugar, qualquer coisa que dissesse seria em vão, ninguém acreditaria em mim, os grandes Montenegro estupradores nunca, não na visão hipócrita daquela cidadezinha, mas ele o grande anjo Caio Alencar me ajudou mais uma vez me oferecendo um lar para ficar até me estabilizar. Em sua casa conheci sua mulher a quem até hoje considero uma segunda mãe, a pediatra Lucrécia Alencar lá contei novamente com pesar a história de Arthur Almeida, e os sonhos que ele possuía e que agora como Pietro Becerra iria realizar com a ajuda de Caio e Lucrécia. Com a ajuda financeira dos meus novos pais formei-me em enfermagem, ao longo dos 5 anos de curso conheci muitos homens com quem me envolvi, mas a dor das lembranças não me deixava seguir adiante. Há dez anos trabalho no hospital Sant’Ana e consegui ganhar prestigio e se tornar enfermeiro-chefe do hospital, graças ao meu trabalho e empenho.
Devido ao prestigio ganhado fui recomendado por Lucrécia para trabalhar como enfermeiro particular para a grande senhora Catarina Montenegro, matriarca da família que mais me fez mal: os Montenegro, isso era tudo que eu precisava para iniciar minha vingança aguardada por 15 anos, voltaria para Poço da Mata agora como enfermeiro e um dos herdeiros do império Sant’Ana mesmo isso não me importando muito até porque sei que a verdadeira dona de tudo é Alina Alencar, mulher de um dos meus estupradores e ainda não sei como ela é e como ela me tratará, somente quando a conhecer por completo saberei se ela merece o império Sant’Ana. Mas de uma coisa eu sei os Montenegro pagarão pelo que fizeram e eu cobrarei com juros tudo vivido!
Catarina: Pietro, tudo bem contigo?
Pietro: Sim, dona Catarina. Desculpe-me estava recordando momentos da vida – estava diante dos três piores homens desse mundo Thiago, Pedro e André Montenegro cada um com suas devidas mulheres com quem devem se aliviar como fizeram com Arthur naquela noite; Marisa, de quem já senti repulsa no primeiro olhar, Alina, que me pareceu uma mulher amargura e sofrida e Grécia, que parecia qualquer coisa menos uma mulher casada com um Montenegro.
Catarina: Pietro quero te apresentar meus adorados filhos: Thiago – quando apertei sua mão senti dentro de mim um misto de sentimentos que não sei explicar, ódio, rancor, mas também senti um desejo que talvez nunca tenha sentido ou até tenha sentido, mas por alguém que não sei nem onde está, o meu amado Fernando – Pedro – quando apertei sua mão senti ódio, muito ódio ele foi o principal responsável por tudo – e André – quando apertei sua mão senti o pior dos sentimentos a pena, mas lembrei-me que esse sentimento não existe dentro de Pietro Becerra e o ódio voltou a falar mais alto.
Pietro: Prazer em conhece-los.
Pedro: O prazer é meu. Olha essa bundinha André – sussurrando no ouvido de seu irmão mais novo que olha admirado para a bunda do novo enfermeiro de sua mãe, mas não se prendeu muito a isso pois seu coração já estava entregue por completo a outra pessoa.
Thiago: Seja bem-vindo Pietro, espero que você se sinta acolhido em seu novo lar.
Pietro: Obrigado senhor Thiago, tenho certeza que me sentirei muito acolhido nesta fazenda – adoraria também ser acolhido nos braços deles e que braços... Meu Deus em que eu estava pensando ele foi uma das pessoas que mataram meu antigo eu e se eu for me envolver de alguma forma com esse desgraçado será para vingar-me.
Alina: Oi Pietro, espero que sua estadia aqui seja de muito proveito para todos nós, sinto que você é uma ótima pessoa.
Pietro: Obrigado Alina – digo a abraçando, e sei que nela encontrei um amparo, um abrigo sinto que ganhei uma irmã, sei que ela é um dos bons e queridos Alencar.
Marisa: Olá empregado, sou a segunda dona desse lugar e mulher do grande empresário da agronomia Thiago Montenegro.
Catarina: Queridinha controle esse seu instinto de dona afinal você não tem NADA! Enquanto eu viver e espero que seja muito graças ao Pietro continuo sendo a dona de tudo aqui – diz olhando para mim.
Pietro: Se depender de mim a senhora será eterna – digo dando o meu sorriso mais sínico, me volto para Marisa e que mulher nojenta é essa – Olá senhora Dona Da Fazenda, sim sou um empregado mas sou um empregado que é enfermeiro-chefe de um dos maiores hospitais do país, garanto que sou muito melhor do que a senhora Dona Da Fazenda eu não preciso desmerecer ninguém para me sentir me melhor, principalmente melhor que você – assim que termino de falar a “dona da fazenda” saiu batendo pé para dentro da fazendo e Catarina não controla o riso.
Grécia: Olá Pietro, seja bem-vindo sou a futura mulher de André – mostrando certo interesse em Pietro.
Catarina: Oi queridinha? Você é apenas uma das muitas aventuras do André – interrompe a matriarca.
André: Que tal a gente entrar e conhecer a fazenda – diz o mais novo Montenegro querendo fugir dessa situação.
Pietro: Sim, por mim podemos entrar – digo empurrando a cadeira de rodas que Catarina está notando os olhares caçadores de Pedro para minha bunda e rebolo me insinuando, é isso quero, deixá-los aos meus pés para pisar sobre eles.
Ao entrar na casa Catarina começa a gritar pelos demais empregados da casa
Catarina: ESTELA, ESTELA!!! Venha cá queridinha, AGORA!
Estela: Oi senhora Catarina que bom que a senhora está de volta. – diz abraçando a dona da fazenda.
Catarina: Queridinha quero te apresentar Pietro, meu novo enfermeiro. – Se desvencilhando do abraço da empregada. – Onde está seu marido, Fernando?
Estela: Ele deve estar chegando senhora a última vez que o vi estava cuidando dos porcos.
Fernando: Estava procurando por mim senhora?
Catarina: Sim, esse é Pietro, meu novo enfermeiro.
Pietro: VOCÊ?! – fico tremulo, é ele o meu Fernando, sim é ele o grande amor da minha vida o qual tive que abandonar naquela noite.
CONTINUA...