DE VOLTA À PIZZARIA
CAPÍTULO 15
ATENÇÃO
ESSE É O DÉCIMO QUINTO CAPÍTULO DA FASE 2 DA SÉRIE “A PIZZARIA” . ANTES DE PROSSEGUIR COM A LEITURA, LEIA, NESTE MESMO SITE, A FASE 1 DA SÉRIE ORIGINAL (A PIZZARIA), DO MESMO AUTOR. OBRIGADO.
DE VOLTA À PIZZARIA
CAPÍTULO 15
E, assim, íamos levando a nossa relação a três, ou em quatro, praticamente desligados do mundo, só voltados ao trabalho e ao amor. Aliás, esse estranho amor, que a vida agora decidira nos presentear.
Quando chegou mais uma daquelas sextas feiras em que o namorado da Denise viera visitá-la e, novamente, eu tive que ir sozinho à cidade vizinha para levar a Vera à casa da sua filha, lá chegando, ficamos sabendo que a Ticiane teria ido a Belo Horizonte.
Pensei que, certamente, a jovem entediada com a rotina da cidade pequena, quisesse dar um passeio no final de semana na capital, e frequentar os shoppings na companhia das amigas, pois teria a residência dos avós para lá se hospedar.
Assim, na casa agora estavam apenas a Kátia e a sua filha pequena, porquanto o Rodrigo, seu marido, novamente estava trabalhando no mar.
Geralmente, quando a Denise não nos acompanhava para levar a sua irmã, eu costumava entrar e tomar um café ou água, antes de retornar à minha cidade.
E, esse foi mais um daqueles dias. Porém, quando entramos, Vera viu a casa e a cozinha toda desarrumada, ao que a Kátia lhe dissera que a Ticiane viajara sem fazer a sua obrigação acerca da faxina, e por ela ter que cuidar sozinha da criança, não tivera tempo para tanto.
Perfeccionista com a limpeza, Vera logo foi à cozinha para tratar de ajeitá-la. Então, Kátia colocou a menina no berço e, disfarçadamente, chamou-me para conversarmos num canto da sala. Lá chegando, tristonha, ela me perguntou:
—Porque o senhor foi terminar com a Rose, tio?
Estranhando seu questionamento, reperguntei lhe:
—Mas como você ficou sabendo disso, Kátia?
—Porque o José Antônio me falou que a Rose tá brava, e não vai mais deixar ele vir aqui.
E lamentou:
—Você só apronta, hein tio!
E continuou reclamando, agora criticando a Denise:
—É isso que dá não ter mulher direita em casa, que não cuida de você!
—Estava tão boa a nossa vida! Desabafou.
Eu a consolei:
—Mas também com a Ticiane aí, não teria como você sair sozinha com ele, Kátia, pois ela sempre te acompanha quando você sai de casa.
--- Já pensou nisso?
Ela argumentou:
—Mas, fui eu que acertei pra ela ir pra BH, tio. E bastava eu deixar a mamãe cuidando da neta, que eu iria sair com ele hoje.
Então, eu lhe provoquei:
—Hummm.
—Então a safadinha queria pegar um motel hoje, né?
—O titio já anda com saudade de você, gostosa!
Ela se zanga:
—Para com isso tio!
—A mamãe pode escutar!
Infelizmente, pela primeira vez, eu tive que recuar. Eu já conhecia o jeito da safada: ela estava no ponto certo, para eu tirar meu pau para fora ali mesmo na sala, que ela iria fingir assustar-se para, em seguida, segurá-lo um pouquinho. Depois, iriamos dar um jeito de irmos ao motel, enquanto a sua mãe cuidaria da casa e da criança.
Mas, eu havia jurado a mim mesmo que não mais embarcaria nessas aventuras, pois estava muito feliz com essa nova relação poli amorosa que a sua mãe havia descoberto. Agora, para mim, a Rose e a Kátia continuavam a ser boas e gostosas recordações, mas, infelizmente faziam parte do passado.
Então, eu disse à sobrinha:
—Desculpe, querida.
—Eu estava só brincando com você.
—Acho que não teremos mais nada. Completei.
Daí ela me pediu com carinho:
—Ah! Então volte pra Rose, tio!
—Volte, que você não se arrepende. Enfatizou.
Sobre essa frase “que você não se arrepende” eu bem sabia que ela escondia sua promessa de ficar comigo, e me dar gostoso.
Na verdade, agora ela queria me usar como moeda de troca, fazendo-me comê-la outras vezes, ao mesmo tempo em que lhe prometesse voltar para a Rose, para que ela pudesse ter o seu amado Toninho de volta.
Então, eu lhe respondi:
—Olha, sobrinha:
—Essa sua relação com o José Antônio é vocês dois que devem resolver.
—Use a sua inteligência, menina. Falei.
—Mas o que nós podemos fazer, tio, se estamos nas mãos da Rose?
—Ora, Kátia. Coloque o seu marido na jogada. Sugeri-lhe.
—Colocar o Rodrigo como assim, tio?
Então, lhe falei abertamente, e sem papas na língua:
—Ah Kátia.
—Eu e o José Antônio estamos cansados de saber que a Rose gosta de macho, e de um pau diferente pra foder ela.
—Ela é vagabun....ops... carinhosa, igual a você!
Irônica, ela me respondeu:
—Mas eu não tenho peru, tio!
Eu lhe respondi:
—Você não, mas o seu marido sim!
Rindo, ela me diz:
—Xiii. Aquele palerma não pega ninguém não, tio!
Eu lhe respondi:
—Mas ele comeu a sua tia muito bem né, Kátia.
—Comeu porque a tia Denise é uma puta que dá pra todo mundo né, tio?
—E foi ela quem deu em cima dele, pra vingar nós dois! Concluiu.
Sentindo-me extremamente ofendido, por sua referência pejorativa à Denise, a conversa até então descontraída e amigável mudou de rumo, e eu lhe respondi grosseiramente:
—Minha mulher não é nenhuma puta, Kátia!
—E a única pessoa que não pode falar nada dela é você, porque você tem filha com outro homem casado, esqueceu?
Ao ouvir-me, ela ficou em silêncio e cabisbaixa, profundamente magoada com a minha resposta.
Só então me dei conta de que teria ido longe demais, mesmo sendo em defesa da minha mulher, pois quando eu olhei novamente para a sobrinha, ela estava chorando.
E o mais grave da minha atitude, é que eu a estava ofendendo dentro da sua própria casa. Daí, eu fui até ela, e a abracei com carinho. Pedindo-lhe mil desculpas, eu lhe disse:
—Me perdoe, querida!
—Eu não queria ofender, você.
—Mas eu amo a sua tia com todos os erros que ela tem, e sei que são muitos.
—Mas, eu não gosto que falem mal dela, porque de uma forma ou de outra, todos nós erramos, não é?
Mais conformada, ela me responde:
—Eu também te peço desculpas, tio.
—Fui errada em falar mal da sua esposa, logo pra você.
E, tentando consertar, argumentou:
—Mas, eu sei, tio, que de fato nós somos todas “bagunçadas”.
E concluiu:
—A única mulher direita da nossa família é a mamãe, tio.
Gostando da sua colocação, eu completo:
—A sua mãe e a Ticiane né, Kátia.
Irônica, referindo-se a irmã, ela me responde:
—Mas, por aquela eu não coloco a minha mão no fogo não viu, tio.
E encerra:
—Mas deixa isso pra lá. Vida dela é vida dela!
Estranhei a observação que a Kátia fizera em relação à Ticiane porque, até onde eu sabia, devido aos problemas psiquiátricos do passado, embora linda e gostosona, sua irmã era virgem, e avessa aos namoros.
Porém, agora profundamente arrependido pelo mal estar antes causado, para recompensá-la pela grosseria que lhe fizera, lhe prometi:
—Mas eu vou ajudar você a ter o Toninho de volta, Kátia.
Alegre, ela me pergunta:
—Jura?
—Então você vai mesmo voltar pra Rose, tio?
—Não Kátia.
—Vou dar a linha e o anzol, e te ensinar a pescar.
—Mas o peixe você mesma terá que pegar, menina. Esclareci-lhe.
Estranhando minha colocação, ela me pergunta:
—Como assim, tio?
—Não estou entendendo nada! Argumentou.
Então, lhe expliquei:
—Vou ensinar você a fazer o seu marido comer a Rose, Kátia.
—E em troca dele, ela te dá o Toninho de volta, entendeu?
—Hummm.
—Mas como vamos conseguir isso, tio?
—É fácil. Respondi-lhe.
E, jogando o verde, lhe perguntei:
—Seu marido não gosta de pizza?
Esperta, ela sacou de imediato a minha ideia, exclamando bem alto:
—PUTA QUE PARIU!
—É MESMO!
Ao ouvir da cozinha sua filha alterada falando palavrão, Vera gritou perguntando:
—O que que está acontecendo aí, Kátia?
—Nada não, mãe.
—Meu chinelo arrebentou.
—Que saco! Respondeu-lhe.
E após, puxou com força a correia da sandália havaiana, agora sim, estragando-a.
Em seguida, justificou-se, dizendo-me:
—Não esquenta não, tio.
—Era velha, e já estava arrebentando.
E depois, para animá-la ainda mais, eu lhe disse:
—E quando o Rodrigo encostar o pau duro nas coxas da Rose, ela vai querer sair de lá correndo pra abrir as pernas pra ele, sobrinha.
—Igual você fez com o marido dela, e com o Leleco, lembra?
—Nossa, tio.
—Você é massa!
—Obrigada!
E, quando ela veio querendo me beijar na boca, em agradecimento, fui obrigado a lhe dizer:
—Cuidado com beijo, Kátia. Sua mãe ficou quieta lá.
—Ela pode estar vindo! Acalmei-a.
Daí, quando meu pau já começava a endurecer, ela se conteve de me beijar, e toda feliz, chamou alto por sua mãe.
Suspirei aliviado e contente, por eu não ter tido a minha primeira recaída, justamente com a minha enteada, pois, se isso tivesse acontecido, a Vera jamais me perdoaria.
Continua no próximo conto...
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