Conto publicado originalmente em 2010 em versão menor e pouco interessante. Agora é reescrito e ampliado.
O cientista ligou nervoso para seu colega para passar a grande descoberta feita instantes atrás. Suas mãos estavam tremulas.
- Zequinha!.......velho....escuta bem....Aquele antidepressivo que estávamos testando, sabe? Pois é....aquele efeito colateral é real! Fiz o teste aqui na cobaia. Os ratinhos treparam por quase um minuto!!! Você sabe que camundongos só levam 20 segundos, e estes ficaram três vezes mais tempo!! Rapaz.....não é brincadeira.....sem querer, a gente criou o “remédio do sexo!”
O cientista se referia a um experimento em teste que terminou por estimular os hormônios sexuais a se potencializarem e com isso despertar no individuo que o ingere uma libido maximizada e um tesão avassalador.
- Imagina aí, bicho! Uma pessoa tomando uma zorra dessa que reação ela não teria! No mínimo, perderia a inibição, mas dependendo da situação, teria que disfarçar. Provavelmente ela teria mudanças de comportamento e apresentaria desvios de conduta para obter seus objetivos que seria trepar muito para aplacar sua fome de sexo! Parece que o remédio atua no sistema nervoso e com isso a pessoa vai agindo sem sentir, totalmente estimulada pelo princípio ativo do remédio. Sem dizer que a pessoa deve ficar tão eufórica que pode despertar seu lado mais sombrio e perverso! Já pensou uma porra dessas em mãos erradas? Seria uma tragédia! Você tá em casa? Tô indo praí agora! Daí a gente decide se destrói isso aí porque é uma bomba!
E assim o cientista pegou todo o produto, que estava em pó, e colocou numa embalagem de emulsificante e partiu para casa do amigo. Ansioso, dirigia em alta velocidade, fazendo ultrapassagens perigosas. Porém, em uma dessas ultrapassagens, bateu de frente com um caminhão baú. Após a chegada de uma ambulância para socorrê-lo, ele estava apenas com algumas fraturas e falava a todo instante “o remédio.....o remédio...meu remé....”. Mas foi colocado em uma maca e levado a um hospital. Agora a coincidência: o caminhão pertencia a uma fábrica de sorvetes que levava uma carga de emulsificantes. E assim, com o acidente, o frasco contendo o remédio foi parar na pista e era da mesma marca dos produtos que estavam no caminhão! Com a chegada de um novo veículo, toda a carga foi remanejada para o outro caminhão
- Ih, João, olha lá......tem uma embalagem ali na pista ó!
- Porra....como foi parar ai!!???
- Sei lá.....o acidente foi feio, brother! Pega lá e vamos partir logo.
Pegaram o recipiente contendo o remédio perigoso e colocaram no caminhão. Levado a uma fábrica de sorvetes, ele foi misturado a outros ingredientes e agora estava concentrado em um doce gelado em algum mercado do país.....
Junior havia acabado de acordar e sentou-se a mesa onde estavam seus pais. Sua mãe, dona Marta, havia acabado de escrever uma lista de prováveis convidados para a festa de aniversário de Junior, que se realizaria no sábado. Ele completaria 25 anos e o evento seria uma homenagem que a diretora e proprietária do colégio onde ele estudou desde a infância faria ao melhor aluno que tinha passado pela instituição.
Marta: - Olha, filho, não tem muita gente não. Pelas minhas contas não dará nem 20 pessoas.
Junior: - Ah, mãe, com certeza! Eu mesmo só vou chamar duas pessoas: minha chefe e Alessandra, minha colega dos tempos de faculdade.
Marta: - Pois é....pela minha lista tem: Nós aqui, a Ângela.....
Nisso, uma mulher que estava na cozinha se pronuncia
- Nossa, soy convidada tambien?
Junior: - Claro, Ângela! Que é isso, você não ficaria de fora não!
- Ok, vou enton com meu namorado
Ângela era uma loira com traços latinos, gordinha, 33 anos, com seios imensos. Deixou sua Venezuela natal há dez anos, antevendo a crise que atinge atualmente seu país. Passou fome no Brasil, morou em lugares barra pesada, até ser acolhida há quatro anos na família de Marta. Já Marta era uma loira de 50 anos, olhos azuis imensos, pele bem branca, alvíssima, quadris largos e seios pequenos pra médios. Era gerente de uma agência de viagens.
Marta: - Certo, então tem nós aqui, a Jussara – nossa vizinha – seus sogros, sua noiva, sua prima que vem do interior e a Diva. Pronto! Pouquíssimas pessoas! Sem falar no Helinho, seu amigo de infância, e seu Brandão, amigo de seu pai.
Junior: - Melhor assim....
Seu pai interveio
Jorge: - Bem, vou chamar também o Anselmo, que faz parte de minha equipe de investigação. Ele quer fazer direito, é um cara bem dedicado, quero que conheça ele. Você pode dar algumas dicas, ele também quer atuar na área de criminalística.
Junior: - Ah tá......bem, vou ter que ir, estou atrasado
Todos se levantaram para sair e Marta pegou uma lista de compras com Ângela. Ao sair deram de cara com Jussara, a vizinha que estava na lista de convidados, uma morena alta de 37 anos, cabelos lisos, corpo magro, medidas sem exageros,mas musculosa, ou se preferirem, sarada. Casada com um arbitro de futebol que viajava muito, solicitado para apitar jogos importantes no Brasil e em outros países.
Jussara: - Oi, Junior! Ansioso pro próximo sábado?
Junior: - Nem tanto.....vamos ver na hora. Você foi convidada!
Jussara: - Claro que fui! Acham que ia perder essa? Kkkkkk
Marta: - Cadê o maridão?
Jussara: - Tá aqui, mas viaja na sexta. Ele não vai poder ir.....
Marta e Junior se dirigiram ao mercadinho do bairro onde Gerusa estava parada na porta. Ela era sogra de Junior e dona do mercadinho junto com o marido. Era uma ruiva de 45 anos, cheia de sardas, que sempre usava uma longa franja na testa, corpo volumoso e enxuto.
Junior: - Olá, sogrinha! Pensando na vida?
Gerusa: - Ai, que susto! Sim, tô aqui olhando o movimento.
- Oi, Gerusa.
- Oi, Marta, tudo bem?
Nisso, uma garota ruiva que estava sentada no caixa do mercado corre pra rua após atender um cliente
- Oi, amor!
Era Fernanda, noiva de Junior e filha de Gerusa. Ruiva como a mãe, tinha 22 anos e um corpaço! Seios fartos, coxas grossas, cabelos longos e um belo sorriso.
Fernanda: - Oi, dona Marta
Marta: - Oi, Fernandinha, como vai?
Junior: - Bem, gente, vou sair com minha noiva.
Fernanda: - Não nos esperem pro almoço!
E o jovem casal saiu deixando as mães admiradas
Gerusa: - Aí, todo dia agradeço aos céus por minha filha encontrar um homem como o Junior! Que felicidade!
Marta: - Eu também adoro ela, é uma graça!
Gerusa: - E ele? Está ansioso pela festa?
Marta: - Ele não demonstra não, mas está sim, afinal quem não fica lisonjeado com uma homenagem?
Nisso aparece Vânia, a dona do colégio e responsável pela festa que aconteceria.
- Conversando a essas horas por aqui, meninas?
Marta: - Oi, Vânia! Nem vimos você se aproximar.
Vânia era loira, tinha 56 anos, pele rosada,esbelta, e seios bem vistosos. Católica, era devota de um santo que dava nome ao colégio. Nunca se casou e chegou a ser missionária na juventude.
Gerusa: - O Junior estava conosco e acabou de sair com a Nanda.
Vânia: - Ah, que pena! Não tem problema, no sábado darei um longo abraço nele. Ivan está aí Gerusa?
- Está sim. Pode ir lá falar com ele.
Ivan era funcionário do mercadinho.
- Ivan! E então? Estará lá no sábado pra fazer a instalação elétrica?
- Vou sim, dona Vânia! Saio daqui 17 horas e vou pra lá, sem falta
- Ok...Você vai ter um ajudante, o Marquinhos.
- Tá bem, dona Vânia.
Nesse interim, Marta faz as compras
Marta: - Nossa, que calor vem fazendo.......hum......vou levar um sorvetinho pra casa
E Marta pega um sorvete no freezer. Ele mesmo! Aquele sorvete!!!
Na saída, Vânia interpela as duas.
- E aí, meninas? Vão fazer alguma coisa agora? Queria mostrar a vocês o espaço da festa! Já está tudo quase pronto e decorado!
Gerusa: - Uau! Você não perde tempo!
Marta: - Ai, estou com essas compras na mão aqui....
Vânia: - é rápido, mulher! É logo ali na frente, não vamos demorar.
E lá foram elas....
Vânia: - Pronto, o espaço é esse.
Marta: - Nossa, ficou ótimo!
Vânia: - Não é muito grande. Cabem umas 40 pessoas no máximo. Sei que Junior não irá convidar muita gente, por isso, é suficiente pra todos. Tanto que chamei apenas um garçom e um DJ, afinal, terá jovens e sei que eles gostam de dançar. Ah sim! Convidei duas pessoas: a Bárbara, que foi professora de Junior e de quase todo mundo que virá e a Bia, que considero a “Junior de saias”. Ela recentemente passou no primeiro lugar em Medicina! A avó dela se tornou muito minha amiga e virá também. Em compensação, “convidei” também o Marquinhos, mas esse não participará da festa. Ele, ao contrário de Junior, foi o pior aluno que tive! Imaginem que o menino tem 20 anos e ainda está no nono ano! A mãe dele trabalhou muitos anos com minha irmã e me pediu uma bolsa de estudos pra ele. Consegui, mas o menino não quer nada com a hora do Brasil. Não estuda, e ainda mexe com todo mundo! As funcionárias da limpeza, as coleguinhas, um horror! Por isso, chamei ele pra ajudar Ivan na instalação elétrica. Quero que ele trabalhe e veja um homem estudioso sendo homenageado, pra ele aprender. E ainda ameacei. Disse que se ele não vier, eu corto a bolsa e ele não estuda mais aqui! Ah, meninas, aproveitando que vocês estão aqui, venham ver a reforma que fiz no colégio! Ampliei prédio, ficou ótimo!
Marta: - Ai, Vânia, acho que não vai dar. Comprei um sorvete e o saco tá começando a pingar aqui....
Vânia: - Ah, por que não me falou? O freezer já está ligado, venha que eu guardo. Deixe os temperos aqui em cima pra você não esquecer.
Sorvete guardado, lá foram elas dar uma volta no colégio. Ao retornarem, Marta pegou os sacos que estavam em cima do freezer, mas conversando animada, esqueceu o sorvete lá e saiu...
Na véspera do aniversário, Marta combinou com as convidadas um chá da tarde na casa dela para escolherem fotos de Junior para comporem um mural para ilustrar o espaço de festa. Além das mencionadas, apareceram Diva – madrinha de Junior - e Heloísa, prima deste. Diva era uma viúva de 51 anos, morena,cabelo curto estilo Chanel, corpo em cima, passou por algumas cirurgias plásticas e estéticas, amiga de Marta há décadas. Herdou uma gorda herança do marido e um enorme latifúndio. Era uma socialite, promovia festas para elite, e também eventos beneficentes. Se vestia como uma madame, usava chapéus caros e sempre andava elengantérrima. Aparecia de quando em vez em colunas sociais e revistas femininas.
Já Heloísa era uma garota tímida do interior, 20 anos, cabelos castanhos,bunda larga,pele bem bronzeada. Era meio jeca, odiava a cidade grande, e ajudava a cuidar da horta e do pomar no sítio onde morava com seus pais. A curiosidade era seu namorado, um homem de 60 anos!! 40 anos mais velho que ela!! Todos no local comentavam essa barbaridade, mas ela gostava de verdade do coroa.
Chegou o dia da festa! Vânia checava se estava bem, aguardando os convidados chegarem. A festinha estava marcada para iniciar as 19 horas. Estavam no local um garçom, o DJ, Ivan e Marquinhos, que se atrasaram bastante para o serviço, e seu Manoel, o porteiro que foi chamado extraordinariamente naquele dia para recepcionar os convidados. Do lado de fora, havia um flanelinha, Zé, que esperava ganhar uns trocados com os carros que estacionariam pra festa.
E começam a chegar os convidados. Junior e os pais, Fernanda e os pais, Heloísa, Jussara, Ângela e o namorado,chamado Osvaldo, Brandão e Helinho, e Diva foram os primeiros. Depois vieram Bárbara e o marido. Bárbara lecionava no colégio, tinha 46 anos, loira, corpo meio fora de forma, seios caídos, mas bonita e simpática. Tinha um jeito singelo, de professora atenciosa e caridosa. Era a típica professora preferida, que recordamos com entusiasmo. Depois chegou doutora Elisabete, a chefe de Junior. Muitos reconheceram ela, pois aparecia constantemente na TV. Era uma conceituada advogada criminalista que defendia servidores públicos de alto escalão metidos em maracutaia com dinheiro público e também alguns figurões acusados de assassinato. Tinha 44 anos, loira, uma beldade! Uma bela bunda, seios siliconados estufando o vestido justo, charmosa, repleta de adereços. Colares, pulseiras, tornozeleira, brincos gigantes. Apesar de linda, tinha um ar esnobe, nariz empinado e um tanto orgulhosa. Era uma mulher boçal. Também estava com o marido, um juiz federal.
Depois chegou Bia, 19 anos, branca, cabelos castanhos,seios do tamanho de uma pêra, e olhos cor de mel, a caçula da festa. Era bem risonha, voz baixa, um pouco desengonçada. Ostentava uma lente de contato, pois sofria com um alto grau de miopia, usando por muito tempo aqueles óculos “fundo de garrafa” imensos. Era muito estudiosa. Acompanhava ela dona Lurdes, sua avó, a decana da festa. 62 anos, loira, algumas rugas no rosto, corpo meio flácido pela idade e uma barriguinha um pouco saliente,mas bem disposta e serelepe.
Por fim, chegou Alessandra, a colega de Junior desde a faculdade. Era de longe a mais animada. Estava acompanhada do noivo. Extrovertida, brincalhona, gaiata, doidinha, desbocada, falava alto. Seria sem dúvida a que poderia dar um agito maior durante a festança. Loira, baixinha,pouco mais de um metro e meio, com coxas muito grossas, meio cheinha, saltos altíssimos. 26 anos, era uma jovem defensora pública. Seus cabelos eram longos e quase brancos de tão loiros. Estava muito maquiada, o que dava a ela ares de uma barbie com alguns quilos a mais.Pelo perfil das mulheres, dá pra notar que a classe social era média pra alta. Só faltava mesmo Anselmo, que trabalhava com o pai de Junior, e que nunca era pontual.
Todos apresentados um aos outros, Junior resolveu fazer um discurso.
- Boa noite a todos e todas, queria agradecer muito a presença de vocês nessa noite, em especial a dona Vânia que proporcionou esse momento....
Nisso, Marquinhos comentava com Ivan
Marquinhos: - Esse cara é todo almofadinha.....olha lá o jeito dele, falando.....todo pomposo.....parece um boiola....
Ivan: - É, mas ele tá sendo homenageado e a gente tá aqui dando um duro danado e ainda não terminou!
Marquinhos: - Ó pra figura dele, véi.....sssssss, que delícia!! Ó os peitão da mulher, rapaz, que picote gostoso da porra..ssssssss...gostosa!!!!Se eu pego uma puta dessa eu lasco em banda!
Ivan: - Ô, rapaz, se concentra no trabalho! Dona Vânia tá pirada que a gente chegou tarde e ainda tá aqui. A festa vai começar e por causa da gente não tem nem som ainda!
Nisso Junior termina o discurso com aplausos, ao mesmo tempo que seu pai atende o celular.
Jorge: - Alô.....Tadeu? O que......hein!!!! É o que, rapaz!?! Assaltaram a casa?
Nisso, todos passaram a escutar e ficaram com expressão séria, pois Jorge falava alto e parecia preocupado.
Jorge: - Eram quantos homens?! Levaram muita coisa? Meu Deus!!!!! Justo agora! Estou na festa de Junior, que porra!!! É o que!? Botaram fogo numa casa!!? Jesus!? A coisa tá feia aí.....calmaTadeu...escuta....TÁ BOM, TÁ BOM...TÔ INDO PRA AÍ AGORA!!! CARALHO!!
Marta foi saber do que se tratava
- O que foi, querido? O que aconteceu???
Jorge: - Uma merda, foi isso que aconteceu!!! Desculpa os gritos aí gente, assustei vocês. É que assaltaram nossa casa de praia agora a pouco no litoral! O caseiro me ligou dizendo que homens armados saquearam várias casas agora a pouco. Invadiram nossa casa e levaram vários objetos de valor da nossa família!! Agrediram ele, tá todo nervoso lá. E pra piorar, incendiaram a casa do lado, tá o maior incêndio lá, perigando atingir a nossa também!! Não chegou bombeiro, policia, ninguém lá! Deve tá o maior pandemônio! Sou chefe de investigação naquela área, daqui a pouco o delegado vai ligar pra mim, me encher o saco pra ir pra lá. Tenho que ir, o negócio foi grave. Faz parte do meu trabalho, infelizmente.
Um muxoxo geral tomou conta do ambiente. Nisso, Junior que ouvia atentamente levantou a voz e disse
- Irei com o senhor também, pai!!!
Todos ficaram bastante surpresos e arregalaram os olhos. Como assim ele vai também?
- O que é isso, amor, tá louco!! Vai deixar a gente aqui??? – indagou Fernanda, atônita com aquela decisão.
Junior subiu numa cadeira e mandou
- Gente, peço a compreensão de todos. Meu pai acaba de receber uma ligação urgente e terá que se dirigir ao local, não tem jeito. Acham que vou deixar ele sozinho nessa? Ele vai cumprir sua função profissional, mas e a nossa casa? E o estado do caseiro machucado? Os objetos que roubaram? Eu tenho que ir para ajudá-lo! É meu dever, pessoas foram assaltadas, podem precisar de auxílio jurídico, são nossos vizinhos, é alto verão, o local deve estar cheio. Vocês me conhecem! Gosto de ajudar as pessoas, é do meu feitio, não posso me furtar a ficar aqui! São sete e meia da noite. Quanto mais cedo formos, poderemos resolver a situação o mais rápido possível e retornar a tempo para continuar a festa. Não é muito longe daqui, pensem bem.
Todos pareciam se resignar com aquele argumento, afinal, era um caso emergencial mesmo. Parecia surreal que em pleno início de festa um acontecimento abrupto daquele fosse jogar todos os preparativos no ralo. Nisso o marido de doutora Elisabete perguntou
- Que condomínio é esse?
Junior: - Vale dos Vales
Juiz: - Meu Deus! Meu tio tem uma casa nesse local também! Acho até que ele deve estar lá
O noivo de Alessandra também se manifestou
- Já passei fim de ano nesse condomínio também, tenho amigos lá! Olha, acho que vou com vocês! Também sou advogado, vou ver o que há pra ajudar.
- Também irei! É uma situação inusitada, vou colaborar no que for preciso – falou o juiz.
- Por mim você vai. É bom que daqui a pouco vou pra casa, não vou ficar nessa pasmaceira que isso aqui vai virar – respondeu Elisabete, com toda soberba.
- Vai, amor, o aniversariante vai também, então não terá festa nenhuma mesmo! – falou uma Alessandra nada satisfeita com a situação.
O marido de Bárbara também disse que ia, apesar de nem saber onde ficava o local.
- Então vamos! Não temos tempo a perder – falou o pai de Junior
Brandão falou
- Também vou, Jorge
- Não, Brandão! Fique com as mulheres, você e Helinho para elas não ficarem sozinhas aqui
O sogro de Junior aproveitou pra ir embora
- Depois dessa, vou me retirar. Só vim mesmo pra dar um abraço no Junior, não ia demorar. 3 horas da manhã tenho que estar de pé. Vai ter a feira do mês amanhã e vou na central de abastecimento pegar as melhores frutas e verduras pra vender.
As mulheres acompanharam seus companheiros tentando em vão dissuadir eles para que ficassem.
Jorge: - Droga, aquele lerdo do Anselmo ainda não apareceu! Ia intimar ele pra ir também conosco, mas a essa altura ele nem virá mais. E nem adianta!
Foram dois carros. No primeiro Jorge e Junior. No segundo, o juiz, o noivo de Alessandra e o marido de Bárbara.
Juiz: - Que merda, velho! A gente veio pra se divertir e vai pra uma ocorrência dessas!
Noivo de Alessandra: - É mesmo. Foda! E você amigo, tem parentes lá também?
O Marido de Bárbara responde
- Que nada! É que percebi que ir pra lá vai ser muito mais emocionante do que ficar numa festa sem graça, com um monte de mulher se lamentando e conversando um monte de bobagem!!
Os homens caíram na gargalhada e se mandaram
- Não esqueçam de ligar pra gente quando chegar lá! – gritou Marta, enquanto os carros já dobravam a esquina.
E começou o burburinho no recinto. Todos sem jeito, conversando sobre a loucura que acabara de ocorrer. Fernanda desolada, Marta bem triste, Brandão consolando as mulheres. Vânia tratou de tomar as rédeas dali pra frente
Vânia: - Gente, gente, escutem......Aconteceu o que ninguém esperava. Vamos tentar nos acalmar, não nos resta nada a fazer. Vamos aguardar os homens chegarem lá e darem noticias sobre a situação. Até lá, vamos tentar seguir aqui na medida do possível. Vou tentar servir alguma coisa aos poucos. Dependendo do que eles disserem, a gente vê o que faz, se espera eles, se vai todo mundo pra casa, sei lá! Aguardem um instante. Venha, Marta, preciso de sua ajuda
E puxou a mãe de Junior que estava com uma cara de fazer dó.
- Marta, me ajude aqui....Temos que pensar o que fazer
Marta: - Ai, tô tão triste, não acredito que isso aconteceu!!
Vânia: - Ninguém esperava. Mas fazer o que, tem que encarar os fatos! Vamos tentar ver o que podemos servir aqui
Marta: - Se pudesse ia pra casa....
Vânia: - Calma, criatura! Relaxe, vamos aguardar os contatos deles, não adianta se amuar agora. Vou ver o que tem aqui...
Ao abrir o freezer notou lá o sorvete
Vânia: - Ih. Tem um sorvete aqui
Marta: - Ah..... foi eu quem comprei e esqueci naquele dia que eu tive aqui pra ver o espaço....
Vânia: - Poderíamos servir ele pro pessoal, o que acha?
Marta: - Sorvete em festa de aniversário?
Vânia: - É, pra tapear!!! Não tem festa mesmo, a gente serve e é o tempo que a gente separa as coisas. Se a gente for servindo e os homens demorarem, podemos perder o controle. E esses homens vão retornar famintos, querendo devorar tudo e podem não encontrar nada! A gente serve o sorvete pra “tirar de tempo”, doce dá sempre uma relaxada e depois a gente vai servindo as outras coisas aos poucos. E então?
Marta: - Ah, sei lá. Tanto faz.....
Vânia: - Ok, vou pegar as taças....
Minutos depois, Vânia e Marta retornam com bandejas com taças do doce.
Vânia: - Gente, sei que não é nada comum servir sorvete em festa de aniversário, mas já que a coisa saiu das estribeiras, vou servir um sorvetinho por enquanto, muito bom pra relaxar. Depois a gente serve uma bebidinha, uns salgados, enquanto aguardamos a ligação dos homens
E o sorvete foi servido. Meio atordoadas por estarem se virando pra manter o pessoal tranquilo, acabaram por não contar a quantidade exata de gente e levaram na bandeja mais taças do que o número de convidados. Com isso, não apenas os convidados tomaram, mas todos os presentes.
Degustaram a guloseima: Brandão, Helinho, doutora Elisabete, Jussara, Bárbara, Gerusa, Bia, dona Lurdes, Ângela,Osvaldo, Fernanda, Diva, Heloísa e Alessandra. Todos convidados. Como sobrou uma boa quantidade, quem estava trabalhando também degustou: o garçom, o DJ, Ivan, Marquinhos, seu Manoel e até Zé, o flanelinha. Enquanto servia Zé, chegou Anselmo
- Boa noite. É aqui o aniversario de um rapaz chamado Junior? Trabalho com o pai dele.
- Ah, é aqui sim - falou Vânia. – Aconteceu um imprevisto. Pegue essa taça de sorvete e entre que explico o que houve.
Nisso, Vânia e Marta voltaram pra cozinha.
- Bem, Marta, agora é só esperar. Sobrou essas duas taças, vamos tomar também. Doce acalma.
Mesmo sem vontade, Marta tomou o sorvete acompanhada de Vânia. O que aconteceria depois disso ficaria marcado pra sempre na vida daquelas pessoas. (continua).