O Príncipe e o Caçador - Parte III

Um conto erótico de Contos em Série
Categoria: Homossexual
Contém 2419 palavras
Data: 05/03/2018 20:00:29
Última revisão: 06/03/2018 17:27:53

Mais uma vez eu gostaria de agradecer às pessoas que leem os meus contos. Um agradecimento especial aos Little Boy, henrinovembro, Geomateus e Oldack pelos seus comentários que me motivam a continuar escrevendo. Como eu havia dito no conto anterior, eu decidi mudar um pouco e está parte e a parte final serão narradas em primeira pessoa. Espero que vocês gostem.

Parte III — Rebeldes

NARRADO POR KYLE

Infelizmente os dias de “professor” tinham terminado. Tudo passou tão rápido. Eu consegui ensinar para Kyle algumas coisas sobre a caça. O básico, mas o suficiente para que ele sobrevivesse caso acontecesse. Mas eu achava que tal dia nunca chegaria. Lance tinha tudo a sua disposição. Ele nunca precisaria por aqueles ensinamentos em prática.

Agora que voltávamos para o reino o silêncio reinou. Ambos sabíamos que, agora que estaríamos de volta, não teríamos como nos ver com tanta frequência. Lembrei que todo dia quem acordava primeiro beijava primeiro o outro. Eu não conseguia acordar muito tarde então geralmente eu que acordava primeiro e o observava por alguns minutos. Observa cada curva de seu corpo perfeitamente desenhado. Ele respirava profundamente. Ele parecia um anjinho dormindo. Eu o acordava com um beijinho que era sempre retribuído com um sorrisinho. Agora parecia que estávamos nos dando conta da realidade e isso me atingiu fortemente.

Lance era da alta sociedade. Sangue real corria em suas veias. E eu? O que eu era? Eu não passava de um ferreiro. O que poderia oferecer para Lance? E outra coisa: o romance com outro homem era crime passível de morte. Eu sabia que isso não era o suficiente para impedir Lance para ficar com quem quisesse. Com o homem nobre que quisesse. O pensamento de Lance ficando com outro homem me incomodou bastante.

— No que você está pensando? — Ele dispara.

— Nada. Só tava pensando em como nós ficaremos agora que vamos voltar para o reino.

— Não se preocupe. Eu vou continuar vendo você. Posso ser bem discreto quando preciso. Não sei se consigo ficar mais longe de você por muito tempo. — Ele e fala e eu fico vermelho. Ele parecia ser bem sincero. O plano proposto era perigoso. Mas me encheu de felicidade.

— Eu te amo, meu príncipe — Ele fez um biquinho. Eu simplesmente amava quando ele fazia aquilo para me desafiar. Ela já tinha me dito que odiava que eu o chamasse de príncipe. Explicara que nunca gostou de ser superior aos outros. O título de “príncipe” parecia enfatizar o fato de que ele tinha autoridade suprema sobre outras pessoas.

— Me desculpe — eu comentei e o peguei para um beijo rápido. Não podíamos demorar porque já estávamos perto do reino.

Eu já voltei muitas vezes de caçadas. Algumas duraram mais de um mês em climas e condições extremas. Quando os portões do reino ficaram às vistas um pensamento forte percorreu meu peito e pela primeira vez desejou que o período de caça não houvesse acabado...

Cheguei em casa cansado da viagem. Meus pés doíam. Talvez eu estivesse ficando velho. Talvez com 22 anos eu já estava tão quebrado quanto o Velho Edgar. Tentei me deitar e dormir mas o velho começou a fazer perguntas.

— Como foi a caçada? Aquele pirralho atrapalhou muito você? — o velho perguntou irritando-me por causa do “pirralho”.

— O nome dele é Lance e ele até que é muito legal — corrigi.

— Garoto, eu já vivi muito. Eu conheci o pai do Rei. Você acha mesmo que eu não sei o nome do sucessor? Eu conheço o garoto. O conheci quando era criança. Percebia a gentileza nos seus olhos. Algo que eu nunca vi nos olhos do pai dele. Você parece ter gostado muito dele. Lance será um ótimo rei.

A última frase soou sugestiva. Eu sabia que ele tinha suposto alguma coisa com essa expressão. “Droga!”, eu pensei, me amaldiçoando por talvez ter entregue muito entusiasmo nas minhas palavras.

— Não entendi o que você quis dizer com isso — tentei parecer indiferente.

— Eu te conheço, Kyle. Eu te criei. Eu saberia reconhecer o olhar de um homem apaixonado de longe. Mas eu sei que isso não vai acabar bem. E nem é só porque ele é um príncipe. É porque vocês dois são homens. Você sabe que eu te amo como um pai ama seu filho. Se a justiça ficar sabendo sobre vocês dois é capaz que vocês dois vão à forca na praça da cidade. Não quero parecer o velho chato. Mas é que você já perdeu muito e continua perdendo — ele fez uma pausa e suspirou — Sinto muito filho mas seu melhor amigo, Wyatt, morreu dois dias atrás.

Eu tinha escutado direito?

Wyatt estava morto?

Wyatt era seu melhor amigo desde que o velho Edgar tinha me resgatado. Wyatt era filho de um amigo de Edgar que morrera em uma guerra. Wyatt foi a primeira criança do reino a tentar amizade comigo. Lembro-me que eu estava devastado após a morte dos meus pais tinha sido traumatizante. Ainda não confiava em ninguém. Demorei muito tempo para confiar no Velho Edgar e naquele dia, aquele garoto tentava, insistentemente, puxar papo comigo. Não tive muita paciência e lhe dei um soco para que o moleque parasse de falar. Edgar o obrigara a pedir desculpas. E o mais surpreendente foi que Wyatt me desculpou. Desde então viramos melhores amigos.

Eu estava devastado. Wyatt e outros homens tinham sido mortos em uma exploração que não deu muito certo. Os corpos deles estavam sendo enterrados. Um por dia. Infelizmente Wyatt havia sito enterrado ontem. Meu amigo se foi e eu não tive a oportunidade de olhá-lo pela última vez. Não tive a oportunidade de dizer o quanto eu o amava e o quanto eu era grato por sua amizade. Mais uma vez a ambição do rei tinha levado alguém importante da minha vida. O velho me deu abraço, me consolando e foi para o seu quarto.

Edgar costumava dormir cedo. Eu também. Mas naquela noite eu estava muito triste para dormir. As lágrimas saiam de meus olhos involuntariamente. Eu ainda não conseguia acreditar. Parecia que Wyatt aparecia ali na cozinha e entoaria suas piadas clássicas.

Escutei barulhos na porta. Quem poderia estar batendo uma hora dessas? Naquele momento o reino estava silencioso. As ruas que costumava estar cheias de comerciantes agora estavam vazias e o único barulho presente era o do vento. Abri a porta e olhei para a pessoa que batia. Não pude imediatamente reconhecer seu rosto. Estava coberto por um capuz e tinha uma máscara em sua face. Os olhos da visita denunciaram sua identidade.

O puxei para dentro de casa e tranquei a porta. Virei para ele e o abracei. Eu estava vulnerável novamente. Não costumava chorar. Tinha imposto para mim mesmo que choro era sinal de fraqueza. Mas não consegui conter minhas lágrimas. Parei de tentar reprimir minhas lágrimas enquanto eu abraçava a única pessoa que parecia ser capaz de me reerguer caso eu desmoronasse...

NARRADO POR LANCE

Ignorando todas as advertências que meu subconsciente me deu eu decidi visitá-lo logo na primeira noite. Poderia parecer meio clichê. Mas eu já sentia falta de Kyle. Eu estava viciado nele. Queria estar perto. Queria sentir seu cheiro.

Peguei um capuz velho que estava meio empoeirado e peguei uma máscara que eu havia usado há alguns anos em uma festa à fantasia. Forcei-me a não tossir bruscamente quando vestia aquela peça de roupa. A última coisa que eu queria era que o Rei acordasse e encontrasse o príncipe fugindo de seu quarto para encontrar outro homem.

O Reino estava calmo como eu previ. Mas ainda assim mantive o capuz com o objetivo de minimizar a visualização do meu rosto. Não foi muito difícil encontrar a casa de Kyle. A casa era pequena com exceção de uma pequena ala que era destinada aos serviços de Kyle e do velho que morava com ele. Bati na porta. O contato do meu punho com a madeira fez o material velho reagir com o barulho natural de uma batida na porta acompanhado de um “creck” indicando que a madeira da porta era de péssima qualidade.

Não demorou muito até que alguém abrisse a porta. Felizmente este alguém era Kyle. Havia algo diferente nele. Algo que eu reconheci imediatamente. Reconheci de quando eu perdi minha mãe. Seu olhar era de dor. Não uma dor física. Mas ainda assim se tratava de uma dor. Talvez uma das mais cruéis: O luto.

Ele me puxou para dentro e trancou a porta. Antes que eu pudesse falar alguma coisa ele me puxou para si me abraçou. Um abraço seguido por um choro. Entendia o que ele sentia.

— Meu melhor amigo... está morto — ele falou e recomeçou o choro.

— Eu sinto muito — consegui falar tentando vencer algo que parecia travar minha garganta — Eu estou aqui. Estou aqui com você. Eu sei como se sente. Eu vou ajudar você a seguir em frente.

Falei estas palavras porque eram estas palavras que eu queria escutar quando minha mãe morreu. Queria que alguém me abraçasse e dissesse que tudo iria ficar bem. Tudo o que eu consegui ganhar do meu pai foi um tapa na cara seguido de um “Recomponha-se. Homens não choram”.

— Tudo vai ficar bem — eu falei e ele me puxou para um beijo. Não era um beijo calmo como costumava me dar. Era um beijo mais forte, intenso e selvagem. Suas mãos apertaram com força minhas nádegas. Deixei escapar um gemido com isso.

— Você tem certeza disso? — perguntei. Ao mesmo tempo que eu queria desesperadamente que ele disse que “sim” eu queria ser compreensivo com o seu sofrimento.

— Eu preciso de você — ele fala e recomeça seu beijo desesperado. Suas mãos estão de volta a minha bunda. Tirei a sua camisa enquanto o beijava e ele alisava minha bunda ainda coberta por uma calça fina. Ao terminar de tirar sua camisa observei seu corpo bonito. Mesmo naquela escassez de luz eu podia descrevê-lo perfeitamente. Seu corpo era bem definido com alguns pelos.

Ele me levantou e me sentou em uma mesinha que estava na sala. Estávamos ofegantes. Não trocávamos uma palavra. Todo o nosso desejo era convertido em um suor que nem o frio do inverno era capaz de deter e tudo era dito em olhares. Ele levantou minhas pernas e abriu minha bunda deixando meu buraquinho bem à vista.

Estremeci quando sua língua tocou meu cuzinho e um gemido foi abafado por suas grandes mãos que taparam minha boca. Ele me deixava louco com tudo aquilo. Sua língua agora estava fazendo movimentos circulares no meu anelzinho e eu quase implorei que ele me fodesse naquele exato momento. Mas então ele fez algo que eu não esperava. Ele abriu minhas pernas, até então erguidas, formando um V e começou a tentar e me chupar.

Claramente era a primeira vez que ele fazia aquilo. Ele estava tímido. Mas após um tempinho ele começou a fazer melhor com algumas instruções minhas. Meu pau, que não era tão grande, cabia quase todo em sua boca. Ele combinou seu boquete a dedadas em meu buraquinho que abrigava prazerosamente toda a extensão daquele dedo.

Não demorou muito até que eu gozasse em sua boca enquanto apertava seu dedo com o cuzinho. Eu estava sem palavras. Mas tudo ainda estava começando. Ele não engoliu a porra e cuspiu na porta do meu cuzinho.

— Preciso comer você agora — sua voz era cheia de desejo e ele não demorou muito a apontar seu pau na direção do meu cuzinho.

Eu meio que já me acostumei com o tamanho do pau de Kyle e posso dizer, com toda certeza, que a minha porra lubrificou bastante meu anelzinho. No começo ainda era um pouco incômodo mas instantes depois eu já estava gemendo feito um animal no cio. Seus olhos estavam fixos aos meus e ele apoiou sua tenta sobre a minha e com movimentos preciso começou a estocar fortemente seu pau em mim.

Eu não conseguia me controlar de prazer e logo comecei arranhar suas costas com minhas unhas. Isso parece que o incentivou e ele começou a estocar mais forte e agora seu rosto se dirigia ao meu pescoço onde distribuiu mordidas e chupadas leves.

— Me fode! Fode seu putinho, vai — eu o provocava, enquanto contraía meu cu ao redor do seu pau. Seu pau entrava e saia de mim freneticamente e eu gostava disso. Ele começou a me dar uns tapas em minha bunda. Gostava dessa intensidade. Gostava do “hardcore”.

Não demorou muito até que ele anunciasse o gozo:

— Eu vou gozar! Eu vou encher seu cuzinho de leite. Vou marcar meu território nesse cuzinho. Meu cuzinho — ele gemia enquanto derramava seu cuzinho dentro de mim.

Estávamos exaustos. Se eu pudesse não voltaria para o castelo real. Mas ambos sabíamos que isso não seria possível.

— Desculpe por isso — ele comentou apontando para minhas nádegas vermelhas de suas palmadas.

— Eu meio que gostei — falei, mordendo os lábios de maneira provocativa.

— Desculpe por isso — eu falei apontando para suas costas.

— Foi bizarro mas tenho que admitir que eu gostei também.

Eu dei um risinho e fui até ele e beijei sua testa. Eu sabia com ele estava acabado. Sabia como ele estava triste. Não entendi o porquê do sexo desesperado que nós tivemos.

“Cada pessoa lida com o luto da sua forma” minha avó comentou no dia do enterro da minha mãe para explicar a frieza do meu pai diante dos fatos e agora isso fazia todo sentido.

— Não posso ficar aqui por mais muito tempo — eu comentei e ele me puxou, encostando sua cabeça em meu braço.

— Vou, mas meu coração fica aqui — declarei dramaticamente.

— Eu te amo. Obrigado por ter vindo, meu Prínc... — Ele comentou mas parou após eu fuzilá-lo com o olhar. Ele sabia que eu não gostava de ser chamado de príncipe.

— Eu te amo, Kyle — falei e o beijei novamente.

Conversamos mais um pouco e, quanto o céu ficou mais claro, ficou claro também que estava na hora de ir. Enquanto voltava para o reino, eu ficava pensando no romance que se iniciava. Não podíamos nos encontrar de dia, quando a luz iluminava o bastante para que os segredos fossem revelados naturalmente e fosse dividido, como em um prisma, em vários tons de desgraça. Talvez nunca poderíamos caminhar juntos no fim da tarde como os casais classificados como “normais”. Talvez nunca poderíamos formar uma família. Talvez eu nunca escutasse a palavra “papai” e me perguntasse se o bebê estaria falando comigo o com Kyle. Tudo isso era muito perigoso. Talvez, por causa disso, seria melhor que nosso amor estivesse fadado à Escuridão.

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Comentários

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EXCELENTE. MAS O REI PODE PROPOR NOVAS LEIS. INCLUSIVE DE CASAMENTOS OU RELAÇÕES ENTRE HOMENS.

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Primorosa sua narrativa. Literalmente, digna de aplausos. Como seu súdito, peço que continues.

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