LIBERDADE - PARTE VIII

Um conto erótico de GREY
Categoria: Homossexual
Contém 2301 palavras
Data: 09/03/2018 13:40:20
Última revisão: 09/03/2018 13:42:42

OBS: FAZ TEMPÃO QUE NÃO PASSO POR AQUI. VIDA DE ADVOGADO NÃO É FÁCIL.ENFIM, PROMETO QUE VOLTEI PARA TERMINAR A HISTÓRIA DE EVAN E MATEUS. TODAS AS SEXTAS.

- Diogo, Diogo! – Bati com a mão chamando atenção de Diogo que ver e vem em minha direção.

Ufa! Até enfim.

Confesso que não resistiria vir mais uma semana. Desistira do meu plano. Sim, há uma semana tenho feito o rito de vir para o Ceuma sentar á Praça de Alimentação e esperar por Diogo. Sete dias direto nesta penitência. Vinha do meu serviço direto para o Ceuma.

Detalhe: estudei jornalismo no Ceuma, meu primeiro curso superior, então conheço o horário do intervalo e sem grandes dificuldades tenho acesso a Praça de Alimentação, lugar onde os acadêmicos se reúnem. Ou seja, dia ou outro esbarraria com Diogo saindo, entrando ou parando para lanchar.

Estou próximo do Mac Donald. O térreo da faculdade Ceuma parece mais um shopping, tem de tudo: salão de cabeleiro a praça de alimentação. Estou sentado de pernas cruzadas exibindo camisa azul clarinho de marca famosa arregaçada a manga até cotovelo. Não uso terno, deixei no carro.

Enfim, esbarrei com o Diogo, mas uma semana não suportaria.

- Boa noite, cara. – Diogo estendeu a mão em cumprimento. E eu a peguei.

Gostoso da porra. Impossível não observar. Impossível também não observar a mão grande do moleque. Será que é de Família? Outro pormenor que não passou batido, a voz de Diego lembrava a voz de Mateus.

Embora a voz dele lembrasse a de Mateus, não era rouca como de Mateus, apesar disto, tinha vozeirão. Cabelo cortado na um, a expressão fechada, todavia, já não tinha o ar inocente que considerei quando fui apresentado a Diogo. Foquei nas mãos de Diogo, uma senhora mão. Não estava de fraque como da ultima vez que nos encontramos, assim não escondia o corpo trabalhado na academia. Além disto, era dono de olhos grandes e amendoados. O nariz afilado.

Porra de narigão.

Tudo no Diogo parecia extravagante. Impossível não lembrar que Mateus era ajegado. Será que não é de família? Vou me esbaldar, porque ao que tudo indica, o cara tem um senhor cacete, especulei.

- Boa noite, cara. – Fui sociável, claro tinha pretensões, por isso o certo era manter um comportamento de bom moço, não que seja um lobo mal, mas vestes de bom moço cabia melhor no propósito que eu desejava.

Diogo estava gostoso, mas lhe faltava à cara de macho que tanto prezo em um homem. Enquanto ele se aproximava o avaliei pormenorizadamente: roupa, modo de andar. Sei que minhas conclusões eram prematuras, mesmo assim, sentir que tinha sentido minhas conclusões: ele não tinha cara de macho.

Molecão, Diogo estava todo apertadinho, a calça era justa deixando evidente que tinham uma colcha grande, de fato usava calça Skinner, o peitoral saliente também era cunhado, dois gomos peculiares imponentes que corroboravam o quanto gostava de academia. A camisa, verde, era da hollister. À mente veio à imagem de um pavão que a fim de acasalar abre sua calda para chamar atenção.

Chamativo demais.

Sim, Diogo é um narcisista de primeira. A meu ver, ele era na faculdade um típico pobre que queria ostentar uma imagem que não tinha como financiar. Triste, mas é a realidade de alguns pobres em faculdade particular. Diga-se de passagem, postura totalmente distinta de Mateus, o seu irmão.

Será presa fácil. Comemorei.

- O que faz por aqui, velho. – Diogo desejou saber e tinha direito em saber.

Puxou a cadeira e sentou-se a mesa que eu estava.

- Eu estudei aqui. – embora, ele tivesse o direito em saber, ainda não era o momento adequado. Por isso, desconversei. – cursei Jornalismo, depois decidi não segui carreira e migrei para Direito.

- Porque tomou essa decisão, por acaso se frustrou?

- Cara, não foi isso não. Apenas percebi que minha praia não era o Jornalismo, percebi a tempo que minha praia era o Direito. Graças a Deus abri os olhos a tempo. – Dou uma golada na minha coca-cola de latinha. – E tu como percebeste que tua praia era o direito?

- Percebi no momento em que descobri que o Direito é uma área que dá dinheiro. – diz confiante.

Ah, se ele soubesse às dificuldades do inicio de carreira. Mas, não seria eu que lhe jogaria um balde de água fria.

- Realmente. – Concordo, decidido em não incorrer pelo caminho das reais dificuldades, pois não tinha a intenção de jogar água fria nas suas ambições. – Direito é uma área que dá dinheiro. – Fui simplista.

- Por isso, optei por Direito.

O certo era o próprio Diogo ter suas próprias experiências. E se seguisse seus estudos, com certeza experimentaria as dificuldades do inicio de carreira.

- Direito é muito amplo. Pode ser advogado, promotor, juiz. O que pretende?

Resolvi demonstra interesse no plano dele. Acho que seria uma boa tática.

- A principio quero advogar, depois magistratura.

- Perfeito. – De fato, considerei um plano acertado.

- Quero atuar na seara criminal.

- Bacana. É a seara que atuo.

- Eu sei.

- Sabe? – interroguei-o.

- O Mateus já me contou.

- Humm. Ele te falou algo mais?

Perguntei receoso. Não posso afirmar, mas algo me diz que Mateus narrou suas motivações á sua família que o levaram desistir do casório com a Edna. Por isso, a pergunta.

- O Mateus é meu irmão, mas somos muito diferentes. – começou tentando se distanciar de Mateus. – Ele quer ser muito verdadeiro, e neste afã mete os pés pelas mãos.

- Você acha?

Sinto que meu receio tem sentido.

- Sou do pensamento que o homem tem que ser claro, verdadeiro, porém, penso que deve ser acompanhado ao principio da proporcionalidade. Não é em tudo e quaisquer circunstância que tem que prevalecer isso, sob pena de sofrer duras conseqüências.

- Entendo e concordo. – Digo lamentando a personalidade circunstâncial de Diogo. Literalmente diferente de Mateus.

- O Mateus é precipitado.

- Também acho, Diogo.

- E como! – concordou comigo, dando ênfase.

- Quer tomar alguma coisa, comer alguma coisa? – ofereço-lhe grato, porque ao que tudo indica não terei grandes esforços para atingir o objetivo.

- Uma breja. – Sem nenhum pingo de cerimônia. – mas, não aqui. Se quiser podemos tomar essa breja no boteco do Tropical Shopping.

O boteco era um barzinho aconchegante que prezava música ao vivo.

- Perfeito.

Melhor do que imaginei. Vou finalizar meu plano fácil, fácil.

O boteco ficava no shopping Tropical, em uma área a céu aberto. Outro detalhe, ficava próximo do Ceuma.

Após o atendente nos providenciar uma mesa, disponibilizei-me deliberadamente, ao sentarmos à mesa.

- Pode pedir o que quiser, quantas vezes quiser.

Nem deixei ele se acomodar direito a mesa, fui logo abrindo às fronteiras. Diogo era inteligente, caso quisesse cortar qualquer liberdade, sinalizaria. E eu recuaria, mudaria de tática.

- Bacana de tua parte.

O cantor da noite inicia Zeca pagodinho. A música é executada na altura perfeita, onde não impedia que se travasse conversa com o interlocutor. Amena, era ideal para bebendo uma cervejinha manter um dialogo prazeroso. Assim sendo, o ambiente era amistoso.

- Faço com maior prazer.

- Obrigado, cara. – Agradeceu Diogo sem se importar com a minha deliberalidade. – Posso ser sincero contigo?

Bingo! Lá vem a sinalização que deveria continuar a tática. Diogo toparia a parada, supuis entusiasmado.

- Pode. Claro, cara.

Dei força para ele ser “sincero”.

Ele, seguro com a minha deixa, confessou, ou nas palavras dele foi “sincero” comigo:

- Tô liso. Com certeza você sabe que vida de universitário é complicada – justificou-se, -... então fico agradecido pela disponibilidade, pois não teria como te ajudar a pagar a conta.

Na noite de despedida de solteiro de Mateus não observei a desfaçatez de Diogo. Embora tenha sido um encontro rápido, daria de ter sacado algum detalhe neste sentido, pois tenho facilidade em detectar esse tipo de pessoa, enfim, não sei por que passou batido. Sei que passou.

O cara era de um cinismo da porra. Não fazia duas horas que estávamos nos conhecendo de fato, e o cara já tenta fazer estelionato emocional? Era óbvio que queria me comover a fim de se dar bem.

Vá trabalhar vagabundo!

- Entendo, como entendo. – Mostrei-me sensível a queixa de Diogo.

Mas, na verdade o que queria dizer era: “Que entendo porra nenhuma. Nunca passei necessidade. Sempre tive dinheiro”.

- Vida de universitário é foda.

Continuou a lamentar.

- Mas, o Mateus não te ajuda?

Quis saber. Ora o Mateus parecia ser num irmão foda, parceiro mesmo. Estranho, Mateus, deixar Diogo passando perrengue na Faculdade.

- Esse é um assunto chato. – Coçou a cabeça.

A intenção era passar a idéia que não queria tocar no assunto. E no momento que iria esmiuçar chegou à cerveja. Fomos servidos.

- Caso não queira estender o assunto, eu entendo. A gente muda de assunto, pois sentir que esse tema te constrange.

Embarquei na dele. Se ele queria pensar que estava me sensibilizando, deixei-o acreditar.

- Fico mesmo, porque parece que estou falando mal do meu irmão. Mas, o que direi é a verdade. Não gosto de Mateus me ajudar.

- Por quê?

- Ele me sufoca. Pelo fato de me ajudar, ele quer ter o direito de mandar em mim. – Pegou o copo de cerveja.

Se não quer ser mandado, então trabalha, vagabundo.

- É mesmo? – Mostrei a cara de surpreso.

Ele continuou destilando razão.

- Ele quer coordenar meu comportamento, com quem ando; que horas entro em casa. Tudo, ele quer mandar em tudo. – Levou o copo com cerveja a boca e provou. – Boa. – Referindo-se ao gosto da cerveja.

Ele era a razão em pessoa.

- E porque você não arruma um emprego?

Perguntei de propósito. Foi como lhe dá uma porrada . Ele não esperava minha pergunta e gaguejou.

Arrematei:

- Um emprego resolveria essa situação. Não é?

- Sim, - pois o copo na mesa. - mas ficaria difícil conciliar emprego com a faculdade.

“Tu não queres é trabalhar”. Quase eu dizia pra esse vagabundo, mas centrei-me no meu plano. Calma, Evan. Calma, esse cara é um otário, mas é um otário gostoso. Além de efetivar teu plano, ainda vai chupar muito o cacete dele, ou seja, unirás no mesmo pacote o útil ao agradável.

- Compreendo. – Contive-me.

- Eu me viro.

- Faz o que mesmo?

- Umas paradas aí. – Tornou a levar o copo de cerveja a boca.

Decidi ser mais agressivo. De plano mandei uma indireta:

- Vendo você tomar tua cerveja, eu não posso deixar de comentar, tuas mãos são grandes, rapaz.

Passei a impressão que me ocorreu essa percepção somente naquele instante. Quando, na verdade, esse foi detalhe observado há muito.

Ele se deteve olhando suas mãos.

- Acha mesmo? – Perguntou ciente da resposta.

- Sim. Diogo, você tem mãos bem grandes.

Afirmei com certa malevolência. Diogo não era burro. Presunçoso, todavia, não burro. Entorno do tema das mãos grandes de Diogo havia toda uma simbologia sexual, aliás, normalmente se associa o fato de ter mãos grandes ao cara ser dotado. Por obvio, ele conhecia essa associação popular. E caso, portanto, não gostasse da indireta, trataria de cortar a liberdade.

- Sabe o que dizem a respeito de quem tem mãos grandes?

Bingo! Diogo não cortou a indireta. Mordeu a isca.

- Não sei. – Respondi.

- Não sabe esse adágio popular?

- Desculpa pela minha ignorância, mas desconheço. – Expliquei-me fazendo o inocente. – e o que dizem a respeito de quem tem mãos grandes? – Apertei-o. Queria saber se ele seria ousado.

- Dizem que o homem que tem mãos grandes é porque tem... – Parou e rio faceiramente.

- porque tá rindo?

- Você já entendeu.

- Diga, cara. Eu não entendi.

-... pau grande. Dizem que o homem que tem mãos grandes é porque tem o pau grande.

Safado. Devo confessar que não gosto muito de foda com moleque novo. O motivo? Não sabem foder, não têm pegadas. E sexo sem pegada é uma porra.

- É?

- É. – Ele confirmou meio desajeitado.

Vou chupar muito teu pau. Torço que seja grande.

- Então, não tenho o pau grande. – Disse com as duas mãos estendida enquanto as analisavas.

Meu pau não era importante. O importante era o pau de Diogo.

Sorrir. Fiz da análise das minhas mãos um momento de gracejo.

Tenho 20 centímetros, cara pálida. Logo, esse adágio popular é mentiroso, uma vez que minhas mãos não são grandes.

- Me parece que não são tão pequenas tuas mãos. – Ele quis compensar.

Não dei valor nas palavras dele.

- Então, um ganho extra do qual não afetasse tua faculdade seria a solução dos teus problemas?

Ele pesou o que eu disse antes de responder.

- Com toda certeza. – Taxativo. O semblante mudou. Ele ficou animado.

Por conta própria fez sinal para o atendente trazer cerveja. Havia terminado a anterior.

- Acho que posso te ajudar.

- Será?

- Claro. – Reafirmei.

- Acho que você caiu do céu.

- O único ser que caiu do céu que eu saiba foi o diabo. Tá me chamando de diabo? – Brinquei com ele para descontrair.

- Jamais. Eu quis dizer o contrário...

Foi interrompido pelo atendente que veio trazer a cerveja.

- Sei que não quis dizer isso. Tô brincando.

- Espirituoso, agora saquei, porque não quis ficar com o rançoso do meu irmão?

- O que?

Levei um espanto. Como ele sabia de mim e o Mateus?

- Desculpa, não quis ser inconveniente. – Ele mudou, sopesou o que diria. Era visível que não queria se queimar comigo. – Lá em casa a família toda sabe por que Mateus desistiu do casamento.

- Sabe?

- Ele não fez questão de esconder. Pelo contrário, deixou às claras que te amava e que iriam morar juntos.

- Meu Deus, teu irmão é louco.

- Também acho. É um louco. Aqui pra nós, confesso que já comi viado pelo um troco, aliás, são poucos os caras que nunca ficaram com viado, principalmente, porque tem umas garotas que se negam em chupar, e os viados não tem essa neura. Mas daí querer casar é demais.

Viado. V-i-a-d-o. Nunca foi tão humilhado na minha vida. E por quem? Um pé-rapado. Viado- repetia na minha cabeça enquanto ele bebia a custa do dinheiro do viado. Badalava na minha mente, compulsava de raiva. - Porraaaa... Filho da puta. Respira fundo, Evan. Respira fundo. Lembra que tu tens um plano. Foca no plano.

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Comentários

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Ter trocado de curso foi sensato, direito tem mais oportunidades que jornalismo. Esse personagem principal não vale um real de rifa. Kkkkkkk, mas esse último parágrafo eu ri muito.

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Nem lembrava mais dessa história, espero que dessa vez seja postada até o final

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