Olá pessoas! Tudo bem? Estive ~muito~ um tempo fora. Peço desculpas mas estava sem tempo mesmo, vou continuar com a sétima parte do conto "Justiça para dois" que estarei mudando o título para "Círculo de fogo" e a partir deste ponto terá muitos pontos de sadomasoquismo e violência. Mas também teremos um momento de redenção e descobertas. Acredito também que vocês já descobriram o que se passa na história, mas pretendo surpreender no final. Deixem nos comentários suas opiniões e vamos ao conto.
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— Você vem?
Breve silêncio, mas sinto a respiração ofegante de Rui do outro lado da linha, deve estar pensando.
— Camila, você me garante que eu não serei pego?
— Farei o possível!
— Eu vou! Amanhã bem cedo eu estarei aí!
— Rui deixarei as chaves do fundo do hospital debaixo de um jarro ao lado da porta dos fundos. Você entrará, irá até o segundo andar pelo elevador de serviço e entrará no quarto zero quatro sete traço dois, esse quarto nunca é ocupado, é para pacientes com dores crônicas. Lá você aguardará o Dr. Alex ele é um amigo confiável.
— Tudo bem! Estarei lá!
— Rui, eu te amo! Beijo!
Desligo o telefone e vou em direção ao quarto de Kadu. Coloco a mão na fechadura e, pelo vidro da porta, o vejo totalmente pálido e magro, bem diferente do rapaz forte, corado moreno e atlético que conheço. Neste momento sinto um aperto tão forte em meu peito, uma dor agonizante que me fez cair aos prantos. O que estava acontecendo comigo? Camila Roater estava se deixando dominar pelo medo? Vários pensamentos se manifestaram em minha cabeça, todos sem um pingo de esperança. Eu seria perdoada no fim de tudo? Os fins justificam os meios? Existe redenção para mim? E a principal dúvida: desistir?
Não, desistir nunca! Preciso fazê-lo pagar por tudo. A dor agonizante cessou e não tive coragem de entrar para vê-lo. Aquele garoto frágil que nunca tive coragem de chamar de filho, apesar de ter saído de dentro de mim. Ligo para Marta e peço que ela venha ficar com ele no hospital.
Na saída encontro Ed assinando documentos na recepção e um médico do laboratório pericial vem ao meu encontro:
— Senhora Roater! Temos um caso de estupro de uma menor que não conseguiu resistir aos ferimentos interno que sangraram muito, além de ter sido espancada pelo agressor.
— Quantos anos ela tinha?
— Doze anos!
Meu peito voltou a doer e Leandro, o médico, me ampara sentando no banco. Ed vendo de longe a cena, traz um copo de água.
— Obrigada! — pego o copo com as duas mãos e olho no fundo do dos olhos de Ed por um momento. Leandro interrompe dizendo:
— Ele trouxe a garota!
— Eu… a encontrei jogada num beco perto do Jardim velho na zona sul.
— Senhora! Eu ainda não comuniquei a polícia e provavelmente a imprensa irá querer ouvir a versão dele e do hospital, por isso farei todos os exames periciais antes de comunicar.
— Não! Comunique a polícia antes, Ed dará sua versão primeiro e amanhã faremos os exames e daremos a versão do hospital pela tarde. Se houver resquícios de abuso sexual poderemos encontrar o agressor pelo DNA.
— Senhora, como sabe que ele se chama Ed?
— Como assim? Você me disse! — Não acredito! Dei um furo desses.
— Não disse, não, Senhora!
— Disse sim, não disse Ed? — Olho para Ed.
— Ah! Disse sim! Quando eu trouxe a água! Você disse à ela.
— Tudo bem! — me olha desconfiado. — Vou ir na recepção fazer a denúncia.
— Tá certo! — Leandro sai. — Ufa! Foi por pouco.
— Presta atenção, Camila! Com esse furo que você deu, as pessoas irão desconfiar.
— Se ele descobrir, será a última coisa que ele descobrirá na vida. — digo franzindo a sobrancelha e gargalhando em seguida.
— Se mais alguém morrer nessa história eu te denuncio! — paro de tomar a água e olho para Ed.
— Preciso falar com você a sós, hoje a noite na sua casa às 22 horas!
Coloco o copo em sua mão e saio do hospital. Na saída uma mulher me para segurando o meu braço. Era baixa, pele um pouco morena, olhos verdes e cabelo liso comprido, boca larga e nariz arrebitado. Estava bem vestida.
— Camila, preciso falar com você!
— Não te conheço, mulher! Me solta! — digo esquivando meu braço com força e saindo.
— Tem certeza? Queria conversar sobre Ana Alice.
Nesse momento, viro e olho bem no fundo dos olhos da mulher, na tentativa de decifrá-la. Me aproximo e digo:
— Onde você quer conversar?
— Na casa do Ed! — responde ela. — Lá é um local seguro… para nós duas.
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— Bem, aqui estamos o que você quer? — jogo a minha bolsa em cima da cama e me sento no sofá.
— Você realmente não faz ideia de quem eu sou, não é? — o olhar cínico predominava em sua face e a arrogância em seu sorriso era a sua principal arma.
— Você conhece a história da Ana Alice, se veio até a mim é porque sabe a minha ligação com ela, então, com toda certeza me ajudar é que você não quer! Enfim, diga-me, qual é o seu desejo?
Ela sorriu, pensou um pouco, olhou pela janela, depois se sentou na cama, deitou, se espreguiçou e disse:
— Quantas vezes já dormiu com ele? Ele é bom de cama não é? Ele é melhor que o seu marido? Ele é melhor que o Rui?
— Bom, se é isso que queria saber acho que terminamos por aqui! — pego minha bolsa e me levanto quando a ouço dizer.
— E deixar vazar uma carta com uma declaração da própria Ana Alice, vulgo você, Camila Roater sobre tudo que aconteceu a ela e depois é só deixar a polícia ligar os pontos a todos os desaparecimentos de homens durante os 20 anos que se seguiram.
— Sim, você pode divulgar as imagens mas você com certeza vai querer algo em troca! — me viro para ela. — Não é?
— Dinheiro! Muito dinheiro! O bastante para que possa viver bem pelo resto de minha vida e dos meus filhos também. — ela sorriu largamente. — 100 milhões está ótimo!
— Haha! Você está louca! — me virei de costas. — Vou fazer o cheque. Venha aqui.
Coloquei a mão dentro da bolsa. Ela se levantou e quando vinha se aproximando dei-lhe uma coronhada com uma arma que tinha em minha bolsa. Ela cai no chão desmaiada. Pego e a amarro numa cadeira. Olho no relógio: 19h. Sento na cama e esperei ela acordar.
Ela acorda por volta das 21:15.
— Seguinte! Eu faço perguntas e você responde! Caso contrário você leva um tiro na perna, na mão, no ombro, não sei, posso decidir de acordo com a conversa. Vou tirar o pano da sua boca e se você gritar você morre. A primeira pergunta é: como você sabe da minha história?
Tiro o pano da boca dela apontando a arma para sua cabeça.
— Não lembra mesmo de mim?
— SEM joguinhos! Desembucha! Diz logo!
— Eu sou Ariela!
— Eu imaginava! Uma vagabunda aparecendo querendo dinheiro. Você não presta mesmo. Por sua culpa aconteceu o que aconteceu comigo naquele dia. Você me abandonou e depois quando eu voltei para te pedir ajuda você me mandou embora.
— Não seja rancorosa! Fiz um bem para você te dando um pouco de dinheiro para começar uma vida nova.
— Foi útil! Mas não foi o suficiente.
— Me surpreendi. Você se casou com o seu estuprador! Aposto que quer se vingar e olha… tiro meu chapéu! Uma vingança de 20 anos! Como suportou?
— Não interessa! O que importa é que estou aqui, consegui me reerguer e você não vai me derrubar. Pra não deixar você se intrometer vou ter que te dar uma lição! — vou até a minha bolsa, tiro uma arma de choque — vou colocar o pano de volta.
— O que você vai fazer comigo? N-nãoo, par…!
— Quieta! — coloco o pano na boca dela e tiro sua roupa. — Shhhhhh! — coloco o dedo em frente à boca e depois coloco o dedo no canto da boca dela. Vou descendo e aperto o biquinho de seus peitos e continuo descendo fazendo leves movimentos. Chego em sua buceta e faço movimentos rápidos. Ela começa a gemer e se contorcer na cadeira. — Hahaha! Vergonhoso isso! Você gozou na minha mão Haha! Sempre soube que você é uma vagabunda e você vai morrer agora!
Ela começou a gritar mas o pano impedia o som de sair, coloquei minha arma dentro da buceta dela.
— Sua vagabunda! Agradeço por eu ter te dado um último gozo antes da sua morte, agradeça! Agradece vadia! Você vai ser comida por esse revólver! — comecei a estocar o revólver em sua buceta e ela começou a gritar e se contorcer de dor na cadeira. — Agradece vadia! Não vou parar até você agradecer!
Ouço a voz anasalada atrás do pano: "Obrigada! Para por favor! Obrigada!"
— Isso mesmo! — parei e depois peguei a arma de choque. — você está fraca precisa de energia, vou fazer um fio-terra para você recompor as suas energias!
— Nããão! — a voz baixa.
Virei a cadeira com ela de cara para o chão ajoelhada. Ouvindo os gritos de dor, a penetrei por trás com a arma de choque.
— Tons sua vaca maldita!
Nesse instante Ed chega.
— O que é isso? Para Camila! PARA COM ISSO!
— Ed ela sabe quem eu sou. Ela precisa morrer!
Um silêncio fica na sala.
— Ed, é por ela que você está me deixando?
— Depois a gente conversa, agora preciso soltá-la!
— Foi assim que ela descobriu tudo não foi? Ed ela é a Ariela, ela me humilhou quando fui pedir ajuda para ela, disse que eu e minha éramos duas piranhas e que pedimos para ser estupradas por aqueles nojentos. Você me traiu por esse pedaço de bosta que é essa mulher?
— Depois a gente conversa!
Pego a arma de dentro da minha bolsa e miro em Ed.
— Pare agora ou então eu atiro!
Ed para e olha para mim.
— Você teria coragem de atirar em mim Camila? Justo eu que sempre te amei. Eu quero parar com essa vingança porque eu não aguento mais correr atrás de estupradores e torturá-los até a morte Camila. O seu filho se tudo correu bem deve ter câncer no rim, um câncer provocado por você. A vingança chegou longe demais. Você vai fazer o Ruy ir pra cadeia com apenas um rim, quem sabe como ele vai morrer lá, se não morrer estuprado virando menina dos presos. Mas a que preço? Qual é o preço máximo que você pretende pagar?
— Ed, eu te amo! Mas ela não vai sair viva daqui! Ela sabe demais.
— Você não vai matá-la!
Ed parte para cima de mim para me desarmar e me derruba no chão. A arma continua em minha mão.
— Ed para por favor! Para!
Tentando tirar a arma da minha mão, o revólver dispara e atinge Ed na cabeça que cai no chão.
— Nãããããããããão! Ed acorda por favor! EEEEED! — comecei a chorar desesperadamente.
— Você matou ele! Você o matou! Como você pôde? Como? — Ed tinha tirado o pano de sua boca.
— Foi um acidente! Eu estava apontando e ele… e ele…!
— Você o matou sua maldita!
Olho para ela.
— Era para você ter morrido e não ele, você! — pego a arma do chão. Ando em sua direção. — Mas vou consertar isso!
— O que você vai fazer? Não, por favor! Não faça isso! Nããão!
Aponto a arma pra cabeça dela e atiro, acabando de vez com a vida dela. Sento no chão e fico ali, ao lado do corpo de Ed.
— Preciso me livrar dos corpos! Eu sinto muito Ed. Eu precisava te ouvir, mas não o escutei. Vou carregar para sempre a culpa de não ter te dado ouvidos. Espero que um dia possa me perdoar. Meu amor! Eu sempre vou amar você, sempre e para sempre! Vou terminar isso e depois vou me entregar. Eu te prometo.
Terminei de enterrar os corpos e vi no relógio marcando 2:30 da manhã. Precisava seguir com o plano. Não podia mais desistir, não agora. Ed estava morto!