Amor tem Gênero? Cap.18 - Um Passeio Pelo Passado

Um conto erótico de Kyle Cristopher
Categoria: Homossexual
Contém 1847 palavras
Data: 12/03/2018 22:04:10

Acabei não resistindo e decidi postar logo, esse capítulo é diferente dos demais

Espero que gostem

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Acordo com o barulho ensurdecedor do meu despertador. Ah que ótimo, mais um dia naquele inferno que chamam de escola. Eu sei que é normal uma criança de 9 anos achar a escola um lugar insuportável, mas para mim é realmente meu inferno pessoal. Me levanto, tomo meu banho e faço minha higiene matinal. Desço as escadas sem ânimo e encontro meus pais e minhas irmãs Kiara e Kemilly sentados à mesa tomando café. (Nunca entendi essas expressões, eles não estavam sentados na mesa e sim nas cadeiras e o único que tomava café era meu pai, os demais tomavam suco ou leite.) Vou até minha mãe e dou um beijo nela

Eu: Bom dia

Mãe: Bom dia meu amor, acordou um pouco tarde hoje.

Eu: Acabei ficando acordado até tarde ontem.

Mãe: Não faça mais isso, da próxima te acordo com um balde de água fria.

Eu: Tudo bem mãe.

Olho para meu pai do outro lado da mesa, ele está tomando seu café e nada fala como sempre.

Eu: Bom dia pai

Pai: Bom dia.

Era tudo o que ele falava para mim. Desde a morte de Brann ele mudou bastante comigo, antes ele era muito carinhoso, sempre brincava comigo e agora ele mal me olha, mamãe nega mas eu sei que ele me culpa pela morte de Branndon assim como o restante da família.

Terminei meu café e subi para escovar os dentes e pegar minhas coisas, o motorista já esperava com o carro ligado na frente de casa, me despedi de meus pais e corri para o carro.

Primeiro passamos no colégio de minhas irmãs e em seguida fui para o meu. Eu estudava em colégio extremamente caro que segundo meus pais me daria a melhor educação possível. Infelizmente nem todos eram educados lá. No início era tudo muito legal, tinha muitos amigos e todos gostavam de mim. Porém depois que meu irmão morreu tudo mudou.

Entrei na minha sala de aula, tinha poucos alunos ainda, conforme eu passava as pessoas desviavam o olhar de mim, algumas cochichavam. Era isso todo dia. Após o sinal tocar meu professor de matemática e diretor de nossa turma entra para dar um aviso.

Professor: Bom dia turma, como todos sabem o dia do exame de nivelamento está chegando e todos devem estar afiados para que nossa turma tenha uma boa pontuação. Então decidi que hoje vocês assistiram a aula de português da professora Raquel junto com os alunos da turma dela, a mesma concordou desde que eu fizesse o mesmo por sua turma. Então todos peguem seus materiais e sigam para o auditório.

Todo ano tinha isso, tínhamos que fazer uma prova para medir o nível de cada turma para assim ser definida uma hierarquia idiota que segundo os professores estimulava a competição saudável fazendo com que os alunos estudassem mais. A professora Raquel era a mais rígida de toda a escola, era famosa por fazer os alunos passarem por idiotas em frente à toda a turma.

Chegamos ao auditório, me sentei na cadeira da frente, apesar de tudo eu gostava muito de estudar e queria absorver tudo que aquela mulher pudesse me ensinar.

Todos se sentaram longe de mim (pra variar). A professora Raquel entrou, se apresentou e começou a dar sua aula, eu ficava fascinado com a segurança que ela falava do conteúdo, desejava poder ser como ela nesse aspecto. De repente ouvimos o barulho da porta se abrir e um aluno entrar correndo no auditório, seu cabelo estava molhado de suor e ele estava ofegante. Eu nunca havia visto ele, provavelmente era novato.

Garoto: Desculpe pelo atraso professora, eu tinha ido no banheiro e acabei não vendo o aviso de que a aula ia ser aqui no auditório.

Raquel: Senhor Erick o senhor tem algum problema de bexiga? Sempre chega atrasado em minhas aulas por conta de sempre estar indo no banheiro. Meu caro eu sinto lhe informar que você não irá longe dessa forma, o senhor não tem atendido aos padrões desta escola e sinto ser minha obrigação recomendar sua remoção de minha turma, não é nada pessoal mas eu não permito mongolóides em minhas classes, sempre foi dessa forma. Doa a quem doer.

Nesse momento toda minha admiração por ela se foi, como pode uma pessoa dotada do discurso ser tão deplorável?

Todos da turma dela riam de seu colega, enquanto os de minha turma fingiam nem estar ali e agradeciam por não ser um deles.

Olhei para o garoto que estava vermelho, os olhos cheios de lágrimas, não me contive e me levantei

Eu: Com licença professora gostaria de fazer algumas observações.

Raquel: Pois não meu jovem.

Eu: Em primeiro lugar não se diz foi NO banheiro, se diz foi AO banheiro. Até porque a senhora não vai montada no banheiro para lugar nenhum não é?

Em segundo lugar não se diz Doa A quem doer, porque se dói, dói em alguém e não em algo, então o correto seria Doa EM quem doer.

Em terceiro lugar uma mera professora não tem o direito de afastar um aluno somente porque acha que ele não está no nível imaginário que ela mesma criou.

Mas claro como a excepcional professora que a senhora é eu não preciso dizer nada disso, pois a senhora já é ciente de todas essas coisas.

Nessa hora toda a turma se calou, não se ouvia um grilo sequer, eu podia ver o odio nos olhos da professora Raquel, mas a cama já estava feita e iria me deitar nela.

A professora Raquel olhou para toda a turma e disse

Raquel: Sente-se Erick, turma vamos continuar com a aula.

Por mais orgulhosa que a professora Raquel fosse ela sabia que minha família era a maior benfeitora da escola e não poderia arriscar seu emprego.

O garoto que agora eu sabia que se chamava Erick sentou-se ao meu lado e prestou atenção ao restante da aula. Quando a mesma terminou e saímos para o intervalo ele veio atrás de mim

Erick: Ei eu queria te agradecer por ter me ajudado lá no auditório. Sou o Erick.

Eu: Não foi nada, e prazer meu nome é Kyle.

Depois desse dia nos tornamos grandes amigos, sempre onde um estava o outro estava junto. Dormíamos um na casa do outro, éramos como irmãos.

Um dia na escola, ja estávamos com 14 anos, durante o intervalo nós conversavamos

Erick: Ei Pitty

Eu: Erick já disse que não gosto de apelido

Erick: Mas é a abreviação de PitBull, porque você é como um, se não tomar cuidado você arranca um braço ou uma perna fora com um golpe - e começou a gargalhar, ele sempre usava essa analogia que eu confesso se adequar bastante a mim. - To achando uma coisa estranha

Eu: O que?

Erick: De um tempo pra cá as pessoas daqui da escola começaram a me ignorar e não sei o motivo.

Eu: Hum

Erick: O que? Você sabe o motivo

Eu: Erick, é que...

: Olha o que temos aqui, aí Erick é melhor tomar cuidado, vai que ele decide te matar também - falou Henrique o filho de uma amiga de minha tia Cristina, que após ouvir uma conversa de minha tia com sua mãe contou para a escola toda que eu havia provocado o acidente só para matar meu irmão e ficar com o dinheiro de meu avô só para mim. Foi por culpa dele que minha vida na escola virou um inferno. Todos me evitavam ou por medo de mim ou por raiva e nojo. E agora estavam começando a fazer o mesmo com Erick.

Erick: Do que está falando Henrique?

Henrique: Ué Kyle, você não contou pra ele? Que feio

Eu: Henrique porque você não vai dar sua bunda durante uma três horas pro seu negão? Vai se ferrar cara e me deixa em paz

Henrique saiu gargalhando, ele havia conseguido o que queria, me irritar

Erick: Pitty, do que ele tá falando?

Eu: Olha Erick eu vou te explicar tudo...

Após explicar toda a história para ele eu fico calado esperando ele similar tudo

Erick: Nossa, que louco tudo isso. Mas como alguém pode acreditar que você seria capaz de matar seu próprio irmão? Você é a pessoa mais gentil que eu já conheci, você é a melhor pessoa do mundo. Eu te prometo que vou estar sempre do seu lado pra te ajudar e sempre que você cair eu vou estar aqui pra te levantar.

Eu: Obrigado Erick, fico muito feliz por isso.

Nesse momento ele me abraça forte e diz

Erick: Eu te amo Pitty

Eu: Eu também te amo meu irmão

O tempo foi se passando e as provocações só aumentavam. Quase todo dia pixavam assassino no meu armário, diziam que ou eu mataria o Erick ou ele viraria um assassino como eu. Aquilo doía muito, mas enquanto eu tivesse meu melhor amigo comigo tudo daria certo.

As pessoas continuavam a ignorar ele cada vez mais, até que teve um dia que eu não o encontrei na hora do intervalo, nem na hora da saída. Achei que ele estivesse muito ocupado, então fui para casa. A tarde ele foi para minha casa e jogamos, comemos e conversamos bastante, ele dormiu em minha casa e foi tudo ótimo. Mas na escola eu não o encontrava, passei a ficar sozinho novamente nos intervalos, era como se ele me evitasse. E os dias foram passando e não o via mais nem fora da escola. Até que um dia no intervalo do colégio eu o encontrei numa roda de amigos, todos conversando animados, até que me viram e ficaram sérios, percebi que Henrique estava no mesmo grupo, estranhei o fato de Erick estar conversando com ele, mas tudo bem.

Eu: Erick nós podemos conversar?

Ele se levantou, veio em minha direção e me puxou pelo braço.

Henrique: CUIDADO PRA NÃO SER MORTO ERICK - todos começaram a gritar.

Erick: Fala Kyle.

Eu: Mano, o que aconteceu? Você sumiu, a gente nunca mais conversou durante os intervalos, você nunca mais foi lá em casa. Tá tudo bem?

Erick: Kyle nós não podemos mais ser amigos, nossa amizade não é certa. Eu não vou ficar sendo ignorado por todo mundo porque eu ando com o cara que matou o próprio irmão e...

Eu: O que você disse? Você falou que eu matei meu irmão? Não, isso não te acontecendo. Erick você é meu melhor amigo, meu irmão de coração. Você sabe tudo sobre mim, como você pode me dizer isso?

Erick: Me desculpe Kyle, não foi minha int...

Eu: Não, foi sim, você disse exatamente o que queria. Se é assim que você quer então que seja, não precisa mais se incomodar em ter que falar com o assassino da escola. Mas fique sabendo que a partir desse momento você morreu pra mim, ouviu bem? MORREU e espero que faça bom proveito dos seus amiguinhos. Vamos ver quanto tempo eles vão estar com você.

Alguns dias depois eu pedi a minha mãe para me transferir de colégio.

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Comentários

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Que tristeza como as pessoas são ruins. Ser jovem burro e querer se enturmar é normal mas falar que o amigo matou p,irmão mesmo vendo o sofrimento do,mesmo dia a dia e conhecendo,ele a fundo não tem perdão. Eu jamais perdoaria e Erick ainda teve a coragem de dizer que essa magoa ficou no passado? Eita, que babaca dos infernos!

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GRANDE IDIOTA O ERICK. PARECE PIOLHO, VAI NA CABEÇA DOS OUTROS. BABACA. TEM QUE SE FERRAR. ERICK NÃO MERECE SER SEU AMIGO. MAS CALMA QUE O TEMPO DIRÁ.

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