FAZENDA AMANHECER
Chego a porteira da fazenda e sou recepcionado por Fernando que está com uma regata branca cravada em seu corpo realçando seus músculos e seu peitoral peludo.
Fernando: Entre Pietro, tenho algo a te mostrar, mas antes preciso conversar com você. Pietro desiste dessa vingança por favor, isso não vai dar certo.
Pietro: Com que direito você me pede para fazer isso? – digo exaltado, ele não é ninguém para me pedir isso.
Fernando: Pela história que a gente tem, tudo que a gente viveu Pietro, você sabe que isso não vai te fazer bem – Fernando se aproxima de mim por trás e começa a roçar sua barba em meu pescoço provocando arrepios.
Pietro: Fernando por favor, não faz isso.
Fernando: Eu te amo – Fernando me agarra e me beija enlaçando nossas línguas em um beijo quente, com luxuria. Não consigo me controlar e me rendo por completo ao momento subindo em seu colo sentindo sua ereção roçando minha bunda, tiro sua camisa e começo a beijar seus mamilos já protuberantes, escuto vozes vindo de longe e me desvencilho de Fernando que veste sua camisa rapidamente.
Amanda: Fernando onde você está?
Fernando: Aqui Amanda na entrada da fazenda.
Amanda: Até que enfim te achei né Fernando e esse do seu lado quem é? – a cara dela ao me ver foi uma mistura surpresa e dor e mesmo após anos longe e muitas mudanças ela me reconheceu logo – Não, não pode ser! É você mesmo Arthur?
Pietro: Sim Amanda – as lágrimas começaram a rolar pela minha cara ao receber o abraço da minha amiga, aquela confidente de sonhos e desejos que o Arthur tinha a 15 anos atrás.
Amanda: O que aconteceu Arthur porque você sumiu de repente, a gente te procurou por tanto tempo em todos os lugares, me explica amigo – Amanda ainda me abraçava e contava com desespero todo o tempo que eles me procuraram.
Fernando: Amanda a história é muito longa e cheia de revelações, acho que é melhor você e o Pietro conversarem lá dentro.
Amanda: Como assim Pietro? – ela olha para mim sem entender o que Fernando estava falando.
Pietro: Vamos entrar, lá dentro eu te explico.
EMPRESA DE LATICÍNIOS
Marisa: Pedro essa situação está insustentável, minha relação com o Thiago só piora, tem a Diana que voltou agora e só me dá dor de cabeça, sua mãe apoiando aquele viadinho do enfermeiro em tudo que ele faz. NÃO DÁ! – Marisa como sempre alterada chega na sala de Pedro gritando.
Pedro: Primeiro se aquieta que esses seus chiliques não resolvem nada, aí depois a gente conversa. – Pedro mantem sua pose imponente na cadeira.
Marisa: Eu vou me separar do Thiago e a gente vai ter que assumir o que existe entre nós não tem outra solução – diz sentando-se no colo de Pedro.
Pedro: Como é? – Pedro começa a gargalhar e tira Marisa de seu colo, sentando-a em outra cadeira. – Você acha que um dia o que a gente tem vai ser descoberto? Se depender de mim isso nunca vai acontecer.
Marisa: Ah vai sim, esse é o momento ideal. A Alina já te largou mesmo, a gente se junta e toma todo o dinheiro pra gente e se for preciso a gente foge nem que seja para a China.
Pedro: Então foi você que contou para a Alina o que tinha entre a gente sua desgraçada – Pedro desfere um tapa na cara de Marisa antes que ela tente responder à pergunta, Marisa cambaleia e cai no chão, mas logo se levanta e também golpeia Pedro.
Marisa: Claro que não seu louco, e nunca mais tente me bater ou isso não vai acabar bem – Marisa ameaça Pedro que enfurecido põe ela para fora da sala.
Pedro: Se você acha que eu vou te assumir tá muito enganada sua louca, saí daqui agora – Marisa sai da sala irada e agradece pela empresa estar vazia e ninguém presenciar o que aconteceu.
FAZENDA AMANHACER
Amanda: Me conta tudo o que aconteceu Arthur porque você sumiu durante esses quinze anos? – Amanda, Fernando e eu sentamos no sofá da sala, busco com olhares por Estela, mas pelo visto ela não está na fazenda.
Pietro: A história é longa Amanda te peço que só me escute e depois se você conseguir falar algo tu fala. Naquela noite você sabe que eu fui em direção a casa sozinho, quando já estava chegando perto de casa um carro parou e me ofereceu carona, no carro estavam Thiago, Pedro, e André, os três irmãos Montenegro. Percebi que eles estavam embriagados e não aceitei a carona, mas isso provocou a ira de Pedro – as lágrimas voltaram a descer dos olhos, Amanda tentou falar algo, mas não permiti – Só me escuta Amanda, o pior veio depois, eu tentei correr, mas eles estavam de carro e minha fuga era impossível. Pedro me pegou a força e me jogou no carro, André além de bêbado estava drogado e com meus gritos de socorro me deu um soco na cara que fez com que eu desmaiasse, só vim acordar novamente com uma forte dor, eles estavam me estuprando, tirando todos os sonhos que um dia tive, tudo, tudo tinha acabado ali – meu choro era descontrolado e Amanda me abraçou, tenteei me conter para terminar de falar e justificar minha volta – Tudo foi rápido para eles, mas aquele momento para mim foi o divisor de aguas, naquele dia o Arthur morreu. Eles me deixaram ali largado minha sorte foi um anjo que surgiu naquela mesma estrada, Caio Alencar, ele me ajudou, me levou ao hospital, cuidou de mim e após tempos no hospital me acolheu no seu lar junto de sua esposa Lucrécia, com a ajuda deles me tornei Pietro Alencar Becerra, realizei o sonho do Arthur. Me tornei enfermeiro do Hospital Sant’ Ana e nesses últimos quinze anos tudo girou em torno e um proposito: me vingar dos Montenegro, por isso voltei – o que antes estava contando com tristeza se tornou ódio, mas dentro de mim também tem algo de alegria, rever a Amanda após quinze anos é algo inexplicável.
Amanda: Meu Deus Arthur ou Pietro sei lá, eu não sei nem o que te dizer amigo – Amanda me olha com muita tristeza e pena em seu olhar e agora era eu que a consolaria.
Pietro: Não fica assim amiga, tudo que passou foi muito doloroso, mas com muita ajuda me mantive de pé e hoje com muita coisa vivida só vou conseguir dormir direito quando destruir por minha conta todos os Montenegro.
Amanda: Pietro não é querendo te desanimar, mas você acha que vai conseguir destruir eles? Eles têm muito poder sobre tudo aqui.
Pietro: Fácil não será Amanda, mas eu vou tentar até o final nem que no final eu saia perdendo.
Fernando: Eu já disse a ele pra largar tudo isso e continuar seguindo a vida.
Pietro: Eu já disse que ninguém vai me parar, me desculpem, mas essa vingança continuar, eu já comecei e não pararei na metade. Mas vamos mudar o assunto, Amanda me conta o que aconteceu com você nesses quinze anos, que mulherão você se tornou. – Sorrio para ela para mudar a áurea do ambiente.
Amanda: Muita coisa na minha vida mudou também nesse tempo, todas muito boas e importantes.
Fernando: Vou fazer um café para a gente tomar enquanto vocês conversam. A Estela foi fazer uns exames então eu vou lá fazer. – Fernando interrompe nossa conversa e descubro o porquê de Estela não estar ali.
Amanda: Eu me casei com Diego tu acredita?
Pietro: Sabia, aquelas brigas de vocês era muito amor envolvido – rio, sabia que isso deveria ter acontecido. O Diego e a Amanda brigavam muito, mas eles se amavam ainda mais.
Amanda: E ainda tem mais, eu engravidei a três anos atrás e nasceu os bens mais preciosos da minha vida meus filhos gêmeos Dom e Matias – quando a Amanda me falou que teve filhos meu sorriso que já estava formado aumentou ainda mais. A felicidade dela era resplandecente e isso passava para mim. Fernando volta com o café e ao ver a gente sorrir também sorri e olha para mim com ternura, a Amanda percebeu, mas fingiu que nada aconteceu.
As horas passaram rápido a conversa foi ótima, mas já estava na hora de voltar para a fazenda. Me despedi de Amanda e do Fernando com um abraço, o Fernando foi um pouco mais ousado e me deu um beijo próximo da boca, mas não dei trela e fui embora.
FAZENDA MONTENEGRO
Cheguei a fazenda já no início da noite, Thiago estava na sala o cumprimentei e ele me falou que a Dona Catarina já estava em casa. Decido ir ao seu quarto ver como ela está.
QUARTO DE CATARINA
Pietro: Com licença Dona Catarina, posso entrar – bato na porta do quarto pedindo permissão para entrar.
Catarina: Entre queridinho – sua voz era sonolenta, talvez por conta da sobre dose que ela tinha tomado de remédios nas últimas horas.
Pietro: Desculpe atrapalhar a senhora e por não poder ter ficado com a senhora no hospital.
Catarina: Não se preocupe com isso queridinho você também tem seus momentos de descanso. E cuida muito bem de mim aqui em casa.
Pietro: Falando em cuidados a senhora precisa tomar alguns remédios a mais – digo olhando a nova prescrição medica que foi receitada – inclusive deve tomar um agora – pego o remédio e a água para a senhora que o toma rapidamente. Decido deixar ela descansar mais e vou tomar banho. – Até daqui a pouco senhora.
QUARTO DE ANDRÉ
Com o mal momento que a mãe passou André teve uma recaída e voltou a se drogar e começou a se recordar do que aconteceu a quinze anos atrás. Pedro entra no quarto e André começa a chorar.
André: Tudo isso é culpa sua Pedro!
Pedro: Claro, porque eu te forcei a comer o viadinho do Arthur. Você tem a mesma culpa que eu, então não vem se fazer de santo agora porque não cola.
André: É culpa sua sim, se você não tivesse parado o carro nada daquilo ia acontecer, tudo seria diferente, a gente não ia ficar com esse peso na consciência.
Pedro: Peso, que peso? Eu não tenho nenhum peso na consciência tenho certeza que o Arthur achou foi bom, a gente fez o que aquele frouxo do Fernando não fez.
André: Você é um merda.
Pedro: Cala a boca drogado de merda. – Pedro aperta o pescoço do irmão e continua falando sobre aquela noite – Quem saiu perdendo nessa história toda foi o idiota do Thiago que não comeu o cuzinho do Arthur, ele tava bêbado demais que nem conseguiu sair do carro e não lembra de nada daquilo.
Aos prantos eu escutava tudo aquilo com ódio do que esses desgraçados fizeram e ainda descobri que o Thiago não participou do estupro e nem deve saber que isso sequer existiu, tudo mudará.
CONTINUA...