SANGUE RUIM – Parte 01
Era um bar na zona portuária da cidade. Na verdade, um inferninho. Ele já estava na quinta cerveja. Terminaria a que estava tomando e iria embora. Voltaria para a pensão barata, onde costumava se hospedar. Mas não antes de almoçar. Olhou para o velho relógio de pulso, ainda de ponteiros, e conferiu a hora: ia dar uma da tarde. Faltavam poucos minutos. Então, chamou a garçonete. Atendeu-lhe uma negra jovem, mas tão magra que parecia estar aidética:
- Quanto foi aqui?
- Dona Solange pediu que não te cobrasse. Que você poderia tomar quantas cervejas quisesse. Depois, ela mesma vem acertar as contas.
Ele pareceu nem ouvir o que a prostituta estava dizendo. Botou a mão no bolso e tirou algum dinheiro. Jogou em cima da mesa e disse:
- Pode ficar com o troco.
- E o que digo à patroa?
- Nada. Aliás, diga-lhe que depois eu volto aqui. – Disse o mulato de quase dois metros de altura.
Levantou-se e caminhou em direção à saída do puteiro com passos seguros, como se não tivesse bebido. Quando cruzou a porta de saída, a negra gritou:
- Vai para o chinês, como costuma ir a essa hora?
Ele não respondeu. Mas, pouco depois, entrava num restaurante chinês, duas quadras depois. Sentou-se a uma das mesas e pediu:
- O de sempre. De preferência, que eu seja atendido pelo dono, pois ouvi dizer que quer falar comigo. – Disse para uma atendente de olhos repuxados, com cerca de quarenta anos de idade. Ela o atendeu sem muito entusiasmo, e sem a costumeira amabilidade com os clientes. Ainda falou, em voz alta, para que todos os clientes ouvissem:
- O badron non se enconta. Non vô te servi. A meno qui pague ontes.
Ele não retrucou, apesar de todos os olhares se voltarem para ele. Pegou um cardápio na mesa ao lado, sem nem mesmo pedir aos seus ocupantes, e deu uma olhada. Pediu um macarrão shop suey. A chinesa fez que não ouviu o seu pedido, indo atender outro cliente numa mesa mais distante. Mesmo assim, ele não se alterou. Quando a mulher, no entanto, veio com um prato do macarrão, para servir em outra mesa onde estava um casal, ele levantou-se e lhe tomou a bandeja com a comida que ela vinha trazendo. Mas a coroa puxou a bandeja de volta, derrubando toda o shop suey no chão. Antes do homem reagir, ouviu-se uma voz:
- Deixar, Ming. Eu cuidar dele.
- Mas a patron disse...
A jovem, de cerca de vinte anos, também de olhos repuxados, fez um sinal, pedindo que a outra se afastasse e limpasse o piso. E sentou-se à mesa do negro, que aparentava ter o dobro de sua idade. Ele abriu-lhe o seu melhor sorriso. Disse:
- É um enorme prazer desfrutar de tua companhia. Pensou em minha proposta?
- A resposta é a mesma: sou comprometida e vou me casar em breve. Além disso, já disse que não gosto de você. – Disse ela, agora falando num excelente português.
- É uma pena. Eu te foderia, assim mesmo. Cadê teu pai?
- Deve estar vindo. Foi comprar algumas coisas e já era para estar aqui.
- Estou com fome. Já que não posso te comer, posso pedir um macarrão?
A jovem chamou a garçonete e ordenou, em chinês, que ela trouxesse outro shop suey. Depois, falou:
- Não saia antes de meu pai vir. Não precisa pagar pela comida, dessa vez.
- E a que eu devo a gentileza?
- Meu pai quer algo de você. Ordenou-me que eu te tratasse bem. Mas que te impedisse de sair, caso comesse e quisesse ir embora.
-Então, estou lascado. Aquele velho não dá nada sem querer algo maior em troca. Sabe do que se trata?
- Sim, sei. Mas vou deixar que ele mesmo te diga. – Ela disse, levantando-se da mesa – E me dê licença, preciso atender aos outros clientes.
Ele ia dizer alguma coisa, mas viu o velho chinês, dono do restaurante, chegar. Tinha uns sacos de compras em cada mão. Disse, se dirigindo a todos no local.
- Tarde. Bem-vindo ao meu humilde casa. Chinês estar honrado. Brigado a todo.
Entregou os pacotes à garçonete e sentou-se à mesa do negrão. Desculpou-se.
- O senhor me desculpe o atraso. Queria falar urgente contigo. Já foi servido?
- Estou esperando o rango. Mas não sei porque insiste em falar errado minha língua, se sabe o português tão bem...
- É uma demonstração de humildade. O povo daqui gosta de nos ver falando errado. Bom para os negócios.
- Porra, é que isso me deixa com cara de otário. O que quer de mim?
- Você tem comido minha comida e tem ido embora sem pagar. Chegou a hora de acertarmos as nossas contas...
- Não tenho dinheiro. Nunca mais que consegui um bom biscate. Mas vou te pagar com juros, qualquer dia desses.
-Vou direto ao assunto: minha filha vai casar em breve. O noivo chegará esta semana da China, para os acertos finais do casamento. Preciso preparar uma recepção digna dele. Então, vou precisar de você.
- Pra quê?
- Ele adora carne de gato. Quero que você capture alguns e traga-os para mim. Quero preparar um prato à altura dele e de sua comitiva.
- Puta que pariu. Coitados dos bichanos. Tenho que trazê-los vivos ou mortos?
- O que preferir. Mas não quero que minha clientela tome ciência disso. A maioria é de brasileiros. E, se a Saúde Pública me flagrar, estarei em apuros.
- Entendo. Claro que irei trazê-los mortos. Mais fácil para mim. Pode ser hoje, depois da meia-noite?
- Já ia pedir isso. Então, sua dívida comigo estará paga.
- Fechado. Agora, deixe-me comer meu almoço, que a barriga já está roncando... - Disse ao ver que a garçonete já lhe trazia o prato.
Pouco depois, o cara estava de volta ao puteiro. Viera pensando onde encontrar os bichanos, para cumprir seu trato. Sentou-se na mesma mesa de antes. Mas, dessa vez, a própria dona da pensão o veio atender.
- Que bom que voltou -, disse a mulher gorducha, com cerca de sessenta anos de idade. Porém, sua pele enrugada no rosto e nos braços sugeriam bem mais – Pensou na minha proposta?
- Esqueci. Qual seria?
- Não se faça de filho da puta. Sabe muito bem do que estou falando...
- Ah, sim. Trepar contigo, em troca de moradia gratuita neste puteiro. Eu passo. Estou muito bem lá na pensão onde moro...
- Eu ficaria chateada com tua negativa, se não gostasse de você. Nenhuma mulher gosta de ser rejeitada. Sabe que sempre te desejei, desde que ainda era um pimpolho. Porém, estou precisando de umas bimbadas, rapaz. Ordens médicas. Ninguém mais procura uma velha, como eu, para foder. Então, estou de boceta ressecada e posso ter problemas de saúde, depois. Eu te pago...
Ele pensou um pouco. Depois, disse:
- Okay. Podemos dar umas. Se é mesmo por indicação médica, não precisa me pagar por isso.
Ela deu um largo sorriso. Depois, tentou beija-lo na boca. Ele recusou:
- Sem beijo na boca, por favor. Não beijo putas. Sabe muito bem disso.
- Está bem. Seja feita a tua vontade. Vou arrumar nosso quarto. Logo, mando te chamar...
Cerca de vinte minutos depois, ele entrou no quarto da mulher. Trazia uma garrafa cheia de cerveja na mão e um cigarro no bico. Ela já estava nua, esperando por ele. Pediu que se aproximasse da cama e tirou-lhe as roupas. Ele continuou bebendo e fumando. Ela assoviou, quando vislumbrou seu enorme cacete. Disse:
- Uau, garoto. Bem que me disseram que você tem um pau enorme. Antes que eu te foda, quero dar uma bela chupada.
- Vá em frente, mas não espere que te faça o mesmo. Não chupo putas. – Disse ele, cuspindo de lado.
Ela não lhe deu ouvidos. Atracou-se com o caralho e ficou lambendo todo o mastro. Depois, quando este estava molhado, concentrou-se na cabeçorra. O pau estava ainda mole, mas, pouco depois, foi ganhando tamanho e grossura. Ela sorriu e passou a masturba-lo, também. Não demorou a tê-lo em ponto de bala. Ele abriu mais as pernas. Jogou o cigarro no chão e depositou a garrafa numa mesinha, perto da cama. Apoiou-se melhor e segurou a cabeça dela com ambas as mãos. Ficou forçando a invasão do membro em sua boca, fazendo-a engasgar várias vezes. Então, ela pediu que ele ficasse parado. Em seguida, foi engolindo o mastro, até que não sobrasse fora da boca nenhum centímetro. Depois, ficou deglutindo com a goela, causando uma gostosa sensação ao rapaz.
- Vai, puta. Massageia também as bolas. Já estou quase gozando...
Ela balançou a cabeça e agitou o indicador, como se suplicasse que ele se prendesse. Ele voltou a segurar-lhe a cabeça com as duas mãos, fazendo movimentos para frente para trás, fodendo a goela dela. A mulher não mais se engasgou. Aguentava bravamente a invasão em sua garganta. Apenas babava com profusão, fazendo o líquido escorrer boca abaixo. Ele olhou para seus seios desnudos. Ainda eram razoavelmente durinhos, com os biquinhos enormes, duros, apontando para ele. Beliscou-os, e ela gemeu. Ele a empurrou com firmeza, mas de forma delicada, deitando-a na cama. Ela, imediatamente, dobrou as pernas e segurou-as com as mãos, facilitando a visão de sua vulva enorme. O talho, no entanto, era desproporcional ao sexo. Era pequeno, como uma boceta infantil. Ele apontou a cabeçorra para a entrada. Ela fechou os olhos e trincou os dentes. Pediu:
- Bem devagar, meu anjo. Quero sentir cada centímetro entrar em mim...
Ele cuspiu na mão e lambuzou o talho. Meteu um dedo, com cuidado. Ela era muito apertada, tal qual uma virgem. Quando ele conseguiu invadi-la com a cabeçorra, ela deu um gemido arrastado. Ele parou e deixou-a se acostumar com a penetração.
- Vai. Continua. Mas devagarzinho, por favor...
Ele retirou toda a peia, sob protestos dela. Untou-a, novamente, com saliva, e enfiou a trolha de novo. Entrou um pouco mais.
- Uiiiiiiiiiiii, gato. Assim mesmo. Está doendo, mas tá gostoso. Enfia mais...
Ele mais uma vez tirou tudo de dentro, e voltou a invadi-la cada vez mais profundo. Ela abriu-se mais, para acolher melhor o enorme caralho dele.
- Porra, que delícia. Enfia toda...
Ele respirou fundo, retirou alguns centímetros de dentro, depois forçou a introdução. Ela deu um grito. Ele sentiu algo se romper lá dentro. Também sentiu dor. Então, retirou tudo da bocetinha dela.
- Não... não... nãaaaaaaaaaaaaao...
Ele olhou para a sua peia. Sangrava. O cabresto havia rompido. Ardia muito. Ela abriu os olhos e viu o sangue pingar. Disse:
- Põe de volta, que para de doer e de sangrar, meu anjo. Agora. Já...
Ele fez o que ela pediu. De fato, a ardência não demorou muito. Ele tinha a metade da pica socada nela. Então, quando diminuiu bastante a dor, empurrou tudo de uma vez só. Ela não gritou. Apenas abriu desmesuradamente a boca e os olhos, como se a cabeçorra da rola tivesse chegado até ali.
- Soca. Soca, meu nego. Soca e bombeia. Soca... soca... socaaaaaaaa...
Ele iniciou os movimentos de cópula. A cada estocada, ela dava um gritinho. O negrão aumentou a velocidade das estocadas. Ela acompanhava o ritmo com gemidos. Aí ela pediu:
- Goooooooooza... goza agora... goz...
E ele esporrou dentro dela, numa gozada cavalar. Ela fez um ruído quase inaudível, como se estivesse sem voz. Depois, agarrou-o pelas ancas e entrou num ritmo frenético, até que ela mesma chegou ao orgasmo.
Fim da primeira parte