Mas uma vez a ligação caiu sem nem ter chance de perguntar algo. Mas como ele sabia que eu estava em um ponto de táxi? Olhei em volta procurando alguém me seguindo mas obviamente não encontrei nada, entrei no táxi e fui pro meu apartamento.Chegar no meu apartamento foi muito fácil, difícil seria dormir ou esperar até o próximo dia.
Do meu apartamento eu sabia que não podia sair porque certamente eu estava sendo observado, celular eu não arriscaria usar porque podia estar grampeado. Eu sabia que aquele não era um sequestro relâmpago, eles sabiam exatamente quem pegar, o que falar e a quem chantagear então eu teria que estar um passo à frente deles. Os interfones do meu prédio eram de uma rede isolada e dele eu conseguia chamar a portaria e falar com o seu Alamir.
Eu: Boa noite seu Alamir, estou com problemas e não posso usar meus telefones e nem sair do meu apartamento, preciso de um grande favor do senhor.
Alamir: Boa noite meu filho, é sério é? Pode falar o que tu precisa?
Eu: As escadas não tem câmera ou sistema de vigilância, certo?
Alamir: Não senhor, nem o hall de serviço dos andares.
Eu: Perfeito! Eu preciso que o senhor suba até o andar debaixo, traga um celular e me espere ali, mas por favor não fale com ninguém.
Alamir: Tudo bem meu filho, já tô subindo.
Quando seu Alamir chegou peguei seu telefone emprestado e fiz algumas perguntas sobre os últimos dias de movimentação no prédio, ele não relatou nada que tenha chamado a minha atenção. Pedi que ele voltasse para a portaria mas que ficasse e me apontasse somente pelo interfone se ele visse algo suspeito. Seu Alamir desceu e liguei para Natália, minha amiga e funcionárias da empresa.
Eu: Oi amiga.
Natália: Menino onde tu se meteu que saiu cedo da emprgesa hoje.
Eu: Uma história meio longa, mas agora não posso contar. Eu tô em apuros, sequestraram o Eduardo e eu tenho certeza que o objetivo é me atingir. Eu preciso da ajuda daqueles teu amigos, será que rola?
Natália: Ai amigo tu sabe que eu sai dessa locugage né, mas eles me devem bastante favogues e eu não seguia nada senão fosse tu, o que tu pgrecisa?
Eu: Então, queria uma busca pela rede deles, mas sem fazer alarde, pra saber quem é o responsável pelo sequestro.
Natália: Tu sabe que é procugar agulha em um palheirgo né, mas vou vê o que eu posso fazer.
Eu: Seguinte se tu precisar me mandar mensagem, manda nesse celular aqui, não manda nem um oi no meu número normal.
Antes de eu conhecer a Natália ela namorava um dos caras que controlava o tráfico de drogas da região, e na semana que eu a conheci ele tinha sido morto em um acerto de contas com um quadrilha rival. Por ser uma pessoa extremamente do bem, ela era querida pela comunidade, foi liberada e deixou toda essa vida pra trás. Natália agora era a única esperança de eu conseguir me antecipar as atitudes dos sequestradores.
Aquela noite parecia passar a passos de tartaruga, já havia passado mais de 5 horas do sequestro e mais nenhum contato. Até que o celular do Seu Alamir toca, era Natália.
Natália: Amigo pelo que me falaram, foi um sequestro na via expressa sem violência, levaram o menino pro cativeiro mas foi pago valor extra para não vazar informações além dessas que eu te falei, meu contato era de confiança e ele realmente disse que não sabia de mais detalhes.
Quem me odiava a ponto de fazer tudo isso? O que essa pessoa tanto queria de mim? Era dinheiro? Essas perguntas não saiam da minha mente, a cada minuto eu ficava mais apavorado, eu estava tão exausto depois de tudo isso que acabei adormecendo no sofá. Acordei com uma notificação de mensagem no meu celular já passava das 6hs da manhã, era um número desconhecido, recebi várias fotos onde aparecia Eduardo com hematomas no rosto, ele parecia ter levado alguns socos na boca e na região do olhos. E logo abaixo a mensagem.
Sequestrador: Teu namoradinho não quis seguir com o plano, então ele teve que pagar. Agora depende de ti se ele vai sobreviver ou se vai virar comida de peixe. 100 mil reais em espécie. Tens até 21hs pra juntar a grana e vir pessoalmente no local que for informado. Caso contrário ele já era.
Eu: Qualquer soma que eu for sacar acima de 20 mil reais vai levantar suspeitas, não tenho como conseguir esse valor em menos de 24hs.
Foi então que o telefone tocou.
Sequestrador: Então a parada é a seguinte, tu trás o 20 mil reais que nos liberemo o garoto. No mesmo horário 10 minutos antes eu te ligo pra passar o local.
Apesar de ter achado estranho essa mudança no valor do resgate imaginei que eles sempre vão pedir mais do que realmente querem, passei a acreditar que se tratava somente de um sequestro relâmpago.
Passei o dia envolvido e apreensivo com tudo que estava acontecendo que nem fui pra empresa, avisei a Luana que não atenderia telefone e que não viessem me procurar, qualquer compromisso que fosse reagendado.
Conforme o combinado às 20:50 recebi uma ligação:
Sequestrador: E aí, levantou a grana?
Eu: Sim consegui 25 mil!
Sequestrador: A gente se encontra em 30 minutos no estacionamento da passarela.
Eu: Ok, estou a caminho.
Peguei o dinheiro, peguei meu carro e fui rumo ao resgate. Avisei Natália que se eu não retornasse a ligação dela em 40 minutos, ela poderia chamar a polícia e mandar toda a polícia pro local. Em menos de 30 minutos cheguei no estacionamento e estacionei num local mais reservado atrás das arquibancadas. Logo em seguida um furgão estacionou próximo e um dos sequestradores desceu.
Sequestrador: Trouxe o dinheiro?
Eu: Sim, tá aqui, mas cadê o Eduardo?!
O homem fez um sinal com a mão e a porta da van se abriu, o outro sequestrador desceu e mostrou Eduardo dentro da van com a camisa toda suja de sangue e com o rosto bastante inchado. Larguei a bolsa no chão e sem nem pensar corri na sua direção, só parei ao ouvir um disparo. Atônito sem saber a direção do disparo olhei para Eduardo, mas graças a Deus ele estava bem, naquele momento senti minha vista escurecer, minhas pernas ficaram moles, olhei para baixo e vi que minha barriga estava sangrando, o alvo do tiro tinha sido eu.
Galera ta dando tudo errado pro Pedro e pro Eduardo. Mas como diz aquele ditado: “Depois da tempestade, vem a bonança”. Que assim seja então. Os capítulos tão ficando meio curtos pelo motivo, tô sem tempo AAAAAAAAAAA que droga. Me perdoem torturar vocês assim.
Beeijos
Little Boy: Parece que quando vem, vem tudo junto né. Mas prometo um bônus por fazer vocês sofrerem tanto.
Healer: Eduardo tem uma parcela de culpa, mas também não é um monstro.
Sharon Martins: A vida e seus mistérios né. Mas logo logo as coisas devem melhorar. A pergunta é realmente essa: que diabos o Vitor tem contra o Pedro.
VALTERSÓ: Eduardo só tá no meio do furacão, já já ele decide o lado.