Eduardo: Pedro, se tu estiver me escutando só quero tu saiba que eu não sei como aconteceu, mas eu me apaixonei perdidamente por ti. Eu não quero te perder, eu te amo.
Nesse momento abri os olhos lentamente e falei com uma voz rouca e baixinha:
Eu: Eu também te amo Dudu!
Nós aproximamos e demos um beijo selando aquele momento. A enfermeira chegou no quarto para ministrar uma medicação e disse a Eduardo que ele não poderia ficar mais muito tempo pois eu precisava descansar. Nos despedimos com mais um beijo e ele foi embora. Mesmo estando no hospital em recuperação notei que o Eduardo tinha em seu rosto uma feição preocupada, como quando alguém tem algo grave pra te contar mas não sabe se aquele é o momento. Em toda a minha vida sempre fui uma pessoa aberta ao diálogo, mesmo quando a pessoa erra eu penso que ela tem ao menos o direito de se justificar e com o Eduardo não seria diferente.
Fui informado pela enfermeira que o delegado iria me fazer uma visita para conversarmos sobre o sequestro e sobre tudo que tinha acontecido, e disse que não teria problemas. Já era quase final da tarde quando o então o delegado responsável pela investigação chegou no meu quarto, por sorte ou azar o delegado era um amigo colorido que eu tive nos tempos da faculdade, mas conseguimos manter uma boa amizade. O Rafa me contou sobre o que a polícia já sabia sobre o caso, me perguntou se eu lembrava de algum detalhe da minha vida que pudesse apontar o que motivou a pessoa a fazer tudo isso, e por mais que eu tentasse me lembrar de algo, não consegui.
Eu: Cara tu me conhece, sabe que eu sempre fui amigo de todo mundo, apesar do meu tamanho eu nunca me envolvi em brigas ou algo parecido.
Rafael: Então Pedrinho estamos procurando alguma ligação desse sequestro e o atentando que tu sofreu aquela vez, e ao que tudo indica existe uma relação sim, só temos que descobrir qual é.
Eu: Rafa tu já falou com a minha mãe? Mano olha só que louco, na mesma semana que eu sofri o atentado ela surgiu com a ideia maluca de se afastar da empresa, e eu naquela época não fiz uma ligação entre o atentado e essa vontade repentina dela de sair da empresa, mas agora faz sentido … e muito.
Rafael: Ela pode ter sido coagida. Mas aí pra que tirar ela e te colocar no lugar? Não faz muito sentido.
Eu: Não sei, mas tem alguma coisa ligando tudo, tem mais o Erick lembra? Que desviou aquela verba, ele era muito burro pra fazer tudo aquilo, tem alguém por trás orquestrando tudo isso.
Rafael: Bom, já rendeu alguma coisa nossa conversa. Agora vou deixar tu descansar.
Eu: Mais uma vez obrigado Rafa, por tudo sempre!
Rafael: Que isso cara, faço com maior prazer.
No momento em que o Rafael deixou meu quarto peguei meu celular e liguei para o Eduardo.
Eu: Oi Dudu, a gente precisa conversar, tem como você vir no hospital?
Eduardo: Tem sim, mas tu tá bem? Aconteceu alguma coisa?
Eu: Não eu to bem sim, é que eu percebi que tu tens algo pra me contar, tava escrito na tua testa. E eu quero saber o que é.
Eduardo: Tudo bem, daqui a pouco chego ai.
Eu: Sem problemas, já to aqui a um mês mesmo, uma hora a mais outra menos.
Cerca de umas hora depois ele chegou, entrou no quarto ressabiado, cabeça baixa e assim ficou.
Eu: A gente precisa ter uma conversa clara, e sincera sem receios ou segredos.
Eduardo: Eu só quero te pedir uma coisa?
Eu: Ok, pode falar.
Eduardo: Eu preciso contar essa história inteira e de uma só vez, então quero que tu escute tudo que eu tenho pra falar e aí depois tu decide o que fazer, ok?
Eu: Sem problemas, sou todo ouvidos.
Eduardo me contou sobre o nosso encontro na Lagoinha, de desde quando ele me seguia nas redes, que ele sempre teve um crush forte por mim e tudo tina sido realmente o acaso. Ele começou a contar sobre o envolvimento dele nos planos do Vitor, nesse momento o interrompi:
Eu: O Vitor, filho do seu Carlos?
Eduardo: Sim ele mesmo.
Eu: Mas como assim até semana passada eu nem conhecia ele, o que que ele tem contra mim?
Eduardo: Eu não faço ideia, porque ele nunca me falou os motivos.
Eu: E tu falou tudo isso pra polícia?
Eduardo: Com que coragem depois do que ele fez comigo? - Nesse momento Eduardo parou de falar, sua expressão era de susto quando se fala algo que não tinha intenção de falar.
Eu: O que que ele fez contigo?
Eduardo: O sequestro oras!
Eu: Ah Eduardo faça-me o favor, eu te conheço a pouco tempo mas é nítido que não é do sequestro que tu tá falando.
Nesse momento Eduardo desabou em choro, era um choro desesperado, ele estava sentado na poltrona e ali ele se encolheu querendo se esconder, sumir. Levantei com dificuldade da cama e me aproximei dele.
Eu: Ei calma, eu to aqui caramba!
Num só ato ele me abraçou e despejou toda a verdade me deixando estupefato.
Eduardo: Ele me estuprou!
Eu: Calma, calma. Mas tu tem que falar isso pra polícia senão isso não vai parar nunca.
Eduardo: Pra ti é fácil falar isso, mas tu acha realmente que eles vão acreditar em mim? Eu sou só mais um cara qualquer, já ele é filho de um empresário conhecido, é obvio que não ia sobrar nem um pedaço meu pra contar história, e fora toda a humilhação que eu iria passar. Eu não posso fazer isso com o meu futuro Pedro. Eu vim falar do Vitor pra ti porque eu quero tu te cuide e possa te defender, mas eu não quero mais me envolver nessa história, eu já perdi coisa demais.
Eu: Como assim já perdeu?
Eduardo: O Vitor gravou todo o estupro e enviou pro meu pai dizendo que eu era a maior bichona de Floripa e agora ele não quer me ver nem pintado de ouro. Foi humilhação demais pra mim.
Eu: Ele gravou???
Eduardo: Sim e ameaçou mostrar o vídeo caso eu não seguisse o plano dele. E ai como ele viu que eu me apaixonei por ti e decidi não seguir essa maluquice dele ele mandou pro meu pai.
Eu: Esse cara é psicopata, não tem outra explicação.
Eduardo: Não Pedro, ele é perigoso isso sim. Ele não tem limites.
Eu: A gente precisa falar com o Rafa.
Eduardo: Quem é Rafa?
Eu: Ele é um velho amigo que é delegado e já ta investigando esse caso desde o atentado que eu sofri a um tempo atras.
Eduardo: Talvez então isso te ajude. O Vitor deixou escapar uma vez sobre um tal de Erick que se envolveu contigo, que ele tinha feito um bom serviço.
Agora tudo fazia sentido. O atentado, o desvio do Erick, o Eduardo. Mas o que o Vitor tinha contra mim, eu nem o conhecia só sabia da fama dele de bom vivant porque muitos comentavam, mas nunca tinha nem cruzado com o cara. Liguei para o Rafa no mesmo momento, não dei detalhes, somente que precisava falar algo importante e urgente, ele disse que viria ao hospital o mais rápido possível. Contamos toda a história para o Rafa e foi aí que algo inesperado surgiu:
Rafael: O Vitor fez faculdade no mesmo período que a gente cara, só que ele fazia Publicidade e Propaganda, eu achava ele muito gatinho, cheguei a sair com ele um tempo.
O Eduardo já não tava entendendo mais nada, o delegado chamando o Vitor de gatinho, ele fazendo faculdade junto com a gente.
Eu: Mas como? Ele deve ter no máximo 22, 23 anos cara.
Rafael: Ele sempre aparentou ter pouca idade, tanto que na época eu não continuei saindo com ele porque a galera me malhava de papa anjo porque ele parecia ter 15 anos.
Eu: Mas mesmo assim cara, isso ainda não me liga a ele, ele não teria motivos pra fazer tudo isso.
Rafael: Pois é realmente, a princípio eu não posso fazer muita coisa porque a gente não tem nada concreto. Mas temos a vantagem da surpresa. Eduardo eu não te aconselho a dar queixa dele no momento porque isso atrapalharia a vantagem que agora nós temos e ainda te faria um alvo. A gente precisa de algo concreto pra poder pelo menos indiciar ele em algo.
Eduardo: Na realidade existe algo concreto. - Eduardo pegou o celular e mostrou o vídeo do estupro que ele sofreu. Rafael ficou sem saber o que falar.
Eduardo: E tem mais! -
Ele também mostrou a gravação de toda a conversa aquele dia no escritório. A sala do Seu Carlos tinha um sistema de gravação de áudio e somente o próprio seu Carlos e o Eduardo tinham acesso.
Rafael: Bom já é alguma coisa, porém precisamos provar que esses arquivos têm uma fonte confiável. No caso do vídeo se foi divulgado pelo Vitor e do áudio fazer a verificação da existência desse sistema na empresa. Mas tudo isso vai nos tirar o efeito surpresa.
Eu: Edu tu ta pronto pra isso? Eu vou estar do teu lado te apoiando!
Eduardo: Eu acho que tô, eu preciso colocar um ponto nisso de uma vez por todas. Mas Rafael eu poderia falar com o Pedro a sós um momento?
Rafael: Claro que sim, eu vou tomar um café e depois volto.
Rafael saiu do quarto, eu estava sentado na cama e Eduardo se aproximou de mim pegou na minha mão e olhando nos meu olhos ele falou:
Eduardo: Tem mais um coisa! E acho que provavelmente depois disso tu não vai mais me querer como namorado, mas eu vou até fim agora.
Eu: Eu acho dificil isso acontecer, mas pode falar.
Eduardo: Quando o Vitor me estuprou eu ainda era virgem, eu na realidade estava esperando o cara certo e eu depois de ter te conhecido tinha certeza que esse cara era tu. - As lágrimas começaram a cair novamente dos olhos do Dudu - mas durante o sequestro o Vitor esteve no cativeiro - Dudu parou respirou fundo, tentou segurar o coro e continuou - e ele disse que meu castigo ainda não tinha acabado, ele tiraram minha roupa e me doparam, eu acordei somente horas depois todo espancado, sangrando e pela dor que eu sentia por dentro eles me abusaram durante toda a noite.
Eu: Meu Deus Dudu e tu passou por tudo isso em silêncio cara. - O abracei e chorei junto com ele, como ele conseguiu suportar tudo isso.
Eu: Mas e o exame de corpo de delito? Ele não te examinaram?
Eduardo: Brasil né, o médico mandou que eu tirasse a camiseta, verificou os hematomas na barriga e na costela, no rosto e me mandou embora. Eu não suportava mais tanta humilhação Pedro e ainda tinha mais o medo que tinha do Vitor ai decidi não falar nada também.
Eu: Edu, tudo isso que tu me contou só fez crescer a admiração que eu tenho por ti. Jamais eu me afastaria de ti por causa disso.
Decidimos contar tudo para o Rafael, o Vitor tinha que pagar por tudo que ele tinha feito, ele disse que encaminharia a investigação em segredo apenas com os contatos de confiança dele e assim que tivesse as provas iria emitir um mandado de prisão para Vitor.
Após alguns dias eu recebi alta do hospital e minha mãe e Eduardo foram me buscar. Durante aqueles dias que antecederam minha alta eu apresentei Eduardo como meu namorado, sem contar os detalhes dos abusos e dos planos de Vitor, era melhor que Dona Marilia ficasse fora de tudo isso, e os dois até que se deram bem. Passamos a tarde na casa da Lagoa e a noite fomos eu e o Edu pro meu apartamento ( Edu era o meu apelido pra ele, era como chamar ele de amor). Eduardo ficaria lá comigo, já que desde o dia da nossa conversa no hospital ele estava com proteção de segurança ele ficaria mais seguro no meu apartamento. Finalmente teriamos nossa paz como um casal normal.
Será que a paz finalmente reinaria na vida do Pedro e do Edu? E Vitor porque estaria tão quieto? Será que Rafael conseguiria provar os crimes de Vitor? O que Vitor tinha contra Pedro? Será que o amor de Pedro e Edu sobreviveria a tudo que virá pela frente? Todas as respostas nos próximos capítulos.
Mais um capitulo galera linda e tão paciente com esse autor.
Beeeijo no coração de cada um!
ATENÇÂO ALERTA SPOILER hahaha
Talvez role um capitulo extra Hot com a primeira vez de verdade do Edu e do Pedrinho. Se vocês quiserem me digam ai nos comentários.
Guardian(Eduardo): Maratonou então. Fico contente que estejas curtindo a história. O que ta safando o Vitor da prisão é o medo do Edu, mas com o apoio do Pedro isso provavelmente tende a mudar bastante. Valeu pelas palavras, a vida às vezes dá umas zoadas com a gente que o tempo parece voar.
Regi1069: O Eduardo tentou proteger o Pedro só que acabou metendo os pés pelas mãos. Obrigado por ler e comentar! ^^
Little Boy: Daqui a pouco as coisas vão se esclarecer, valeu por estar sempre aqui! ^^
VALTERSÓ: Seu Carlos deve ter perdido a esperança de consertar o filho. Valeu por estar sempre aqui também! ^^
Healer: Fechado! E eu descrevi melhor a cena da abertura dos olhos, espero que tu não se assuste mais ^^. Sim o Edu tá todo fud*%& mesmo. Valeu por sempre ler, votar e comentar. :* (na bochecha esquerda)