MULATA NOTA 10 - Décima primeira parte
Quando acordou, AK-47 viu a mulata sentada numa cadeira, perto da cama onde estava deitado. Ela estava muito bem vestida, num conjunto violeta, e tinha ao lado uma mala de viagem. Quando percebeu que ele acordara, saudou-o:
- Bom dia, querido. Como se sente?
- Para que esta mala? Vai viajar?
- Sim querido. Vou viajar. Estava esperando você acordar para me despedir.
- E quem te deu permissão?
- Ninguém. Desde ontem que decidi que ninguém mais manda na minha vida. Eu tinha medo de você, confesso. Não tenho mais. Então, estou partindo.
Ele tentou se levantar, mas sentiu dores na barriga e no peito, perto do ombro.
- Sugiro não fazer esforço. E você perdeu muito sangue.
- Quem atirou em mim?
- Não sei -, mentiu ela - algum desafeto teu, com certeza. Você fez muitos inimigos.
Ele olhou em volta. Não reconheceu o lugar. Perguntou:
- Onde estou?
- Na casa de Lia, tua vizinha. Ela está no bar, mas logo estará aqui para cuidar de você. Trate-a bem e irá sarar logo.
- Por que quer ir embora?
- Isso aqui não é vida. Fiquei contigo porque queria cuidar do povo da favela. Por isso aguentei tanta violência vinda de você. Mas agora resolvi voltar para a minha terra. Nunca deveria ter saído de lá.
- Fique e eu te dou a liberdade. Não precisará mais estar comigo. - Prometeu ele.
- Eu já me libertei, querido. E não quero mais ficar. Essa vida não é para mim.
- Soube que se apaixonou por um gringo.
- Não é verdade. Mas ele me fez ver que preciso estar livre para voar. Não aceitarei mais amarras. Nem tua nem de ninguém mais.
- Vai precisar de dinheiro?
- Não. Tenho o suficiente. - Disse ela, sem querer revelar que a irmã de Cassandra havia dado a ela todo o dinheiro surrupiado do americano.
Ela viu duas lágrimas brotarem dos olhos do negrão, mas não se comoveu. Levantou-se, pegou sua mala e despediu-se:
- Talvez um dia ainda nos encontremos. Mas aí, terá diante de si uma mulher livre, e não uma de tuas escravas. Adeus.
- Dê-me um último beijo...
Ela esteve indecisa. Depois, disse com toda certeza:
- Não. Essa é uma lembrança que não quero guardar de você. Sinto muito. Fui.
********************
Rebeka despertou toda doída. Gemeu, ao tentar se levantar. Estava algemada à cama. Viu o homenina em pé, diante de um espelho, penteando o cabelo de corte moderno. Vestia um terno elegantíssimo, de fino corte. Ajeitou a roupa, antes de dizer:
- Bom dia, bela adormecida. Espero que esteja melhor, pois logo vai ser transportada para a sede do Serviço Secreto Brasileiro.
- Estou me sentindo um caco. Eles, com certeza, irão me torturar. Façamos um trato: eu falo dos planos da CIA e você me deixa ir.
- Agora, não tenho mais interesse em saber isso através de você. Recebi ordens do meu superior para encerrar minhas investigações. Daqui por diante, os de ternos pretos assumem. E eu vou curtir umas merecidas férias.
- Eu poderia gritar, viu? SOCORRO, ESTOU EM PERIGO! SALVEM-ME, POR FAVOR! - Ameaçou ela, mas não alterou a voz.
- Pode tentar. Ou eu te calaria a boca com outro murro, ou, mesmo que te ouvissem, não viriam te acudir. A direção deste hotel sabe que você é minha prisioneira.
- Então, estou em apuros.
- A menos que não minta sobre os verdadeiros planos da CIA, verei o que posso fazer por ti. Mas não vou te libertar. Que isso fique claro.
Ela esteve pensativa, depois disse:
- Está bem. Vamos lá: Washington convenceu o governo brasileiro a fazer uma intervenção no Rio de Janeiro. E a coisa é pra já. O objetivo oculto é contrabandear armas dos EUA para os traficantes, para que eles enfrentem as forças armadas. Mas essas armas serão recuperadas pelas Polícias, pelo Exército e demais órgãos envolvidos no esquema.
- Não creio que o Tráfico tenha tanto dinheiro para comprar essas armas modernas.
- Aí é que está... As armas serão doadas por nós. De graça. Eu e meu parceiro americano estávamos justamente negociando isso com eles.
- Que tipo de armas virão para cá?
- As melhores, de todos os tipos. Como essa pistola que você confiscou do meu conterrâneo.
- Essa pistola é uma merda! Prefiro as austríacas Glock.
- E essas armas não vêm para cá: elas já estão aqui!
O homenina olhou bem no fundo dos olhos dela e percebeu que ela não estava mentindo. Esteve pensativo. Depois, disse:
- Isso é, realmente, preocupante. Se diz a verdade, logo um pandemônio estará formado em todas as favelas. A intervenção é a chance dos militares retomarem o poder. Quero impedir isso. Que trato você propõe?
Ela sorriu. Pediu-lhe um mapa do Rio de Janeiro. Ele telefonou para a portaria, requisitando um. Logo, um funcionário do hotel veio com a carta.
O homenina puxou uma mesa para perto da cama e espalhou o mapa nela. A agente da CIA pediu uma caneta. Ele tirou uma do bolso do paletó. Ela esteve estudando o mapa e depois circulou uma grande área. Disse:
- Essas matas em pleno coração do Rio são de propriedade norte-americana. É uma área cercada e vigiada. Também, de difícil acesso por carro. Mas eu posso conseguir um helicóptero. Permaneço tua prisioneira, enquanto a morena bonita que trabalha contigo vai até lá. Ela confere o que estou te dizendo e você me liberta. Mas ela terá de ir sozinha. Entro em contato com meus companheiros e eles a deixam passar.
Ele esteve pensativo por longos minutos, avaliando o local no mapa. Depois, resolveu:
- Está bem. Ligue para os teus companheiros e eu mando minha agente lá.
- Dê-me um celular.
Pouco depois, ela dizia para alguém que uma morena bonita iria visitar a propriedade privada da CIA no Rio. Ofereceram um helicóptero. Cassandra o aceitou. Marcaram um horário para um piloto apanhar a irmã de Cassandra. Quando a gringa desligou, no entanto, levou uma cutelada do homenina, na nuca. Caiu desmaiada.
Cassandra ligou para a irmã. Quando esta atendeu, chamou-a ao hotel. Todos deveriam estar a postos. Acabara-se a folga.
Quando os companheiros chegaram, o agente federal traçou planos. Cada um teria uma tarefa a cumprir. Seria uma operação clandestina, já que tinham sido dispensados da missão pelo comando da PF. Mas não estavam dispostos a deixar as armas cair em mãos dos traficantes, muito menos da Polícia, qualquer que fosse ela.
No horário marcado, a morena lindíssima, de minissaia, caminhava em direção ao helicóptero cedido pela CIA. Um piloto coroa, de vasta cabeleira, aguardava-a pacientemente no heliporto. A morena não sabia, mas tratava-se do chefe da agente da organização americana. Ele a saldou em inglês e ela não respondeu. Acomodou-se na aeronave e cruzou elegantemente as pernas. O sujeito a inqueriu, novamente em inglês, e ela voltou a não lhe responder. Ele desistiu de puxar conversa. Levantou voo e manteve-se calado até avistarem, quase uma hora depois, a densa mata costeira. A morena estava atenta à paisagem, como se quisesse localizar de antemão onde estavam as armas escondidas.
O helicóptero pousou numa clareira e a morena desceu. Foi levada pelo piloto até um grande paiol entulhado de armas de todos os tipos. Quando, no entanto, se entreteve examinando um fuzil sem munição, o piloto apontou-lhe uma pistola. A morena, com incrível rapidez, deu um pontapé na arma do cara, fazendo-o solta-la. Mas o agente da CIA não se intimidou. Para ele, bem treinado, achava que era fácil dominar uma mulher. Levou um soco no nariz que o lançou por terra. Aí, a morena falou com um vozeirão que deixou o cara embasbacado:
- FIQUE NO CHÃO, OU ATIRO EM VOCÊ!
O coroa desmaiou, sangrando pelo nariz.
Cassandra tirou a peruca negra, que o fazia ficar idêntico à irmã. Olhou em volta, apurando os ouvidos. Não ouviu nada que o deixasse intranquilo. Mexeu nos bolsos do piloto e achou seus documentos. Ele tinha uma cédula de identidade brasileira, mas o homenina sabia bem que era falsa. Sacou um celular de dentro da bolsa feminina que usava e tirou uma foto do cara. Enviou-a para alguém, pedindo que o identificasse. Não demorou a chegar a resposta: o coroa era chefe de uma célula da CIA no Brasil. O homenina sorriu.
Quando o americano acordou, estava em pé, nu e amarrado com braços e pernas em forma de xis. Cassandra estava despido, postado atrás dele. Lambuzava a pica de cuspe. O coroa aperreou-se:
- Son of a bitch, o que pretende fazer?
- Vou me divertir um pouco, enquanto meus companheiros não chegam. Em tempo: adoro foder cu de macho.
O cara deu um berro quando o homenina o penetrou, de uma vez, com seu caralho enorme e grosso. Chorou de dor. Clamou piedade. Mas o travesti só o largou quando gozou bem dentro do cu dele. Aí, ouviram o barulho de motor de uma lancha. Cassandra e o careca vinham por mar.
*****************
Rebeka acordou sentindo dor na nuca, além de em outras partes do corpo. O taxista lia um velho livro de poemas curtos, eróticos, de um tal de Angelo Tomasini. Estava sem camisa e via-se claramente que estava excitado. Seu sexo estava protuberante na calça. Ela perguntou:
- Cadê o bonitão, teu parceiro?
- Foi checar a tua denúncia sobre as armas.
- O trato era para que ele enviasse uma mulher.
- Ele não é muito de cumprir tratos.
- Então, ele está em perigo! Meus companheiros são bem capazes de bombardear aquele lugar, só para matá-lo.
O jovem ficou surpreso. Tirou rapidamente o celular do bolso e ligou para Cassandra. Disse para ele se afastar imediatamente da propriedade e explicou o motivo. Ouviu quando o homenina falou para os parceiros do perigo que corriam. Pedia para abandonarem o resto das armas que ainda não tinham colocado no barco e trouxessem o diretor da CIA. Logo após, o taxista ouviu o ronco do motor da lancha. O homenina agradeceu:
- Obrigado, parceiro. Já estamos indo.
Nem bem o agente disse isso, o jovem ouviu um estrondo violento. Haviam bombardeado o local. Aperreou-se:
- Alô, vocês estão bem?
Não houve resposta.
- Pelo amor de Deus: vocês estão bem?
Demorou um pouco a ouvir:
- Um pouco surdos, por causa da explosão, mas bem.
Aí o taxista ouviu barulho de tiros. Algo estava acontecendo no térreo do hotel. Correu e escondeu-se atrás do sofá da sala. Apontou sua pistola para a porta fechada. Estava com a respiração em suspenso, quando levou uma pancada na nuca. Rebeka havia se soltado das algemas que a prendiam à cama e o tinha surpreendido por trás. Pegou a arma dele. Ainda estava totalmente nua. Abriu a porta do quarto e sentou-se, tranquila, no sofá, de arma na mão. Não demorou a aparecerem três caras armados. Ela os reconheceu: pertenciam à CIA. Pediu que os agentes carregassem o jovem desacordado, e desceu com eles nuazinha. Os hóspedes estavam em polvorosa, lá embaixo. Havia funcionários do hotel caídos, talvez mortos. Colocaram o taxista num carro que estava estacionado na frente do estabelecimento e foram embora.
Um dos agentes perguntou se ela queria uma roupa para vestir, talvez a camisa de um deles.
- Não. Fiquei excitada. Quero rola. Quem se habilita?
Os caras olharam um para o outro. Ela escolheu:
- Você. Pela cara, é o que tem pica menor. Estou ainda toda dolorida do estupro que sofri.
- Quer trepar em plena luz do dia, parceira?
- Sim, porra. Estou doida pra foder.
- Senta aqui.
Ela sentou-se no colo do agente. Gemeu, quando tentou se enfiar em seu cacete. Este não era grande, mas também não era pequeno. Médio. O cara gemeu com ela, quando ela se estrepou na pica dele. O taxista estava desacordado, ao lado do motorista. Ela deu uma pausa, depois começou os movimentos de cópula. O agente sentiu o sangue dela lhe escorrer entre as pernas. mas ela não parou de se mexer. Apoiou-se nos joelhos dele e ficou subindo e descendo na sua peia. Chorava de dor. Mas, aos poucos, foi ficando com a vulva dormente. Não demorou muito a começar a gozar. Os dois agentes que estavam ao seu lado sacaram seus pênis de dentro das calças e principiaram uma punheta.