Peço desculpas pela demora pra postar, mas agora estou na direção da empresa e também comecei um tratamento experimental, aí toma bastante meu tempo.
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Já estava com minha mala pronta, aguardava em meu carro Jonas chegar com suas coisas. Iríamos pegar um vôo para São Paulo, decidi que o melhor lugar para o reencontro da família seria na casa de meu avô.
Havia me despedido do Cadu lhe explicando que precisava resolver um problema de família. Também havia mandado uma mensagem para Luanne lhe dando a mesma desculpa. Nenhum deles sabia da minha "linda história" com minha família e por enquanto eu achava melhor assim.
Após alguns minutos de espera Jonas aparece com uma bolsa de viagem e entra em meu carro, dou partida e seguimos em direção ao aeroporto.
Jonas: Você estava certo! Minha mãe realmente fez o que você disse.
Eu: Eu sabia, era óbvio que esse sempre foi o objetivo dela. Bom vamos resolver essa história hoje, está realmente preparado para enfrentar sua mãe?
Jonas: Estou, mesmo amando ela eu não concordo com os métodos que ela usa.
Eu: Ótimo, vou precisar de sua ajuda. Mas vamos parar com esse assunto por enquanto, chegamos.
Deixei meu carro no estacionamento e entramos no aeroporto, meia hora depois já havíamos embarcado.
A viagem ocorreu sem nenhum imprevisto e três horas depois estávamos desembarcando no aeroporto de Guarulhos. Pegamos um táxi e fomos para a casa de meu avô.
Ao entrar na mansão uma enxurrada de lembranças me atingiu, passei a primeira parte de minha infância naquela casa e todo tipo de situação lá tinha me acontecido. Tudo estava conforme meu avô tinha deixado, nenhum móvel havia sido retirado do lugar e tudo brilhava como se a casa não estivesse fechada a anos.
Eu: Realmente o Dr Henrique fez um ótimo trabalho na preparação do lugar.
Jonas: Concordo! É como se o vovô ainda estivesse vivo e morando aqui.
Eu: Vovô? Voltou a ser criança? Daqui a pouco vai querer se esconder debaixo das camas pra assustar as empregadas igual fazíamos quando pequenos
Jonas: Sabia que não é uma má ideia- e começamos a rir
: Vocês continuam barulhentos não é mesmo.
Olho em direção à entrada para a sala de visitas e deixo meu sorriso desaparecer quando vejo meu primo Marcelo encostado na parede nos olhando. Marcelo tinha 26 anos, cabelos castanhos num corte social, era branco com algumas sardas no rosto, olhos verdes, media em torno de 1.85 m, tinha um corpo forte do tipo que não é viciado em academia mas não deixa de se cuidar.
Jonas: Celo! Há quanto tempo cara - e foi lhe dar um abraço apertado.
Marcelo: Jonas tá grandão hein. Não vai me cumprimentar Kyle?
Kyle: Não vejo motivos pra isso, eu só cumprimento quem não me dá vontade de vomitar só de ver.
Marcelo: Vejo que continua bruto como sempre, Jonas você poderia deixar eu e o Kyle a sós por favor, preciso conversar com ele.
Eu: O que tiver pra falar você pode dizer na frente dele.
Marcelo: É sério, é sobre aquilo.
Nessa hora meu corpo estremeceu, porque Marcelo queria falar daquilo? Depois de tanto tempo porque me fazer sofrer mais ainda? Olhei para Jonas que entendeu o recado e saiu nos deixando a sós.
Eu: Então, o que você quer falar?
Marcelo: Eu quero te pedir perdão
A única reação que tive foi rir como se tivessem me contado a melhor piada do mundo. Eu estava achando graça naquilo? Não! Eu estava nervoso por tocar naquele assunto.
Marcelo: Eu não estou brincando, já faz tanto tempo, preciso do teu perdão
Eu paro de rir, o encaro seriamente.
Eu: Pra você é fácil não é!? Vir com essa cara de pau me pedir perdão depois de acabar com minha vida
Marcelo: Kyle vamos deixar isso no passado e recomeçar, somos família
Eu: Não, você é meu parente, família é quem está conosco em todos os momentos independente de laço sanguíneo.
Marcelo: Não vamos viver do passado por favor, já faz tanto tempo
Eu: Pra você é fácil falar, não é você que é atormentado pelas lembranças daquele dia toda noite antes de dormir. Você fez um dano irreparável em mim Marcelo.
Marcelo: Eu não sabia o que estava fazendo Kyle, eu só tinha 16 anos.
Eu: E eu só tinha 8, mas isso não te impediu não é!? NÃO É MARCELO!? Quer saber, pra mim essa conversa já deu
Saí da sala pisando fundo e subi as escadas para encontrar onde tinham colocado minha mala. Encontrei ela no quarto em que Branndon ficava quando íamos para casa de meu avô.
Estava tudo do mesmo jeito, como se ele tivesse acabado de sair de lá, eu sabia que seria difícil mas não era tão forte quanto eu pensava e ali no quarto que foi de meu irmão a saudade apertou no meu peito e não consegui controlar a dor e a revolta por não ter ele ali me dando forças.
Peguei o abajur que estava sobre o criado mudo e o joguei na parede, em seguida foi um vaso localizado numa cômoda, eu estava transtornado, gritar, chorar, quebrar as coisas, tentava de tudo pra fazer aquela dor sumir mas não conseguia. Eu não tinha mais controle de mim, queria parar de quebrar as coisas, de chorar como um desesperado, mas não conseguia, então o ar começou a me faltar, eu não conseguia respirar.
Então a porta do quarto se abre e sinto o abraço de duas pessoas, me levaram até a cama e começaram a falar comigo, suas vozes doces e cheias de afeto e preocupação, eu sabia quem eram.
Eu: Kemy, Ki. Eu não consigo, dói muito saber que ele não está mais aqui. Que eu nunca mais vou ouvir a voz dele e que as pessoas que deviam ter me confortado só pioraram tudo.
Kemilly: Calma Kyle, respira meu irmão, você teve uma crise de pânico igual quando você era criança, tenta se acalmar.
Kiara: A gente sabe que é difícil não ter ele aqui, mas você não está sozinho. Nós estamos com você mesmo estando distante fisicamente. Nós te amamos meu irmãozinho.
Após um tempo deitado na cama com minhas irmãs conversando comigo eu comecei a me acalmar. Agradeci a elas por me ajudarem e as abracei, estava com muita saudade de minhas irmãs. Após a morte de Brann elas ficaram mais próximas de mim, sempre ao meu lado me defendendo e todas as noites iam até o meu quarto quando eu acordava gritando e chorando ou tendo uma crise de pânico.
Kiara, a mais velha, era a gêmea de Branndon, tinha uma personalidade extremamente brincalhona, media 1.65 m (acho que meu irmão pegou toda a altura pra ele kkk), tinha cabelos negros longos, olhos castanhos, pele branca e um sorriso de cativar todos os dentistas do mundo.
Kemilly era a irmã do meio, tinha um gênio forte, mas era muito protetora com os que ama, média 1.70, olhos azuis, cabelos loiros que iam até um pouco abaixo da cintura, pele quase transparente de tão branca que é, e lábios vermelhos e carnudos.
Minhas irmãs eram casadas e ambas viviam em São Paulo com seus maridos (que são irmãos).
Kiara: Kyle sobre o que falamos por telefone, você vai realmente fazer aquilo?
Eu: Vou, mas pra que dê certo eu vou precisar de vocês duas, eu sei que tô pedindo muito mas...
Kemilly: Pode parar, nem vem com conversa de estar pedindo muito, você é nosso irmão e faremos tudo que for possível por você. Pode contar com a gente.
Kiara: Tá mais explica direito o plano pra gente.
Kemilly: Gente eu tava com saudade de aprontar com nossos tios.
Eu: É o seguinte, eu falei com o Dr Henrique e ...
Após explicar tudo pra minhas irmãs nós ficamos conversando sobre assuntos extremamente importante: The Vampire Diaries e Supernatural.
Até que uma empregada bate na porta do quarto e informa que todos os estão presentes e que o Dr Henrique está nos chamando até a sala de estar, descemos e ao chegar lá vejo uma cena que queria nunca mais ver: minha família reunida. Minha tia Cristina estava sentada num dos sofás conversando com tio Valter e sua esposa, tio Marcos estava conversando com minhas primas Clara e Carolina, tia Marta conversava com meus pais e Jonas e Marcelo estavam mexendo nas relíquias que meu avô gostava de exibir em um armário de madeira antigo.
Vou direto até meus pais e os abraço, cumprimento minha tia Marta, então o Dr Henrique entra na sala
Dr Henrique: Cristopher, Kemilly, Kiara, Jonas e Maria venham comigo por favor.
Seguimos Dr Henrique até o escritório de meu avô.
Dr Henrique: Tudo pronto, podemos começar, aqui estão os documentos que me pediu.
Eu: Ótimo - pego os documentos e olho pra minhas irmãs, minha mãe e Jonas - vocês tem que assinar esses papéis antes de começarmos.
Eles assinaram os documentos e eu também assinei em todos junto com o Dr Henrique. Voltamos para a sala e tio Marcos vai até o Dr Henrique.
Marcos: E então Dr Henrique, porque nos reuniu aqui?
Eu: Não foi ele tio Marcos, fui eu!
Marta: E qual é o objetivo dessa reunião querido?
Eu: Decidi que está na hora de cada Arraes receber o que merece, vou dar o que tanto querem, decidir assinar o testamento!
CONTINUA...