Estava na enfermaria da escola recebendo os últimos cuidados de dona Alzira, uma senhora muito simpática enfermeira da escola.
D.Alzira: pronto filho, agora é só trocar os curativos sempre que necessário e continuar passando essa pomada e logo estará novinho em folha.
Aphonso: obrigado D. Alzira
Saí da enfermaria e as meninas haviam ido se trocar, visto que não haveria mais aulas naquele dia, até que por um flash de memória sinto falta de algo, meu material escolar e por sinal algo bem mais importante em meio as minhas coisas. Meu caderno de desenhos. Suavemente passando a mão sobre meus cabelos só consigo esboçar um droga, mesmo refazendo toda a trajetória não consegui encontrar nem mesmo vestígios, a única esperança era que alguém tivesse encontrado e me devolvesse amanhã, visto que aquela hora haviam poucas pessoas na escola.
Ao chegar em casa agradeci aos céus por não ter ninguém e ter que explicar o meu estado, já bastava ter sido observado todo o caminho que fiz da escola pra casa por esta sujo e com alguns curativos no braço, acho que não tivessem reconhecido minha farda me julgariam como, sei lá, algum morador de rua desabrigado. Sim voltei pra casa a pé, afinal meu celular e carteira estavam na mochila. Até que não morava muito longe da escola, nada que quarenta minutos de caminhada não resolvesse.
Ao adentrar minha casa corri para o banho, como tive que tirar os curativos a água batia e ardia um pouco, mas nada que não fosse suportável. Banho tomado vesti um calção largo de time de futebol branco e uma camiseta verde e comecei a sentir algumas palpitações e falta de fôlego, bela hora para ter uma crise asmática, rapidamente peguei o telefone e disquei para minha irmã que morava no apartamento de cima pedindo ajuda.
Falava com um pouco de dificuldade, mais ela logo entendeu o recado e me pediu paciência que já estava descendo, mal baixei o telefone no gancho ouvi batidas na porta, não seria ela tão rápido.
Com minhas ultimas forças fui até a porta e abri e lá estava um garoto com o olhar meio tímido e um sorriso ainda mais tímido no rosto, só me lembro da minha visão ter falhado e não ter visto mais nada depois disso.
Narrado por André:
Nossa tinha que começar a chover logo agora, ainda bem que já estava chegando ao endereço indicado por Camille, sim eu queria entregar as coisas dele pessoalmente. Por que? Na verdade nem eu mesmo sabia, cheguei um pouco encharcado ao prédio que me foi indicado, Por sinal era o mesmo apartamento de uma amiga da minha irmã ao qual já havia visitado algumas vezes, o porteiro por me conhecer me deixou entrar sem cerimônia. Antes de entrar perguntei se o porteiro conhecia um garoto com as características que descrevi. O mesmo me falou que Deveria ser Aphonso Albuquerque, filho da sindica, perguntou meu interesse e apenas indiquei que era um amigo da escola e queria devolver os materiais que havia trazido.
Subi até o andar indicado e logo encontrei a porta em madeira marfim com o número 1402 na porta como me foi indicado por seu Juca, eu estava meio nervoso, parece que tinha algo no meu estomago que parecia querer sair e um frio tomou meu corpo. Tomei coragem e toquei a campainha, não recebendo resposta já ia sair quando a porta se abre e eis que ele surge diante da porta.
Muito nervoso o encarei e ele estava com uma expressão um pouco estranha no rosto, vestia uma roupa folgada mostrando os poucos músculos do braço e as pernas a mostra, esbocei um sorriso e quando ia me pronunciar eis que ele vagarosamente fecha os olhos e desmaia, no entanto antes que caia no chão solto tudo que estava em minhas mãos e o coloco em meus braços.
Narrado por Aphonso:
Aos poucos vou despertando, estava com a visão um pouco embaçada e não me lembrava de como havia ido dormir, aos poucos fui recobrando a consciência e não reconhecia o meu quarto, até o momento que aquele sorriso que eu tanto amava me tranquilizava, seu abraço caloroso me fazia sentir a pessoa mais feliz do mundo.
Minha irmã Julianne, sempre nos demos muito bem, na verdade ela me criou até mais que minha mãe, ela era minha maior confidente, hoje formada uma renomada advogada e o melhor de tudo, morava no mesmo prédio que eu.
Juh: meu amor até que enfim você despertou
Aphonso: Juh, o que aconteceu?
Juh: Quando você me ligou, pressupus que fosse uma daquelas suas crises asmáticas, então desci correndo, quando cheguei lá você estava desmaiado no colo daquele garoto.
Só então percebi que ele estava lá, dormia em um sofá no quarto de hospedes na casa de minha irmã, estava todo encolhido no sofá, foi então que me lembrei que acabei desmaiando, provavelmente ele me pegou no colo para que eu não me machucasse, nessa hora corei de vergonha, com que cara iria encara-lo?
Juh: ele me entregou sua mochila com sua bombinha, seu distraído você sabe que não pode andar sem ela.
Até na hora de me dá bronca minha irmã fazia de um jeito carinhoso, acho que por isso amava tanto ela.
Juh: Aliás ele não saio daqui, estava desesperado, só depois de explicar ele se acalmou mais um pouco, tadinho, te trouxe no colo até aqui e não quis ir embora até você acordar, acabou pegando no sono.
Só então vi que já era tarde da noite, quando ela falou aquilo corei mais ainda, como assim ele me trouxe no colo.
Juh: melhor ele dormir aqui, acorda ele e pede para avisar aos pais, vou fazer algo para comer-mos e você me apresentar meu cunhado.
Aphonso corado: Juh, ele não é meu namorado.
Juh: ainda né meu amor porque o carinho que ele demonstrou por ti, não sei não ein.
Enquanto aquela louca saia,fui me aproximando aos poucos daquele garoto que dormia com uma expressão tao serena e linda no rosto,só então pude observar o quanto ele era bonito, o contorno de seus músculos marcando a camisa, tive vontade de tocar seu rosto , mais fiquei com medo de sua reação, então tomei coragem e toquei seu ombro para acorda-lo.
Gente peço mil perdões pelo atraso, faculdade anda apertada mas prometo não demorar muito com o próximo.
Quem quiser me mandar um email é carvalho.aphonso@yahoo.com