Capitulo 1
Pov. Harry
Assisti meu sangue escorrendo do meu pulso e senti a dor do corte recente me atingir. Aquilo pra mim era reconfortante. Deixei a lamina em minha mão cair e apenas assisti meu sangue escorrendo pelo ralo junto com a agua que saia do chuveiro. O sangue representava a minha vida que a cada dia que passa, vai cada vez mais para o ralo.
Depois de alguns minutos sai do chuveiro, e comecei a me arrumar para o trabalho. Acordei com a sensação que o dia seria pior do que já e normalmente. Coloquei meu terno e ouvi meu celular chamar.
- Styles – atendi sem nem olhar o identificador.
- Eu diria que pedi para você me ligar ontem, mas como sei que não foi a Karina que anotou, vou ignorar o fato que você não me ligou – a voz de Liam soou ofendida e eu tive vontade de rir.
- Desculpe, o que você quer comigo?
- Eu queria te pedi para que você entregasse os diplomas dos meus alunos de economia desse ano. Sabe você e empresário se formou aqui, seria legal.
- Vou pensar na sua proposta e depois te respondo. – Liam deu um suspiro parece que não era a resposta que ele esperava.
- Você provavelmente vai recusar, então vou arranjar outra pessoa – ele disse e me senti culpado.
- Tudo bem, ligue e diga dia e hora para a Karina. Estarei lá.
- Serio? Valeu mesmo Harry você e o melhor amigo do mundo.
- Isso e muito gay sabia? – disse e nos dois rimos.
- Fazer o que o Zayn me fez assim, bom te vejo amanha? – perguntou e franzi a testa.
- Amanha? O que tem amanha?
- E aniversario do Zayn e você, vai estar lá – disse autoritário e eu bati na minha própria testa.
- Claro, claro. Vou desligar tenho que trabalhar.
- Ate amanha, Harry.
- Tchau – me despedi e terminei de me arrumar correndo para a empresa. Eu inveja de muitas coisas na vida do Liam que eu nunca admitiria. O fato de ele ter um namorado, um bom emprego e ser amado me faz inveja-lo. Ele e Zayn estão juntos há quase 10 anos, desde que estávamos no ensino médio. Com 25 anos eles têm um relacionamento estável e uma vida saudável.
Balancei a cabeça tentado esquecer esses pensamentos e estacionei o carro, na garagem da empresa.
Karina estava como sempre na sua mesa na frente do meu escritório com um telefone na orelha, uma caneta na mão e um semblante serio.
- Ele não poderá ver o senhor hoje, agenda dele esta lotada – ri ao ver ela falar um palavrão de modo mudo. Entrei na minha sala percebendo que havia algo de diferente e percebi que as cortinas da sala estavam abertas me dando a visão privilegiada de Londres.
- Sabe você tem uma reunião em 15 minutos, seu café esta ai o que você come toda manha. Sobre “aquele assunto” acho que sei quem será o sortudo – ela disparou sem nem ao menos esperar que eu me sentasse – Só pra deixar claro, ainda quero minha folga na segunda que vem então, fique doente – ela disse sorrindo de maneira doce eu revirei os olhos.
- Bom já vou para a bendita reunião e você espere sua folga, afinal na segunda teria crise de gastrite – ela deu um soquinho no ar e fez um “yes” baixo me fazendo rir.
*
Olhei mais um grupo de franceses deixando a sala de reuniões satisfeitos. Suspirei cansado e com dor de cabeça. Olhei para meu relógio 16:45, faltavam 15 minutos para eu ir para casa.
- Pronto reunião concluída, agora vamos a entrevista – olhei para Karina apavorado.
- Que entrevista?
- A do menino de Oxford, vamos, ele já deve esta chegando – me arrastei atrás dela e percebi que hoje realmente não era meu dia.
Cheguei a minha sala e peguei a pasta onde estava o relatório com as pessoas escolhidas por Karina para ser meus submisso, grampeado na capa da pasta tinha um recado da mesma.
“Seja quem for apenas pense se e isso que quer”
Folheie as folhas com nomes, idades, foto e algumas informações adicionais. Ninguém me chamava atenção, ninguém ali sequer me chamava atenção. Joguei a pasta na mesa e virei minha cadeira para a grande janela. Observei a cidade e me perguntei onde estaria a pessoa que eu escolheria.
- Sr. Styles, o repórter chegou – ouvi a voz de Karina e me virei dando de cara com um par de olhos azuis, inocentes e naquele momento eu senti. Era ele.
*
Pov. Louis.
Entrei no elevador em pânico. Nunca na minha vida eu tinha entrevistado alguém, muito menos alguém rico. Eu tremia e suava frio. Sai do elevador e senti meu estomago embrulhar eu estava tão nervoso que via o momento que iria vomitar em alguém.
- Olá – ouvi uma voz doce e feminina atrás de mim e me virei rapidamente, dando de cara com uma mulher elegante e bonita. Os olhos castanhos me fitaram de modo observador e os lábios carnudos estavam curvados em um sorriso amigável. – Senhor Horan, presumo.
- N-na verdade não – gaguejei e ela franziu a testa – E-ele esta doente eu vim no seu lugar.
- Ah, bom então pode entrar senhor ... – me incentivou a falar meu nome.
- Louis Tomlinson – ela estendeu a mão e me cumprimentou. Me indicou a sala e anunciou minha chegada. Abriu a porta e me disse para entrar. O nervosismo tomou conta de mim, eu não sabia como agir nem sequer o que falar ou fazer, mas eu teria que fazer por Niall.
Entrei na sala e observei o cômodo amplo e bem decorado em cores escuras os moveis deixavam o ambiente serio e fazia ele parecer maior. Atrás da grande mesa havia uma parede de vidro que dava a visão perfeita do por do sol de Londres. A cadeira onde deveria estar o senhor Styles estava virada para ela, o que queria dizer que ele observava a cidade. Eu era curioso a respeito desse homem. Nunca tinha visto ele e pensava que ele seria um velho, feio, gordo e mal-amado.
- Sr. Styles, o repórter chegou – disse a mulher atrás de mim me assustando. E quando a cadeira virou meu mundo parou.
Ele era lindo. O rosto bem desenhado, os lábios rosados e o cabelo cacheado lhe dava uma aparência de anjo. Mas que era retirada pelos olhos verdes. Eles eram intensos e vazios, pareciam ter uma intensidade desconhecida ali e isso me fez ficar ainda mais temeroso.
Ele me encarou e ouvi a porta ser fechada em um baque surdo atrás de mim.
- Sr. Horan, e um prazer conhece-lo – a voz rouca e aveludada chegou a meus ouvidos fazendo meu estomago se agitar novamente.
- E-eu não sou o Horan, sou Louis Tomlinson – ele pareceu confuso, mas apenas fez um gesto para que eu me aproximasse. Me sentei na cadeira que havia diante da sua mesa.
- Bom, se vai me entrevistar e melhor começar logo, Sr. Tomlinson – ele seguiu cada um dos meus movimentos enquanto, ligava o gravador e pegava as perguntas de Niall.
- Bom, err, como conseguiu construir o império que construiu com tão pouca idade? – li a pergunta de Niall e ele se acomodou melhor na cadeira.
- O que um pouco de determinação e trabalho duro não fazem não e? – ele deu uma risadinha amarga e continuou – Seu eu cheguei aonde cheguei foi por que eu lutei pelo que eu queria. Essa empresa e a minha vida, eu dou meu sangue por ela e agora sou recompensado por isso – a resposta dele me pareceu ensaiada mais deixe pra lá, não estava ali para isso.
- O Sr. Tem um objetivo de vida maior que essa empresa? – ele me encarou e vi um brilho passar sobre seus olhos. Ele estava me intimidado de um modo assustador.
- Não. – respondeu ríspido e xinguei Niall pela pergunta mentalmente – meu objetivo era ser grande como meus pais, era ser alguém melhor do que eu era, mas o dinheiro não trás a felicidade não e mesmo? – ele disse de um jeito que estava entre o irritado e o irônico.
- Err, deve ser. Ultimamente estão questionando sua sexualidade ... – fiz uma pausa com a pergunta e vi seu rosto ficar irritado, senti minhas bochechas se aquecerem e mudei de pergunta – Quais são os novos investimentos da sua empresa?
- Mudou de pergunta por que Sr. Tomlinson?
- Acho que aquela pergunta e meio indelicada – disse vendo sua testa se franzir. Meu coração estava disparado de um modo descontrolado. Eu mataria Niall assim que colocasse os pés em casa.
- Tudo bem então – ele se inclinou para frente eu fiquei tenso – nos estamos tendo fazer investimentos em áreas diversificas. O Sr deve ter visto que estamos tentando combater a fome, então estamos investindo em agricultura, pecuária e outras áreas de alimentícia, fornecemos esse alimentos a pessoas necessitadas. Passar fome, ou qualquer outro tipo de necessidade não e legal, Sr. Tomlinson. – a curiosidade falou mais alto e perguntei sem pensar.
- Você já passou por isso para saber? – ele me olhou e fez um gesto impaciente.
- Já. – secamente ele respondeu e fiquei sem graça.
- Err, qual e sua relação com a sua família? – ele se remexeu inquieto na cadeira e eu quis pular daquela janela.
- E uma relação saudável, mesmo sendo adotado sou tratado como filho deles de verdade. Só isso? – ele perguntou ríspido.
- Err só isso, desculpa se as perguntas são... Pessoais demais – ele deu um sorriso de canto e se levantou. Desliguei o gravador guardei as perguntas na mochila. E me levantei rapidamente.
- Sem problemas. Vamos te acompanho ate a porta – o segui e sai com ele a meu lado e vi a mulher sorrir para mim e acenar. Acenei de volta.
- Ate amanha Kaká – disse ele e ela respondeu um” boa noite”. E entramos no elevador. Ele ainda me encarava com aquele olhar intenso e isso me deixou ainda mais constrangido. Minhas bochechas estavam vermelhas desde o momento em que entrei na sua sala agora estavam pegando fogo.
- Sobre a pergunta que você não fez – ele disse e saímos do elevador – eu sou gay.
Ele saiu e senti meu queixo cair. O meu Deus!