Por Helen Rocha
Depois de quase uma semana organizando as coisas da mudança, precisei pedir água na venda do Seu João, mas quando falei o endereço novo, seu João se recusou a fazer a entrega. alegou que meu novo endereço era muito longe da rua dele.
— Mas meu sobrinho tem uma venda aí próximo a sua rua — ele disse e me passou o número do telefone do sobrinho.
A nossa casa nova fica em um loteamento novo em Natal e foi a primeira a ficar pronta de três que estavam em construção. Então era muito fácil de ser encontrada por um entregador. Mas se o vendedor não fosse sobrinho do seu João e se eu não estivesse tão ocupada, iria eu mesma comprar a água de carro.
Liguei para o sobrinho do seu João e pedi os garrafões de água. Enquanto a água chegava, fiquei pendurando os quadros na parede. Meu marido viajava todas as quintas-feiras para dar aula nos campi do interior e só voltava no sábado. Então naquela sexta-feira eu estava sozinha.
Enfim a campainha tocou. Dirigi-me até o portão e acionei o controle para destravar a tranca e o rapaz entrou pela área de serviços com o garrafão no ombro.
Quando o vi fiquei boquiaberta. Aparentava ter vinte e cinco anos, era um rapaz bastante alto, com braços fortes, pele clara e lindo de rosto. Ele tinha acabado de tomar banho, senti o cheiro de xampu e vi o cabelo ainda molhado. Em nada parecia com aqueles entregadores sujos que vemos por aí.
— Desculpe a demora — ele se explicou — é porque não tenho entregador e estava esperando minha esposa chegar para ficar na venda e eu poder sair. — Ele falou enquanto colocava o garrafão cheio no chão da cozinha.
Quando levantou os olhos pra mim, deteve-se por um instante no meu decote antes de me olhar nos olhos. Só então percebi que eu estava com roupas bem à vontade. Fiquei vermelha de vergonha. Antes de sair com o garrafão seco ainda deu uma última olhada entre as minhas pernas. Morri. Ele não foi indiscreto, pelo contrário, mesmo assim me senti promíscua.
Ele me entregou um cartão com ímã para ser colocado na geladeira e se foi. Eu não podia acreditar naquilo. Senti como se estivesse nua com aquele homem na minha cozinha olhando meu decote e as minhas pernas. Lembrar de vestir uma roupa mais comportada da próxima vez.
Meu marido chegou no sábado e eu queria fazer um jantar especial, mas não tinha os ingredientes. Liguei para Eduardo (o sobrinho de Seu João) e perguntei se ele entregava o que estava precisando. Educadamente ele explicou que não fazia aquele tipo de entrega, mas ia abrir uma exceção para ganhar a cliente.
Aquele “ganhar a cliente” me soou como uma cantada dissimulada. Mas depois imaginei que a maldade estava só minha cabeça.
Ele trouxe o que pedi, paguei e ele se foi, sem olhares maliciosos ou frases de duplo sentido. Realmente tudo aquilo era coisa da minha cabeça. Eu ri comigo mesma. “Estou me achando o último biscoito do pacote”. Pensei.
Na quinta-feira meu marido viajou novamente e na sexta-feira veio a minha menstruação, fiquei decepcionada, já era o terceiro mês desde que começamos a tentar engravidar e não conseguimos. Liguei para a venda de Eduardo. Eu precisava muito comer algo doce para me ajudar a superar a tristeza de não ter conseguido engravidar.
— Dona Helen, eu já expliquei que não fazemos esse tipo de entrega. Vou fazer pela última vez, mas da próxima a senhora já sabe.
— Eu vou lhe dar uma gorjeta.
— A senhora vai me dar mesmo?
— Vou sim — depois que falei notei que era mais uma frase de duplo sentido. Mas não levei muito a sério, como das outras vezes, agi naturalmente.
Ele veio rápido. Entregou as sacolas e eu dei o dinheiro das compras mais a gorjeta, ele agradeceu e saiu sem dizer nada e sem me olhar com más intenções.
Eu estava prestes a trocar de venda. Mas fiquei na dúvida porque eu podia estar julgando mal alguém sendo que a maldade podia estar apenas na minha cabeça. Resolvi relevar.
Durante a semana o gás acabou e mais uma vez liguei para Eduardo, sabia que ele entregava gás e água então ele foi muito gentil e mandou o gás assim que desliguei. O gás chegou logo, mas dessa vez quem veio entregar foi outro rapaz. Não sei explicar por quê, eu fiquei tão desanimada quando vi que o entregador não era Eduardo.
O rapaz trocou o gás pra mim e eu paguei agradecendo-o. Abri um sorriso simpático, mas meu pensamento estava voltado totalmente para Eduardo.
Pedi água mais algumas vezes e Eduardo nunca mais entregou nada, até o telefone quem atendia agora era ou a esposa ou o jovem entregador. Eu queria perguntar por ele, mas achava que não devia. Fiquei morrendo de curiosidade para saber por que ele não vinha mais.
Até que, um dia, num sábado à tarde, no qual meu esposo estava em casa, ele atendeu minha ligação.
— Boa tarde dona helen, em que posso ser útil?
— Boa tarde Eduardo — eu falei, não saberia explicar agora, mas neste momento meu coração estava acelerado e a respiração ofegante — queria que você me fizesse uma entrega — eu realmente queria que ele fizesse aquela entrega mesmo sem entender por quê.
— Água ou gás?
— Água, a mesma marca de sempre — respondi.
Enquanto o pedido chegava, fiquei na torcida para que ele viesse pessoalmente fazer a entrega.
Meu marido estava dormindo no andar de cima na varanda quando a campainha tocou quase uma hora depois que eu havia ligado. O barulho da campainha não foi suficiente para despertar meu esposo que continuou dormindo inocentemente.
Abri o portão da garagem, pois não encontrei o controle do portão da área de serviços.
Eduardo estava banhado, como sempre; garrafão no ombro, cheirando a xampu, passou por mim se dirigindo á garagem pelo jardim da frente.
— Pode deixar na garagem eu falei — está aberta.
Ele colocou o garrafão no chão e olhou discretamente para meu decote. Eu estava com um vestido de alças que valorizava meu busto, nada perto do que eu usava na primeira vez que nos encontramos, mas, ainda assim, era decotado.
— É bom fechar a garagem — ele disse — tem muito malandro nessas construções.
— Ela nunca fica aberta não, só abri porque era pra você.
Ele abriu um leve sorriso de simpatia.
A cada palavra meu coração acelerava mais. Aquelas frases de duplo sentido estavam me deixando confusa e eu não conseguia entender porque estava gostando daquele jogo.
Paguei e ele se foi.
Eu sempre fui muito religiosa e temente a Deus. Meu marido foi meu primeiro namorado. Jamais passou pela minha cabeça traí-lo com quem quer que seja. Mas ultimamente eu estava com pensamentos estranhos.
Naquela noite eu fiz sexo com Fernando, meu esposo, e no meio da transa me passou algo que me deixou super excitada. Eu imaginei que quem estava metendo em mim era Eduardo. Quando eu pensei nele, flutuei. Meu marido metia e eu mexia por baixo dele sentindo um prazer indescritível até que gozei como poucas vezes na vida. Até ele percebeu que eu estava diferente. Eu disse que era porque fazia muito tempo que nós não transamos. Mas a verdade é que Eduardo estava mexendo comigo.
Eu queria vê-lo novamente e era uma vontade que não passava. Estava louca. Queria que ele dissesse mais alguma coisa ou me olhasse como da primeira vez, mas sempre que pedia seja água ou gás, nunca era ele quem entregava.
Mais uma vez a menstruação veio para acabar meu dia. Quatro meses de tentativas fracassadas. Mas com o marido passando três dias da semana fora, era difícil. Veio logo aquela vontade de tomar sorvete. Precisava ligar pra pedir, mas eu já sabia que eles não entregavam nada que não fosse água ou gás.
Liguei. Ele atendeu.
— Eduardo, fique bem à vontade para me dizer um não. Mas eu precisava muito que você viesse me deixar um pote de sorvete de chocolate.
— Eu vou — ele disse —, mas só se você pagar a entrega.
— Eu pago, sem problemas.
Quando ele chegou, eu abri o portão da área de serviços e entrou. Nos encontramos na cozinha. Ele me deu a sacola com o sorvete e eu entreguei o dinheiro. Virei de costas para ele para colocar o sorvete sobre o balcão da cozinha.
— Eu estive olhando — ele disse — naquele dia que entrei pela frente — a sua garagem é bem grande não é?
— É — apenas confirmei, mas meu coração acelerou e minha respiração ficou mais profunda. Sabia que ele se referia à minha bunda e não a garagem da casa.
— Será que cabem dois carros?
— Acho que sim — confirmei, sabendo o que ele queria dizer com dois carros.
— Preciso ir, minha moto ficou lá fora e como eu disse, aqui tá cheio de malandro.
Ele saiu e eu fechei o portão com o coração palpitando aceleradamente. A respiração profunda como se eu tivesse acabado de correr a prova dos cem metros rasos.
Quando meu marido chegou à noite, eu ainda estava excitada e sei que ele detesta fazer sexo quando estou menstruada. Mas eu me insinuei tanto dizendo que ele já ia viajar de novo no dia seguinte e eu estava carente que ele aceitou, se fizéssemos durante o banho. Concordei com a imposição dele.
Mais uma vez, durante o sexo imaginei que era Eduardo quem estava me comendo. Foi delicioso. Gozei muito rápido, satisfeita.
Naquela noite sonhei com meu amante, mas no sonho ele não me comia, apenas dizia que queria me comer. Foi suficiente para eu passar a manhã inteira excitada. Olhei o garrafão de água que ainda estava meio, mas liguei assim mesmo, disse que trouxessem um garrafão completo, não apenas o refil, pois eu estava achando um garrafão apenas muito pouco.
Para minha decepção quem veio entregar foi entregador. Eu não estava me reconhecendo tamanha foi a minha decepção. Como uma mulher casada, séria como eu estava me prestando àquele papel? Inexplicável.
Tentei sossegar. Tomei sorvete, assisti um filme, ouvi música e num piscar de olhos chegou a noite e eu adormeci.
Os conflitos na minha cabeça cresciam à medida que meu desejo pelo dono da venda aumentava. Se por um lado era errado, por outro, o desejo da carne era incontrolável. Tentei de todas as maneiras afastar meus pensamentos libidinosos da minha mente. Sem sucesso.
Fui ao banheiro com meu celular. Ampliei a foto dele do perfil do aplicativo de conversa e comecei a passar o dedo na minha boceta. Imaginando ele lambendo minha racha, fechei os olhos. Agora era a sua língua quem me acariciava. Meti um dedo e fantasiei ele me comendo. Gozei.
A menstruação se foi e chegou a quinta-feira. Meu marido saiu ainda de madrugada para dar aula no interior do estado. Tomei um banho relaxante e vesti uma roupa discreta, mas bem bonita. A água estava já se acabando, então eu liguei.
— Bom dia — ele atendeu.
— Preciso que você traga dois garrafões de água.
— Infelizmente o entregador acabou de sair ele pode demorar um pouco. Pode ser assim mesmo?
— Não. Você não pode vir deixar?
— É que estou sozinho agora. Assim que ele chegar eu mando.
Desliguei.
Abri o aplicativo de conversa.
Eu: você está sozinho aí?
Ele: estou.
Eu: eu tbm…
Ele: assim que ele chegar eu mando os garrafões.
Eu: acho melhor quando você vem entregar.
Ele: então eu vou, mas quero entrar pela garagem, é mais seguro para deixar minha moto.
Eu: vou deixar a garagem aberta pra você.
Neste instante eu já estava toda molhada e subindo pelas paredes, impressionante que, mesmo depois de algum tempo ao digitar sobre isso, eu ainda fique excitada, como estou agora.
Ele: posso guardar minha moto dentro?
Eu: pode.
Ouvi o barulho da campainha e meu coração acelerou. Abri o portão da garagem e ele entrou com a moto. Fechei o portão assim que ele parou dentro da garagem.
Ele tirou os dois garrafões da moto e colocou no chão. Depois eu me aproximei dele. Mais uma vez senti o cheiro do seu perfume. Ele estava com um sorriso no rosto. Olhou bem pra minha boceta coberta pela calça e lambeu o lábios inferior, sugando o ar pra dentro da boca em seguida. Mostrando que estava com água na boca.
— Você nunca mais tinha vindo fazer entregas.
— É que eu contratei um rapaz para fazer isso. Minha mulher pode ficar desconfiada se eu sair para fazer entregas quando tenho um entregador só pra fazer isso.
— E qual foi sua desculpa pra ela deixar você sair hoje?
— Disse que precisava passar no banco para fazer umas aplicações na poupança.
Eu tive que sorrir.
Ele me abraçou me fazendo sentir a pressão do seu cassete no meu abdômen inferior. Colocou o nariz no meu pescoço abaixo da orelha e sentiu meu perfume. Fiquei toda arrepiada, mas tive que afastá-lo.
— Espere — eu disse, por mais que eu quisesse, eu não podia me entregar assim tão facilmente.
Ele insistiu e eu o afastei com mais força.
Mas ele me beijou na boca e eu retribui. Senti o hálito fresco e suave de menta. Ele tinha acabado de se escovar. Os cheiros dele invadiram minhas narinas indo direto no cérebro numa região que respondia: fique molhadinha. E eu obedeci.
Aquele beijo me levou de volta aos meus quinze anos quando dei meu primeiro beijo escondida por trás de uma escada no colégio. Essa sensação de medo pôde ser revivida naquele instante e eu adorei revivê-la.
Ele me abraçou de novo enquanto me beijava e em seguida colocou a mão na minha bunda.
— Que bunda macia — ele disse voltando a me beijar.
Apertou minha bunda por cima do vestido juntando bastante carne na mão. depois sua mão foi subindo por baixo do meu vestido até tocar a popa da minha bunda. Isso teve um efeito tão intenso dentro de mim que parecia ser a primeira vez que alguém me tocava naquele local. Senti minha boceta se enchendo de mel e toda a minha pele se arrepiou.
Neste momento eu chupava a língua dele sem entender bem os seus movimentos, como uma adolescente inexperiente.
A mão dele subiu mais um pouco por entre as minhas penas, senti seu toque na minha boceta ainda por cima da calcinha. Ele sentiu toda a minha umidade e calor. Desejava que ele afastasse a calcinha e me tocasse a pele naquela região. Mas empurrei-o. Ele me olhou sem entender.
— Não posso — eu disse — sou casada, isso é uma loucura.
Ele tentou se aproximar, mas eu o encarei séria.
— É melhor você ir embora.
— Você vai me deixar assim? — ele apontou para o volume que tinha se formado na calça.
Eu não falei nada apenas abri o portão para ele sair.
Depois que ele saiu, respirei fundo e repassei tudo que tinha acontecido. Aquilo era uma loucura da qual eu era o pivô, decidi procurar outra venda para pedir água e gás. Eu não queria brincar com fogo e não ia. Joguei o número do ímã de geladeira no lixo. Precisava em primeiro lugar, respeitar meu marido e depois, eu não era uma puta que qualquer um come.
Mas eu estava muito excitada, nunca gostei muito de me masturbar, porém eu precisava para me aliviar.
Enfim meu marido chegou e fizemos sexo durante todo o fim de semana. Eu estava no período fértil e tinha certeza que dessa vez ia dar certo.
Entretanto logo veio a menstruação acabar com meu dia e, com ela, aquela vontade insaciável de tomar sorvete.
Liguei para minha nova fornecedora de água e gás, mas eles se recusaram a vir me deixar apenas um sorvete.
Pensei por instante no que fazer o demônio me mandava ligar para Eduardo e esperar já nua, o anjo insistia para eu deletar o número dele da agenda do telefone. Não eu ainda não havia deletado. E sim estava querendo dar pra ele. De qualquer forma não ia rolar, pois estava menstruada.
Tomei banho e depois fui ler um livro, não conseguia me concentrar. Fiquei inquieta, tomei
água depois comi doce de goiaba. Até que tive uma ideia. Há muito tempo não fazia uma visita aos meus pais. Peguei o carro e fui, pelo menos consegui tirá-lo da minha cabeça por enquanto.
Mais uma vez, a menstruação se foi e meu marido viajou na quinta-feira de manhã cedo. Acordei lá pelas oito da matina. Tomei banho o café da manhã e comecei a arrumar a casa. Quando fui fazer meu almoço o gás acaba. Detesto quando isso acontece, liguei para a venda do seu Braulio, mas ele me informou que estava faltando gás. Foi o jeito ligar para Eduardo e meu coração já disparou.
— Bom dia, no que posso ajudar?
“Venha aqui me comer” pensei
— Você podia vir entregar um botijão de gás?
— Vou pedir para o entregador passar aí agora mesmo. Pode ser?
“Não, eu quero que seja vc.” Quase falei.
— Pode — eu disse — troca para setenta.
— Tá — mas antes de desligar ele disse: — um beijo.
Eu me deliciei com aquilo.
O entregador chegou rápido, colocou o gás pra mim, eu paguei e ele se foi.
Chegou uma mensagem no meu celular:
Ele: ele já entregou?
Eu: já.
Ele: ficou tudo certo?
Eu: acho que sim. Mas vou verificar para dar a certeza.
Ele: ok.
Eu: acho que ele deixou alguma coisa aberta aqui.
Ele: ficou aberta???
Eu: ficou, vc tem que vir fechar. Ou pode explodir.
Ele: explodir?
Eu: é porque tá bem quente e aberto assim pode ser perigoso.
Ele: olha se tá úmido em volta da saída.
Minha boceta estava pulsando tamanha era a minha excitação.
Eu: tá bem molhadinha aqui.
Ele: uhm... então vou ter que verificar.
Eu: estou te esperando.
Quando ele chegou eu abri o portão por dentro de casa mesmo. Ele entrou pela garagem e eu fechei o portão em seguida. Ele entrou na sala e seguiu até a cozinha, mas eu não estava lá. Virou-se e voltou à sala olhou para as escadas e hesitou. Ficou parado na sala até que eu derrubei uma moeda e ele foi seguindo o som. Foi subindo a escada devagar, depois virou-se para um dos quartos, entrou, não encontrou nada, fez o mesmo no segundo quarto sem sucesso. No terceiro, ele me encontrou com um vestidinho de renda transparente sem nada por baixo.
Continua...