O HOMEM QUE MATOU MONA – Parte X
A jornalista espreguiçou-se, depois deu um beijo nos lábios do negrão, desejando-lhe um bom dia. Ele lhe respondeu com carinho. Ela esteve tomando banho cantando uma melodia qualquer, que ele não conhecia. Parecia feliz. Perguntou, lá do banheiro:
- Quem é Mona, amor? Você se baseou em alguém para escrever teus livros sobre ela?
- Mona é uma advogada, que certa vez encontrei num antiquário, num dia de chuva. Conhecê-la foi um momento mágico.
- Chegaram a ficar juntos, namorar, essas coisas?
- Estivemos casados por uns tempos. Acho que foi quando comecei a idealizar a personagem do livro. Já nem me lembro…
- Cadê ela?
- Não sei. Depois que nos separamos, cada um seguiu seu caminho.
- Mas por que se separaram?
- Ela tinha muito ciúmes de mim. Confundia cada personagem que eu criava com alguém que ela conhecia. Achava que eu a havia traído várias vezes com amigas dela. Chegou um tempo em que a nossa vida virou um inferno. Passamos a brigar diariamente. Para a separação, foi um pulo.
- Entendo. Estive sonhando com uma mulher muito sensual, de cabelos enormes. Ela era assim?
Ele demorou a responder. Achava estranho ela ter sonhado com alguém que não conhecia. Alguém que ele tinha assassinado. Ou será que não?
- Não. Ela tinha cabelos curtos e sedosos. Era belíssima.
Ela esteve calada por uns tempos. Depois, disse:
- O livro parece, realmente, ser mágico. Tive sonhos estranhos, que pareciam bem reais. Todos, sonhos eróticos. Acordei excitada e quis te chamar, mas você estava dormindo tão tranquilo…
- Agora estou acordado.
- Mas eu menstruei. Estou de “boi”, como dizemos em Recife.
- E daí? Esse “boi” não tem cu, não?
- Oh, amor. Isso é piada velha. - Disse ela, saindo do banheiro, se enxugando. Aproximou-se dele e deu-lhe um beijo demorado. Depois, falou:
- Melhor não. Não quero foder assim. Espere eu estar melhor e transaremos. Até porque temo sujar os lençóis da cama.
- Tenho algo para te dizer: houve três assassinatos ontem. E roubaram a criatura, lá do bar.
- Nossa, pra quê iriam querer um bicho feio daqueles?
- Uma das pessoas assassinadas era justamente a dona do bar. Acho que a mataram para levar o “peixe”.
- Jura? - espantou-se ela – mataram a minha amiga Zefinha?
- Sim. Lhe cortaram a garganta.
- Meu Deus. Tenho que investigar esse crime para o matutino onde trabalho. Se eu conseguir o desvendar, pode ser a minha porta de ingresso ao jornal.
- As duas policiais federais já o estão investigando. Principalmente porque os dois agentes que vieram acompanhá-las também foram assassinados.
- E o que é que você está esperando para me levar até as agentes federais?
Pouco depois, estavam no casebre onde o negrão morava. As duas policiais estavam empenhadas em colher vestígios dos possíveis assassinos. A jornalista esteve conversando com ela e fazendo umas anotações num bloco. O negrão ficou à distância, para não “contaminar” a cena do crime. Aí, o recepcionista apareceu, sem seu uniforme de trabalho. Estava de folga. Perguntou ao escritor:
- Já falou a ela da médica que cuidou de Sandra? Talvez ela possa ajudar nas investigações…
- Falou de quem? - Perguntou a morena da PF, demonstrando que escutava de longe.
- Nada não. - Gritou o negrão.
A morena se levantou, pois estava acocorada examinando o chão, e veio até eles. Disse:
- Você está me escondendo informações. Desde o início, percebi isso. Desembuche por bem, ou terá que fazê-lo por mal… - Ela disse, entredentes, ao negrão.
Ele olhou atravessado para o recepcionista, depois abriu o jogo:
- Há uma médica que mora aqui que andou cuidando de uma amiga do rapaz. Ela sabe do “peixe”. Que ele tem poder milagroso. E tem um companheiro violento. A princípio, pensei que ele tinha atacado a dona do bar para roubar o bicho. Mas a médica me jurou de pés juntos que ele não está mais no povoado.
- Como se chama essa médica? - Perguntou a ruiva Bruna, que também ouvira a conversa. Tinha vindo até o grupo.
- Maria. Não sei seu sobrenome.
- Ela é nova ou velha?
- Já tem os cabelos brancos. - Disse o negro.
- O companheiro dela é um cara magro, com cara de mau?
- Esse mesmo.
As duas policiais se entreolharam. A morena disse:
- Leve-me imediatamente à casa dessa senhora. Com certeza, ela ou o padre são os assassinos da dona do bar e dos meus companheiros.
No entanto, quando chegaram na casa da médica, não havia ninguém. A residência estava desarrumada, como se a doutora tivesse fugido às pressas. A morena soltou um palavrão. Depois, fez uma ligação.
- Oi, Cassandra. Acho que localizamos a dupla do mal, Maria Bauer e seu companheiro assassino. O que faremos?
Esperou alguém falar do outro lado da linha e disse:
- Não, não temos reforços. Ok. Vou te passando os informes.
- Ele vem? - Quis saber a ruiva.
- Por enquanto, não. Está a ponto de findar sua missão. Pediu que investigássemos, mas com cuidado, pois não temos cobertura.
- Entendo. Aquela dupla é infernal. Não nos convém levar essa investigação adiante sozinhas. Não é melhor esperar por teu irmão?
- Não. Arriscamos perder a dupla. Ainda devem estar por perto. Vamos deter o negrão. Talvez a médica venha atrás dele.
- Não existe cadeia no povoado. - Afirmou o recepcionista, que assistia a tudo calado.
- Então, o trancafiaremos no meu quarto!
A morena deixou Bruna continuando as diligências e fez questão dela mesma voltar ao hotel. Veio com o recepcionista, que ficou responsável por trazer o “xerife” até ela, e com o negrão. Quando ambos chegaram ao quarto, a morena falou:
- Este quarto tem grades nas janelas. Você ficará trancafiado aqui até resolvermos esse caso. Desconfio que o padre Lázaro vai tentar te matar. Aqui dentro, será mais difícil dele te alcançar. Eu mesma cuidarei da tua segurança.
- Acredita que eu tenha algo a ver com os crimes?
- Sinceramente, sim. Então, a partir de agora tua vida corre perigo. O padre é perigoso. E muito inteligente.
- Ué, mas não fiz nada contra ele…
- Ele saberá que soubemos que a dupla está aqui através de você, e vai querer se vingar.
- Entendo. Vai ficar o tempo todo comigo?
- Pretendo. - Disse ela tirando toda a roupa. - Mas vou tomar um banho, antes. Tome essa arma e esteja atento.
- Não entendo nada de armas. Melhor que fique com você.
Ela destravou a arma e ensinou-lhe rapidamente como usá-la. Entregou novamente a pistola a ele. O negro falou:
- Não tem medo que eu te renda com esse brinquedo e escape daqui?
- Tente. Não iria longe. E eu estou querendo te proteger. Portanto, esteja atento.
Quando a morena entrou no banheiro e afastou a cortina, levou um murro na testa. Foi projetada longe e caiu com todo o corpo. O padre Lázaro avançou para cima dela, armado de um afiadíssimo punhal. O negro gritou:
- Pare ou atiro. Deixe-a em paz e vá-se embora. Não quero ter que matá-lo.
- O padre olhou bem dentro dos olhos dele:
- Não teria coragem de atirar.
O negro, no entanto, apertou o gatilho. O padre foi lançado contra a parede do box, por causa do impacto da bala no ombro. Mas levantou-se com espantosa habilidade, e partiu para cima do escritor. Este demorou a voltar a engatilhar a pistola. Teria sido rapidamente assassinado, se uma voz não gritasse:
- Pare, Lázaro. Chega de mortes. Este jovem é meu amigo. Não vou permitir que o mate.
- Ele atirou em mim.
- Eu o faria, novamente, se você tentar algo contra os dois. - Disse ela, apontando uma pequena pistola para o ex companheiro. - E você sabe que eu tenho coragem de atirar. Portanto, vá para o nosso novo esconderijo. Rápido, pois pode aparecer alguém alertado pelo estampido. Logo estarei lá, para cuidar desse ferimento.
- Quer deixar a policial viva? Não entendo você…
- Já disse: chega de mortes. Vim dar meu recado, e não matar alguém. Depressa. Vá-se embora.
O padre saiu sem olhar para trás. O negrão relaxou da tensão. Viu a morte de perto, e ainda estava se tremendo. Tentou socorrer a policial, mas a doutora disse:
- Ela está bem. Apenas desacordada. O murro pegou na testa. O meu ex companheiro a queria viva.
- Por que mataram aquelas pessoas, principalmente a dona do bar? Que mal ela lhes fez? Só para roubar um peixe?
- Não matamos ninguém. Nem roubamos a criatura. Acredite em mim.
- Como posso acreditar nisso? Bastou eu te dizer das propriedades curativas da criatura, e logo acontece isso?
- Não fomos nós. Mas tenho interesse nesse animal. Então, dê um recado a essa policial aí no chão: estou disposta a me entregar, por quanto tempo durar as pesquisas que pretendo fazer, em parceria com a PF. Quero fazer algo que esteja dentro da Lei. Até porque não tenho mais os equipamentos necessários para pesquisar.
- Está oferecendo uma trégua?
- Sim. Mas, depois de terminada as pesquisas, quero a minha liberdade de volta. Isso é inegociável. Meu ex companheiro também não entra no acordo. Estará livre, para o caso dos policiais não cumprirem sua parte. Aí, não me culpem pela retaliação.
- Acha que os Federais vão querer esse acordo?
- Tenho certeza.
- E se te prenderem?
- Eu morro. Mas morro feliz. Sei que Lázaro me vingará.
O negrão esteve pensativo, depois perguntou:
- Você tem ideia de quem matou essas pessoas?
- Eu tenho a certeza. Mas não vou te dizer. Não consigo mais confiar em você. Provou que não consegue guardar segredo, e que faz juízo errado de nós. Mas o recado está dado. Vou-me embora. Deve ter alguém subindo, querendo saber que barulho de tiro foi aquele.
- Como entro em contato contigo?
- Eu é que entro em contato com você. Mas, se quer facilitar, volte ao teu barraco por uns dias, sempre à meia-noite.
Quando a morena acordou, ele lhe deu o recado. Não apareceu ninguém para saber o motivo do tiro. A policial viu os pingos de sangue no chão e olhou assombrada para ele:
- Você enfrentou e feriu o padre?
- Sim.
- Uau, garoto. Merece uma foda por isso.
- E o acordo proposto pela médica?
- Deixa eu consultar meu irmão. Não quero essa responsabilidade sozinha. Ela disse que sabe quem é o assassino?
- Sim. Parecia ter certeza.
- Estranho, essa porra querer nos ajudar, agora. Deve ter algo por trás dessa decisão.
- Com certeza. Mas eu arriscaria o acordo. Não vai ligar para o teu irmão?
- Depois. Estar viva me deixa eufórica. Jamais imaginei sobreviver a um confronto com o padre assassino. Por isso, fiquei a fim de foder.
- Assim, de repente?
- Está reclamando do quê? Você não está afim?
- Não é isso. É que estou impressionado com a sua disposição. Quase ainda agora, estava querendo me prender.
- Para te proteger, já tinha te dito. Deixe de lamúrias. Se não quiser me foder, procuro outro…
Num instante, estavam se beijando. Ela foi baixando a boca pelo corpo dele, em direção ao seu enorme caralho. Aí, viu as picadas de injeção em suas coxas. Perguntou:
- O que foi isso? Você se droga?
- Sim, mas de uma forma diferente. Conhece o “Sangue de Cristo”?
- Como você conhece esse composto? - Perguntou ela, cismada.
- A médica já mo aplicou diversas vezes. E, recentemente, tua amiga ruiva também o fez.
- Bruna? Mas isso é segredo da Polícia Federal. Não era para ser usado tão vulgarmente.
- Sem ele, eu não poderia te foder condignamente. Estou esgotado. Já gozei várias vezes hoje.
- Não me diga que tem amostras daquela coisa…
- Tenho pouco, mas tenho. Se me deixar ir ao meu quarto…
- Eu vou com você.
Quando ele lhe mostrou as ampolas, ela pegou uma. Pediu-lhe uma seringa com agulha e ela mesma aplicou o líquido esverdeado nele. O cara deu um berro, depois seu caralho endureceu imediatamente. Ela disse:
- Assim está mais interessante. Mete na minha xaninha, mete.
- Eu prefiro te foder o cu.
- Só se me satisfazer a periquita. Aí, eu deixo.
Ela o empurrou sobre o sofá. Estavam ambos nus. Ela subiu em seu colo, de frente para ele. Beijou-o de língua. Ele apalpou seus seios e lhe lambeu os biquinhos. Ela estava sedenta de sexo. Pegou uma das mãos dele e a colocou sobre a tabaca. Ele continuou lambendo os biquinhos, enquanto enfiava-lhe o dedo na vulva. Ela gemeu alto. Rebolou no dedo dele. Mas afirmou:
- Eu quero esse caralho enorme, e não dedo, porra. Me dá.
Ela mesma apontou o rebolo para a boceta e se enfiou nele. Estava taradona. Com algum esforço, estrepou-se até o talo. Depois disse:
- Agora, fode. E só pare quando eu não aguentar mais...