Boa noite a todos!
Relutei muito para escrever sobre a minha vida, sobre todos os acontecimentos que se passaram até os dias atuais. Minha terapeuta sempre disse que eu precisava me abrir, contar minha história para as pessoas, que de certo modo isso ajudaria a me ajudar a colocar pra fora tudo o que sinto para não ficar remoendo em mágoas e tristezas. E como já conhecia o site antes, acredito que esse seja o lugar ideal para "desabafar".
Antes de iniciarmos a narrativa, fiquem cientes de que a história é real, quisera eu que não fosse, mas infelizmente não podemos alterar os rumos do destino.
Como não sou um exímio "falador", preferi usar das palavras para levar até vocês leitores que se interessam pelo conto a história da minha vida.
"Não era pra ser assim 1".
Me chamo Guilherme, porém todos me chamam de Gui, atualmente estou com 40 anos de idade, tenho 2,05 de altura (sim, sou um pouco alto) moro no interior de São Paulo),apesar de tudo me considero um cara bonito, devido aos anos dedicado ao vôlei, esporte que pratiquei na adolescência e na idade adulta, mais precisamente até meus 36 anos. Trabalho durante muitos anos numa multinacional que processa cana de açúcar, no momento estou afastado por motivos psiquiátricos,devido ao meu tratamento contra a depressão. Sim, depressão é doença, não tentem minimizar por achar que se trata de frescura ou algo relacionado, isso é uma doença que não desejo a ninguém.
Minha história se inicia no ano de 1992.
Eu tinha acabado de mudar de cidade por conta do trabalho do meu pai, estava com 14 anos e meu irmão na época com 20 anos ficou em nossa cidade natal (São José dos Pinhais - Paraná) por conta dos estudos.
Gisela, minha mãe, veio 10 dias antes para organizar as coisas, casa, escola, convênio médico e tudo mais.
Eu não posso dizer que eu estava feliz nem triste com essa mudança, nunca fui um adolescente ligado às amizades, a convívios familiares, para mim era algo normal, mas para meus pais era muito significativa, tendo em vista que nossa condição financeira melhoraria.
Saímos de São José logo pela amanhecer, e no entardecer já estávamos em nossa nova cidade, devido há algumas horas de estrada, viemos de carro.
Minha mãe como ótima dona de casa já havia deixado tudo arrumado e limpo e quando chegamos o jantar já estava pronto.
Naquela época não havia as tecnologias que temos hoje por isso paramos diversas vezes em postos de gasolina para avisar mamãe onde estávamos e o quanto faltava para chegarmos.
Fomos conhecer a casa e que por sinal era bem bonita, não tinha luxo, nem nada, era uma casa normal, porém muito bem arrumada, com bastante espaço e muito bem situada.
Mamãe já havia me matriculado em uma escola para concluir o término do ano letivo que estava prestes a terminar, na época eu estava na 8° série. Como já era final de semana, aproveitamos para conhecer a cidade, fazendo aquele típico passeio familiar. Conhecemos alguns vizinhos que vieram nos dar boas vindas e acabei conhecendo alguns amigos filhos desses nossos vizinhos o qual temos amizade até hoje.
Segunda feira chegou e aulas na nova escola também, eu estava um pouco apreensivo por quê não conhecia ninguém, e não sabia como os outros alunos reagiriam a minha presença.
Cheguei na escola cedo, logo de manhãzinha, minha mãe ficou incumbida com as tarefas do lar e de me levar e buscar na escola, porém não era muito longe, eu poderia ter ido andando, ela queria ter entrado comigo até a sala de aula, mas disse a ela que não precisava, e fui sozinho até a sala da direção e conversar com a diretora:
-Bom dia, a senhora é a diretora da escola?
-Sou sim, em que posso ajudar?
-Eu sou aluno novo, gostaria de saber onde é a minha sala.
-Sim, você deve ser o filho da Dona Gisela, se não estiver enganada, certo?
-Sim, sou eu mesmo. (Morto de vergonha, minha mãe deve ter falado nossa vida inteira pra ela).
-Venha comigo que eu levarei até a sala.
Andamos pelo longo corredor da escola até chegarmos na minha sala:
-Com licença Rita (era a professora de português, se não estiver enganado) esse é o Guilherme, ele mudou-se para cá recentemente e será o novo colega de classe de vocês, quero que o tratem bem e mostre o quanto nossa escola é receptiva.
Sentei-me ao lado de uns meninos e logo fizemos amizade nas primeiras aulas, eu sempre fui inteligente, modéstia à parte, então acabei achando meu grupo de amigos, estudávamos juntos após a aula, ficávamos na biblioteca fazendo trabalhos, nossa turma era eu, o Renan, o Mateus e o Lucas.
Algumas semanas se passaram, e tudo estava indo muito bem na escola, já era amigo da sala toda, dos professores, fazia minhas tarefas com pontualidade e tudo mais.
Após as provas finais, os alunos que ficaram de recuperação precisaram de algumas semenas a mais de aulas, como já estava liberado, conseguimos mais tempo e viajamos para São José para ver a família antes das festividades, e também não teríamos muito tempo por conta do trabalho de papai.
Aproveitei pra matar a saudade da Manuela, minha namoradinha na época de escola. Combinamos de nos encontrar na pracinha perto da onde eu morava para darmos aqueles amasso, ela era um ano mais velha que eu e bem safadinha por sinal, eu na fase da adolescência estava com os hormônios em alta e me acabava na punheta ao lembrar dos beijos e dos seios grandes da Manuela, embora ainda ela dissesse que era virgem, eu mentia e dizia que não era, mas sim, também era virgem.
Passado as festas, era hora de começo das aulas.
Eu ia para o ginásio (1°, 2° e 3° colegial antigamente) era fevereiro de 93, eu continuei na mesma escola junto da minha turma de amigos, estava morrendo de saudade de todos, pois criamos um laço forte de amizade onde dávamos Boas risadas juntos.
Nossa sala se manteve a mesma, exceto pela saída de alguns alunos e pela entrada de outros.
Nesse meio de alunos novos estava o Fernando... e foi aí que a minha vida mudou completamente.
Obrigado pela atenção de todos que leram, se quem está acompanhando ainda não viu nada demais, lembre-se que é apenas o começo.
Continua...