https://youtu.be/i1GmxMTwUgs
Música para este conto: Angel - Sarah Mclachlan.
Continuando...
Com essas atitudes estranhas, seria o Fernando gay?
Dona Elaine chegou por volta das 22:30 da noite, colocou o carro na garagem e subiu ao nosso encontro trazendo pizza em agradecimento pela minha gentileza. Sentamos na mesa para comer e conversamos sobre nossas vidas, ela se abriu bastante e confessou de como foi difícil recomeçar após o falecimento de seu marido vítima de um câncer aos 42 anos.
Sai da casa de Fernando por volta das 23:20 da noite, insistiram muito para que eu ficasse e dormisse e me ofereceram carona, porém não era necessário, uma vez que morava há algumas quadras (não tão perto) da casa de Fernando.
Cheguei em casa, tomei meu banho, fui ler alguma coisa e logo peguei no sono.
Acordei por volta das 11:00 horas, naquele sábado, teríamos um jogo treino contra outra escola e definição de posições, já que o campeonato começaria na semana seguinte.
Fui para o ginásio onde haveria o jogo e começamos o aquecimento, o Fernando estava com o tornozelo inchado, por isso ficou na arquibancada torcendo para nós. Entramos em quadra e ganhamos o jogo de 3 a 1, como eu me saí bem no ataque o prof° Mauro me escalou pra saída de rede, na posição de oposto, pra quem acompanha voleibol o oposto é a bola de segurança do levantador, tendo a responsabilidade em definir o ponto no ataque, então eu faria dupla com o Fernando na quadra, assim como os dois ponteiros e os dois centrais.
Fernando veio ao nosso encontro:
-Ei pessoal, tudo bem? Disse ele.
-Olha aí o Fernandinho perna de pau - brincou o Jean, um dos nossos ponteiros.
Todos rimos.
Em comemoração à nossa vitória fomos todos almoçar na casa do Pedro onde ficamos a tarde toda, indo embora no começo da noite.
Dona Elaine foi buscar o Nando e me deu uma carona até minha casa, me convidando para almoçar com eles no domingo seguinte, aceitei o convite.
No domingo logo pela manhã estava na casa do Nando, ele já havia se recuperado bem da lesão e voltaria os treinos na quarta feira dando tempo de ganhar ritmo com bola até o nosso primeiro jogo que seria no sábado.
Até o almoço ficar pronto, ficamos no quintal treinando toques e manchetes e conversando sobre os jogos, sobre nossos sonhos de vida e o que gostaríamos de fazer quando formos maiores de idade.
Seus primos chegaram com sua tia Cleusa, que morava na capital, fui apresentado para a família, e logo o almoço estava pronto.
No almoço foi só risada a tia Cleusa era muito engraçada e não tinha papas na língua, divorciada com 2 filhos adolescentes, enfermeira também, percebi que a família do Fernando tinha muito gosto pela área da saúde.
Depois do almoço, Fernando, eu e seus primos fomos até a sorveteria da praça, próxima a sua casa, onde nos deliciamos com uma taça gigante de sorvete, enquanto sua tia e sua mãe arrumavam a louça.
Seus primos arrumaram uma turma e foram jogar uma "pelada", já eu e Fernando ficamos de longe conversando, pois futebol não nos interessava.
Senti vontade de perguntar a ele sobre a revista, mas ainda sim achei melhor não, pois poderia causar constrangimento.
Continuamos ali observando os meninos jogarem bola, e puxei conversa com ele sobre meninas.
-E aí Nando, tá ficando com alguma menina?
Percebi que ele ficou vermelho de vergonha, surpreso com a minha pergunta.
-Na-não, só estudando mesmo, tudo normal. E você?
-Ah, eu tava ficando com una menina, inclusive posso te confessar uma coisa?
-Ah, se quiser. Fala aí.
-Eu perdi a virgindade com ela.
Rimos.
-Você é virgem Nando?
Se tivesse como ele cavaria um buraco no chão e se enterrava.
-Ah, já fiquei com umas meninas, mas só pegação, nada de mais.
Ele se esquivou das perguntas e me chamou pra ir embora. Chamamos seus primos e voltamos pra sua casa.
Já estava anoitecendo, resolvi ir embora, me despedi do pessoal, a tia Cleusa logo veio me abraçar, precisou subir na cadeira, pois eu era bem maior que ela. Uma figuraça!
Sai pela rua andando, quando escuto uma voz ao fundo era Nando indo ao meu encontro para me acompanhar até em casa, mas disse a ele que não precisava, pra ele descansar e não forçar o tornozelo, mas ele me mandou ficar quieto que ele já estava melhor.
Obedeci rsrsrs.
Fomos andando conversando, lembrei que na sexta feira antes um dia antes do jogo faríamos um churrasco na casa do Pedro, para atrair boas energias para a nossa estreia e acertar alguns detalhes com o pessoal do time, até o professor Mauro estaria presente, já que ele adorava uma festa e era mulherengo rsrsrs.
Combinamos de ir juntos.
Na segunda e terça feira os treinos ocorreram normalmente, o Nando voltou aos treinos, mas só no aquecimento, treinando pouco com bola.
Na quarta feira ele já voltou, parecia que nem tinha ficado parado por quase 10 dias, de tão bem que ele estava.
Estávamos super bem no entrosamento, como eu era mais alto que a média dos meninos da minha idade, eu preferia atacar a bola mais alta na rede, porque dava tempo de me projetar no salto e deferir o ataque.
Ele colocava a bola no tempo e altura certa, e quem já jogou vôlei sabe, ter um levantador habilidoso já é metade do trabalho feito.
O Mauro escalou o time titular, e lógico que eu e o Nando faríamos a dupla de levantador e oposto.
Eu e o Nando já estávamos bem próximos um do outro, tínhamos intimidade, tanto que muitas vezes saíamos do treino e íamos pra sua casa, como sua mãe trabalhava a noite eu ficava fazendo companhia pra ele.
Na sexta feira após o treino, corremos pra sua casa, já tinha deixado minhas coisas lá, pra tomar banho e irmos pra casa do Pedro no churrasco do pessoal do time.
O Nando foi pro banho, eu fiquei passando minha roupa, logo depois eu fui. Tomei meu banho, assim que sai do banheiro de toalha fui em direção ao seu quarto, ele estava sem camisa, tinha um tórax bastante desenvolvido, fortinho.
Como já estávamos super amigos e íntimos, tirei a tolha e fiquei pelado arrumando minha roupa, não vi probema nisso rsrsrs.
Ele não sabia disfarçar a vergonha.
Rimos.
-Qual é Nando, nunca viu um homem pelado? Rsrsrs
-Sai pra lá jacaré, põe essa roupa logo e guarda essa minhoca.
-Minhoca? Sei não hein rsrsrs.
Terminamos de nos arrumar, meu pai passou em sua casa pra nos levar.
Fomos os últimos a chegar no Pedro, parecia que a festa não era só do time, tinha muita gente.
O Pedro veio em nossa direção com semblante de preocupação.
-Velho, vocês não vão acreditar, vazou a notícia da festa, olha o tanto de gente que tem aqui!!!
Minha sorte que meus pais não estão. Eu tava morto.
A festa estava animada, por fim o Pedro desencanou e até ele foi curtir a festa.
O Prof° Mauro já se divertia com os meninos jogando truco.
O restante do pessoal dançando, e eu e o Nando ficamos bebendo cuba libre e conversando sobre as meninas da festa.
Ele estava lindo! Ele era lindo!
No meio da festa uma garota chegou em nós com uma amiga, percebi que a amiga dela estava a fim do Nando, sentou ao nosso lado, e eu fiquei empurrando ela pra cima do Nando, mas ele não tomava atitude.
Acabei ficando com a menina, e o Nando nada de beijar a amiga dela.
Ficava se esquivando.
Depois outra garota chegou no Nando, e nada dele beijar.
Outra garota chegou no Nando, mas ele ainda não queria beijar ninguém.
Eu já irritado soltei:
-Porra Nando, você já teve 3 chances pra beijar as meninas e nada cara. Você quer que eu te arrumo algum garoto?!?
Ele me olhou sério e incrédulo com o que eu disse.
Não disse nada, simplesmente saiu andando.
Passou pela primeira garota que tinha chegado nele agarrou a menina e tascou um beijo nela, beijou por alguns minutos.
Passou pela segunda garota e fez o mesmo.
Na terceira, ele levou ela pra parede e ficou lá se agarrando.
Eu acabei ficando com uma menina da escola.
No final o placar que estava em 1×0 pra mim, terminou em 3×2 pro Nando.
Muleque filho da puta!
Passado um tempo ele vem em minha direção, com ar de superior.
Falou dando risada dando soquinhos no meu ombro:
-Quem quer homem agora? Quem? Quem?
-Cara, me dá um pouco desse mel aí, rsrsrs.
-Sai pra lá rsrsrs... e ainda dispensei a quarta rsrsrs.
Puxei ele pra um abraço, mas como eu era mais alto que ele, seu rosto ficou na altura do meu peito.
-Ah Muleque você é demais.
E abracei ele, ele também me abraçou.
O professor Mauro veio se despedir. Já estava meio alto e pediu pra gente não beber muito se não amanhã não teria jogo.
Como a festa já estava ficando chata, pedimos uma carona ao Mauro, ele levou o Fernando e depois me levou.
Lembrei que tinha deixado minha mochila com minhas coisas na casa do Fernando, pegaria após o jogo.
Assim cheguei em casa e dormi.
Acordei por volta das 10:00 horas, o jogo seria as 14:00.
Tomei café rápido, tomei banho, coloquei o uniforme do time e logo meus pais já estavam me esperando para ir ao jogo, eles iriam assistir.
Chegamos lá um pouco cedo, por volta de 12:00 se eu não me engano.
Estava rolando um outro jogo antes do nosso, logo o Fernando chegou com sua mãe e ficamos lá sentados na arquibancada assistindo ao jogo, já aproveitei a apresentei meus pais pra Dona Elaine.
Nossas mães ficaram super amigas logo de cara.
Nosso jogo estava pra quase começar, então fomos ao encontro do time e começar o aquecimento físico.
Corre, salta e ataca.
Corre, salta e ataca.
Ficávamos repetindo esse movimento várias vezes.
Entramos em quadra, começamos a aquecer com bola.
Saque, levantamento, bola pra entrada, bola pra saída, fundo meio, passe, defesa, bloqueio.
Enfim o jogo começou. Logo de início estava meio acirrado, tomamos alguns pontos de saque, e estávamos errando muito no passe e no saque.
A bola não chegava inteira na mão do Nando, então era sempre bola pras pontas, como eu sou mais alto eu conseguia atacar por cima do bloqueio.
Então o Nando percebeu que eu era a "bola dele", quando ele ficava sem opção de ataque ele jogava alta na saída de rede e deixava eu me virar.
E estava funcionando muito bem nos 2 primeiros sets, mas o vôlei não se ganha com um jogador só, então eu fiquei marcado no ataque, logo o bloqueio chegava com 3 pra cima e comecei a ter dificuldades pra rodar bola, e consequentemente perdemos o 3° set.
Fomos pro 4°set, o Mauro pedia pra arrumar o passe, pra ter jogada rápida e arriscar forçar mais o saque. E o time renasceu.
Todo mundo se ajudou.
O saque entrou, o Fernando tinha passe na mão, os centrais (que jogam no meio) atacavam mais, e eu fiquei mais livre, era mais acionado nos contra ataques, pois o oposto tem que ser decisivo.
E eu sabia que se eu não rodasse bola eu ia sair.
Ganhamos o jogo, o passe saiu na mão do Nando ele fez o bloqueio correr na rede e jogou uma bola de segunda pra quadra adversária.
Fim! Ele pulou no meu colo pra comemorar, fiquei com a mão segurando a bunda dele rsrsrs.
No calor do momento a gente nem sente.
Mas o time jogou super bem! Foi uma ótima estreia.
Fomos embora super felizes com a vitória.
Precisava passar na casa do Fernando pra pegar minha mochila, inclusive meu walkman (velho pra caramba rsrs).
Pedi pro meu pai passar lá, subi com ele rápido, peguei minhas coisas dei um abraço nele. E corri pro carro.
Chegando em casa, fui pegar meu walkman, lembrei que tinha roupa suja pra lavar, tirei meu uniforme de treino.
Quando tirei a cueca pra colocar pra lavar, percebi que ela estava meio com alguma coisa seca, achei estranho, porque não lembrava de nada diferente ou anormal.
Aí resolvi cheirar, e sim, era porra.
Mas não era minha...
Continua...
Pessoal, desculpa a demora, hoje estava melhor e resolvi escrever, assim que der eu volto pra contar um pouco mais da história.
Abraços!
Guilherme