Peço desculpas pela demora. Estou muito atarefado com a empresa, a igreja, a faculdade e meu tratamento.
Decidi diminuir a quantidade de Capítulos, não tem me feito muito bem relembrar certas coisas. Pensei em parar de escrever, mas não posso deixar vocês na mão. Então vou reduzir o conto, mas sem deixar de contar as partes mais importantes
O capítulo de hoje minha irmã Kiara escreveu um pouco, espero que gostem.
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Um silêncio reinou na sala de jantar. Meu pai estava sério, minha mãe apresentava uma cara preocupada e minhas irmãs eu não conseguia decifrar o que seus rostos diziam. Então meu pai se levanta
Pai: Que piada mais sem graça é essa Kyle!? Quem é esse rapaz?
Eu: Eu já disse pai, esse é meu namorado.
Pai: VOCÊ SÓ PODE ESTAR DE BRINCADEIRA! EU PASSEI MINHA VIDA ACHANDO QUE VOCÊ GOSTAVA DE MULHER E AGORA DESCUBRO QUE ESTÁ SE ESFREGANDO COM HOMEM.
Eu: Pai em primeiro lugar peço que não grite e me ouça, em segundo lugar eu sempre gostei de mulher e continuo gostando e em terceiro lugar eu nunca havia me sentido atraído por homens, o Cadu foi o único que me conquistou com seu jeito tímido e meigo.
Pai: Maria você não fala nada?
Mãe: Eu já sabia, mas achei melhor ele lhe contar quando estivesse pronto.
Pai: Isso é uma pouca vergonha! Meu filho porque está fazendo isso?
Cadu: Kyle é melhor eu ir embora, eu ligo pro meu pai e peço pra ele comprar minha passagem e eu volto de avião pra casa.
Eu: Não, você fica. Se ele não está gostando ele que vá embora.
Nessa hora meu pai ficou com o rosto vermelho e foi em direção ao Cadu
Pai: FOI VOCÊ NÃO É, SEU MOLEQUE!? QUEM COLOCOU ESSA VIADAGEM NA CABEÇA DO MEU FILHO! O QUE VOCÊ QUER? DINHEIRO? EU DEVIA ERA TE ENSINAR A NÃO SE ENVOLVER COM MINHA FAMÍLIA
Eu: Você não ouse tocar nele. Esse "moleque", como o senhor diz, me deu mais carinho e amor nesses últimos meses do que você me deu nesses últimos anos.
Pai: Isso não é verdade Kyle, eu sempre te amei meu filho
Eu: Amou? Que tipo de amor é esse? Quando o Brann morreu você me afastou, passou a me olhar diferente, só falava comigo quando necessário, nunca mais me abraçou. É isso que você chama de amor? Já fazem 12 anos que eu não tenho um pai.
Kiara: CHEGA!
Todos olhamos surpresos para minha irmã, que até então estava calada apenas observando.
***********Kiara**************
Eu: Kyle não fale assim com nosso pai, ele te ama muito.
Kyle: Não, ele não ama. Ele me culpa pela morte do Brann assim como todos os outros.
Eu não aguentava mais ver aquela discussão, não conseguia ver meu pai e meu irmão gritando um com o outro. Eu tinha que contar o que sabia.
Eu: Desculpa pai mas eu vou contar pra ele.
Pai: Kiara não.
Kyle: Contar o que?
Eu: Kyle o papai não te culpa pela morte do Brann, ele nunca culpou. E você não sabe o quanto esses 12 anos foram dolorosos pra ele.
Nessa hora minha mãe se levantou e chamou Kemilly e o namorado de meu irmão para a sala nos deixando a sós.
Eu: Depois do enterro do Brann eu havia acordado de madrugada e desci as escadas pra tomar água na cozinha. Quando cheguei lá nossos pais estavam sentados à mesa e o papai chorava bastante...
##FLASHBACK##
Pai: Eu não aguento mais Maria, eu não consigo olhar pro nosso filho sem lembrar do que aconteceu, do que eu provoquei. Eu olho pra ele e penso que por pouco eu não o perdi também.
Mãe: Zé não fala isso, a culpa não foi sua. O que aconteceu com Branndon foi um acidente.
Pai: ERA PRA SER EU NAQUELE CARRO, EU
Mãe: Para de falar besteira José
Pai: Ele vai me odiar, o Kyle vai me odiar quando souber que foi minha culpa
Mãe: Nem foi sua culpa e nem ele vai te odiar
Pai: Se naquele dia eu não tivesse inventado de ir beber o Branndon não precisaria ir buscar ele no meu lugar. Se eu não cobrasse tanto dele, ele não tentaria sempre me agradar e estaria vivo hoje. E quando Kyle descobrir isso ele vai ter uma decepção enorme, ele vai ser destruído por dentro. Então vou me afastar dele.
Mãe: Do que você está falando?
Pai: Eu vou ser um pai distante, assim quando ele descobrir que foi minha culpa o Branndon estar naquele carro ele já vai me odiar, então vou privar ele de uma decepção
Mãe: Isso não faz o menor sentido, seu filho precisa de você.
Pai: Eu já me decidi
##FIM DO FLASHBACK##
Eu: Depois disso ele se afastou de vez de você, e todas as noites eu o via chorar por ter que fazer isso. Eu nunca entendi bem essa lógica dele, mas o nosso pai sempre te amou.
Kyle: Isso é verdade?
Pai: Eu sinto muito meu filho, eu sou um pai terrível. Primeiro provoquei a morte de seu irmão e ainda agi erradamente com você todos esses anos. Na minha cabeça o meu plano funcionaria, mas acabei te decepcionando ainda mais. Você me perdoa?
Kyle: Só se o senhor me perdoar pelas coisas que eu disse.
Os dois começaram a chorar, mas ficaram no mesmo lugar.
Eu: Ah pelo amor de Deus como os homens dão trabalho, se abracem logo.
Os dois se abraçaram e finalmente achei que tudo ficaria melhor, mas...
Pai: Se você queria me castigar meu filho você não precisava trazer aquele garoto aqui e fingir que ele é seu namorado.
Kyle: Pai não é fingimento, o Cadu é meu namorado, eu o amo
Pai: Não, eu não acredito nisso. Você vai ter um filho, o que você vai ensinar a ele? A se esfregar em outro homem?
Kyle: Não, eu vou ensinar ele a diferença entre o justo e o injusto, vou ensinar ele a ser uma pessoa íntegra, de caráter e a amar sem se importar com a opinião das outras pessoas e nem julgar os outros por quem são. E se o senhor realmente quer se reaproximar de mim está tomando o caminho errado.
Eu: Pai ele está certo, também fui pega de surpresa mas temos que aceitar o Kyle como ele é e quem ele amar. Temos que ficar do lado dele.
Antes que meu pai falasse algo, meu irmão começou a agir estranho. Ele agarrou a cabeça com força e estava ficando roxo, de repente ele começa a gritar e se debater no chão segurando a cabeça. Eu estava apavorada, nunca havia o visto daquela forma e pela reação do meu pai ele também não. É quando o namorado do Kyle entra correndo seguido de minha mãe e minha irmã.
Carlos Eduardo: AMOR!!! Rápido alguém chame um médico. Ele está tendo uma crise.
Minha mãe correu desesperada para a sala, pegou o telefone e ligou para o doutor Alberto que era um amigo da família que morava próximo a casa de meu avô. Enquanto isso o Carlos Eduardo segurava o Kyle abraçado com ele tentando o acalmar. Meu pai e eu estávamos estáticos, só conseguíamos observar aquela cena. Quando Kemilly me puxa pelo braço.
Kemilly: Rápido vamos arrumar a cama do quarto da empregada para deitar ele lá, não dá pra subir as escadas com ele assim.
Corremos até o quartinho que ficava atrás da cozinha onde às vezes a empregada dormia. Tiramos algumas coisas de cima da cama, e voltamos pra falar que levassem ele pra lá. Quando voltarmos os gritos tinham parado, meu irmão estava desmaiado nos braços do Carlos Eduardo.
Carlos Eduardo: Amor acorda por favor, não faz isso comigo.
Eu: Levem ele para o quarto da empregada, deitem ele lá até o médico chegar. - meu pai não se movia, parecia estar em transe encarando o Kyle - pai, ajuda a levar ele. PAI
Carlos Eduardo: VAI FICAR AÍ PARADO VENDO SEU FILHO ASSIM?
E como se o que ele falou funcionasse como um gatilho, meu pai foi até onde eles estavam e levou meu irmão nos braços até o quartinho.
Alguns minutos depois o doutor Alberto chega e examina ele. Parece que a crise não havia sido tão forte e ele só precisava descansar e não poderia se exaltar. Saímos todos do quarto para deixa-lo descansar, o único que ficou foi o Carlos Eduardo.
***********Kyle**************
Acordo com a visão um pouco turva ainda e percebo que estou deitado no quarto da empregada, e sentado numa cadeira ao lado da cama está o Cadu mexendo no celular, quando ele percebe que estou acordado larga o celular em cima da cama e me abraça.
Cadu: Não me assusta assim de novo, tive medo de te perder.
Eu: Eu tô bem agora amor, por quanto tempo fiquei apagado?
Cadu: Umas 6 horas mais ou menos.
Eu: E você ficou aí sentado esse tempo todo?
Cadu: Sim, quer dizer não, eu saí pra ir no banheiro. Mas fora isso eu não saí daí.
Eu: A cada vez me apaixono mais por você, tu é muito fofo velho.
Cadu: Para Kyle, assim você me deixa sem graça
Eu: Eu só disse a verdade. Mas eai o que aconteceu enquanto eu estava dormindo?
Cadu: Um médico veio te examinar, acho que é amigo dos teus pais. A propósito, que assunto maluco foi aquele? Quem é Brann?
Eu: Bom, acho que mais cedo ou mais tarde eu teria que te contar né. Brann foi a pessoa mais importante da minha vida, alguém que amei profundamente.
Cadu: Achei que eu fosse o primeiro e único homem por quem você se apaixonou.
Eu: E é, Brann ou melhor Branndon era meu irmão mais velho.
Cadu: Ah, e o que houve com ele?
Eu: É melhor você se sentar que a história é longa.
**Depois de contar toda a história**
Cadu: Nossa, se fosse outra pessoa me contando eu diria que era impossível isso tudo acontecer.
Eu: Sei que pode ser difícil de acreditar, mas eu te contei a verdade.
Cadu: Eu acredito em você e fico feliz que confiou em mim para me contar.
Eu: Eu confio muito em você, minha vida é sua. E é melhor subirmos pro nosso quarto e dormirmos.
Subimos para o quarto e nos deitamos, antes de dormir notei que meu celular estava com a tela acesa, peguei pra verificar e tinham mais de 37 ligações perdidas de Luanne e mais de 300 mensagens no grupo da faculdade. O que não seria incomum se não fosse pelo fato de só falarem naquele grupo quando as provas começavam, mas ainda estava no início do novo período. Decidi que já estava tarde para falar com Luanne e que no dia seguinte, após terminar a conversa com meu pai, eu falaria com ela. Bloqueei meu celular, abracei o Cadu e rapidamente adormeci.
CONTINUA...