AMOR DE PESO - 02X12 - COMPLICAÇÕES

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Homossexual
Contém 2559 palavras
Data: 27/05/2018 23:35:09
Última revisão: 06/07/2022 19:56:03

Pai e Mãe,

Eu nunca fui um garoto popular. Sempre me desprezaram em todos os lugares. Afinal, eu era diferente dos outros meninos e ninguém se aproximava de mim. Para me animar, vocês sempre faziam minhas vontades como ir ao parque de diversão ou tomar sorvete na praia. Sinto falta disso. Sinto muita falta.

***

Eu nunca desejaria que um amigo sofresse as humilhações que passei. Ramona e Letícia estavam na frente da escola. A minha amiga tinha medo de enfrentar os comentários maldosos de todos. Até aquele ponto, todos os alunos do Colégio Dom Pedro II já sabiam que Ramona era uma hermafrodita. Agora pensa comigo, como os adolescentes reagiriam a tal informação?

Ramona e Letícia estavam paradas na frente da escadaria principal da escola. A minha amiga tinha medo de enfrentar os comentários maldosos de todos. Até aquele ponto, todos, eu disse todos, já sabiam da condição da minha amiga, ela era uma hermafrodita. E como você acha que as pessoas da escola reagiriam? Bem. Infelizmente não foi desse jeito.

— Ramona. — um dos pivetes do terceiro ano a chamou. — É verdade que o teu saco é maior que o do Brutus.

— Sai daqui, bacana! — exclamou Ramona, sem paciência para lidar com adolescentes.

— Ei, seu fuleiro! — Letícia gritou. — Sabe o que é menor que o saco do Brutus? Teu pinto. Eu sei, eu vi. — mostrando o dedo do meio para o garoto, que ficou sem graça e subiu as escadas correndo.

— Oi? — falei me aproximando e percebendo o climão. — Não vou nem perguntar se está tudo bem, já sei a resposta. Força. — pegando no ombro de Ramona.

— Gente, alguém viu o... — Zedu se aproximou sem qualquer tato e quase perguntou pelo Brutus, mas acabei fazendo uma careta engraçada e acho que o meu namorado entendeu o recado.

— Tudo bem, galera. — Ramona nos tranquilizou. — Nada do Brutus, né? Ele não atendeu minhas ligações.

— Para. Você sabe como ele funciona. Precisa de tempo. Ele precisou de muito tempo quando soube que eu era gay. — virei advogado do Brutus para amenizar o climão.

— Ei, aberração! — gritou outro garoto que nunca vimos.

— Seu filho da...

— Ei, Zedu. — pedi o segurando, porque o Zedu quase partiu para cima do garoto. — Não vale a pena.

É. Queríamos só um semestre tranquilo, porém, as mudanças estão vindo sem aviso. O Lucas nos surpreendeu positivamente. Ele não era o mesmo babaca que andava com o João. Ele defendeu a Ramona em duas oportunidades. Alguns alunos e a diretora continuavam desconfiados, só que eu o entendia.

Ficamos conversando em uma área arborizada da escola. Ele parecia nervoso e continuava pedindo desculpa pelas confusões que aprontou no início do ano. Ao mesmo tempo, percebemos várias coisas em comum como, por exemplo, o nosso amor por bandas britânicas ou preferência pelos realities de culinária.

Lucas realmente havia mudado, ele não era o mesmo babaca que andava com o João e que a gente ficou conversando em uma área bem arborizada da escola. Ele parecia nervoso, me pediu desculpa por toda a confusão que causou na minha vida, disse que estava aprendendo a ser uma pessoa melhor.

— Sério. — Lucas soltou rindo, quando imitei um chef de cozinha indiano que fazia sucesso no Brasil. — É igualzinho, Yuri.

— Yuri. — Zedu chamou a minha atenção. Ele estava em pé com as nossas mochilas. — A gente precisa ir.

— A gente se fala. — me despedi de Lucas e segui o Zedu na direção da saída.

— Conversa muito íntima essa, hein?

— Estamos nos conhecendo. No fim das contas, o Lucas não é ruim. Era apenas um garoto apaixonado. — justifiquei, sentindo o Zedu estranho.

— Entendi.

— Ei, está tudo bem? — perguntei, com dificuldade em segui-lo.

— Tá sim. Eu estou ótimo. — disse Zedu, mesmo sendo perceptível que não estava nada bem.

Tudo parecia pronto para a gravação do filme de Arthur. A gente contou com o apoio dos irmãos de Zedu. Fred, como sempre, gentil e atencioso. Já o JL, continuava distante e introspectivo. Ensaiamos todo o curta-metragem. Não sabia que fazer um projeto audiovisual era tão complicado.

No curta-metragem, a Letícia interpretaria uma oficial do exército que se via em meio a um apocalipse zumbi. Ela chegaria até uma fábrica abandonada e encontraria o covil de um cientista malvado que começou os experimentos com os mortos-vivos.

Eu faria o papel do tal cientista. Os meus amigos seriam os zumbis do laboratório, até que o Fred entrou na brincadeira e decidiu atuar como um zumbi. A responsável pela maquiagem foi uma moça chamada Tâmara.

Ela era habilidosa com as maquiagens e, em menos de 30 minutos, a Tâmara zumbificou todo mundo. Eu seria assassinado pela Letícia no final e, graças a Deus, não passaria pelo processo de zumbificação.

— Alguém viu o Mundico? — perguntei, enquanto coçava as minhas costas com a ajuda de uma régua. — Ele disse que viria. Eu não o vejo desde ontem.

— Relaxa. Ele deve ter tido alguma emergência. — afirmou Zedu, que mesmo zumbificado continuava lindo.

O Brutus nos ajudou na produção, mas se manteve distante. Em duas oportunidades, a Ramona pediu para conversar com ele, mas a Kellen atrapalhava.

— Brutus, eu...

— Ramona. Eu só quero um tempo, tudo bem? Desculpa, mas essa é a forma que encontrei para absorver essa informação. — pediu Brutus, visivelmente abalado.

— Brutus. — disse Kellen aparecendo, literalmente, do chão. — Eu trouxe um refrigerante. — entregando uma garrafa para Brutus. — Ramona, você está linda de zumbi. Vai ter uma dupla identidade. — comentou Kellen de maneira maldosa.

— Kellen, querida. — Ramona respirou fundo e pensou nas melhores palavras. — A sua opinião e o nada, para mim, são as mesmas coisas. Com licença. — saindo e indo em direção a Letícia.

— Eu vi a surra que você deu na Kellen. — sussurrou Letícia. — Vou até anotar.

—Obrigada, amiga. De verdade. Você foi a única que aceitou de boas. Quer dizer, o Yuri e o Zedu, também, mas você é a minha melhor amiga e...

— Eu te amo, Ramona. Sempre confiei meus segredos a você. Nada vai mudar. Nada. — garantiu Letícia, que deu uma última conferida no look de sua personagem.

Quatro horas de gravação. O curta não teria nem 3 minutos e levamos quatro horas para finalizá-lo. Lembra que eu comemorei não ser zumbificado? Bem, a personagem da Letícia empurrou o cientista maluco em um tanque de vísceras (uma mistura de corante, mel e água). Fiquei vermelho dos pés à cabeça.

Realmente, a experiência de ser ator foi revigorante, apesar do meu personagem morrer de maneira tão deprimente. O Arthur soube nos conduzir em todas as cenas. Ele vai ser um ótimo diretor.

Voltamos para a realidade naquela segunda-feira. Depois da aula, decidimos correr com o projeto da Feira de Ciências. Pedi para usar o laboratório, então, chamei o Zedu e Lucas.

— O nível de cloro na água está grande. — afirmou Lucas, olhando no microscópio.

— Isso! — exclamei. — A gente precisa levar os gráficos para imprimir, você pode fazer isso? — perguntei entregando o pen drive para Lucas. — Lembra que tem que ser grande. Na sexta-feira, você vai lá em casa. A gente vai fazer as camisas e faixas da nossa barraquinha.

— Como vocês conseguem entender tudo isso? — Zedu coçou a cabeça com a caneta.

— Amor. — pedi fazendo biquinho. — Entrega alguns livros para mim? — me aproximei de Zedu, e dei um beijo nele. — Isso é pelos livros.

— Acha que vai me ganhar com um beijinho? — Zedu questionou, pegando a pilha de livros e sorrindo.

— Ei. — me aproximei e falei perto do ouvido de Zedu. — Vai lá em casa hoje, quero você nú.

— Esse é um ótimo motivo.

Desci as escadas cantarolando "Stand By Me", do Oasis, e esbarrei no Mundico. Ele estava tremendo, então, o levei para o laboratório. O Mundico não falou nada, apenas chorava. Tentei acalmá-lo e acho que funcionou, porque parou e explicou a história. Nem preciso dizer que fiquei chocado. Ele mostrou o vídeo de Juarez danificando o aparelho.

— Sinto muito, Mundico. — lamentei o abraçando.

Cheguei em casa exausto naquela noite. O George me deixava livre para fazer algumas sessões, mas era cansativo demais. A titia anunciou um jantar especial e tive que "vestir" a minha cara de bom moço. Sentei à mesa com todo mundo. Para a minha surpresa, o Carlos havia levado o Julian. A minha irmã, indiscreta como sempre, decidiu paquerar o menino.

— Julian, você tem que idade? — soltou Giovanna para o desespero da tia Olívia.

— 16 anos.

— Você vai morar com a gente? — foi a vez do Richard de fazer uma pergunta idiota.

— Não, Richard. Ele só veio nos visitar. — titia respondeu, dando um de seus olhares matadores para o Richard.

— Você não tem namorada? — Giovanna questionou.

— Não liga para ela, Julian. — pedi. — A bichinha é adotada.

— Eu pensei que o adotado fosse eu. — comentou Richard, confuso e coçando a cabeça.

Esqueci que havia convidado o Zedu para assistir um filme. Ele estranhou a presença de Julian. Eu esqueci de apresentá-los. Agora, vendo um ao lado do outro, percebi que eles são bem parecidos. Na verdade, o Julian é um pouco mais alto que o Zedu. A situação só não ficou pior, pois o Richard soltou mais uma de suas pérolas.

— Tia, vamos assistir "O Mágico de Oz". — falei levantando e indo em direção ao Zedu.

— Ei, portas abertas. — ela pediu me deixando envergonhado.

Eu percebi que o José Eduardo estava estranho. Não de agora. Eu conseguia notar pela sua respiração. Coloquei o filme para rodar, mas alguma coisa dentro de mim dizia que aquilo não estava certo. Levantei e parei o filme.

— Tá, Zedu. O que foi? — perguntei. Então, lembrei de todas as vezes que ele agiu estranho naquela semana.

— Você tá me traindo com alguém?

— Oi?

— Desculpa. — lamentou Zedu. — Com essa situação da Ramona e do Brutus. Eu estou preocupado com a gente. Eu já perdi meu pai e não me vejo sem você.

— Amor. Eu nunca te trairia. — eu afirmei me aproximando de Zedu e o beijando.

— E esse tal de Julian?

— Amor, ele é sobrinho do Carlos. A titia só quer que a gente faça amizade com ele. Nossa, Zedu, pensei que você confiasse em mim. — falei com um tom de revolta na voz.

— Eu confio em você. Só tenho medo e...

— Ei. — o cortei. — Pode tirar esse medo do teu coração.

***

A lamentação pode vir de diversas formas. Sentado na frente da escola, Juarez, imaginava o tamanho da raiva de Mundico. Ele lamentou os momentos em que foi um babaca com o amigo. Sem conseguir comer ou dormir, além da saudade do crush, Juarez também pensava sobre as penalidades que sofreria.

Naquela manhã, Mundico chegou desanimado e encontrou "sua decepção" na entrada. Para chamar a atenção de Mundico, Juarez ficou de joelhos no chão e implorou por perdão. De repente, os alunos se aglomeraram para assistir a cena.

— Eu vou à polícia. Vou me entregar. — contou Juarez, ainda de joelhos no chão. — Eu já falei para o meu pai, quero responder pelos meus erros. Só me perdoa.

— Gente. — soltei me aproximando deles. — Está todo mundo.

— Juarez, cara. — interveio Zedu.

—José, fica de fora, isso é assunto meu. — Juarez respondeu de maneira ríspida. —Por favor, vou na delegacia hoje à tarde.

— Ótimo. Espero que seja preso. — desejou Mundico, subindo às escadas correndo e entrando na escola.

Que merda. Ok. Eu não quero julgar o Juarez, porém, o que ele aprontou foi um crime. Não digo, nem pelo ato de sabotar o guindaste, mas de tirar a dança do Mundico. Encontrei o meu amigo chorando na quadra da escola.

— Eu tento. Tento. Ele me afeta tanto. Ele me enganou, Yuri. Tirou tudo de mim. Eu estou quebrado. — se abaixando e chorando.

— Ele não te quebrou não. Você tá aqui, saudável. É meu amigo querido. — abraçando Mundico. — Não deixe ele te afetar.

Depois de um dia de gravação, o material bruto deixou Arthur feliz. Ele começou a editar o curta. Todas as cenas foram analisadas. Arthur buscava pelo melhor. Só que para entregar um ótimo produto, ele sacrificava algumas partes importantes de sua vida como a própria Letícia.

Toda animada por ter conseguido ingressos para um show de rock, a Letícia convidou o namorado, porém, ele recusou e pediu para que a namorada fizesse mais silêncio. Bernardo chegou trazendo alguns documentos e viu os ingressos de Letícia.

— Pensei que os ingressos estavam esgotados. — afirmou Bernardo.

— Ei, já sei. Você pode ir comigo. O Arthur está muito ocupado com a edição do curta. — explicou Letícia, usando os dois ingressos para abanar o rosto.

— Claro! Vai ser do cacete! — celebrou Bernardo, roubando um dos ingressos e levando consigo.

Eu amo beijar o Zedu. Ele tem uma boca macia e quente. Estávamos nos beijando no quarto, quando a tia Olivia ligou para que eu comprasse mais comida. O motivo? Julian jantaria outra vez conosco. Voltei a minha atenção para o Zedu e nem contei sobre o assunto da ligação. Não tem como prestar atenção em outra coisa a partir do momento em que meu namorado está pelado.

Depois de um banho, o Zedu voltou para a sua casa e eu corri no mercado para comprar os produtos que faltavam. No caminho de volta, esbarrei com o Julian. Ele se desculpou por chegar mais cedo que o previsto e entramos para preparar o jantar.

Antes de casar, a mãe de Zedu era professora. Ela queria voltar ao mercado de trabalho, apesar de Ulisses deixar uma boa pensão, a minha sogra não gostava de ficar parada. Ela daria aula para uma escola do ensino médio. Para celebrar, Teodora preparou uma janta especial para os filhos.

Antes de comer, Zedu foi até o quarto para trocar de roupa. Ele tomou banho comigo, mas queria colocar uma roupa mais confortável.

— Ei, maninho. — JL o cumprimentou. — Sei que agi como um babaca nesses últimos tempos.

— Tudo bem, não foi fácil para mim também. — concordou Zedu.

— Acho bacana o teu relacionamento com o Yuri. — soltou JL, esperando Zedu fisgar a provocação. — Sério. Se eu fosse você ficaria com ciúmes.

— Como assim?

— A relação aberta de vocês. — comentou JL. — Eu o vi com um rapaz. Pensei que vocês formariam um grupão.

— Eu não tenho um relacionamento aberto. O que você viu?

— Sinto muito maninho. — lamentou JL. — O vi com um rapaz. Eles estavam entrando na casa do Yuri. — virando para a janela e sorrindo.

Inconformado. Zedu voltou para a minha casa e, através da janela, me viu conversando com o Julian. No fundo, Zedu estava cansado. Ele não aguentava mais esperar mais outra pessoa sumir de sua vida e o comentário de José Leonardo só fez piorar a situação.

Outra situação complicada era de Juarez. Porém, apesar de tudo, ele se entregou à polícia e contou tudo o que aconteceu no Bumbódromo de Parintins. A polícia anotou todo o depoimento e abriu uma investigação.

— Tem certeza disso? — o advogado de Juarez quis saber.

— Você ouviu o meu pai, né? Eu sou uma aberração. — disse Juarez com os olhos inchados.

Não muito longe dali, Bernardo e Letícia dançavam bastante no show. Além da música de qualidade, eles conseguiram várias bebidas de cortesia.

— Eu me sinto tão leve! — gritou Letícia, dançando e abraçando Bernardo.

— Você é linda demais. — Bernardo a elogiou.

A música festiva, os corpos suados e a bebida na cabeça. Letícia lutou contra os sentimentos, entretanto, um beijo entre os dois foi inevitável. Porém, a merda do momento falou mais alto que o álcool.

— Para. Não podemos. — disse Letícia se afastando de Bernardo.

— Que merda nós fizemos? — perguntou Bernardo com o coração acelerado.

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Comentários

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Caramba... amo seus contos e até criei uma playlist no spotify com as musicas que vc coloca no meio! Se não for mais essa história, cria outras. São otimas!

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JÁ VAI COMEÇAR O SHOW DE BABAQUICES DE TODOS. DE BRUTUS E KELLEN. DE YURI E JUIAN E ZEDU SENTINDO CIUMES VAI ACABAR ACREDITANDO NAS BOAS INTENÇÕES DO IRMÃO. ISSO NÃO VAI DAR BOA COISA. NEM TUDO QUE SE VÊ É DE FATO O QUE PARECE ZEDU. DIÁLOGO É SEMPRE A MELHOR SAÍDA. SE VC DESCONFIA DE YURI MELHOR ACABAR O RELACIONAMENTO. BRUTOS, ESSE LANCE DE QUERER TEMPO É IDIOTICE. QUER DIZER VC DÁ U TEMPO DE RAMONA ESTANDO AO LADO DE KELLEN? BABACA. MERECE É CHIFRE. É QUE RAMANA É MUITO BOBA, APAIXONADA DEMAIS PRA TE TRAIR. SE FOSSE ELA JÁ TERIA DADO UM PÉ NA SUA BUNDA. MAIS UMA VEZ FOI INCPMPREENSIVO COM ALGUÉM. OLÍVIA NÃO TEM NADA QUE FICAR CONVIDANDO JULIAN PRA FREQUENTAR SUA CASA. MAS ESSE IRMÃO DE ZEDU TEM QUE LEVAR UMA PIOR. FOFOQUEIRO DO CARAMBA. ISSO É COISA MUITO BAIXA. CRESCE.

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