Primeiramente, cala a boca marginal. Boa Noite Itália, Boa tarde Brasil.
Acordar e ver o garotão só de samba canção foi engraçado. A casa ainda estava vazia o que não era de tao estranho, já que os meninos além de se ocuparem bem, Ainda tinham trabalhos aleatórios e avuços para fazerem.
Ainda eram 9 horas. E só ai. Só aí que eu lembro que tenho um cara deitado na minha rede que já deveria está no seu trabalho.
- Acordarrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr Marginallllllllllllllllllllll. - Viro ele da rede com minha super força e dando o grito da mulher do pastel.
Murilo encontra o chão de uma forma não sutil ou delicada. Seu rosto vai de cara no chão, o fazendo gemer de dor.
- Você está doido seu idiota. Você poderia ter me matado de ataque cardíaco.
- Eu? Depois você me agradece. Está mais do que atrasado para ir trabalhar. Seu chefe vai...
Murilo coloca a mão na minha boca.
- Seu grande idiota. Esqueceu que sou dono do meu próprio negócio? Se quise-se não iria nem hoje.
Sabe aquela vergonha alheia e aquele drama que você fez, tipo digno de malhação essa atual que é uma bosta? Sim, era o que eu sentia.
Murilo sorriu e foi se deitar na minha cama se enrolando no edredon.
- Sim bonitão, não vai mais sair da cama nao?
- Acertou no bonitão e vou. Me avisa quando o café da manhã estiver pronto.
- Sim. Vai esperando. Quando não tive mais nada eu te chamo.
Murilo soltou resmungos baixinhos e me encarou como uma criança que odiava acordar pra ir para escola de manhã.
- Tá bem mamãe. Acordei. Tá feliz?
Por alguns instantes ele nem ao menos disfarçou que sua barraca estáva em pé e mesmo assim pegou suas roupas e foi para o banheiro.
- Nao... Não demora. Ainda tenho que compra pão e fazer...
Irritado, ele bateu a porta.
- Aqui não é sua casa.
- Mas vai ser, meu noivo. - rebateu de dentro do banheiro.
Reviro os olhos, Mas com um sorriso no rosto. Vou até minha carteira e vejo meu cartão de vale alimentação. Ainda bem que tinha alguma coisa.
Esperei o senhor sair do banho. O que demorou.
- Estava fazendo torneio dentro do banheiro?
- O que? Que torneio? - ele limpa os cabelos com a toalha e joga ela no ombro.
- Estava. - balanço a mao na frente do nariz. - Sinto o cheiro do pecado de longe.
- Se está pensando que joguei meu esperma que vale uma fortuna no seu banheiro. Está errado. - Eu me viro de costa e sinto ele me abraçando. - Queria joga-lo em outro canto.
Piso bem no pé dele e o empurro. Outros resmungos em sua língua natal.
- Papo furadaço. Fura, daço.
Olhei no relógio e quase já eram 10 boras. Achar uma padaria que tivesse pão caseiro aquela hora, seria uma tortura.
- Vou sair.
- Espera. Vou junto com você. Assim já compro gasolina para o carro.
- Vamos andar muito Murilo. E não vai dar tempo de almoçar.
- Vai dar sim. Relaxa.
Uma coisa eu tinha que concordar. Se a energia da cidade fosse gerada pela auto confiança de Murilo. Meu amigo, Eu estava rico e a cidade jamais ia sofre um apagão.
Andamos para compra logo o pão, já que se fossemos primeiro compra a gasolina. Íamos se dar mal. Pelo menos foi uma andada de 20 minutos ou mais. Murilo e eu saímos com roupas simples. E as dele mas do que bem lavadas. Já que eu lavei e coloquei para secar.
Enquanto andávamos, conversávamos sobre assuntos aleatórios e até mesmo sobre como seria nossa vida daqui para frente.
- Nunca te perguntei. Acho que nunca chegamos ao ponto disso. - Murilo me olha intrigado. - Bem, se vamos nos casar. Como vai ser nossa vida depois, de tudo.
- Eu venho fazendo essa mesma pergunta a um bom tempo. Acho que vai ter que ir mora comigo na minha casa e vamos ter que conviver com isso. - Murilo tinha mudado de expressao. Falar sobre isso era algo que nenhum dos dois expressou em palavras.
- Para você teria algum problema? Já que gosta de sexo e caso não tiver outra escolha e ter que ficar com alguém de fora. - Eu tento decifra o que se pasava em sua mente pelo seu olhar. Mas foi em vão.
- Já pensei nisso. Se um dia não conseguir me controlar, mesmo tendo as minhas mãos que fazem mágica e os bons e velhos brinquedos sexuais. Você seria o primeiro a saber. - Murilo estava sendo sincero.
Ali eu percebi que ele realmente estava com medo. Pelo que li na internet. A Rússia ainda era um país muito rigoroso, e ser e querer viver a vida que Murilo gostava tinha um preço alto a se pagar e que pelo visto estava bem longe de terminar aquela guerra no país.
- Eu vou ficar do seu lado Murilo. Sou conhecido por sempre dar um jeito. E darei cobertura para voce, caso precise estravasar. Espero que seus mútuo.
Murilo me olha incredulo. Como se estivesse falando em outra língua que ele não conheca. - Porque eu sou poliglota meu amor. Sei falar 4 linguas, ironia, sarcarmps, deboche e a mais famosa de todas memes.
- Você não vai mesmo. Você da muito na cara. Vamos acabar sendo pegos. - Ele passou a mão no cabelo colocando para tras.
- Acha que não sei ser discreto? - Arqueio uma sobrancelha para o garoto.
- Não é que não sabe. E que vamos ser o casal LGBT mais famoso do mundo. Acha que não vai repercutir alguma coisa? Somos tipo a realeza da comunidade.
Murilo poderia ser o sonho de consumo de qualquer gay, loiro, olhos azuis, alto, forte, masculo, cheiro de macho, textoterona exalado do corpo, dinheiro para rasgar, centro do universo, perto dele você se sentia a donzela em perigo. Mas ele tinha duas coisas que valia a pena levar isso com ele, e para mim eram as mais importantes.
A inteligência e o Humor.
Sempre fui criterioso com isso, desde de que descobri que beleza não é tudo. As vezes os homens - Não vou dizer fieis - Mas peculiares são aqueles engraçados e os inteligentes. E se o homem tiver essas duas coisas. Eu te digo, corre, Ele pode ser o marginal da sua vida. Que vai fazer você ser tão feliz quanto o Shrek.
Murilo tinha um bom papo. E isso me fazia rever tudo o que pensava sobre ele. E tudo que eu construi em minha mente no decorrer dos anos. Me fazendo pensar se realmente, Eu fui justo em dar o troco na escola pelo que ele me fez. Ou simplesmente era para eu ter parado com aquela loucura.
- Se eu for tipo á "realeza" eu quero ser pelo menos respeitado e adorado. Sabe, não seria nada mal e chegar na pairava e ele me darem todos aqueles livros.
- Vai nessa bonitão das tapiocas. Vamos, temos que chegar lá o rapido.
A sorte era que eu e ele andávamos de óculos escuro. Mas mesmo assim ouvi alguns comentários de como aquele vara pau era bonito. Resmungo ofensas baixinho para aquelas duas piranhas.
Como dizia Walesca: Desejo todas as inimigas vida longa, para que elas vejam a cada dia mais nossa Vitória.
Voltar foi mais rapido. Entrávamos em atalhos, E até mesmo fomos assaltados, Por causa do vara pau.
Tínhamos entrado num beco, onde eu certamente achava que ia dar na principal de casa. Mas nao foi isso que aconteceu.
O cara tinha encurralado uma garota, deveria ser jovem, poderia ser á idade de minha irmã, beirando seus 17 anos a 18.
- Ei, mexa com alguém da sua altura. - Ele esbravejou apontando para o ladrão.
A garota nos encarou e olhei para ela e apenas com o olhar, E agradeço ao céu por ela ter entendido. Correu, pegando sua bolsa e ficando atrás de mim.
- Obrigada. - disse ela ficando atrás de mim.
- Você está bem? - Pergunto para a garota. Ela tinha a minha altura, olhos verdes, usava aparelho, seu rosto era quadrado e os cabelos com franja beirando os olhos eram negros. Com uma saia rodada e uma camisa branca. - Adorei suas botas, Mas ele te machucou?
- Não. Ele não me machucou. Ainda bem que chegaram. - Ela sorriu e pegou meu braço dando uma volta nele o empreeçando. - É as botas fora de liquidação. Agora você fica calado.
Murilo me olhou de relance e sorriu de canto.
- Não sabe fazer nada direito né?
- Olha quem fala. Você quis salvar ela é agora estou sendo quase sequestrado. - Tento bater na garota. Mas ela tinha força. Foi apertando o braço por cima do pescoço.
- Esse golpe é bem antigo, Mas ainda da certo. Eu disse que vinha peixe grande, Kelly. - disse o homem se virando para eu poder enxerga-lo.
O cara era nojeto. De seu nariz brotava uma segunda cabeça, uma veruga enorme, seus cabelos pequenos e bem ralos cobriam que toda a cabeça se não fosse por ele ser um pouco calvo. De camisa bege e uma camisa aberta azul por fora, junto com a calça boca de sino preta e os sapatos de distrito. Ele era mais do que feio, era uma agressão a moda.
Seus olhos eram redondos e seu sorriso amarelo, mostrava que tinham higiene pelo menos.
- Ainda bem, Mas se você fizer algo de errado. Eu mesmo vou arrancar seu pescoço, Magno - A garota que se chamava Kelly, pegou de sua saia uma faca grande, que poderia realmente corta meu pescoço fácil facil.
Agora nao me pergunte como ela conseguiu guarda ela. Não tive tempo de perguntar.
- Pegue o grandão. Enquanto eu dou um jeito nesse aqui.
- Sim senhora. - Magno sacou dois fações e começou a investir contra Murilo, que desviava e bem de seus oponente.
- Olha, se vocês quiserem dinheiro. Eu posso sacar o que eu tenho é dar a voces, faço até meu amigo...
- Alguém já te mandou calar a boca? Voce fala demais. Nos queremos vocês vivos. Machucados, Mas vivos. Sabemos que são e como estão repercutindo na midia. - Reviro os olhos. Não acredito que aquilo estava acontecendo comigo.
- Olha, se nos roubar não vai acontecer isso...
- Quem disse que vamos o roubar? - ela soltou uma risada nasalada. - Assim que vi vocês pegando atalhos, falei com meu parceiro para fingimos um assalto e sequestra voces. Logo depois poderíamos ou pedi um resgate ou ser os salvadores dos dois. Olha que maravarilha. Acho que gostei mais da última e voce?
Sério que ela estava me perguntado sobre qual plano era o melhor para ela? A faça estava ainda bem perto do meu pescoco. Eu tinha que pensa rapido, não poderia deixar isso acontecer.
Lembro de minhas aulas de capoeira que recebi quando mais novo e resolvi praticar.
Respiro fundo e dou um cotovelada no meio do estômago, ela anda para trás por causa do impacto. Era o tempo que precisava, Mas a garota era rápida e logo desferiu alguns golpes com sua faca.
- Poderíamos ser amigos. Estava tentando a te dar minhas botas.
- Não. Obrigado. Ficam bem melhores em você.
Dou mais passos para trás e vejo que Murilo não tinha problemas com o amiguinho da Kelly, ele era rápido e logo conseguiu acerta alguns golpes e socos no rapaz. Jogando os fações longes.
A garota investiu, mirando sempre em partes que poderia pegar rapido. Eu desviava e a levava para longe de Murilo, não queria que ele pegasse uma facada por minha culpa e vi a brecha que precisava.
Dou um salto para trás e a garota me acompanha, correndo, espero ela investi, e giro no meu próprio eixo, batendo na mão da faça, a deixando cair. Dou com meu joelho bem em seu estômago de novo. A garota cambaleia e dou um giro e chuto seu rosto. A fazendo desmaia.
Murilo já tinha deixado o seu novo coleguinha incociente no chão, quando pegou nossas sacolas e sua gasolina na mão.
- Nunca mais entramos em atalhos. - disse ele me dando as sacolas.
- Claro que nao. Mas não vamos deixar eles aqui, para fazerem isso com outra pessoa. - Murilo concorda comigo em silêncio e ligamos para a polícia que não demorou para chegar e prende-los.
Eu não sofri golpes sérios de faca, Mas a garota era habilidosa e me fez alguns cortes. Coisa superficial.
- Não sabia que brigava. - Murilo e eu só trocamos alguma frase completa quando chegamos em casa.
- Agradeça a você mesmo. Depois do que fazia comigo, resolvi fazer capoeira para me defender. - O garoto não sofreu dando algum diferente de mim que recebi alguns cortes.
- Você luta bem. - Ele me mostrou um sorriso e bagunco meus cabelos. - Preciso voltar a lutar. Se quiser torcer para mim, ficarei honrado.
- E porque você não pode torce por mim, se Eu voltar a lutar?
Ele sorriu sentando na cadeira da mesa de jantar.
- Eles queriam ganhar alguma coisa de nós dois. Mais do que dinheiro. - Comentei colocando a cevada, os pães e a salsicha no molho na mesa.
- Eles sabiam quem nos eramos. - Encaro tomando um gole de minha cevada.
- Eu preciso fazer algo a respeito. Sabia que isso poderia acontecer mais...
- Calma. Foi apenas uma vez, pode não acontecer de novo.
- Nessa brincadeira de não acontecer de novo. Podemos está mais lascados.
- Perseguidos sim, Destruídos sim, Mas desistir, Jamais.
- Da onde tirá tanta frase idiota? - Ele sorria de um jeito fofo. Onde seus olhos se fechavam com a largura de seu sorriso.
- Eu tenho duas pessoas dentro de casa que brotam essas perolas.
- Preciso agradecer a eles. Porque você não tem humor algum. - Murilo da língua da minha tentativa inútil de tentar bate-lo.
Ainda estava cedo e pelo visto Murilo não iria trabalhar. Respiro bem fundo e entro dentro do meu quarto. Como queria está de férias e elas serem permanente. Eu realmente tinha que dar um jeito na minha vida.
Voltei e me joguei na cama. Murilo estava no celular conversando com sabe lá quem, ainda não beirava as 11 horas.
Lembrar que temos celulares, era algo raro para mim. Depois que descobri que podemos fazer muitas coisas fora dele, minha vida realmente mudou. Comecei a ler mais e sair mais, para ler mais.
Desinstalei o Grindr e o Blued, que não me serviriam mais para nada. Meu Whats sempre foi parado, o que nunca mudou. E meu Facebook está jogado para as moscas.
Mas naquele dia. Naquele mísero dia, recebo uma mensagem de um número desconhecido.
"Bom dia estrelinha. Bom dia coração. Que seu dia seja tão bonito quanto você"
Não tinha rima, nem muito menos a tentativa. Porém, era fofo e original. Tentei ver a foto do perfil mas não aparecia. - Sempre odiei essa história de não deixar ver a foto.
Quando ia responder, recebo uma ligação de minha mãe.
"Olá, mamae. O que houve? A bênção?
"Meu filho, Deus te abençoe. Eu... Queria conversa com voce. Sobre um assunto...
"Mamãe fale logo, pelo amor de Deus"
"Quando eu cheguei aqui, faz quase duas semanas. Recebi um envelope jogado aqui dentro de casa com dinheiro. 5 mil reais."
"Mamae. Não acredito. Me conte mais."
"Eu não mexi nele. Não sei o que fazer, pensando em levar parar..
"E a senhora ainda não gastou? Meu Deus mamae. Ninguém sabe disso ne?"
"Claro que nao. Já pensou se soubessem. Não contei para ninguem"
"Ainda bem, olha mae. Pode ser Deus que deu uma benção para senhora terminar a casa e ir atrás de algo. Nunca se sabe."
"Nao, eu preciso entregar...
"Nao, jamais. Não entregue e use esse dinheiro. Faça sua casa e outra se mantenha. Nunca se sabe. Uma ajuda dessas."
"Meu filho. Você deve ter razão."
Ela suspirou, conhecia como minha mãe era.
"Como esta?"
"Eu tô bem mae...
"Richard. E outra, que história é essa que vai se casar com um homem, Eu já não te disse...
"preciso desligar. Vou já sair, e use esse dinheiro"
Antes dela falar alguma coisa desligo o celular. Não me leve a mal, mas tem que ser assim.
- Richard, vai fazer o almoco? - Murilo entrou no quarto e se jogou do meu lado.
- Fazer eu não quero nao. Mas vou ser obrigado a fazer já que tem visita. Se sinta honrado.
- Já sabe o que vai fazer? - Perguntou tirando do bolso o celular.
- Já sim.
- Não, não me fale. Quero que seja surpresa. - Ele ligou a TV e foi procura algo para assistir no Netflix. - Já pode indo fazer.
- Abusado.
Desço as escadas e começo a fazer o almoço. Faria para mim comer, se ele quisese comer que fosse atrás.
Coloquei o macarrão para fazer. Ia fazer macarronada mesmo. Algo rápido e simples de fazer.
Corte as calabressas e joguei na panela para refogar com extrato de tomate, catchupe e creme de leite. Abri uma lata de conserva e outra de sardinha e fui misturando tudo.
Esperava que saísse bom e não tivesse salgada. Ultimamente não estava fazendo comida pela minha grande mão de sal.
- Que cheiro maravilhoso.
Murilo me pegou por trás e me preensou na mesa.
- Me solta seu ido. Se está com vontade de fazer algo, suba e se tanque no quarto oi no banheiro. - Resmungo tentando sair, quanto mais tentava sair mais constrangido ficava com o membro dele roçando em mim.
Murilo beijou minha nuca, fazendo meu corpo se arrepiar. Só tive tempo de pisar no seu pé e empura-lo, tropeço entre meus próprios pés e Caio de bunda no chão.
- Seu Tarado. Se acha isso divertido. Eu não acho. Da próxima vez que fazer isso...
- Não vai fazer nada. - Ele deu um sorriso gentil para mim. Chegando bem perto, ele abre bem seus olhos - Temos alguém do lado de fora da casa tirando fotos. Então faça direito.
Engoli em seco e ele me pegou no colo, me colocando em cima da mesa.
- Me beije.
- O que? Nosso contrato não diz nada...
- Me beija logo.
Puxo sua gola da camisa mais perto e cruzo minhas pernas ao redor de seu troco, seu beijo era molhado, com gosto de menta. Suas mãos era delicadas, mas sabiam onde me tocar e sua língua era atrevida. Ser beijado por ele, me fazia sentir feliz.
Ele abriu os olhos, o que me fez abrir o outro logo em seguida. Ele gentilmente se afastou e pegou o garfo de minha mão, misturando o macarrão.
- Ele já deve ter ido.
- Da próxima vez, avisa antes de fazer uma besteira dessas.
- Deixa de ser esquetadinho. Até gosto quando te beijei. - Murilo tirou um macarrão e provou.
Diminuiu o fogo e levou a panela quente para o escoredor.
- Deixa que eu termino.
Ele se afastou e peguei o macarrão e fui despejando de pouco em pouco na panela de molho.
- Cheguei. - Gritou Eduardo abrindo a porta.
- Quem é esse?- perguntou Murilo dando de cara com Eduardo.
- Eduardo esse é o cara que vou me casar e cara que vou me casar, Mas conhecido como cao dos infernos ou para o resto do mundo Murilo, esse é o Eduardo.
Os dois se olharam por alguns instantes e Eduardo soltou alguns sorriso ironicos.
- Até que é bonitinho. - Ele se virou e foi para seu quarto. Já que a casa tinha dois quartos em baixo e mais dois em cima. - Vou tomar banho e volto para pegar comida e ir para o quarto.
- Você estava na festa não estava? Estava falando com SuHo?
Murilo disse em alto e bom som. O que fez meu amigo parar onde estava e voltar sua cabeça para tras.
- Sim. Porque?
- Cuida bem do meu irmão.
- ELE É SEU IRMÃO? - Eduardo quase tem um treco ao saber disso e eu como estava disperso não associei logo de cara.
Murilo sorriu da reação de Eduardo. E E logo tratou de falar algo.
- Não meu irmão de verdade. Sou filho unico, mas como amizade que vira irmãos.
Eduardo faz um sim com o polegar e corre para dentro do quarto.
Me sirvo e subo as escadas. Ainda tinha que tratar dos leves ferimentos, Mas faria isso depois que comece algo.
- Para alguém que sabe fazer uma macarronada exótica está boa.
- O tempero da comida é a fome. - respondo do outro lado da cama vendo a Serie que ele escolheu.
- Richard. Precisamos falar sobre a data do casamento.
Quase cuspo tudo na cara dele. Tive que tomar metade do meu suco para não se engasgar.
- Sim. Sim. Qual melhor data para voce?
- Bem... Se não se incomodar. Eu queria que fosse numa data especial para mim, 7 de agosto.
- Posso saber do porque? - Minha curiosidade era maior. Desculpem
- Por enquanto ainda nao. Mas se tudo der certo. Saberá em breve.
- Posso pelo menos escolher o de vamos casar de mentirinha?
Meu Deus estava até pensando onde íamos casar. Eu realmente estava levando a sério isso.
- Pode ser. Mas ainda hoje vamos discutir isso. Preciso saber quanto vai custar.
- Realmente vai custar. Porque você me colocou nessa e vai aguentar. - Murilo quase joga o prato de comida na minha cara. Minha sorte é que ele leva a comida muito a serio.
Olho para a TV e não me surpreendo em ver de solsacio o garoto sentado ao meu lado, comendo e se lambuzando de comida.
Até que casar com ele não era de má ideia.