Foda-se se ele é meu irmão - Cap. 6: Vamos nos permitir!

Um conto erótico de Rafael Duarte
Categoria: Homossexual
Contém 2197 palavras
Data: 30/05/2018 16:13:17
Última revisão: 30/05/2018 16:53:21

Assim que Dan me mostrou o desenho que eu tinha feito dele completamente sem roupas, meu primeiro instinto foi tentar achar uma forma de sair daquela situação. Meu cérebro começou a trabalhar pensando em mil mentiras diferentes para tentar me explicar, o que fez parecer que se passavam minutos, quando na verdade tudo ocorreu muito rápido. Em vez de falar que eu estava tentando uma nova forma de arte e que o escolhi como modelo porque era a pessoa que eu mais tinha visto pelada em toda a vida ou outra coisa do tipo, simplesmente respirei fundo e esperei. Quando viu que eu não tinha nada a dizer, ele me questionou.

- Por que você fez esse desenho?

- Na verdade, eu não sei. Quer dizer, até sei, mas não foi como se eu tivesse escolhido desenhar isso - eu estava sendo sincero.

- Como foi então?

- Eu estava atordoado por umas coisas que estavam acontecendo, por coisas que eu estava sentindo. Então me sentei para desenhar e quanto terminei eu tinha feito isso.

- E o que estava acontecendo?

Dan demonstrava uma apreensão muito grande, como se alimentasse uma pequena esperança de escutar algo diferente do que já esperava . Porém, eu escolhi não mentir. Era muito claro para mim que ele já sabia que eu o desejava. Que outro motivo teria para ele ter se distanciado de mim? Que outro motivo teria para ele ficar cada vez mais sem graça quando estávamos juntos? Se ele sentia raiva ou nojo de mim, eu queria ouvir isso de sua própria boca. Com certeza doeria mais do que eu podia suportar, mas eu precisava daquilo.

- Eu havia percebido que desejava você. Não uma atraçãozinha qualquer, mas de forma insana. E mais do que isso, hoje eu sei que não é só desejo. Sei que você é meu irmão, e sei o quanto isso vai parecer horrivelmente errado, mas estou completamente apaixonado por você.

E então só ouve silêncio. Um silêncio ensurdecedor. Esperei ele gritar, se afastar de mim, dizer que eu era nojento, ou ao menos demonstrar que era isso o que ele pensava pelo seu olhar, mas nada disso aconteceu. Ele apenas ficou calado, incrivelmente atordoado. Mas uma coisa era certa: ele não parecia nada feliz com aquela informação.

- Olha, você pode estar se confundindo...

- Acho que podemos pular essa parte, porque estou completamente certo do que estou dizendo.

- Mas você é muito novo, é normal...

- Eu tenho 18 anos, Daniel. Eu sei o que sinto. Só diga logo o que você pensa sobre isso.

Então houve mais uma eternidade de silêncio. Quando Dan me olhou, seu seu semblante era de dor, como se estivesse sendo forçado a fazer algo que abominava.

- Olha, eu pensei sobre isso por toda a tarde e... - seus olhos se encheram de lágrimas - Acho que você precisa sair de casa.

E por aquilo eu não esperava. Meu irmão mais velho, que sempre me protegeu, que foi a pessoa mais doce e acolhedora que alguém poderia ser, que sempre me amou e me colocou acima de qualquer coisa estava me expulsando de casa. Por quê? Por eu gostar dele ou simplesmente por ser bi? Com qual dessas situações ele não conseguia lidar?

- Eu não acredito que você está fazendo isso - falei, entre lágrimas que eu nem tinha visto chegarem.

- Olha, eu sei que parece ruim, mas...

- Parece ruim? Só parece? Eu já esperava que você não soubesse lidar com isso... que se afastasse ainda mais de mim ou algo do tipo... mas me expulsar de casa?

Raiva, tristeza, desapontamento... uma série de sentimentos começavam a crescer dentro de mim e tive que me conter para não começar a berrar.

- Você está me punindo por algo que eu nem tenho controle! Você não percebe o quanto isso é injusto?

- Dudu, você está entendendo tudo errado - ele tentou explicar, balançando a cabeça freneticamente.

- Preferia que estivesse mesmo, Dan, mas estou entendendo muito bem. Só que eu não pedi isso, ok? Você acha que eu queria gostar de você? Você não faz ideia do quanto eu tenho me martirizado por isso.

- Dudu, calma. Me escuta.

- Eu não quero ouvir mais nada! - gritei. - E se isso é tão ruim para você, que vá embora. Essa casa é tão minha quanto sua e você não vai me tirar daqui!

Então eu enterrei meu rosto nas mãos e desandei a chorar. Aquele definitivamente não era o irmão que eu conhecia, que cuidou de mim por toda a vida. Eu nunca havia imaginado que pudesse ficar tão decepcionado com alguém. E o que ele fez? Nada. Simplesmente se levantou e saiu. Porém, ele voltou alguns minutos depois com um caderno na mão.

- Leia - ele colocou o caderno no meu colo.

- Que merda é essa? - perguntei, lutando para parar de chorar.

- Eu também tenho costume de ir no quarto de nossos pais quando estou atordoado demais. No meu caso, é para escrever. Isso não é como se fosse um diário, só escrevo quando algo me atormenta muito. Leia - ele pediu, embora mais uma vez parecesse que ele estava sendo obrigado a fazer o que menos queria na vida.

- Isso não me interessa.

- Por favor. Eu invadi sua privacidade, acho que você também tem esse direito. E é a única forma de você me entender. Comece aqui - ele me estendeu o caderno em uma página aberta, mas fez uma careta quando o soltou.

Li todas as passagens daquele momento em diante. Não é necessário citar todas, porque de certa forma se referiam ao mesmo sentimento, mas aqui vai algumas delas.

"Dudu teve outro pesadelo esta noite, depois de tanto tempo. Acordou nervoso, gritando e tremendo, e fiquei sem saber o que fazer. No fim, acabei tentando acalmá-lo como fazia quando ele era uma criança, mas ele já não é. Ele é um homem agora, cada vez mais lindo, e eu não tenho conseguido ignorar isso, assim como não consegui quando o deitei em meu peito e tudo o que eu consegui pensar foi em seu corpo seminu sobre o meu. Não sei o que está acontecendo, só que não gosto nem um pouco disso".

"Hoje aconteceu aquilo outra vez. Dudu estava se exercitando quando cheguei, e eu resolvi ajudá-lo. 'Precisei' segurá-lo por trás para auxiliar em seus movimentos, e isso era pra ser algo normal, já que é um tipo de contato que acontece muito na academia, mas não foi. Ter meu irmãozinho ali, envolvido em meus braços daquela forma, despertou algo em mim que eu nunca poderia imaginar. O que está acontecendo comigo?".

"Um cara do futebol agrediu meu irmão hoje e eu juro que a vontade que me deu foi de quebrar cada osso do corpo dele, mas não é isso que está me deixando angustiado. Tomei banho com Dudu depois que saímos da quadra e não consegui deixar de reparar no corpo dele. Meu irmão não é muito musculoso, já que nunca frequentou a academia, mas ainda assim seu corpo é tão bonito... Enfim, o maior problema de tudo foi que ele percebeu minha ereção no banho hoje e tenho muito medo do que ele possa ter pensando. Mal consegui encará-lo depois disso. Será que ele percebe o quanto o simples fato de estar nu no mesmo banheiro que ele mexe comigo? Será que ele sabe como eu o desejo?".

"Percebi que não faz sentido negar o que eu sento pelo Dudu. É errado, é nojento, mas é inevitável. Quando estou perto dele tudo o que eu quero é beijá-lo, envolvê-lo em meus braços e fazê-lo meu. Mas sei que isso é impossível e que não deveria pensar essas coisas, por isso tomei uma decisão. Voltei com Alice porque acho que pode ser uma forma de esquecer esse sentimento. Não é certo usá-la assim, mas preciso tentar... estou tentando qualquer coisa que possa ajudar porque não sei mais o que fazer".

Então era isso? Por isso ele parecia estar tão desconfortável comigo? Meu coração deu um salto e começou a acelerar quando percebi o que isso significava. Era recíproco. Dan gostava de mim assim como eu gostava dele, e tínhamos sofrido todo esse tempo por nada. Então me lembrei do que ele tinha dito há pouco...

- Mas não faz sentido - eu estava confuso. - Por que você me disse que eu precisava ir embora?

- Porque a melhor forma de resolvermos isso é se nos afastarmos um pouco. Eu falhei com você. Acho que por ser a única pessoa que você tinha e vice-versa, acabei permitindo uma aproximação entre nós além do normal, e não só acabei criando sentimentos que não deveria por você, como te induzi a isso também. Me desculpe, fui eu quem causou tudo isso - ele parecia realmente se sentir muito culpado.

- Ei, não fala isso. Ninguém tem culpa em nada disso, você também não optou por sentir essas coisas. Dan, você foi o melhor irmão que alguém poderia ter - falei, sorrindo pra ele. - E quer saber, não tem porquê falar disso agora. O que importa é que ambos sentimos e queremos o mesmo, então chega de ficar nos remoendo por isso.

- Dudu, o que você está propondo?

- Que agora podemos viver isso, Dan! O que mais poderia ser? - eu não conseguia entender a reação dele.

- Que? Não! Não, não, não! Sem chances. Eduardo, você é meu irmãozinho! Meu dever era proteger e cuidar de você.

- Eu tenho 18 anos, já disse! Não sou mais uma criança há tempos! - falei, exasperado.

- Ainda assim, somos irmãos e isso não é certo - ele parecia ter se convencido muito daquilo, e se surpreendia com o fato de eu não pensar o mesmo.

- Então me diz um porquê! Por que não é comum? Por que a sociedade não permite, é isso? Fodam-se todos eles! Só quem me interessa é você.

- E nossos pais? Quer tacar o foda-se para o que eles pensariam também? - ele estava frustrado, assim como eu, mas conseguia manter seu tom baixo. - Consegue imaginar o que eles achariam disso tudo?

- Eles não estão aqui, mas você está e é isso que importa - falei, tentando me aproximar, mas ele recuou.

- Não! Isso está fora de cogitação. Não tem futuro nenhum. Você vai procurar alguém que vá te proporcionar uma vida de verdade, uma família e tudo o mais.

- Você é minha família - eu estava sendo incisivo, mas do que imaginava que fosse capaz. Dan, porém, não se deixou abalar.

- Dudu, não importa se for vai escolher um homem ou uma mulher, o que importa é que você vai achar a pessoa certa, e essa pessoa definitivamente não sou eu - ele também estava sendo firme, embora sua voz soasse triste. - Vou ligar para nossos parentes de fora da cidade amanhã. O melhor agora é passarmos um tempo separados até isso passar, mas prometo não te deixar desamparado enquanto eu não estiver presente.

- Eu não vou deixar essa casa - insisti.

- Não dificulte as coisas, por favor - ele pediu. - Vou dormir no outro quarto hoje e amanhã resolveremos isso.

Então ele me deixou sozinho, antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa. Minha alegria tinha se transformado em desamparo e frustração num piscar de olhos. Sem saber o que fazer e com um turbilhão de pensamentos na cabeça,fiquei deitado na cama tentando raciocinar até não conseguir mais conter as lágrimas. Eu não queria ficar com familiares que eu mal conhecia, mas, acima de tudo, eu simplesmente não suportaria deixar meu irmão. E o maior problema é que eu não deveria precisar. Ele me queria. Ele me amava, mas se sentia culpado. Dan ainda me via como uma criança que eu não era, e por isso nem conseguia cogitar a ideia de ficar comigo. Fazê-lo para ele seria como trair nossos pais e ir contra os princípios morais da sociedade. Entretanto, nada disso me importava. Eu sabia o que queria e estava disposto a lutar por isso, e então decidi usar minha última cartada.

Parei de chorar, me levantei e fui até o banheiro. Comecei a tomar um banho enquanto tentava criar coragem para fazer o que precisava. Me lavei uma, duas, três vezes... pensei em me depilar, mas odiei a ideia. Em vez disso, só fiz uma higiene o máximo que consegui e então saí do chuveiro. Escovei os dentes, me olhei no espelho uma última vez, disse a mim mesmo que eu estava pronto e então saí apenas de toalha em direção ao quarto em que meu irmão tinha ido dormir. Entrei sem bater e ele estava na cama de casal escrevendo algo em seu caderno que eu acabara de ler.

- Precisa de alguma coisa? - ele perguntou, surpreso.

- Do mesmo que você - respondi.

E então deixei minha toalha cair sobre o chão, e fui caminhando nu em sua direção.

Caras, está aí o sexto capítulo. Muitas pessoas tem reclamado sobre a demora para postar e juro que realmente me sinto mal por isso, mas minha vida está de fato extremamente corrida e sou muito lento quando sento para escrever. De qualquer forma, tentei ser mais rápido dessa vez devido ao feedback positivo que recebi de vocês (por incrível que pareça). Continuarei respondendo quem comentar aqui, então bora interagir. Ah, e não deixem de votar. Meu email é rafaduarte1994@gmail.com e respondo geral por lá também. Valeus!

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Comentários

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Isso mesmo Dudu luta pelo que vc AMA ele é seu irmão mas os dois tem tesão um pelo outro vai em frente ou vai de bunda para o pau dele , sinta o pau dele dentro do seu cú e na boca também beba a porra dele com vontade até o próximo

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Pandinha67, o que merece nota mil é esse seu comentário. Amei ler cada palavra do que escreveu e reflete muito o que penso. Consideramos justa toda forma de amor, não é mesmo? Olha, prometo não abandonar esse conto. Quando eu parar de escrevê-lo, será porque chegou ao fim, e vocês saberão disso. Um grande beijo para você, e muito obrigado pelas suas palavras!

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tiopassivo, obrigado pelos elogios e pelo comentário. Muito bom saber que tenho te agradado.

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Impossível não falar, não é Geomatheus? Vamos ver como lidarão com isso.

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Vou tentar ser mais rápido, Healer. Obrigado pelo comentário!

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Que bom que tem gostado, Favo. Infelizmente não tenho conseguido postar com tanta frequência mesmo, mas vou tentar melhorar nisso.

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Valterso, Eduardo tem esse lado mais sensível, mas você verá ele tomando mais atitudes a partir de agora. Vamos ver como Daniel reagirá a isso...

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Rafael li seus dois contos hoje, o primiero dos amigos, e esse agora com esse polemico tema insesto, eu, particularmente acredito no amor entre duas pessoas independente de raça, genero, parentesco etc, o amor é o amor e nao escolhe nada disso simplesmente acontece, se os dois se dois se amam, homem x mulher, homem x homem, mulher x mulher, parentes, amigos, conhecidos, seja la o que for, se um so quer o bem e a felicidade do outro que mal ha nisso, uma pessoa so e feliz qdo faz o outro feliz e vice e versa, lamentavel seria aquele que nunca amou, nunca quis se dar, se doar pra pessoa que ama, por isso amigos e amigas, leitores e leitoras, se amem sim, se doem sim, vivam o maximo que puderem desse sentimento, que so faz bem pra quem sente e pra quem o recebe, mas amem de coraçao aberto, sem mentiras, sem falsidade, sem maldade e acima de tudo com respeito um pelo outro. E quanto ao seus contos Rafael, como ja havia comentado no outro que li, so nao te dou nota mil... pq a nota dez é a maior que tem aqui, por favor nao deixe de posttar e pelo amor de Deus nao faça como alguns autores tem feito, começam a escrever e deixam o conto pela metada e nem satisfaçao nos dao, um super beijo no seu coraçao e por favor postte logo to doido pra ver o que vai acontecer com esse dois seres humanos que estao se amando.

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Muito bom! O enredo está bem desenvolvido, tudo bem amarradinho. Você é bem cuidadoso com os detalhes e a gente percebe que a trama tem um rumo certo. Parabéns!

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Adorei o drama, gosto assim, faz os personagens mais humanos. Eu concordo com Favo e RickRiber, o conto está ótimo, não demore para continuar.

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Simplesmente incrível!! O enredo é muito envolvente, os personagens cativantes e a escrita deveras excitante! Parabéns!

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MEU DEUS QUANTO DRMA. DAN E DUDU MUITO DRAMÁTICOS. DUDU MUITO MAIS CHORA POR TUDO, GRITA,QUANDO NA VERDADE COM DIÁLOGO PODERIA RESOLVER. DAN, NATURALMENTE CONFUSO POIS A SOCIEDADE IMPÔS NORMAS QUE ELE ACHAVA CORRETAS. E AGORA??? PASSAR POR CIMA DAS REGRAS E SER FELIZ OU REPRIMIR OS DESEJOS E SER INFELIZ? COMPLICADO ISSO.

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