AMOR DE PESO - 02X13 - A FESTA DA DISCÓRDIA

Um conto erótico de ESCREVO AMOR
Categoria: Homossexual
Contém 2526 palavras
Data: 09/06/2018 19:09:59
Última revisão: 06/07/2022 19:56:54

Pai e mãe,

Queria tanto que vocês conhecessem o Zedu. Ele é tudo pra mim. Eu sou tão feliz, como nunca fui antes. Espero que vocês estejam no céu, me abençoando e cuidando de mim.

***

Deus. Quando chove em Manaus, tudo para, principalmente, as ruas. Os ônibus param de passar e as pessoas esquecem de como se dirige. Zedu, Lucas e eu, fomos até a orla da cidade para pegar mais amostras de água. A missão foi difícil, porém, a gente conseguiu pegar tudo o que precisava.

O Zedu quase caiu, estiquei a mão, mas ele apenas ignorou. Confesso que estranhei a reação dele. Lucas viu uma espuma branca na água e correu para colher.

— O senhor está bem? — perguntei, aproveitando a brecha que Lucas nos deu.

— Estou maravilhoso, muito bem mesmo.

— Que bom. — falei o abraçando.

— E o que você fez ontem? — perguntou Zedu, sem ter qualquer tipo de reação.

— Nada demais. Depois que você saiu fiquei em casa mesmo. — contei, pegando distância dele.

— Entendi.

— O Julian, sobrinho do Carlos, chegou logo depois que você saiu. Nós ficamos jogando. — expliquei.

— Esse menino é uma presença constante agora. — ele falou, gesticulando com as mãos e andando de um lado para o outro. — Ele não se toca que você tem dono e...

— Ei, em primeiro lugar, eu não sou propriedade de ninguém. — afirmei, querendo não parecer grosseiro, mas chateado com o comentário do Zedu. — Ele é sobrinho do namorado da minha tia. Acho mais que comum isso.

— Entendi.

— Sério, Zedu? Não tô te entendendo.

De repente, Lucas apareceu desesperado. Ele viu alguém se afogando, após cair de um barco. Corremos para uma área cheia de pedras e lixo. Conseguíamos ver a embarcação de longe, porém, sem sinal de pessoas. Zedu jogou a mochila em cima de mim, tirou os sapatos e pulou na água.

Fiquei desesperado com a possibilidade dele se machucar. Eu não sou um bom nadador, então, coube a mim o papel de observador. O Zedu mergulhou e não emergiu. O meu coração foi parar na boca e a pressão subiu.

Ele emergiu e eu gritei. Com dificuldade, o meu namorado conseguiu trazer uma pessoa para a margem. Quando eles estavam em uma distância segura, o Lucas correu para ajudá-lo.

— Será que ele morreu? — perguntou Lucas, colocando o corpo do homem no chão.

— Espero que não. — disse Zedu, sentando no chão. Ele ficou ofegante e tirou a camiseta.

O homem usava uma camisa da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Ele era gordinho, ostentava uma barba cheia e para a minha surpresa: ruivo natural. Lembrei das aulas de educação física. Então, observei os movimentos do seu tórax e, também, que ele estava respirando pelo nariz. O virei na posição lateral de segurança e não demorou muito para ele recuperar a consciência.

— Calma, por favor, você se afogou. Precisa ficar deitado. — orientei.

— Eu escorreguei do barco e me deu câimbra. — ele contou, ainda deitado na areia.

O rapaz se chamava Kevin. Tinha 19 anos e morava com a avó. Ele estava fazendo uma pesquisa para a faculdade e acabou escorregando. O Zedu voltou para a água e buscou o barco de Kevin que estava à deriva. Eu adoro esse lado do meu namorado. Ele parece um super herói.

— Pessoal, obrigado. — Kevin agradeceu entrando no barco.

— Posso ir com você. — se ofereceu Zedu.

Ok. O Zedu é muito prestativo, só que a imagem dele com outro gordinho dentro de um barco me despertou sentimentos ruins. Graças a Deus, que o Kevin não aceitou e afirmou que poderia voltar sozinho para casa. Como forma de agradecimento, ele nos entregou um cartão da granja de sua família, ou seja, ovos de graça.

— Espero que esse trabalho nos dê uma boa nota. — afirmou Lucas pegando a água do rio. —Salvamos uma vida por causa dele. Ah, e ganhamos ovos de graça. Com certeza, vou ligar para ele.

O baile de formatura de Carlos estava chegando, em Manaus, os cursos de direito e medicina sempre recebem festas espetaculares. Ele entraria dançando com alguns amigos, mas o negócio da dança parecia não funcionar para o seu grupo. A tia Olívia chegou em casa e nos mostrou um vídeo de Carlos dançando.

— O Carlos está bem? Ele vai morrer? — perguntou Richard, desesperado e olhando para o Carlos, que revirou os olhos.

— Eu estou ótimo. — garantiu o namorado da titia. — E dançando muito bem.

— P-o-r f-a-v-o-r! — disse Giovanna de maneira afetada e jogando os cabelos para a direita. — Sorte a sua, que euzinha...

— Já vai falar do concurso de dança. — falamos em coro, Richard, tia Olivia e eu.

— Invejosos. — reclamou Giovanna, ficando empolgada. — Bem, Carlos, você é um péssimo dançarino e tudo bem. A gente nunca te julgou por causa disso, mas a sorte sorriu para você, meu amigo. Eu vou te ensinar como mover esse quadril problemático.

Sim, Carlos achou uma professora, ou melhor, um grande problema. Durante a janta, contei para a minha família que salvamos um homem de se afogar. Essa experiência foi, ao mesmo tempo, assustadora e excitante. Mas, graças ao Zedu, o Kevin não correu um risco maior.

— Meu namorado, meu herói. — pensei, enquanto fazia uma atividade de literatura.

***

Cruzar uma linha é sempre perigoso. Por causa da bebida e tesão, Letícia beijou Bernardo, só que não sabia como contar para o namorado. Sorte que Arthur estava editando o curta-metragem, então, ela ganhou um tempo para criar uma boa estratégia.

Outro que estava em um momento delicado era Juarez. As coisas aconteceram rápido. Ele se apresentou à polícia e foi condenado a fazer mais de mil horas de serviços comunitários e, também, participar de um grupo de apoio para pessoas que não conseguem controlar a raiva.

Isolado em seu quarto. Juarez pensou em cenários que poderia ficar com Mundico, mas nada parecia ser o certo. Um de seus amigos, Bruno, filho de um rico empresário de Manaus, o visitou para saber o que havia acontecido.

— Sério? — perguntou Bruno ao ver as redes sociais de Mundico. — Que nome mais...

— Termina essa frase e eu quebro os teus dentes. — ameaçou Juarez, que estava deitado na cama.

— Bem, você falou com ele? Explicou que agora é um criminoso?

— Ele ficou muito magoado. Se tivesse visto os olhos dele.

— Qual é, Juh. Você é bonito, rico, dança muito bem e pode pegar quem quiser. Eu nunca entendi o motivo de você entrar para esse maldito grupo de dança. Dançar toada, isso é tão anos 2000. — Bruno menosprezou algo que Juarez amava.

— Não é Bruh. É uma dança linda, com movimentos e nuances. É arte.

— Migo. — soltou Bruno, antes de deitar ao lado de Juarez. — Vamos voltar para São Paulo. Os meninos têm tantas saudades. Você pode sair da cidade, né?

— Não sei.

— Se tivesse vindo comigo, as coisas seriam diferentes. — olhando uma foto de Juarez e Mundico. — E olha esse cafuçu. Por culpa dele, você quase foi preso.

— As pessoas mudam, eu mudei. Eu não sou mais o mesmo babaca que antes.

O casamento de George e Jonas estava mais perto que nunca. Eles pediram para eu fazer o ensaio fotográfico do casório. Eles escolheram uma praia linda. O clima londrino ajudou. E um clima gostoso na cidade é como ganhar na loteria. Durante toda a sessão, o Hélder chorou e lamentava ser o único encalhado. Algo que nunca entendi, porque ele é lindo.

Do nada, dois caras começaram a fazer piadas homofóbicas e tacaram até lixo na nossa direção. O meu primeiro instinto foi correr, mas o Hélder tomou a dianteira e se aproximou dos dois babacas.

— Gente, dois boys escândalos. Pena que são podres, por dentro. — Hélder afirmou, olhando com desdém para os dois.

— O que você disse viado? — o homem perguntou, revoltado e partindo para cima de Hélder.

O homem desferiu dois socos em Hélder, que apesar do tamanho, desviou com maestria. Em seguida, o meu amigo segurou o braço do homem e o lançou contra uma árvore. O homofóbico levantou cambaleando e saiu correndo. Então, Hélder voltou a sua atenção para o outro, que correu, também.

— Isso foi... uau. Eu não sabia que... — eu estava sem palavras e morrendo de medo.

— Três anos de ensino médio. Como acha que eu passei por essa merda? — argumentou Hélder, tentando acender um cigarro, porém, não conseguiu, pois suas mãos estavam trêmulas.

— Obrigado. — agradeceu Jonas, acendendo o cigarro do melhor amigo. — Obrigado.

Apesar do susto e quase surra, fiquei muito orgulhoso do trabalho que desenvolvi com George e Jonas. E mais orgulhoso ainda de Hélder. Ele foi um verdadeiro herói naquela tarde. Contei tudo para o Zedu, enquanto a gente caminhava para a casa de Ramona, mas ele parecia um tanto desanimado.

— Você tem certeza de que quer ir? Podemos ficar em casa, assistir uma série ou jogar algo. Você não tem obrigação nenhuma, amor. — falei, com a intenção de saber o que se passava naquela cabeça.

— Já consegui a bebida. — Zedu levantou uma sacola com garrafas de vodka e suco de laranja.

— Entendi.

— Ah, chamei o Kevin, lembra dele?

— Qual o motivo?

— Eu achei ele legal.

— Achei desnecessário. — soltei, parecendo mais ciumento do que gostaria de admitir.

Era o meu momento de brilhar. O Yuri ciumento podia ser uma pessoa difícil, entretanto, o Julian apareceu em frente a casa de Ramona. Merda. Eu esqueci. O convidei também. O Zedu não fez nem questão de cumprimentar o garoto, apenas entrou. Outro convidado indesejado foi Kellen, mesmo sabendo que não era bem-vinda fez questão de acompanhar o Brutus.

Meu Deus. Tem como essa noite ser um sucesso? Jovens + bebidas + hormônios. Estou preocupado com o rumo desta festa. Apresentei o Julian para os meus amigos. O Zedu encheu logo um copo de suco com vodka. Realmente, não estávamos no nosso melhor momento.

A casa de Ramona começou a encher rápido. O responsável por fazer os drinks foi Bernardo, ele e Luciana ainda não haviam conversado após o beijo. A única que sabia disso era Ramona.

Devido a quantidade de convidados, Arthur precisou comprar mais álcool. Por esse motivo, Zedu e Julian tiveram que guardar as garrafas de vodka na geladeira, eles quase não trocaram uma palavra.

O clima entre Mundico e Juarez continuava péssimo. Eles quase não se falaram na festa, Na única tentativa de aproximação, Juarez levou um tapa na frente de todos. O Kevin chegou e ficou todo amiguinho do Zedu. Ele trouxe uma garrafa de Johnnie Walker e todo mundo bebeu uma dose.

Apesar do climão, a festa correu sem problemas nenhum. Na verdade, foi até divertido. Nós dançamos bastante. Eu bebi tudo o que tinha direito, confesso, cheguei no meu limite. O Zedu também se soltou, nunca tinha visto ele dançar tanto.

Para a minha surpresa e desespero do Brutus, a Ramona ficou boa parte do tempo conversando com Julian. A Letícia não desgrudou de Arthur. O irmão dela, o Leo, chegou um tempo depois e trouxe mais bebidas.

— Você chamou ele? — perguntou Zedu, quase gritando no meu ouvido.

— Claro que não.

— Você vai me trair, né? Você está acostumado com isso. — ele me acusou. Respirei fundo para não surtar.

— Você está bêbado, eu não vou conversar com você nesse estado.

— Pobre, Yuri! — gritou Zedu, jogando o copo de plástico no chão e chamando a atenção de todos. — Não gosta de confrontos, pensa que eu não sei que você tá pegando esse tal de Julian?

— Você é gay? — questionou Ramona.

— Não. Sou muito macho. — beijando Ramona.

Mordido de ciúmes, Brutus segurou Kellen nos braços e a beijou. Só que o Zedu não acreditou. Ele se aproximou de Leo e fez a coisa mais idiota do universo.

— Tú quer ficar com o meu namorado?

— Sai daqui, fedelho.

— O que tem o Leo? — Letícia questionou.

— Tú não sabia, Letícia, que o perfeito Yuri pegou o teu irmão. — revelou Zedu dando uma risada e, em seguida, levando um soco de Leo.

— Leo, isso é verdade? — Letícia se aproximou dele.

— Letícia, não se mete. Vai cuidar do teu namorado! — aconselhou Leo, quase chutando Zedu, mas sendo impedido por mim. — Ou ainda não contou para ele que se pegou com o Bernardo?

— Letícia. — soltou Arthur se aproximando de Bernardo e o sacando.

— Isso é muito drama para mim. — afirmou Kevin deixando a festa.

— Yuri. Me ajuda. — pediu Zedu, caído no chão e estendendo a mão.

— Vai se lascar, Zedu. — esbravejei pegando uma garrafa de vodka e saindo da festa.

Literalmente, eu estava na sarjeta. Como o Zedu pode dizer aquelas coisas horríveis para mim? Eu nunca trairia ele. Meu coração doía por dentro. Senti, alguém chegar, era o Kevin, ele pediu desculpa pelo beijo e falou que não tinha nada a ver com aquilo. Depois, o Brutus chegou e sentou ao meu lado.

—Já reparou que a gente sempre termina a festa aqui? — perguntei, antes de dar um gole na vodka e passar a garrafa para o Brutus.

— A gente termina com a melhor bebida. — tomando e fazendo uma careta.

— Ele foi um babaca comigo. — comentei chorando.

— Yuri, o Zedu passou por coisas horríveis. Não leva em conta isso. Procura acertar as coisas. Não siga o meu exemplo. Eu só me lasquei. — aconselhou o Brutus, parecendo arrependido de ter dispensado a Ramona.

A festa acabou. Todos foram para algum lugar, quer dizer, ficaram na sala: Letícia, Ramona, Lucas, Mundico, Juarez, Julian, Bruno e Bernardo. Eles começaram a arrumar a casa. Aproveitando uma brecha, Lucas e Bruno se trancaram no escritório do pai de Ramona. Eles aproveitaram para se conhecer melhor, no sentido literal da palavra.

O Zedu continuava jogado no chão inconsciente. Para aproximar os amigos, Ramona pediu para que Mundico e Juarez o levassem para o seu quarto. Um agarrou nos braços de Zedu e o outro nas pernas. Uma missão difícil, mas cumprida com sucesso. Eles jogaram o meu namorado de qualquer jeito na cama de Ramona e sentaram no chão, lado a lado.

— Me perdoa. Eu mudei tanto por você. — implorou Juarez beijando o pescoço de Mundico, que resistia.

— Eu não sei. Eu não confio em você. — ofegante. — Você me machucou.

— Eu sei, mas te prometo fazer a pessoa mais feliz do mundo, se você me der essa chance. — avançando contra Mundico, que perde todas as forças e se entrega.

Enquanto isso, Ramona e Julian, "organizavam" a cozinha. Os dois estavam se pegando com vontade em cima da pia. Entre beijos e carícias, Julian avançou todas as bases possíveis. Ele abaixou as calças e tirou uma camisinha da carteira. Um alerta acendeu dentro do coração de Ramona.

— Sou hermafrodita! — gritou Ramona.

— Entendi. E...

— Tenho um pinto e uma vagina.

— E... — fazendo uma cara blasé e segurando a camisinha.

— Isso não te incomoda?

— Bem, não. — beijando Ramona, que se entrega e tem a primeira vez na pia da cozinha.

As festas da Ramona sempre terminam com toneladas de aprendizados. Enquanto uns laços enfraqueceram, outros foram restaurados e, até mesmo, novos vínculos surgiram. Horas antes, após socar Zedu e jogar a verdade sobre Letícia, Léo encontrou Kevin com dificuldades de retirar o carro da vaga.

— Quer ajuda? — questionou Leo de maneira sedutora. — Sou ótimo com baliza.

— Claro. Nunca se nega ajuda de garotos bonitos. — afirmou Kevin, passando para o banco do passageiro. — Entra, gato.

— Hum. Isso vai ser interessante. — disse Leo entrando no carro de Kevin.

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Comentários

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Gente! Quando esse povo vai parar de fazer festa na casa da Ramona. É coisa que acontece nessas festas, viu! kkkkkkkkkkkkkkkkk

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Venham ver meu blog de esposasinha liberada https://contosdecornoseputas.blogspot.com

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NOSSA. NÃO EXISTE SER PIOR NESSE MUNDO DO QUE ZEDU. NA VERDADE NUNCA CONFIOU EM YURI. E NA PRIMEIRA OPORTUNIDADE FAZ MERDA. ERA DE SE ESPERAR. NÃO É A PRIMEIRA VEZ QUE APRONTA COM YURI. LOGO YURI QUE SALVOU SUA VIDA. POR DEUS YURI DÁ UM PÉ NA UNDA DE ZEDU E PARTE PRA OUTRA DEIXA ELE SE FERRAR. DEIXA ELE E O IRMÃO DELE SE FUDEREM JUNTOS. ELES SE MERECEM. SÃO DA MESMA LAIA.

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