CRIATURA - Parte IX
Depois da minha foda com o rapaz, o detetive nem tomou banho: vestiu-se e voltou para o seu carro. Parecia sonâmbulo, quando andou até o veículo. O rapaz ressonava, afetado pelo forte calmante que eu lhe dei antes de sairmos da sua casa. Dessa vez eu quase não gozei. Fiquei carente de sexo. Pensei em impedir que o detetive voltasse ao seu posto de vigilância, mas achei melhor não. Tomei um banho demorado, para passar o tesão. Coloquei um short bem apertado e curto, desses quase entrando na bunda, e pensei em ir para perto do detetive João de Sara de Menezes. Quando me viu, ele abriu a porta do carro e me deixou entrar. Perguntou:
- O que faz aqui? Melhor ter ficado lá dentro...
Aí, vimos uma mulher loira e bonitona sair de uma casa grã fina, quase defronte ao flat. Na verdade, estávamos num condomínio de flats, só que uns maiores que outros. Ambos a reconhecemos na mesma hora.
- Puta que me pariu, que sorte da porra! - Exclamou ele.
- Sim, é a mulher que você me mostrou no vídeo. Acho que saiu daquele flat maior. - Eu disse.
- Ela tem pressa. Deve ter acontecido algo lá dentro. Dê um jeito de entrar na casa, eu vou atrás dela. Desta vez, ela não me foge!
Fiz o que o detetive mandou. Saltei do carro e me encaminhei para a residência. A mulher loira me viu. Pensei que ela era mais idosa, mas aparentava no máximo uns quarenta anos. Parou e ficou olhando para mim, como se quisesse se lembrar de onde me conhecia. Eu não lhe dei atenção e continuei andando para a casa. Aí, ela viu o detetive. Deve tê-lo reconhecido no ato, pois correu. Ele desceu do carro, pois ela entrou numa rua muito estreita, e correu atrás. Eu apressei meus passos em direção ao flat. A porta de entrada estava apenas encostada. Reconheci o homem caído no chão. Era o advogado que tinha me contado a história escabrosa sobre a loira. O homem havia sido esfaqueado. Perdera muito sangue. Pedi para ele:
- Pressione o ferimento na barriga, assim. Segure bem até eu voltar com curativos. Estou hospedada bem aqui perto.
Fui num pé e voltei no outro. O cara pressionava a ferida do jeito que eu indiquei. Felizmente, apesar de profundo, o ferimento não lhe punha a vida em risco. Enquanto fazia o curativo, perguntei:
- O que houve?
- Ela esteve lá no apartamento e vocês tinham fugido. Ela notou a falta de algumas roupas dele. Achou que eu os tinha avisado. Esfaqueou-me.
- Relaxe, não foi um ferimento grave. O detetive Sara foi atrás dela. Logo estará aqui.
Naquele momento, ouvimos dois tiros. Fiquei apreensiva, pois esperava que fosse o detetive atirando para cima, mandando-a parar de correr. Mas, se ele fez isso, era porque ela havia conseguido fugir. Saí da casa e corri para a rua. Vi o detetive caído lá longe. Não havia sinais da mulher. Corri até ele e vi que havia levado dois tiros. Um deles, fatal. Eu quis pegar seu carro para levá-lo a um hospital, mas eu não sabia dirigir. Nunca tive o mínimo interesse em aprender. Aí, ele me disse:
- Estou morrendo... Um dos tiros foi fatal. Posso sentir isso. Mas quero um favor teu...
- Não se esforce. Deixa eu ligar para uma ambulância.
- Não, não... quero que me prometa cuidar da minha esposa. Ela não gira bem e precisa de ajuda. Porém, ninguém da delegacia sabe disso...
- O que eu posso fazer?
- Fale com o delegado. Ele é meu amigo. Diga-lhe que eu te autorizei a ficar responsável legalmente pela indenização que ela receberá por minha morte, contanto que você cuide dela até o fim dos seus dias...
- Mas eu...
Não adiantava eu dizer mais nada. Só iria cansá-lo. O cara estava prestes a morrer. Então, para minha surpresa, ele abriu os olhos e ficou como se estivesse absorto. Depois, tentou se levantar. Eu gritei:
- Não, não faça nenhum esforço. Deixe-me ligar para uma ambulância...
Ouvi a voz na minha mente:
- Não há tempo. Deixe que ele entre no carro e vá com ele. Vou assumir seu corpo até chegarmos a um hospital.
Eu não pensei duas vezes. Ajudei o detetive a caminhar penosamente, amparado em mim. Ele entrou no carro e logo deu a partida. Saiu cantando pneus. Juntaram-se algumas pessoas que moravam nos flats. Gritei para uma senhora:
- Tem mais um ferido naquele flat ali. - Apontei - Levem-no para um hospital também, por favor.
Cerca de um quarto de hora depois, o advogado chegou onde eu estava com o detetive, trazido por alguém. Contou o que tinha acontecido e elogiaram meu curativo em sua ferida. Tive que sair de perto do detetive, pois ele foi encaminhado para a sala de cirurgia. Aproveitei para conversar com o advogado, pois ele estava deitado num leito, ainda em observação médica. O sujeito falou:
- Ela disse que o ser do outro mundo está para vir de novo. Por isso, ela tem que matar o jovem, antes que o extraterrestre chegue. O rapaz está em perigo.
- Por que ela quer mata-lo?
- Não é a primeira vez. Arrependeu-se de cuidar do rapaz esses anos todos. Mas temia sofrer represálias, se o alienígena soubesse que o matou. Agora, resolveu-se a dar cabo da vida do extraterrestre também, já que recuperou grande parte da sua beleza.
- Minha Nossa Senhora. Precisamos dizer isso para a Polícia. - Eu falei.
- Não. Acho que sei onde a encontro. Precisamos ir atrás dela sem perda de tempo. Antes que o alienígena apareça.
- Mas... você está ferido.
- Não importa. Vamos. Teremos que fugir daqui.
Não foi difícil. Com o caos que estava no hospital, logo conseguimos nos evadir. Quando chegamos ao carro do detetive, eu me lembrei de algo importantíssimo:
- Puta merda, o rapaz!
- O que está dizendo?
- Ele não pode ficar muito tempo longe de si. Temos que passar em casa.
- Do que está falando?
- Nada, nada. Não há tempo para explicar. Antes de ir atrás da loira, tenho que voltar ao flat!
Por sorte, quando chegamos lá, o rapaz ainda estava vivo. Seu corpo sofria convulsões. Aí, o advogado estremeceu e ficou se estrebuchando no chão, também. Mas não demorou muito a ele dizer:
- Obrigado, meu amor. Você acaba de salvar minha vida. Mas um pouco e eu já era! - O advogado falou, mas eu sabia que quem dominava suas palavras era o jovem. Ele passou a mão no cabelo e continuou:
- Agora, temos que ir atrás de minha mãe.
- Você nos ouviu conversando?
- Por pouco tempo. Era como se meu espírito estivesse vagando pelo hospital.
- Você não está se sentindo zonzo e fraco? - Eu quis saber.
- Não tomei o suco que me deu. Quando você me deu as costas, eu o regurgitei debaixo da cama, não percebeu?
- Nossa, mais uma das suas. Realmente, senti um cheiro estranho no quarto, mas jamais pensei que seria isso. Achei que fosse o cheiro da sujeira daquela casa - Suspirei.
- Não temos tempo. Deixe-me vasculhar a mente do coroa, para saber onde ele queria te levar.
- Está bem. Mas antes, deixa eu carregar teu corpo para o carro, para não corrermos o risco de você ficar muito tempo separado dele - Eu disse. Peguei também a sua cadeira de rodas e coloquei no porta-malas.
Pouco depois, parávamos o carro do detetive na entrada da mata de Guabiraba, uma localidade do subúrbio de Casa Amarela, o bairro mais popular do Recife. O advogado sangrava pelo ferimento, talvez devido ao esforço feito por seu corpo, assumido pela Criatura. Estava anoitecendo. Ele procurou no porta-luvas e achou uma pistola. Disse baixinho:
- O detetive tinha outra arma guardada. Minha mãe tomou a dele e atirou no cara, não me pergunte como.
- O que faremos, agora?
- Você fica aqui. Eu vou entrar na mata atrás de minha mãe, aquela puta.
- Tome cuidado.
Fiquei apreensiva, enquanto o advogado entrava na mata. O rapaz parecia dormir, no banco de trás, com o queixo encostado no peito. Aí, ouvi três tiros seguidos. Também um grito masculino de dor. Não foi difícil imaginar o que havia acontecido: o rapaz havia sido surpreendido pela loira. Para confirmar minha suspeita, o corpo do jovem estremeceu, no banco trasieiro. Ele abriu os olhos e ergueu a cabeça, olhando em minha direção. Falou:
- Ela estava escondida, de tocaia, e atirou assim que viu o advogado. Infelizmente, ele está morto. Ainda bem que você trouxe a cadeira de rodas. Tenho que voltar lá e você vai me empurrando.
- Tá doido? Não quero levar um tiro. Agora estamos desarmados, e ela também tem a arma que você levou até lá.
- Não tem perigo. Depois que vi onde ela está, posso dominá-la. Mas preciso estar perto dela.
- Isso é suicídio. Não vou fazer o que me pede.
- Então, terei que ir sozinho. Arme a minha cadeira de rodas, por favor - continuei ouvindo sua voz dentro da minha mente.
Ele estava tão decidido que resolvi ir junto. Fui empurrando sua cadeira em direção à mata. No meio do caminho, no entanto, fez-se uma claridade muito forte. Mais uma vez escutei na minha mente:
- O meu pai chegou. Sinto-o. Temos que nos apressar.
Quase que corri, empurrando a cadeiras de rodas. A claridade continuava cada vez mais crescente. Então vislumbrei, à contra-luz, a loira sair do seu esconderijo, com duas armas na mão. A claridade sumiu de repente e a escuridão voltou a dominar a mata. Foi quando vi o enorme ser, de mais de três metros, de pé perante a mulher. Para o meu azar, o rapaz vergou-se para frente e caiu da cadeira com todo o corpo no chão. O barulho da sua queda fez a loira voltar-se e apontar as armas para mim. Gelei. Mas aí a mulher estremeceu e soltou ambas as pistolas. Levou as duas mãos à cabeça e deu um alto e demorado grito. Caiu ajoelhada no solo. Ouvi uma voz feminina falar arrastado, como um silvo de serpente:
- Eu sei que você andou tramando a morte do meu filho, e a minha também. Pude ler a tua mente ao chegar aqui.
- É verdade. Ele tentou me matar por várias vezes. Mas agora, não é mais perigosa, minha mãe.
Naquele momento, quem falava era a loira, levantando-se. Pelo jeito, o rapaz a tinha dominado. Ele continuava caído, perto de mim, como se tivesse abandonado o seu corpo para assumir o da mulher.
Mãe? - Pensei eu - Eu achava que o extraterrestre era macho.
Mas o alienígena passou pela loira e caminhou em direção a mim. Aliás, ao corpo inerte do rapaz caído. Abraçou-se a ele, sem dar a mínima para mim. Depois, olhou-o fixamente e disse:
- Você quase tem a forma humana, meu adorado filho, apesar de se parecer conosco. E acredito que não vai crescer mais do que isso. É uma pena. Não sei como farei para levá-lo para casa. Com essa compleição, logo se destacará dos da nossa raça, como um ser inferior. Isso não é bom.
A loira se aproximou de nós e eu temi que ela nos atacasse. Mas aí ela falou com a voz do rapaz:
- Eu não quero ir ainda, mãe. Quero ficar mais um tempo por aqui, até me decidir pelo que farei depois.
- Você gosta desta terráquea? - O ser perguntou, se referindo a mim.
- Sim. Eu a amo, mãe. E posso dominá-la como quiser, fazendo-a me amar também. Assim como estou dominando o corpo da nossa inimiga.
- Sim, posso ver que você tem o dom da nossa raça: dominar as mentes mais frágeis. Pelo visto, terei de voltar depois, para saber se está preparado para a tua partida conosco.
- E isso será daqui a quanto tempo? - Perguntou o rapaz, no corpo da loira.
- Sete anos é o ciclo ideal, que é quando se abre o portal para este mundo.
- E de que mundo vocês são? - Ousei me intrometer na conversa.
- Ozamutt -, respondeu-me o ser - mas nosso planeta não está nos mapas estelares da tua raça.
- E quanto a mim? O que será de mim?
- Você será, a partir de agora, a guardiã do meu bebê, que num futuro próximo será o soberano do nosso planeta. Terá você todas as regalias que antes era da terráquea traidora.
- E que regalias são essas? - Eu quis saber.
- Poderá ter toda a riqueza que quiser, é só desejar.
- Como posso ter certeza?
- Pense em quanto dinheiro gostaria de ter neste momento, na moeda terrestre que quiser.
- Isso é um teste?
- Sim.
E eu fechei os olhos. Abri-os quando senti algo em minha mão. Havia nela alguns dólares americanos, tal qual eu tinha pensado. Não era uma grande quantia. Só o bastante para me convencer de que eu podia mesmo ter o que quisesse em termos de dinheiro.
Vendo o meu contentamento, a "mulher" disse:
- Tem direito a mais um desejo. O que quiser. Menos ressuscitar pessoas.
Estive pensativa. Com o dinheiro fácil, eu poderia ter tudo o que quisesse. Portanto, eu disse, resoluta:
- Então, eu desejo que Angelo nunca possa ler meus pensamentos, nem fazer de mim a sua escrava. Se eu tiver que ficar com ele, que seja como uma pessoa livre.
- Tem certeza, meu amor? - Ouvi sua voz na minha mente - Eu sei que você se apaixonou pelo negrão. Eu só queria te fazer esquecer dele.
- Não quero ninguém me obrigando a fazer o que eu não quero. Se você me quiser, terá que me conquistar.
- Inválido, como sou, não terei muita chance.
Voltei-me para a alienígena. Perguntei:
- Tenho direito a fazer mais um pedido? Por favor...
O ser pareceu sorrir. Disse:
- Sei o que está pensando. Eu te concederei essa graça de livre e espontânea vontade.
- Agora, não -, gritou o rapaz, no corpo da loira, também lendo meus pensamentos - ainda preciso punir esta desgraçada que se passou por minha mãe.
A alienígena se aproximou mais do rapaz inerte e caído no chão e o beijou de língua. Percebi ser uma despedida. Depois, voltou-se para mim e disse:
- Seu desejo será realizado, tão logo ele puna essa infeliz de quem domina o corpo. Sejam felizes. Cuide bem do meu menino. Daqui a sete anos, eu e o pai dele estaremos de volta, para levá-lo. Se vocês ainda estiverem juntos, terá direito a ir conosco.
- Já vai? - Perguntei.
- Sim, a porta dimensional fechará logo. Tenho que ir-me agora.
Mais uma vez "ela" se abraçou ao corpo inerte do filho. Depois, a intensa claridade voltou. Quando sumiu, o ser havia desaparecido com ela. Eu ainda esfregava os olhos, incomodados pela forte luz, quando a loira falou:
- Fique aqui, tomando de conta do meu corpo. Volto logo.
- Aonde vai?
- Buscar umas ferramentas. Não demoro. Vou de carro.
- Não há o perigo da loira se libertar do teu domínio?
- Não - disse a mulher caminhando rebolante em direção ao carro.
Fiquei por quase uma hora esperando, me tremendo de medo por estar naquela mata escura, com o cadáver do advogado, temendo que alguém viesse ali por causa da forte luz forte que iluminou o local. Então, ouvi o barulho do motor do carro. A loira Hermelinda apareceu totalmente nua, com roupas do rapaz numa mão e com uma pá e uma picareta na outra. Fiquei sem entender, quando a mulher começou a cavar o chão. Tentei me comunicar telepaticamente com ela, achando que o jovem ainda estava no domínio do seu corpo, mas não obtive resposta. Estive perto dela, enquanto cavava o solo de areia. Quando ela tinha ido embora, apoderei-me das armas que deixara cair. Estive apontando-as o tempo todo para a loira, que não dava um pio, mas que estava cansada do esforço de cavar. Quando o buraco já media uns seis palmos de profundidade por um metro de largura e dois de comprimento, ela parou. Entregou-me a pá e disse:
- Ajude-me a jogar terra sobre mim.
Eu não entendi. Olhei para o rapaz, na cadeira de rodas próxima a mim - eu o havia colocado lá - e ele parecia ainda dormir. Ela repetiu, jogando-se no buraco. Depois, deitou-se de papo pro ar, mas por cima dos braços, imobilizando-os:
- Jogue terra sobre mim. Depois, te ajudo.
Ainda sem entender, fiz o que pediu. Quando a cobri de areia, totalmente, deixando apenas o rosto de fora, ela pediu:
- No rosto, também. Não se preocupe. Não vou sufocar.
Cobri-lhe também o rosto de terra. Ela se debateu, sufocada, e eu parei. Então, uma voz masculina, perto de mim, disse:
- Ótimo. Agora, dê-me a pá.
Olhei em direção ao rapaz, e ele se levantou da cadeira de rodas sem nenhum esforço. Pegou a pá da minha mão e, para o meu espanto, acabou de enterrar a mulher, jogando por cima dela o resto da areia retirada do chão. Angelo movia-se como se o esforço fosse natural para ele. Como se não fosseUau, tua mãe realizou o meu último desejo: você não é mais um inválido! - Exclamei.
Ele terminou de enterrar a mulher e logo se abraçou comigo. Beijou-me apaixonadamente. Depois, disse:
- Obrigado, amor, por me devolver a mobilidade. E não se preocupe, já não posso mais ler a tua mente, como pediu a minha mãe.
- Nooossa. Estou tão feliz! Como você está se sentindo?
- Como se estivesse todo enferrujado. Esses anos que eu passei inerte, os músculos atrofiaram. Mas, em breve, estarei bem.
- Mas é bem capaz de sermos perseguidos pelo assassinato da loira, amor. Você também pretende enterrar o corpo do advogado?
- O dele, não. A Polícia tem que encontra-lo. E não matamos ninguém. Ela está viva, debaixo da terra. Quando abandonei seu corpo, ela deve ter recobrado a consciência. Não vai morrer sufocada, pois acabou de ressuscitar. Porém, não vai conseguir se erguer daí. Está com os braços presos e aterrorizada por ter sido enterrada viva. É o tempo de chamarmos a Polícia e denunciá-la por atirar no advogado. E não sinta pena dele, ele merecia morrer.
- Não podia ter ido à delegacia e se entregar no corpo dela? Seria mais fácil até assinar uma confissão por seus crimes.
- Isso iria demorar, e eu não queria te deixar esperando. Também, queria puní-la por ter tentado me matar tantas vezes.
- Não tem curiosidade de conhecer onde moram teus pais? - Mudei de assunto.
- Sim, tenho, mas depois faremos isso, eu e você. Agora, quero apenas curtir você só para mim.
Abracei-me a ele. Senti seu pau duro entre as minhas pernas. Apalpei seu caralho por fora das calças. Ele pediu:
- Dê-lhe uma mamada. Estou carente. - Eu vi seu pau duro, pois ele o tirou das calças.
- Eu também estou. Ajude-me a tirar minhas roupas. Não vou me importar se vir alguém curioso.
- Não virá - disse ele - e se vier, eu posso dominar-lhe a mente, esqueceu?
Eu me deitei na areia, bem perto da cova da loira Hermelinda e do cadáver do advogado, e ele terminou de se despir e veio por cima. Quando pensei que ele ia se enfiar de pica na minha bocetinha chorosa, ele a beijou de língua. Eu senti um gostoso arrepio por toda a pele. Rodei o corpo e ficamos formando um meia-nove com os nossos sexos próximos à boca do outro. Mamei o cacete dele de forma suave, para prolongar-lhe o gozo. Ele fez o mesmo com a minha xaninha. Estremeci. Ele continuou me chupando gostoso e eu tentei enfiar todo o seu cacete em minha goela. Ele gemeu, quando fiquei mexendo a garganta, massageando-lhe o caralho com ela. Meteu o dedo no meu cu, de repente, e eu quase gozo. Meti também meu dedinho no ânus dele. Ele estranhou meu toque, mas não reclamou. Continuou me chupando e eu massageando o buraquinho dele com meu dedo, até que ele relaxou o cu e eu enterrei toda a falange ali. Depois, fiquei movimentando o dedo lá dentro, enquanto lhe punhetava o pau e chupava a glande. Ele gemia mais alto. Em seguida, pareceu incomodado com meu dedinho dentro. Girou o corpo e me botou de bunda para cima. Eu ainda estava de cu dolorido, e me lembrei do negrão. Ele não reagiu a esse meu pensamento, então tive a certeza de que estava livre do seu domínio sobre a minha mente.
Aí, entreguei meu cuzinho a ele. Ele lubrificou a glande com saliva e apontou o enorme caralho para as minhas pregas. Fechei os olhos e esperei a penetração. Mas, antes do membro entrar totalmente, gozei.
FIM DA NONA PARTE.