GÊNESIS - O Início.
No princípio havia somente trevas e solidão...
Deus decidiu então iniciar sua criação, de um clarão surgiu o sol, trazendo luz para iluminar a forma plana que seria a terra. Com sua imaginação a moldou em variados relevos, a separando com rios e mares. Plantas surgiram na superfície e nas profundezas das águas para dar vida ao lugar. Protegendo a terra fixou uma enorme doma, o firmamento, o embelezando com as estrelas. Percebeu então que eram ofuscadas pelo imenso sol e decidiu criar a noite, iluminada por elas e pela lua, contraponto do sol, que reinaria durante o dia.
Mas algo faltava... havia vida, mas era estática, e sem expressão, nada que se parecesse com Deus. Decidiu então criar os animais, seriam seres capazes de se movimentar pela terra e pelos mares, explorando, sobrevivendo e aprendendo. Tantos e tantos foram surgindo, um de cada tipo. Deus deu a eles objetivos para não tornar a vida entendiante... teriam de comer para sobreviver, respirar e procurar meios para se abrigar de perigos da naturais da terra.
Tudo estava tão bonito e diversificado, quadrúpedes, bípedes, dos mais variados tamanhos. Mesmo assim Deus ainda sentia que faltava algo mais parecido com ele. Um ser que não só meramente pensasse, mas raciocinasse, tivesse inteligência. Decidiu então criar sua última e mais profunda obra, o humano. Do barro da terra o moldou, bípede, mamífero, não tão peludo, musculoso e sadio... um homem perfeito, nasceu então, Adão.
Deus explica a Adão quem era e onde estava, além de esclarecê-lo de que era o único ser ali que poderia se comunicar diretamente com ele. Adão demonstra entender e aceitar sua condição, sentia-se privilegiado de ser a única espécie a interagir verbalmente com Deus. Logo Adão e Deus naturalmente tornaram-se grandes amigos, passavam dias e dias explorando a terra. Deus ficava ansioso para ver a reação de Adão a cada criação sua. Ensinou-lhe a função das partes do seu corpo, boca, olhos, ouvidos, nariz, membros, e partes excretoras, ânus e pênis.
A Adão foi dada a responsabilidade de nomear cada tipo de animal, plantas e frutos como quisesse. Como era feito de matéria, acabava por se cansar, então Deus o instruiu a repousar durante a noite e Adão assim fazia. Porém, certo dia Deus percebe que Adão já não andava com o mesmo entusiasmo de sempre, já não se animava tanto à novas descobertas, muito menos a nomeá-las.
- (Deus) O que o perturba querido Adão?
- (Adão) Deus... por que criastes somente um ser de cada espécie?
- (Deus) Porque não queria que todos fossem iguais.
- (Adão) Entendo... mas mesmo com toda essa diversidade... eu me sinto só.
Ao dar discernimento e compreensão da própria existência ao ser humano, Deus não pensara que ele um dia acabaria por sentir-se exatamente como ele se sentiu antes da criação de tudo. Com todo o leque de sentimentos também havia a solidão. Mesmo estando sempre presente para Adão, Deus entendia que sua criação precisava interagir com um semelhante.
- (Deus) Muito bem Adão, farei então outro ser humano!
Adão voltou a esbouçar toda sua genuína empolgação.
- (Deus) Vou precisar pegar algo de você emprestado...
Das costelas de Adão, deus tirou uma assinatura da sua obra, envolvendo-a em barro para duplicá-lo. Adão olhava maravilhado enquanto à sua frente se formava um outro ser igualzinho a ele (embora não soubesse pois nunca tinha visto a si mesmo) porém com uma voz diferente. O novo ser estava pronto, porém ainda deitado de olhos fechados.
- (Deus) Como quer chamá-lo?
Adão olha admirando toda sua beleza, seu corpo musculoso, peitoral, braços, pernas, pênis, ele era perfeito.
- (Adão) Ivo... vou chamá-lo de Ivo.
Assim como uma vez fizera com Adão, Deus sobra no nariz de Ivo e ele acorda. Adão o dá as boas vindas à terra, se apresenta falando seu nome e o ensina seu próprio nome, Ivo. Ivo logo aprende tudo com Adão e Deus, era natural a si entender sobre sua existência e seu papel como descobridor da criação. Juntos, Adão e Ivo caminhavam pela superfície descobrindo novos lugares, criaturas e frutas, todas deliciosas.
Após nomearem todas as criações, Deus resolve colocá-los em um lugar fixo para chamar de lar, o Paraíso. Deus resolve também dar um companheiro idêntico a cada espécie de animal que criou, fazendo pares. Deu também a Adão e Ivo um lugar fixo para passar a noite, ao qual chamou de "casa", construída com várias árvores que formavam "paredes" e um "teto" com os galhos e folhas para proteger-lhes da chuva.
O tempo passou e Deus foi aparecendo com cada vez menos frequência para Adão e Ivo, decidiu que eles precisavam desenvolver um senso de cuidado um para com o outro, e se uma força onipotente os seguisse toda hora isso nunca aconteceria. Certa noite, para testá-los, Deus envia uma forte tempestade sobre o Paraíso, esfriando muito o ambiente com rajadas de ventos gelados.
A casa deles balançava e a cobertura de folhagem deixava escapar respingos da chuva para dentro. Eles se encontravam sentados frente a frente, não conseguiam dormir.
- (Adão) Onde está Deus? Por que será que eles está deixando essa chuva ficar tão forte?
- (Ivo) Eu não sei, ele não tem aparecido muito para nós ultimamente.
- (Adão) Você acha que nós vamos conseguir dormir?
- (Ivo) Vamos tentar, nos cobriremos com folhas.
Adão e Ivo sempre dormiam separados dentro da casa, mas naquela noite decidiram, por nenhum motivo consciente à eles, dormirem juntos, um deitado ao lado do outro. Eles se deitam e se cobrem com grandes folhas para se abrigarem do frio, Adão instintivamente esfregava as suas mãos pelo seu corpo para criar um pouco de calor, Ivo percebeu e começa a fazer o mesmo.
- (Adão) Eu nunca senti tanto frio em toda minha existência.
- (Ivo) Deixe eu te ajudar um pouco...
Ivo esfrega suas mãos nas pernas de Adão, tentando passar algum calor para ele. Adão retribui esfregando o peitoral de Ivo. Em algum momento, Adão percebe que seu braço, encostado no de Ivo, estava mais quente que o outro braço que estava fazendo o trabalho de esfregá-lo.
- (Adão) Nossos corpos emanam calor não é?
- (Ivo) Sim.
Adão então se coloca deitado acima do corpo de Ivo, colando toda a extensão do peito, abdômen, pênis e pernas, começando a fazer um pouco de vai e vem, esfregando corpo a corpo.
- (Ivo) Isso é... tão bom.
Os rostos de Adão e Ivo estavam frente a frente, sentiam a respiração um do outro, em algum momento eles pararam de prestar atenção ao barulho da chuva lá fora, se concentrando neles mesmos e naquele momento que compartilhavam algo especial entre si. Não entendendo muito o porquê, eles encostaram seus lábios um no lábio do outro, incrementando com leves chupadas nos lábios inferior e superior, logo colocaram a língua de forma a lamber seus lábios e a entrada de suas bocas, compartilhando o gosto de suas salivas. De olhos fechados, suas línguas entravam um na boca do outro explorando seu interior, Ivo usou seus lábios de forma a chupar a língua de Adão, que logo em seguida fez o mesmo.
- (Adão) Ei, isso é tão legal!
- (Ivo) Sim, é sim!
- (Adão) Como vamos chamar?
- (Ivo) Não precisamos chamar de nada, apenas fazer...
Continuaram fazendo aquele estranho ato e se esfregando por um tempo durante a noite até caírem no sono, abraçados. Deus, do alto do céu, observava tudo, curioso e orgulhoso pela consumação do senso de proteção um com o outro dos seus dois preciosos seres humanos. Deus olhou para aquele ato que fizeram um com o outro, como um selo de cuidado, um selo de carinho, ele não tinha pensado muito em interação corporal entre dois seres da mesma espécie. Observando os outros animais, os irracionais, vira que naturalmente um cuidava do outro, assim como acontecia agora com os humanos. Mas ainda faltava algo, algo que concretizasse a ligação que os dois seres deveriam ter um para com o outro.
Deus pensou em o que dava alegria para Adão e Ivo, o que os movia era a alegria, a empolgação e o prazer de fazer novas descobertas... o PRAZER... sim... e se ele criasse uma maneira de um humano conseguir provocar, somente com o próprio corpo, prazer em seu parceiro? Assim poderiam ter uma conexão definitiva que os ligasse um com o outro, não só emocionalmente como também fisicamente... Deus estava criando... o SEXO...
[...]
CONTINUA...