Narrado por Gustavo:
Eu não fazia a mínima ideia do que realmente tinha acontecido, iríamos saber quando o Pedro acordasse, eu estava com a cabeça às mil, então sai do leito do Pedro e fui respirar um ar fresco, foi quando encontrei com a Carol.
--- Ué Gustavo você por aqui? O Pedro veio com você?
--- Carol o Pedro foi espancado ontem a noite.---a cada palavra que eu dizia uma lágrima escória pelo meu rosto eu não sabia como poderia ajudar naquele momento.
--- Oi como assim, me conta tudo.
Comecei a contar para a Carol tudo que tinha acontecido e chorava mais e mais ao lembrar que o Pedro não estava mesmo bem, ele ainda não tinha acordado e com tudo o que tinha acontecido eu tinha até esquecido de ligar para o meu pai mais isso não importava muito agora.
--- Gustavo me leva no quarto dele?
--- Vamos lá.
--- Então você acha que foi o pai dele?
--- Carol pior que eu acho que sim, como eu te disse não sei bem como aconteceu, mas como está o seu primo?
--- Ele está bem, mas Eu tenho certeza absoluta que foi o pai do Gustavo.
--- Eu também não duvido disso.
E continuamos em silêncio pelos corredores do hospital.
Narrado por Pedro:
Quando acordei estava com muita dor e não estava conseguindo abri os olhos direitos, eu não sabia como o meu pai tinha sido capaz de fazer aquilo comigo, foi quando escutei a voz da minha mãe do Gustavo e da Carol.
--- Jane a Carol também acha que foi o Marcos já que afinal foi ele que atropelo o Matheus.
--- Eu sei disso, mas vou esperar o Pedro acordar e falar tudo.--- a voz da minha mãe era de choro e medo.
--- Você vai esperar o que afinal, ele matar alguém para depois abri a boca, ele atropelou o meu primo caso você não saiba.--- Carol gritou com a minha mãe.
Foi quando eu sabia que se eu não falasse nada ela nunca iria fazer nada.
--- Foi o Marcos…--- minha mãe começou a chorar de uma forma que eu nunca tinha ouvido antes.
--- Pedro como você ta se sentindo?--- o Gustavo estava com uma voz calma, mas eu no fundo, sabia que era só para me deixar tranquilo.
--- Anda Jane conta para a polícia o que ele te disse…--- a Carol estava muito puta com toda a situação.
Eu não tinha mais forças para dizer uma só palavra estava com muita dor, mas percebi quando a minha mãe saiu do quarto com a Carol e deixou o Gustavo.
--- Pedro consegue falar mais alguma coisa?--- com o dedo eu fiz que não para ele.--- Pedro o Matheus ta aqui quer que eu chame ele.
--- Tarde demais a Carol me mandou mensagem.--- aquela voz, aquele cheiro eu precisava saber como o Matheus estava então juntei forças para abri os olhos.--- Pedro não tente fazer esforço, tudo vai dar certo.
Ver o Matheus de muleta me deixou tão mal por saber que ele só estava assim por minha culpa que naquele momento eu decidi que não poderia ficar com ele nem mais um dia, minha mãe entrou no quarto com um policial que pediu para todos saírem.
--- Pedro quem fez isso com você, você sabe?--- eu sabia que se contasse a verdade o meu pai iria estar fodido, mas naquele momento eu estava com muita dor e ódio para poder mentir.
--- Foi o Marcos você tem certeza disso?
--- Toda.--- o policial saiu do quarto e minha mãe entrou com o médico.
--- Dona Janaína o seu filho está melhor, mais hoje ele vai ter que dormir aqui para ficar de observação.
--- Está bem doutor.
--- Mãe eu não quero ninguém aqui, manda todo mundo ir embora, quero ficar sozinho…
Minha mãe e o médico saíram me deixando só, eu só queria dormir e poder refazer a minha vida por inteiro, mas não sabia por onde começar, acabei dormindo outra vez e só acordei no dia seguinte me sentindo bem melhor e querendo ir para casa.
--- Já acordado Pedro?
--- Sim mãe eu poço ir embora hoje?
--- Dependo do médico, mas você parece bem melhor agora, então deve poder sim.
--- Os policiais já acharam o Marcos?
--- Ainda não meu anjo, mas já estão atrás dele.
--- Olha quem acordo…--- o médico parecia ser bem simpático e rapidamente me deu alta, eu não via a hora de chegar em casa.
Quando finalmente cheguei fui direto para o meu quarto e disse para a minha mãe que podia botar a comida na porta do quarto e bater, e assim ela fez, eu não queria mais viver naquele lugar, não queria ver ninguém e assim foi se passando os dias sem eu sair do quarto para nada, eu não sentia mais esperança na vida, eu nunca tinha imaginada que o meu pai seria capaz de fazer isso comigo ele me tirou o chão eu sabia que ele tinha matado um tio meu que eu nem conheci e fiquei com muito medo de sair até que ele fosse preço não poderia viver um dia sequer em paz enquanto isso não acontecesse.
--- Pedro você ta acordado?--- minha mãe bateu na porta.--- o Erick ta aqui quer ver você.
Levantei da cama coloquei um casaco de capuz e abri a porta, para ele entrar.
--- Como você ta Pedro?
--- Nada bem Erick eu tô com medo.
--- Mas você tem que sair daqui todo mundo preocupado o Gustavo ta quase surtando e o Matheus vai todo dia no colégio a Carol ta péssima, vamos tentar ir amanhã na escola?
--- Eu não sei Erick eu tenho muito medo dele aparecer outra vez eu sei disso, mas a gente protege você eu prometo.
--- Está bem posso tentar ir, mas não prometo nada.
O Erick chegou bem perto de mim e tirou o meu capuz, com os pontos que eu tinha tomado acabei ficando com uma cicatriz na minha bochecha.
--- Por isso que você não quer sair.--- Ele botou o dedo na cicatriz.
--- Não, só que ele ainda está solto.
--- Está bem amanhã o Matheus vai vim te buscar para a escola tá bem?
--- Tá bem!
--- Bom então eu vou indo.
--- Não por favor, dorme comigo hoje?
Ele me olhou com uma cara de assustado sem saber o que responder, mas foi ele que fez eu levantar da cama e ter coragem de abri a porta, e também era o garoto que eu tinha sido passivo pela primeira vez, eu não sabia o motivo, mas ter ele ali comigo me fez sentir seguro, ele concordou de dormir comigo, então depois de quase uma semana eu vi o rosto da minha mãe que estava com os olhos inchados de tanto chorar, mas não trocamos uma só palavra, jantamos e subimos para o quarto.
--- Então Pedro cadê as coisas para arrumar o colchão para mim?
--- Não Erick dorme na cama comigo.
--- Você tem certeza disso?
--- Tenho sim…
Ele deitou comigo na cama e eu não conseguia parar de pensar naquela noite…