GÊNESIS - Parte III - O Fim.
Deus esperava ansiosamente para ver o funcionamento do sistema reprodutor que criara, logo ao amanhecer, presenciou algumas de suas criações irracionais naturalmente acasalando a fim de perpetuar a espécie. Deus teve o cuidado de diversificar a possibilidade de traços e cores dos descendentes, criando um sistema com milhões de espermatozoides diferentes onde apenas o que atingisse o útero primeiro se desenvolveria. Empolgava-se com as possibilidades infinitas de combinações que o futuro aguardava.
Futuro esse que não tardaria a chegar, pois além de cada ser ter a possibilidade de ser fecundado, gerando dois descendentes, Deus determinara que o feto cresceria dentro do útero até certo tamanho em torno de nove meses, e quando saísse (por um orifício novo, que só se abriria na hora do parto, ao qual Deus nomeou "umbigo"), demoraria em torno de dois anos para chegar à fase da puberdade e logo logo à fase adulta, onde pararia de envelhecer assim como seus pais.
Adão e Ivo acostumaram-se a dormir um tempo depois do pôr do sol, pois era natural que fizessem sexo antes de descansar, então também acostumaram-se a acordar um pouco depois do nascer do sol, alterando seu "relógio biológico". De manhã também era natural acordarem já com seus pênis duros e eretos, pronto para começar o novo dia.
- (Adão) Ivo... o que é isso embaixo de seu pênis?
- (Ivo) Não sei... mas o que é esse pontinho no meio da sua barriga?
Deus então surge para tirá-los da confusão...
- (Deus) BOM DIA meu queridos filhos, é com grande alegria que lhes trago boas novas, vocês agora possuem a capacidade de criar descendentes!
- (Adão) Descendentes?
- (Deus) Seus próprios filhos, semelhante a como eu os criei, semelhante a como o fruto das árvores possui sementes que dão origem a outras árvores.
Deus realmente não gostava de ser um instrutor para seus preciosos humanos, sentia-se mais satisfeito ao vê-los fazer as descobertas por si só e nomeá-las. Mas como todo aquele conceito era novo e complexo, resolveu intervir, explicando-os como o sexo agora teria a função não só de dar prazer, como também de criar descendentes, filhos. Este era a desculpa que dava para si, mas na realidade Deus estava deveras ansioso para presenciar a multiplicação dos seres humanos sem sua interferência.
- (Deus) Eis que vos digo meus filhos, vão e povoem a terra!
E assim ele se vai, deixando Adão e Ivo, ainda um pouco confusos, já com seus pênis flácidos.
- (Adão) Nós poderemos ter nossos próprios filhos...
- (Ivo) Sim...
A ficha caiu para os dois, que se agarraram de felicidade. No fundo já sentiam que suas vidas precisavam de um novo significado, e gerar descendentes tinha preenchido essa lacuna perfeitamente.
- (Ivo) Vamos tentar?
- (Adão) Claro que sim!
Ambos pegam seus membros sexuais e começam a se masturbar a fim de estimular ereção. Conectam suas bocas e acariciam suas costas e nádegas com a outra mão. Eles agiam em perfeita sincronia sexual, haviam criado uma conexão sentimental além da carnal, o que mais tarde nomeariam esta força que os unia como "amor".
Logo seus paus estavam duros como pedra, Adão se atreve e explora o novo órgão exposto que Deus havia lhes dado, o saco escrotal, Ivo se sentiu bem ao ter seu saco estimulado e retribuiu o gesto ao parceiro, era uma área bem sensível, ajudando no crescimento do prazer.
Adão se posiciona de quatro, empinando bem sua bunda para ser penetrado por Ivo, que logo vai colocando a cabecinha de seu pau, uma vez que ela entra, todo o resto de sua extensão desliza facilmente para dentro com a ajuda do lubrificante natural. Adão pressiona sua bunda contra o pênis ereto de Ivo, que impulsiona de volta seu membro a penetrar Adão em uma sincronia prazerosa, estavam ficando experientes em dar e receber prazer. Adão sentia muito mais prazer sendo passivo e Ivo sentia muito mais prazer sendo o ativo, mas vez ou outra eles trocavam para se sentir no lugar do parceiro.
Entre carícias e os sons selvagens das estocadas e gemidos, Ivo chega ao ápice, e agora seu pênis injeta o sêmen dentro de Adão ao encontro de sua próstata, jatos e mais jatos de sua semente são lançados e a cada espasmo uma reação corporal de prazer o tomava. Não entendendo ao certo o por quê, Adão também ejacula jatos e mais jatos ao chegar ao orgasmo junto com Ivo, como usualmente acontecia, tremendo todo seu corpo.
- (Adão) Essa foi a melhor... de todas as vezes...
- (Ivo) Sim...
Adão deita sobre o chão de folhas e Ivo deita-se em suas costas ainda com seu pau introduzido em Adão.
- (Ivo) Você sentiu? Sentiu eu te fecundar?
- (Adão) Sim, eu senti tudo.
- (Ivo) Em breve seremos pais, assim como nosso pai Deus.
Eles se acariciam e riem um com o outro. Ivo retira seu pênis do reto de Adão e visualiza o líquido branco escorrendo de seu anus, ele pega um pouco nos dedos e leva à boca, o provando.
- (Ivo) Humm é... bom...
Adão se vira para ele, revelando que também havia ejetado sêmen na hora do sexo, estava com a barriga molhada com ele. Adão leva seus dedos ao líquido e prova, também saboreando. Os dois compartilham suas sementes em suas bocas, ligando-as.
- (Adão) Humm isso é tão bom... acho que podemos nomear...
- (Ivo) Beijo. Se chamará beijo.
Os dois continuam se beijando por mais um tempo até que Adão se lembra que Deus os instruiu a ambos fecundarem-se.
- (Adão) Ivo, acho que está na hora de eu também te fecundar.
Ivo o olha e compreende que para perpetuar a espécie também deveria ser passivo para Adão. Ele se coloca em pé e vira de costas para Adão. Adão posiciona seu pau já duro na porta de entrada no reto de Ivo, quando sente o lubrificando molhar sua cabecinha, pergunta-se qual seria o sabor do líquido, se seria tão bom quanto o sêmen que acabara de provar. Adão se coloca de joelhos e leva sua boca ao anus de Ivo.
- (Ivo) Adão... o que estais fazendo?
Adão nada responde, apenas continua a beijar e chupar a entrada de Ivo, sugando o saboroso lubrificante prostático que saía dali quando metia re retirava sua língua. Ivo fechava os olhos extasiado com a nova sensação sexual que sentia. Logo Adão se levanta e penetra com tudo em Ivo, começando a meter freneticamente. Ivo não gostava muito de ser o passivo pois dizia que sentia-se um pouco desconfortável com uma leve dor, mas dessa vez ele só se concentrava no prazer crescente, que culminou no orgasmo de Adão, injetando fundo seu sêmen em Ivo, que sentia cada jato invadir-lhe. Ivo também atinge o orgasmo, lançando suas sementes no ar à sua frente. Eles deitam um ao lado do outro exaustos, o sexo agora era muito mais prazeroso porém demandava mais energia de seus corpos. Eles se abraçam e se beijam.
- (Adão) Obrigado Ivo... isso foi muito especial.
- (Ivo) Eu também te agradeço Adão... foi o melhor momento da minha vida.
- (Adão) Em breve teremos filhos! E vamos ensina-los tudo o que sabemos, assim como Deus fez conosco.
- (Ivo) Sim, Deus... fico aliviado que não precisamos mais dele como antes.
Do alto dos céus, Deus, que estava admirando o ato de seus dois filhos, ficou perplexo com o que Ivo havia falado. Ele havia lhes dado liberdade de expressão e raciocínio afinal de contas, diferente dos outros animais, porém ele nunca esperava que um dia sua criação falaria algo contra seu próprio criador. Tudo bem que fora algo pequeno, mas naquela fala Deus via a possibilidade de um dia o senso de independência crescer tanto que eles se voltariam contra Deus.
Deus decide então fazer um teste com seus filhos Adão e Ivo. Após alguns dias do ato sexual entre eles que culminou em sua fecundação, Deus se apresenta para eles em uma bela tarde.
- (Deus) Meus filhos Adão e Ivo! Venham comigo para o centro do Paraíso, onde preparei minha mais nova criação!
Empolgados e curiosos para uma nova descoberta, os dois seres o seguem pelo lindo Paraíso onde viviam. Alguns casais de animais já possuíam uma ou duas crias, pois Deus instituiu tempos de gestação diferentes. Adão e Ivo ainda não percebiam diferença grande em suas barrigas, mas Deus já os avisara que elas cresceriam conforme o novo ser se formava.
Chegando no centro do Paraíso, Deus apresenta a Adão e Ivo uma árvore magnífica, com tronco marrom escuro bem grosso e galhos que se estendiam ao seu redor por muitos metros, nesses galhos estavam as folhas da árvore, folhas prateadas brilhosas com a luz do sol, entre as folhas haviam alguns frutos espalhados aqui e ali, um fruto vermelho e redondo, igualmente brilhante. Quando Ivo iria pegar um para provar, Deus o repreende dizendo:
- (Deus) Esta é a árvore do conhecimento do bem e do mal, não comais de seu fruto jamais, pois no dia em que comeis, certamente deixarão de existir.
E assim Deus se vai, os deixando pensativos consigo. O conceito de mal não fora apresentado a eles, o que era estranho pois Deus sempre havia lhes instruído em casos em que eles mesmos não conseguissem se desenrolar. Como não podiam comer, Adão e Ivo sentaram-se abaixo da linda árvore proibida, admirando-a e pensando se um dia poderiam provar de seu fruto.
Alguns meses se passaram e as barrigas grávidas de Adão e Ivo começaram a se revelar, ambos sentiam muito mais fome que antes e não praticavam mais regularmente sexo, com receio de machucar o ser que se formada dentro deles, praticando somente o sexo oral, mesmo que Deus não aprovasse muito.
Certo dia, Adão tirava as folhas de árvores de dentro da sua casa a fim de renová-las. Ivo deu uma ideia de pegar algumas folhas prateadas da árvore proibida para dar uma aparência diferente ao seu lar. Relutante, Adão acabou concordando e Ivo parte para o centro do Paraíso. Chegando lá, se maravilha em como a árvore era realmente bela e como o contraste de suas folhas prateadas e o vermelho brilhante de seu fruto era maravilhoso. Catou algumas folhas armazenando-as em uma bolsa artesanal de cipó, invenção de Adão.
- (voz misteriosa) Ora ora o que temosssss aqui.... um dos humanosssss...
Ivo olha assustado para o galho que se estendia ao seu lado, uma criatura rastejante se encontrava enrolada no mesmo, sua boca não se mexia, apenas colocava sua língua para fora, falando diretamente à sua mente.
- (Ivo) Você é uma serpente não é? Não sabia que sua espécie podia falar.
- (Serpente) Há muitas coisassss que vocêssss humanosssss não sabem. Deusssss esconde...
Ivo se assusta diante da maneira como a cobra fala de Deus, como se fosse igual a ele e não somente uma de suas tantas criações.
- (Serpente) Como por exemplo... este fruto... Deussss proibiu... sabesssss por quê???
- (Ivo) Ele disse, disse que deixaríamos de existir caso comêssemos.
Na frente de Ivo, a serpente então usa seu rabo para arrancar um dos frutos e levar à própria boca, comendo-o.
- (Serpente) Viu? Percebessss? O fruto não fará mal algum a vocêssss... Deus só quer que não sejais iguaisss a ele, sabendo do conhecimento do bem e do mal. Ele os vê como passa tempossss, imaturossss, inexperientesssss e irresponsáveissssss. Mostre para ele que são independentesssss... coma e dê de comer para seu parceiro!!!
Ivo rapidamente arranca um dos frutos que estava próximo de si e o abocanha, saboreando e sentindo o doce prazer em sua boca, mas no fundo, o entusiasmo que sentia vinha do fato de que acabara de fazer algo por conta própria, indo contra as regras impostas por Deus. Logo pegou mais um fruto e enfiou na sua bolsa, correndo para o encontro de Adão. Enquanto observava o humano ir embora, a serpente revela asas que estavam coladas ao corpo, as abre e levanta voo, partindo para o alto dos céus.
Adão estava do lado de fora de sua casa, sentado com as costas à parede de árvores, descansando depois de limpar o interior da seu lar. Se encontrava com as duas mãos na barriga, sentindo os movimentos de seu filho que Ivo o dera. Logo Ivo chega à sua presença, eufórico e cansado.
- (Adão) Ivo... você estava correndo?
- (Ivo) Sim... sim...
- (Adão) Ivo, mas isso não pode ser perigoso...
- (Ivo) Adão, tenho algo a lhe mostrar!
Ivo retira de dentro de sua bolsa o fruto proibido. Adão se assusta levantando-se rapidamente.
- (Adão) Ivo, o que você está fazendo??? Não podemos comer deste fruto ou deixaremos de existir!!!
Ivo então retira outro fruto, o que havia experimentado, e mostra a sua mordida para Adão.
- (Ivo) Eu já o comi Adão, e olhe... eu ainda estou aqui!
Ivo pega uma das mãos de Adão e coloca sob seu peito de forma a comprovar que era real.
- (Ivo) Nada aconteceu comigo... tome... coma... é delicioso!
Adão cuidadosamente pega o fruto da mão de Ivo ainda receoso. Ivo morde mais uma vez a sua fruta, mastigando-a avidamente. Adão se encoraja e dá uma mordida, sentindo o gosto proibido invadindo sua boca.
- (Adão) É... delicioso!!!
Os dois sorriem e continuam a comer... ao final, se aproximam e selam o momento com um beijo apaixonado, juntando seus corpos e acariciando-se mutualmente.
- (Adão) Ivo... eu te quero para sempre comigo.
- (Ivo) Eu também Adão, eu também...
Enquanto os dois se beijavam, não perceberam a ensolarada tarde se esvair, começando uma furiosa tempestade. Ventos frios e fortes começaram a soprar, o céu se escureceu, relâmpagos se desenhavam ao alto seguidos de poderosos trovões. Os animais corriam com medo buscando abrigo. Ivo conduz Adão para dentro da casa, os dois se agacham em um canto abraçados tentando se esquentar. Infelizmente não haviam renovado a folhagem do chão então estavam muito expostos, o teto de folhagens e galhos, que era a única coisa que impedia de se molharem, acabou se desfazendo. Ivo pega algumas folhas maiores que caíram do teto para tentar cobrir os dois, mas elas estavam molhadas e de nada adiantava para com o frio.
- (Ivo) Calma... já vai passar...
Do alto dos céus urge uma poderosa voz...
'POR QUÊ? POR QUE ME DESOBEDECERAM MEU FILHOS?'
- (Adão) Deus?
'EU LHES DEI TUDO, POR QUE COMERAM DO FRUTO MESMO ASSIM?'
- (Ivo) Foi a serpente! Ela me enganou...
'SÓ LHES DIZ RESPEITO CONFIAR À MIM, POR TER ME DESOBEDECIDO, TROUXERAM MALDIÇÃO À TERRA E NELA TEREIS QUE TRABALHAR POR SI SÓS PARA PROVER SEU SUSTENTO.'
'TERÃO QUE SE DEFENDER DOS PERIGOS QUE POREI NELA, POIS AGORA OS ANIMAIS SE DIVIDIRÃO EM HERBÍVOROS E CARNÍVOROS.'
'DO PÓ VIERAM E AO PÓ RETORNARÃO, RETIRAREI SUA IMORTALIDADE COMO PROMETI, E PARA GERAR DESCENDÊNCIA SOFRERÃO ASSIM COMO SOFRI AO DEIXAR-LHES NESTA HORA.'
'POR FIM, ESTAIS EXPULSOS DO PARAÍSO PARA TODO SEMPRE, E TERÃO QUE VIVER SUAS VIDAS OFERECENDO SACRIFÍCIOS A MIM COMO PENITÊNCIA À SUA DESOBEDIÊNCIA.'
Em um estrondoso som de trovão, tudo se ilumina ao redor de Adão e Ivo e eles observam enquanto tudo a sua volta transmuta em um lugar diferente. Eles haviam sido transportados por Deus para fora do Paraíso. A tempestade havia sumido e o sol brilhava mais quente que o normal. Do alto de um monte onde se encontravam olharam para o horizonte e reconheceram o seu antigo lar ao longe, onde sobre ele ainda pairava a forte tempestade... águas saíram debaixo da terra em seu contorno e o Paraíso ascendeu aos céus, deixando uma enorme cratera para trás. Estavam sem palavras...
Ivo se ajoelha e chora...
- (Ivo) Me desculpe Adão... é tudo culpa minha...
Adão se abaixa e o abraça...
- (Adão) Acalme-se Ivo... ainda temos um ao outro, e não importa o que aconteça, eu nunca te deixarei, eu prometo.
...
FIM?
Olá caro leitor, gostaria de agradecer por acompanhar a minissérie e pedir para que deixe seu voto e feedback nos comentários. Obrigado!
(Ah, e "Caim e Abel" vem aí, aguardem)...
