Um velho pau tarado e as hamadríades ao sabor do vento...
(*) Texto de Aparecido Raimundo de Souza.
TUDO ACONTECEU ASSIM,
meus caros amigos.
Me mudei, recente,
para um bairro novo.
Fiz amizade logo na chegada,
com uma velha senhora,
dona Olga Tibiriçá. Que cagada!
No segundo dia,
comi o cu dessa velha.
Cu enrugado, machucado,
mal talhado,
muito usado, esfoliado.
Cu cansado, relaxado,
alargado, chupado,
bambeado, destravado,
dilapidado, fornicado.
Todavia, segundo ela,
jamais visitado.
“Nunca mesmo, vizinho amado
nova na idade, nem morta cairia em esparrela!”.
Dias depois, meus amados,
me adveio o milagre.
Conheci a neta dela,
a estonteante e
exorbitante Marlene.
Não deu outra.
Mandei bala na Marlene.
Era virgem, a garota. Noiva recente.
Não podia dar a joia eloquente,
senão a seu príncipe o Romeu.
E esse cara não era eu. Não era eu!
Sem muitos brábrábrás liberou o
caneco. Ai, que treco gostoso,
saboroso, pecaminoso,
prazeroso, delicioso,
fogoso, mavioso, fagueiroso,
apertadinhoooooooooooo...
Custou a entrar, a se acomodar.
Precisei de fato, empurrar,
com força e jeito Elezinho.
Em seguida a ele, o milagre,
no espaço de um mês,
acreditem meus amigos,
foi a vez
da filha da velha senhora,
Dona Elisa. Mãe da Marlene.
Com ela, mudei de lado.
Ataquei endiabrado,
de primeira, sem porteira:
enfiei na xoxotinha.
Bocetinha vermelhinha,
assanhadinha, cheirosinha,
Melosinha, quentinha,
jeitosinha, gulosinha...
Uauuuuuu!...
Certa noite, a desgraçada,
Em meio a uma metida
Incontida, ensandecida,
me mordeu furiosa, estertorosa,
a cabeça do velho pau.
Em sequência a esses fatos,
pintou em visita
certo domingo, uma amiguinha
de Marlene. Gostou de mim na hora.
Seu nome, Renata Sofia.
Puta que pariu! Puta que pariu!
Essa gatinha caiu no meu ferro. De boca, Como gemia,
Não contente fazia estripulia,
descia subia, subia, descia,
subia descia, descia, subia
e quanto mais eu metia,
Ela pulava,
rebolava cantava,
peidava ria, ria,
por derradeiro, cansada,
ordenava a vadia:
mete os colhões
meu amor. Jorra em mim,
explode me sacode
come tudo, me fode, e se alivia.
Dessa forma, foi meu caminho,
Nesse bairro,
para onde me mudei
a exatos ano e meio.
Primeiro dona Olga,
a boa e velha senhora.
Em seguida, sem folga,
num triscar,
sem demora,
a bailar, a brilhar,
a neta dela,
a flamejante Marlene.
Depois a mãe de Marlene,
a apetitosa Eliza, flor perene,
a que me fincou
os perfumosos caninos,
felinos
em mordidelas concisas,
precisas incisivas, porém,
juro a vocês, minha pica aloprou.
Por fim enfim,
Não podia esquecer da Renata Sofia.
Com essa mil vezes gozei,
idealizei aterrissei, poetizei,
Chupei, me lambuzei, deslizei.
Enterrei tudo.
Quantas fodas?
Não sei,
não contei!
Pra terminar,
Dona Olga. Dona Olga
se mudou.
Levou a neta,
a filha,
Tudo acabou.
Que malfadado dia!...
Nem de lembrança
a Renata Sofia.
Morreu assim, toda a esperança,
e de roldão, na confusão, minha alegria.
Hoje,
sozinho agora
recordo, dorido. Me lembro
aturdido dessas mulheres todas.
Cu velho, e tome membro
cu novo, lá se foi setembro
cu virgem chegou dezembro
Penso logo, logo penso,
em Renata Sofia. Essa marcou. Me ponho tenso.
Apesar disso, me masturbo Marlene,
Me “punheto” Elisa,
Gozo Olga,
a velha senhora.
E agora? E agora?!
Sem agora, choro em profusão.
Que desilusão!
Estou morrendo aos poucos,
no revés de ingrata
solidão. Renata Sofia, caralho! Cadê você??!!
SEM RESPOSTA, O SILÊNCIO QUE RESTOU DELA, EM MIM SE ENRAIZA.
(*) Aparecido Raimundo de Souza, 65 anos, escritor.
(**) Do livro “Caderno de segredos”. Editora AMC-GUEDES - Rio de Janeiro. 120 páginas. Edição 2003.