ASSASSINA - Parte II
O velho não mandou ninguém para cuidar da hemorragia do ânus da ruiva. Ava esperou uns vinte minutos, depois foi ao banheiro. Se virou como pode com papel higiênico e conseguiu conter o sangramento. Estava com ódio do velho. No entanto, continuava curiosa com tudo o que estava lhe acontecendo. Quem era o sujeito? Ele parecia a conhecer bem. Ela deveria ir ver o que havia além da porta? Ou o esperaria, o mataria e só depois iria averiguar onde estava? Resolveu-se a esperar.
Havia um aparelho de tevê de 52 polegadas no luxuoso quarto, aí ela deitou-se na cama e ligou o eletrodoméstico com o controle remoto. Mas, nem bem apareceram as primeiras imagens na tela, o velho retornou com um aparelho de vídeo e uns envelopes de papel na mão. Estava muito cheiroso e melhor vestido. Disse:
- Infelizmente, não consegui quem lhe fizesse um curativo. Mas já vi que conseguiu parar a hemorragia. Trouxe-lhe uma pomada e algumas coisas que quero que dê uma olhada.
Puxou uma mesa de centro, que tinha uma toalha e um pequeno jarro encima, para perto da cama e espalhou sobre ela os envelopes e as pastas que trazia na mão. Ava percebeu que ele estava armado de pistola por baixo da camisa grande e folgada que vestia. Parecia um camisolão, mas era de tecido fino, importado talvez da Índia. Ela esperaria uma oportunidade para se apoderar da arma, mata-lo e depois sair dali.
Ele abriu dois dos envelopes e retirou de dentro umas fotos. Espalhou-as sobre a mesinha, diante dela. Perguntou:
- Conhece?
A detetive olhou para as fotografias, reconhecendo imediatamente a ruiva que estava com o taxista. Só que ela estava de cabelos mais longos e pretos. Fingiu não conhecer a mulher:
- Acho que não. Deveria?
- Sim, já que esteve com ela, bebendo perto do aeroporto, ainda esta noite. Claro que ela estava de peruca, ou usando seus cabelos naturais, mas não estava tão irreconhecível ao ponto de você não se lembrar dela.
Ava ficou calada. Ele lhe entregou uma pasta volumosa e disse para ela:
- Vá dando uma olhada, enquanto acoplo o aparelho de DVD à televisão.
Era uma pasta da CIA, e continha várias fotos da mulher, além de um extenso dossiê sobre ela. Estava em inglês e Ava conseguiu ler com facilidade. Quando terminou de configurar o aparelho, o velho voltou para perto dela. Sentou-se na cama, ao seu lado, e usou o controle remoto para dar início a um vídeo, cujo disco já viera dentro do aparelho. As primeiras imagens mostravam um senhor de pijama, fumando nervoso dentro de um quarto. Deveria ser um quarto do hotel de onde vira a ruiva sair, antes de entrar no táxi onde se encontraram. O velho disse:
- Este é o suposto inventor da fórmula. Espera tua amiga, para passar-lhe a valise com uma amostra e as anotações que fez no decorrer da produção do invento.
- Suposto? Você não conhece o tal pernambucano que a inventou?
- Sim, conheço. Mas quis provar para ele que iria ser enganado, quando eu soube que havia entrado em contato com alguém da CIA, para vender-lhe o produto e pedir asilo nos Estados Unidos.
No vídeo, o sujeito era surpreendido pela entrada da ruiva no quarto, só que de peruca com madeixas negras. Via-se a valise, que estava com a ruiva no bar, encima da cama. Uma segunda câmera, escondida estrategicamente no quarto, mostrava a mulher de frente e ela vestia a mesma roupa que estava quando saiu do hotel. Para surpresa de Ava, a ruiva disfarçada atirou imediatamente no sujeito, matando-o sem dar-lhe chance de se defender. Dera um tiro certeiro bem no meio da testa dele, usando um silenciador acoplado a pistola. Depois, pegou friamente a valise e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.
- Está querendo me dizer que o defunto não é o autor da fórmula?
- Sim. Não é. Era apenas uma pessoa que recebeu uma grana para se passar pelo inventor.
- É, não vai poder gastar o dinheiro ganho nunca mais.
- Ele pediu o dinheiro para um tratamento de saúde bem caro, para sua filha. Ela está sendo assistida por nós, e ficará curada.
- Por nós, quem?
- Eu e uns colaboradores. Gente que tem recursos para conseguir o que quer.
- E o que vocês querem? Pode ser mais preciso?
Ele esteve olhando para ela, como se estivesse frustrado com o seu poder de raciocínio. Depois, perguntou:
- Ainda não compreendeu?
- Não. A dor no cu me incomoda ao ponto de eu não querer raciocinar muito.
- Queremos que mate a ruiva. Não por ter assassinado o nosso colaborador. Isso já era esperado. Mas porque, se não percebeu lendo esses documentos, ela é uma espiã marcada para morrer. A CIA decretou sua morte.
- E o que eu tenho a ver com isso?
Ele riu. Uma risada jovial, que o fazia não parecer tão velho. Depois, ficou sério de repente, antes de afirmar:
- Nós sabemos quem é você. Eu estive, pessoalmente, te monitorando já há anos. A você e ao teu irmão. Por falar nisso, onde está ele?
- Morto e enterrado, infelizmente. Ele teria prazer em te matar, quando soubesse o que fez comigo.
- Dê-me uma prova de onde o enterrou e continuaremos as negociações.
Ava pensou um pouco. Deixaria o sujeito bem seguro de si, para ficar mais fácil atacá-lo. Por isso, não mentiu:
- Procure uma cova recente, com uma cruz indicando-a, no meio das matas do Horto de Dois Irmãos, perto daquela subida à direita da entrada.
O sujeito tirou um celular do bolso e discou um número. Deu umas instruções. Terminou a ligação dizendo:
- Aproveite que ainda é de madrugada e vá lá com uma pá e uma enxada. Descubra o cadáver e fotografe. Mande algumas fotos para o meu celular.
Quando desligou, ficou olhando para a detetive com uma expressão inigmática. Depois, disse:
- Faça as perguntas. Responderei, enquanto aguardamos uma prova do que disse. Se estiver me enganando, eu te mato imediatamente - disse ele, puxando a pistola e apontando-a para ela.
- O que quer, realmente, de mim? Você tem capangas que poderiam muito bem matar a agente da CIA, sem precisar de minha intervenção.
- Bem pensado. Mas quero algo, realmente, de você: que ache o meu filho desaparecido e leve-o com você, para os Estados Unidos.
- Como sabe que vou para lá?
- Pelos documentos falsificados que achei na tua valise, e pelas passagens verdadeiras que estavam lá. Eu conheci teu pai e tua mãe. Desde os tempos da Ditadura. Mas perdi o contato com eles, quando fugiram para os Estados Unidos.
- Como sabe que estão nos EUA?
- Não sabia. Mas, pelo que encontrei na tua valise, pude imaginar. E você acaba de me confirmar.
- Quando foi a última vez que viu teu filho?
- Acho que logo após o término do regime ditatorial do Brasil. Por volta de 1986, acho eu.
- Depois disso, não teve mais notícias dele?
Foram interrompidos pelo toque do celular. O velho atendeu. Agradeceu e desligou. Disse para a jovem:
- Encontraram os restos mortais do teu irmão bem aonde você disse. Podemos, então, fazer negócios. Portanto, abra bem os ouvidos: primeiro, quero que mate a espiã. Dividiremos a recompensa oferecida pela CIA meio a meio. Depois, você acha o meu filho e o convence a ir com você aos Estados Unidos. Por fim, apresente-o a teus pais. Eles irão se lembrar dele e de mim.
- Quanto recebo por fazer isso?
- A outra metade da recompensa pela morte da agente, paga pela CIA.
- Ou seja: você irá me pagar com o dinheiro do meu próprio trabalho de matar a agente.
- É justo, não? Fui eu quem ralei para obter essas informações que, sem ela, você não veria a cor da grana.
- Quando recebo a primeira parte do dinheiro pela morte da ruiva?
- Assim que matá-la. Eu te pago e depois cobro da CIA.
- Quero minha metade já, antes de fazer o trabalho. Ou nada feito.
Ele esteve pensativo, depois concordou. Pediu o número da conta dela e anotou. Ela pediu para ficar com o dossiê e o disco de DVD. Ele concordou. Depois, pediu um tempo para depositar o dinheiro na conta dela. Ela aguardaria no quarto. Ava, no entanto, queria ir embora antes. Verificaria o saldo de sua conta mais tarde. Era só o tempo dela tomar um banho e trocar de roupas. Quando caminhou em direção ao banheiro, para tomar um banho e passar a pomada cedida por ele, o velho disse, antes de sair do quarto:
- A agente está hospedada no Hotel Jangadeiro, em Boa Viagem, no apartamento 156A. Tua valise com tuas coisas está lá fora, dentro de um carro de placa fria, estacionado do outro lado da rua. O mesmo que me viu nele. Depois do trabalho feito, livre-se do automóvel. Está sendo procurado pela Polícia. Depois, volte para cá para mais instruções. E boa sorte.
Quando Ava saiu, teve uma surpresa: não estivera num quarto de hotel e sim numa modesta residência no bairro de Boa Viagem, e não tinha ninguém nela afora a detetive. Com certeza o cômodo foi mobiliado e decorado para dar-lhe a impressão de que estava confinada num hotel de luxo. Perguntou-se o porquê da farsa e não encontrou explicação. Mas estaria atenta. Tudo cheirava a armadilha. Vislumbrou o carro estacionado na frente da residência. Conferiu sua valise, colocou a pasta com o dossiê e o disco sobre o assento do carona e deu partida. Iria direto para o Hotel Jangadeiro, que ficava a uns vinte minutos de carro dali. Só depois, se livraria do automóvel, como sugerido pelo velho que nem sabia-lhe ainda o nome. Passou a chamá-lo de Sr. Cachorro, por ter-lhe fodido o traseiro. Ainda sentia dores atrozes no reto. Quando chegou ao local, pegou apenas o dossiê e o disco metálico, deixando sua valise dentro do carro. Foi o seu erro.
Passou pela recepção sem ser vista pelo porteiro e subiu as escadas. Pouco depois, estava diante da porta do 156A. Bateu com os nós dos dedos. Um jovem belíssimo, mas parecido com uma mulher, abriu a porta de arma na mão. Perguntou com um vozeirão que não deixava dúvidas de que era macho:
- Quem é você? O que quer?
Antes que a detetive se identificasse, viu o jovem taxista dentro do quarto. Quando ele a viu, sorriu-lhe de maneira simpática.
- Adriana? Como me encontrou? Entre, garota.
O homenina afastou-se para dar entrada à magra. Ela não viu a outra ruiva, a gostosona, no quarto. Disse ao taxista:
- Eu menti pra você. Meu nome não é Adriana, e sim Ava. Sou detetive particular e não foi difícil te achar - disse ela, sem querer dizer que recebera a dica do velho. - Onde está tua namorada?
- Não é minha namorada. Um dia foi, mas não é mais.
- Mas eu vi...
- Sim, a gente se beija, mas não temos mais nada um com o outro a não ser amizade. Mas, o que te trouxe aqui?
Ela entregou-lhe nas mãos a pasta com o dossiê sobre a ruiva e o disco metálico. Cassandra tomou o caramalhaço de papel das mãos do jovem, sem nem pedir licença. Ele não se zangou. O homenina soltou uma imprecação:
- Puta que pariu, como conseguiu tudo isso? Eu usei todos os recursos da Polícia Federal e não consegui nem um terço dessas informações.
- Ela está mesmo sendo procurada pela CIA?
- E por um bando de agentes de outros países, querendo matá-la para receber a recompensa oferecida pela Agência. Está sendo difícil para nós, protegê-la.
- Ela é do bem?
- Mais ou menos. Mas nos ajudou numas paradas brabas, então achamos que uma mão deve lavar a outra. - Disse o taxista.
- Onde está ela?
- Não sabemos. Desde ontem, depois que saímos do bar, que perdemos o contato com ela. Deixou-me estacionado na frente e subiu ao quarto do hotel onde tinha pego aquela valise que abri. Porém, não mais voltou. Subi atrás e não mais a encontrei. Até agora estamos esperando, ao menos um telefonema dela.
- Temo que não irão mais vê-la com vida - disse a magra de corpo atlético.
Os dois se entreolharam cismados. Ela perguntou:
- Têm um aparelho de vídeo?
Pouco depois, viam as imagens de Rebeka atirando no cara. Cassandra reviu várias vezes o trecho, sem dizer uma única palavra. O taxista estava tranquilo. Parecia não acreditar no que via. Finalmente, o homenina disse:
- Essas imagens foram editadas. A mulher que vemos não é a nossa amiga, apesar de muito parecida com ela. Talvez não soubessem que Rebeka é canhota, e a que vemos tem a pistola na mão direita. Deve ser uma sósia da ruiva.
Então, ouviram as sirenes de uma viatura policial. Cassandra foi até a janela. Chamou o jovem para ver:
- A Polícia farejou algo. Tem um bando de policiais em volta de um carro, ali.
Ava também se aproximou da janela. Para sua surpresa, os policiais arrodeavam o veículo que ela usara para chegar ao hotel. Sentiu um baque no coração. Se abrissem o carro, iriam achar a valise com os seus documentos falsos. Seria fácil liga-la ao automóvel. Ficou aperreada, mas não disse nada aos rapazes. Viu quando abriram o carro e retiraram de dentro sua valise. Olharam em direção ao hotel. Dois policiais entraram no prédio. O taxista disse:
- Fiquem aqui. Vou ver o que acontece.
- Não. Eu vou. Posso conseguir informações sigilosas, se me identificar. - Arrematou Cassandra.
Ficaram olhando lá de cima. O homenina falou com os policiais e lhe mostraram algo no chão. Ele olhou para cima, em direção a janela onde estavam. Mandou um dos policiais abrir o porta-malas. Encontraram um corpo lá. Cassandra pegou o celular e fez uma ligação. O celular do jovem que estava ao lado da detetive tocou. Ele colocou em viva-voz. Ouviram:
- É Rebeka. Mataram-na com dois tiros e a puseram no bagageiro. Policiais receberam uma denúncia de que havia um carro pingando sangue na frente do hotel. Desça aqui, para reconhecer o corpo.
Ava desceu com ele. No entanto, assim que o rapaz olhou para o cadáver, disse:
- Essa não é Rebeka. Deve ser a sósia dela. A tal que vimos no vídeo. De quem será esse carro?
Um dos policiais entregou ao homenina os documentos da detetive. Cassandra olhou muito sério para Ava. Ela disse:
- Eu não a matei. Nem sabia que ela estava aí...
- Subamos. Vai ter que nos contar a história tintim por tintim! - Disse Cassandra.
Pouco depois, Ava terminava seu relato, a partir de quando foi desacordada no avião. Ela não escondeu nenhum detalhe. Disse, inclusive, o acordo que havia feito com o velho: matar a espiã.
- Veio para mata-la? - Perguntou o taxista.
- Vi alertá-los e pedir ajuda para me vingar do cara.
Cassandra esteve pensativo, depois disse:
- Daqui a pouco, amanhece. Quero tirar essa história a limpo. Vou investigar. Você fica aqui até eu voltar. Se tentar fugir, pode acreditar que depois te pego.
- Está bem. - Disse a detetive.
Quando o homenina saiu, o taxista perguntou:
- O que quer fazer, enquanto o esperamos?
Ela olhou sorrindo para ele. Disse, maliciosa.
- Por mim, eu te foderia. Fiquei afim desde que te vi pela primeira vez. Mas estou ainda toda dolorida...
- Eu não me referia a isso. Achei que estivesse com fome. - Disse ele.
- Estou com fome de rola, porra. Mas uma rola que me foda bem gostoso. Para me fazer esquecer o estupro que sofri daquele cachorro. Você é bem-dotado?
- Médio. Sem exageros. Por quê?
Vou te chupar, já que não posso te foder a pica. Ainda estou toda ardida e arrombada. Mas só se me prometer foder minha xaninha, quando eu melhorar.
- E se Rebeka voltar?
- Ela não vai voltar. Vá por mim. Aquele Sr. Cachorro não é de marcar bobeira. Deve tê-la matado, quando voltou ao hotel. Ou deve entrega-la à CIA e receber a grana.
- E por que deixou o cadáver da sósia dela no carro?
- Para me incriminar, ou para eu pensar que não tinha feito meu trabalho e ele ficar com todo o dinheiro da recompensa, sei lá. Mas isso não importa agora. Tira essa roupa e me dá teu caralho para eu chupar!
A magra chupava bem. Era carinhosa e tinha uma técnica de felação que logo deixou o taxista prestes a gozar. Mamava sem pressa, aproveitando cada pingo que escorria do seu caralho. O jovem anunciou:
- Mmmmmmmmm, está gostoso, mas vou gozar...
- Agora, não. Deixa eu ficar só lambendo a cabecinha.
E ela ficou brincando com a língua na chapeleta, até que foi escorrendo um filete de porra do cacete dele. O taxista se prendia para não gozar de vez. Ela continuou lambendo, sem abocanhar a rola dele. O sujeito gemeu:
- Não aguento mais prender... vou... gozar... na tua... boca gostosa...
Ela não disse nada. De repente, atolou todo o membro dele na boca, tocando a glande com a goela. Ele jorrou porra em grande quantidade. Urrou:
- Caralhooooooooo, que boca maravilhosa...
FIM DA SEGUNDA PARTE