Uma semana, era esse o tempo que levei levando uma surra de Alemão e tentando me cura. Uma semana sem consegui ver Lucas ou até mesmo o Thiago.
Alemão estava sendo cruel comigo, ele gostava de me ver sofrer, todas as noites eu tinha que me prostitui e ainda por cima cantar nas noites, como se nada tivesse acontecido.
A muito tempo sonhei que um príncipe me levava para uma vida de luxo e de viagens. Que medo engano, apenas estou aqui mais um dia, pelo olhar sanguinário do vigia. Essa música poderia ser de um detento na prisao, mas que diferença faz se for numa cadeia ou num puteiro?
Francisco e sua guangue, realmente tiraram a semana para encher meu saco e até mesmo aprontar alguma coisas. Me deixando sem comida e por dois dias sem agua.
- Olha lá o Preferido do Chefe. - zombou Guilherme, um garoto forte, moreno de olhos verdes e usando dreads nos cabelos curtos. - Francisco está perdendo para esse urubu?
- Cala a boca seu idiota. - resmungou Thiago virando para ele.
Thiago, Guilherme e o asiático musculoso denominado de Gilmar, estavam na porta do meu quarto. Eles eram conhecido como o melhor trio de toda a casa.
- Qual foi? Não fez como o chefe queria e está assim?
A voz debochada de Gilmar era irritante. Até mesmo seu sorriso e olhos travessos, Como se disse-me sempre que seria superior a todos.
Olhei para eles e vira meu rosto, deitando de barriga para baixo.
- Olha, o doido te ignorou Gilmar.
Guilherme zombava do asiático que rosnava para o amigo.
- Me deixem em paz. - Comentei fraco. As feridas na minha costa ainda estavam bem abertas, até mesmo qualquer esforço que fazia não conseguia, por as vezes sair sangue delas. Alemão não prestou serviço médico e nenhum dos meninos ousou cuidar de mim (quase todos), pelo simples fato de terem medo do chefe.
Gemia de dor nas noites e gemia calado, já que até mesmo meus colegas de quarto não aguentaram me ver assim e hipotentes sairam. Me deixando as moscas.
Apenas um deles, Neto, ele me trazia água e comida e mais teimoso que eu, me ajudava tratando em alguns ferimentos.
Cristóvão era um cara gentil. Seu corpo era de um bear. Forte e musculoso, ele era moreno, da cor de chocolate, seus olhos eram gentios mais também mudavam rápido para um tom selvagem de negro.
Seu sorriso era alegre e descontraido, mais alto que eu, beirando 1,89 de altura e com um sotaque do Ceará, O garoto era cabeça dura. Mas era um cara que respeitava devido a sua história e faria de tudo para que ninguém descobrisse que ele me ajudava.
Apoie meu peso com minha mão, para levantar da cama. As feridas se abriram um pouco e gemi em protesto.
- O que realmente vocês querem? Me ver lascado? Me ver sangrar? - olhei feio para casa um deles, queria tanto que faz tudo tivesse ali. Mas minha outra personalidade não aguentaria. - Já tiveram seu show. Agora saiam.
Os três ficaram em um minuto de silêncio e depois começaram a ri. Em alto e bom som.
- Acha mesmo que ainda se saciamos com isso? Claro que nao, eu quero ver você sofrer. Já que o Alemão prefere voce, vai preferi mas acabado.
- Você não usaria me bater. - sorri presunçoso. - Ele acabaria com você.
- Acha mesmo? Mais uma batida ou mais um chute que pode receber de mim, Não fará diferença nesse seu estado. Ele nem vai perceber.
Francisco chegava mais perto e seus olhos de peixe morto me fazia senti que ele faria o que disse.
- Fechem a porta e fiquem olhando para ver se vem alguem.
- Mas eu queria...
Francisco olhou para Gilmar e ele se encolheu saindo com Guilherme. Nos deixando a sos.
- Você não fara isso. Vamos apenas...
Antes de completa minha frase, recebo um soco no rosto e caiu no chão, batendo Minha cabeça no chão e fazendo um baque surdo.
- O que você tem de especial em? Porque o Alemão olha para você e não para mim?
- Acho que porque sou realmente especial e você não passa de uma vagabunda de 5 categoria.
Eu cuspo para o lado e começo a sorri, As feridas da minha costa me deixaram dormente, As dores não sentia mais.
Ele ferveu de raiva e me soco mais 3 vezes e me chutou bem em meu estomago.
Quando ele ia dar o terceiro chute no mesmo, lugar Gilmar e Guilherme pulam em cima de Francisco, que queria se soltar para me bater.
- Se matar esse garoto. Vai preso ou pior, Alemão te mata de vez.
- Nem me matando ou me deixando paraplégico você serve. - soltei um sorriso maldoso, me sento com mais dificuldade e não via faz tudo em nenhum lugar, a ousadia era algo dele e não minha. Mas já que estava na merda, Vamos nos melar. - I-nu-til.
Ele ferveu novamente de raiva, E mandei um beijo para Francisco, que quase se solta dos dois para acabar comigo.
- Vai seu inutil, vai, você nunca ser a dama de alemão, sempre ser a a cachorra que ele usa e joga para seus clientes pegarem você por 50 reais.
Comecei a ter vislumbres e minha cabeça rodou. Apenas vi os 3 saindo do quarto quase o quebrando e desmaio naquele chão.
- No que você se meteu? - Perguntou Cristóvão passando o álcool em minhas feridas.
- Não me meti, Me salvei de um massacre aqui.
Cristóvão passava o álcool nas minhas feridas abertas. Ele colocava novos curativos. Ele era habilidoso para ser um bom enfermeiro.
- Se ficar ainda aqui vai acabar sendo morto.
Ele disse aquela frase, acabando com o silêncio feito por nos dois.
- Eu queria. Mas, até meu dinheiro levaram, estou preso aqui.
- Tem o Lucas...
- Nao. Lucas tem uma carreira e outra, alemão e a midia o matariam. Eu só preciso de mais um tempo e recupera o dinheiro...
- Você está me falando disso desde de que entrou. E já faz o que? 4 anos? 5 anos? Se não for agora. Ou alemão o matará ou os meninos daqui.
- Já disse que nao. Eu vou dar um...
Gemi de dor, por causa da feria e de meu estômago doendo. Os chute acertaram alguma parte do meu intestino que me fez apenas vira e vomita no chão.
- Não vou mais falar nada para você você. Eu sou seu amigo e não vou deixar você morrer aqui. Se você quiser se matar seu filho da puta. Vai se matar. Mais eu vou dormi de cabeça limpa, por ter no mínimo ajudado. Caralho, deixa de ser assim. Tá vendo que vai morrer, foge logo, Eu te dou o dinheiro para fugir desse inferno.
Não disse mais nada e me virei. Assim que ele terminou, Cristóvão limpou o chão e me trouxe água e comida.
- Qualquer coisa chama.
Ele saiu batendo a porta de raiva.
Dois dias depois desse acidente, completei uma semana sem aparecer para cantar. Vesti minha roupa e descido resolver realmente minha vida.
Era a noite das divas do pop. E eu tinha escolhido um repertório para avisar a todos que eu estava bem, que eu iria da a volta por cima. Ou não me chamava Daniel Salazar.
A casa estava cheia e não conseguia ver onde Alemão estava. Sorri de canto, quando vi a exoressao do trio ao me ver e mandei uma mensagem para Cris que sabia o que estava fazendo.
- Boa noite a todos. Acho que sentiram minha falta! - ouço a voz do povo respondendo um sim e outros dizendo gostoso. - Como sabe hoje é a noite das divas pop. E eu Salazar montei o repertório muito bom. Vamos la.
Antes de começar a cantar, olho para cima, para a sala de Alemão e ele estava la, olhando para mim, esperando eu cantar, esperando o meu show.
A cada pedaço de música que eu colocar aqui, era uma indireta acertada nele.
(Então, e daí! Eu ainda sou uma estrela do rock Eu tenho meu estilo roqueiro E eu não preciso de você E adivinhe só Eu estou me divertindo mais Agora que terminamos Eu vou te mostrar essa noite Eu estou bem Muito bem E você é um idiota Então, e daí Eu sou uma estrela do rock Eu tenho meu estilo roqueiro E eu não quero você essa noite
Você não foi justo Você nunca foi Você queria tudo Mas isso não é justo Eu te dei minha vida Eu te dei tudo Você não foi justo, você me deixou cair
- So What, Pink)
(Você não pode ter meu coração e Você não usará minha mente, mas Faça o que quiser com meu corpo Faça o que quiser com meu corpo Você não pode parar minha voz, pois Você não é dono da minha vida, mas Faça o que quiser com meu corpo Faça o que quiser com meu corpo.
Do what u want, Lady Gaga)
(No início eu tive medo Fiquei paralisada Continuava pensando Que nunca conseguiria viver sem você ao meu lado Mas então eu passei muitas noites Pensando como você me fez mal E eu me fortaleci E eu aprendi como me arranjar Quieto Quieto Quieto Quieto Eu já disse Nosso amor está acabado Querido Oh não eu não Eu vou sobreviver Enquanto eu souber como amar Eu sei que permanecerei viva Eu tenho minha vida toda para viver Eu tenho meu amor todo para dar E eu vou sobreviver Eu vou sobreviver.
Hush, Hush, Hush, Hush - Pussycat Dolls)
(Havia uma época Em que eu achava que você fazia tudo certo Nada de mentira, nada de erros Cara, eu devia estar louca Então quando eu penso na época em que eu quase te amei Você mostrou que é um idiota e eu vi quem você era de verdade Graças a Deus que você estragou tudo Graças a Deus eu me desviei da bala Já superei você Então, amor, é melhor cair fora Eu queria tanto ficar com você Mas não sinto mais isso Porque, sério, você acabou sendo a melhor coisa que eu nunca tive Você acabou sendo a melhor coisa que eu nunca tive E eu sempre serei a melhor coisa que você nunca teve Aposto que é uma droga estar no seu lugar agora.
Best Thing I Never Had - Beyoncé)
(Eu não quero ouvir, eu não quero saber Por favor, não diga sinto muito Eu já ouvi tudo isso antes E eu posso tomar conta de mim mesma Eu não quero ouvir, eu não quero saber Por favor, não diga "me perdoe" Eu já ouvi tudo isso antes E não suporto mais isso Você não é nem metade do homem que pensa que é Economize sua saliva, porque você foi longe demais Eu ouvi suas mentiras e todas as suas histórias Você não é nem metade do homem que gostaria de ser.
Sorry - Madonna)
(Esta é a parte de mim Que você nunca arrancará de mim, não Esta é a parte de mim Que você nunca arrancará de mim, não Jogue seus paus e suas pedras Jogue suas bombas e seus golpes Mas você nunca destruirá a minha alma Esta é a parte de mim Que você nunca arrancará de mim, não.
Part of Me - Katy Perry)
Ainda teve outras músicas que não lembro, mas todas direcionadas para Alemão.
Assim que terminei, recebi aplausos e um bilhete para ver Alemao em seu escritorio.
- Seu show foi muito bom. Ainda mais as músicas que dedicava a mim. - Ele sentou em cima da mesa e eu fiquei á alguns passos atrás.
- Ainda bem que gostou. Já que a cada música dediquei a você.
Alemão sorriu e coçou sua barba.
- Você é bem esperto. Acho que você não aprendeu nada com nossa última conversa.
- Aprendi. Aprendi muita coisa. Que você aínda não me matou, por causa do que ainda sente aí dentro.
- Sinto? Eu sinto despre...
Antes que ele falasse alguma coisa, joguei uma faca que parou na parede, ela passou perto de seu rosto e por milissegundos suas expressão passou para um desespero.
Parei e olhei para ele, cruzo os braços e solto um sorriso malicioso.
- Você ainda me ama, aínda sente algo bem fundo por mim. Não por Faz Tudo e nem por Daniel. Mas por mim, Eu.
Os olhos azuis gelidos de Alemão se dilataram.
- Sim. Eu, o ser que fez você se apaixonar pelo Daniel. Diferente de Faz Tudo que segue pelo sexo, eu sigo pelo poder e dominação. Já estava na hora em que Eu realmente aperece-se.
- Então, você se mostrou Vinícius. Agora está ficando muito melhor.
- Por isso não me mata. Você se apaixonou por mim. Não por Daniel, não por Faz Tudo mais por mim. A verdadeira natureza de Salazar.
Alemão saiu da mesa e começou a andar até chegar a mim. Ele quis me beijar, mas tirei novamente uma faca e apontei para o coração dele.
- Poderíamos ser um casal, poderíamos ter sido realemnte felizes. - disse fingindo uma magoa. - Mas não quis. Agora voc, se Machu...
Minha cabeça pensou para o lado e voltei ao normal. Dei uns passos para trás.
- Você, eu...
- Então ele está vindo e voltando. Não tendo o domínio, como faz tudo.
- Quem? - perguntei tentando ouvi-lo por cima do zumbido do meu ouvido e da dor de cabeça.
- Então está tentando salva-lo. - Alemão deu uma risada de puro prazer. - Então me apaixonei por uma personalidade.
- Do que está falando?
Alemão se virou e sorriu ao me ver. Tentei andar mais minhas pernas me traíram e não conseguia sentir mas nada. Ele pegou o cinto e antes que eu tivesse um surto de adrenalina. Ouço o disparo e sinto de raspão uma bala passando perto do meu braco.
- Nós temos muito o que conversar...
Thiago (conquistador on)
Acorda e não sentir o cheiro do café era algo que não me acostumei, para ser sincero, eu acordei 10 horas da manhã naquele dia. Andei pela casa, ela ainda estava do mesmo jeito que deixei no outro dia. Bagunçada e desarumada, pratos ainda para lavar e roupas sujas jogadas pela sala e cozinha.
- O garoto não veio? - perguntei para mim mesmo.
Lucas morava em outro apartamento ao sul da cidade. E o garoto me abandonara naqueles dias. Sem celular e muito menos não sabia onde ele morava. Nem mesmo Lucas sabia, só onde ele passava suas noites, no prostibulo da cidade.
Andava de um lado para o outro esperando que ele aparecese pela casa e começase a fazer a coisas, como costumava a fazer todos os dias. Já se passava tres semanas que ele vinha para minha casa e eu o observava de longe, como se quise-se ve-lo trabalhando, come-lo com os olhos.
O garoto tinha algo que me fazia querer descobri-lo, querer ver o seu melhor, como se prescisa-se daquilo. Eu estava realmente enfeitiçado por ele.
Eu só tinha um obstaculo, Lucas. Sabia do amor que ele tinha pelo garoto, e sabia do quanto ele era louco em vida e de como para ele, Daniel era o garoto que valia a pena vence ro mundo.
- Porque você fez isso comigo? Porque justo eu?
- Esta falando sozinho? - a voz que veio da porta não era da pessoa que estava esperando e sim de Lucas, que abriu ela.
- Desde de quando tem a chave de casa?
- Desde de quando você bebeu e tive que trazer para casa morto de lombrado. - Lucas comentou sorrindo. - Cade meu lindo?
- Ele não veio.
- Como assim? - perguntou Lucas quase me batendo.
- Não veio, não esta aqui, não deu sinal ou nem mensagem de fumaça, apenas não apareceu.
Lucas sentou do meu lado no sofá e repsirou fundo, pensado sua cabeça para tras do sofá.
- Quero tira ele dessa vida. - Aquela frase fez meu coração pesar. - Quero realmente tira ele dessa vida e mostra que posso ser um bom esposo.
Um minuto de silencio e não consegui responder nada, muito menos falar alguma coisa.
- Eu realmente amo o Daniel, realmente e ate mesmo o Faz tudo. Tudo que o garoto me mostrou me faz querer realmente tira ele daquela situação, quero poder abraça-lo, quero realmente amar ele sem dividir...
- Eu amo o Daniel.
As palavras sairam muito rapidas, meu coração ficou disparado e comecei a suar.
Lucas ficou calado, seu rosto não tinha qualquer expresão.
- Desculpas Lucas, mas essas coisas eu não consigo controlar...
- Você o que apenas por causa da sua outra personalidade, você o quer como um premio. - Lucas saltou do sofá e logo em seguida fiquei em pé.
- Não, não é isso. - tentava o acalmar. - Eu não o vejo como um trofeu, o vejo como alguem que posso amar. Que posso tambem dar amor...
- Não fale isso, eu o amo, você apenas o deseja, apenas o quer como um brinquedo sexual e mais nada. - Lucas estava furioso, seu rosto ficou vermelho e ele fechava os punhos de raiva.
- Se controla Lucas. Acorda garoto, nos dois amamos eles, e podemos viver num poli amor...
- Num poli amor? Num poli amor? Acha mesmo que isso existe? Isso não passa de uma luxuria sua, de um desejo seu para seus fetiches e sadomasoquismo bizarro.
- E se for? Qual o problema disso Lucas? Eu tenho mais influencia, eu sou o Conquistador, Eu sou o cara que esta levando o Time para a libertadores e estou com mais potencia do que você para assumir algo.
- E quem disse que me importo com isso? Quem disse, que ligo para a merda do time? Você era meu amigo e quer me trair desse jeito? Tudo isso não passa de um jogo doentiu de sua mente. Depois que ter o garoto e se sastifazer, vai fazer o mesmo que faz como aquelas putas que come joga fora. Não vou deixar você faz isso com o meu Daniel.
- Seu? Jamais ele sera seu. Ele não é o seu trofeu. - Lucas se irritou e passou por mim.
Peguei seu braço e ele me encarou de uma forma raivosa.
- Não vou fazer o que pensa com ele. Jamais faria.
- Serio? PORQUE EU ACHO QUE VAI FAZER SIM.
Lucas se soltou do meu braço e assim que abriu a porta encontrou Daniel na porta, seus olhos encontraram o de Lucas, que suavizou sua raiva e deu um passo a frente.
- Lincença Lucas.
- Daniel, o que aconteceu com você?
Lucas ignorou minha presença e pegou a mão de Daniel.
- O que houve, porque chegou agora?
- Apenas estava mais cansado, apenas isso. - Daniel se sentou com dificuldade no sofá e percebi.
- Daniel, porque esta...
- Nada. Não é nada. Deixa, foi apenas um programa. Deixa eu ir...
Assim que ele se levantou Lucas o parou.
- Daniel, quer se casar comigo?
