VIRA-LATA - Parte I - ESTUPRADA DENTRO DA IGREJA

Um conto erótico de Ehros Tomasini
Categoria: Heterossexual
Contém 1876 palavras
Data: 10/07/2018 00:41:17
Última revisão: 10/07/2018 08:12:33
Assuntos: Anal, Heterossexual, Oral

VIRA-LATA - Parte I

"Perdida no meio do nada

Sem ter o que fazer

Senti a boceta excitada

Não tendo com quem foder"

A jovem Badhia Lourenço estacionou o carro no meio do nada. Estava perdida. Pegou um mapa que estava dobrado dentro do porta-luvas, por baixo de um velho livro de capa de couro, e o abriu sobre o banco do carona. O calor estava de lascar, àquela hora da tarde. Passavam das treze horas. O estômago roncava de fome, mas ela não conseguia se orientar pelo mapa. O cantil aos seus pés, perto dos pedais de acelerador e embreagem, estava quase vazio. Desceu do carro, um fusca antigo, e olhou em volta. Só areia, pedras e pouquíssimas vegetações. Falou consigo mesma:

- Tô fodida e mal paga. Nem sei onde me encontro. Dificilmente acharei a quem perguntar, neste deserto filho da puta. O pior: está acabando a gasolina.

Badhia era a nova jornalista contratada pelo jornal onde trabalhava como repórter de Variedades. Ganhara um prêmio com uma reportagem sobre uma vila de pescadores, onde um negrão, ex-escritor, se refugiava do seu passado. Tinha ido ao lugarejo fazer uma entrevista com o sujeito e acabara descobrindo uma série de crimes. O escritor casou-se com a sua editora e Badhia escreveu um livro sobre o povoado e seu "peixe" milagroso(*). Acabou levando um prêmio da Academia Pernambucana de Letras como o melhor livro de romance fantástico do ano, intitulado "O Homem que Matou Mona". Isso e a reportagem lhe renderam o emprego no jornal, e ela viveu seus dias de fama. Mas, agora, ninguém mais falava do seu livro. Ele havia caído no esquecimento. Então, a jornalista recebeu a incumbência de fazer nova reportagem. Sua chefe, a editora Mona Tomasini, pediu que ela escrevesse uma série de matérias sobre um fato envolvido em mistérios, acontecido numa cidadezinha do Interior do Estado. E lá estava Badhia, perdida na imensidão árida do sertão.

Tinha fome. Muita fome. E sede. Talvez por isso, sua cabeça rodou quando a expôs ao sol causticante na estrada de barro e areia. Quis voltar para o fusca, para pegar o cantil e beber o restinho da água, mas tombou no solo poeirento. Tentou se arrastar para dentro do carro mas suas pernas e braços não obedeceram ao comando do cérebro. Finalmente, perdeu os sentidos.

Já era noite, quando despertou. A temperatura estava amena, quase fria. Descobriu-se deitada no chão e envolta por algo parecido com uma manta. O tecido fedia a sujeira. Ela levantou-se, rápido. Só então, viu o sujeito sentado perto de si. Ele comia algo, espetado num graveto. O estômago da jornalista roncou, lembrando-a que continuava com fome. Perguntou:

- Boa noite. Quem é o senhor?

O sujeito voltou-se para ela. Sorria, mas seu sorriso era muito, muito estranho. Ele mostrava os dentes afiados, com dois caninos pronunciados, como num sorriso de um cachorro. Era jovem, com cerca de vinte e poucos anos, Porém o que mais se destacava nele é que estava nu e tinha um caralho enorme, mole, entre as pernas. Seu peito e suas costas eram muito cabeludos. Mas ele não disse nada. Apenas sorriu.

- Você é surdo-mudo? Ou entende o que eu falo?

Ele balançou com a cabeça, em forma de sim, e ela ficou sem saber se era mudo ou se entendia o que ela lhe dizia. O jovem apontou o espeto para o lado dela, oferecendo a carne. Ela perguntou:

- Que carne é essa?

- Calango - respondeu ele.

Badhia quase vomita. Negou-se veementemente a comer aquilo, apesar de parecer bem assado. Mas tinha fome.

- Fome. Tenho fome, entendeu? Mas não vou comer essa porcaria.

Ele fez um sinal para que ela esperasse. Depois, correu agachado, quase de quatro, como um cão, e desapareceu por trás de umas pedras. Voltou com um saco de estopa na mão. Catou algo dentro e retirou a mão, mostrando-lhe uma maçã:

- Quer? Quer?

A jornalista quis. Mas percebeu que a fruta tinha um pedaço podre. Comeu em volta, evitando a parte ruim. Agradeceu:

- Muito obrigada. Vai enganar um pouco o meu estômago.

Como notou que, apesar do cara estar nu, ela mantinha suas roupas e não parecia machucada, ou seja: o sujeito não havia tocado nela, perguntou:

- Onde você mora?

- Ali. Ali. - Disse ele, apontando umas rochas um tanto distante. - Vem. Vem...

A jornalista tentou se levantar e conseguiu. Entrou no carro. Chamou-o. Ele sentou-se ao seu lado, contente, admirado por conhecer pelo lado de dentro um automóvel. Ela manobrou até chegar perto das rochas e ele desceu rápido do veículo, ainda mordiscando o réptil do espeto. Puxou-a pela mão. Ela foi com ele.

Havia uma carcaça de geladeira por trás das rochas. Várias roupas estendidas num varal improvisado, todas com alguma avaria. Também havia caixotes de madeira contendo frutas e verduras, mas a maioria parecia estragada. Ela teve pena do sujeito. Deveria ser algum doido, perdido naquele deserto. Ela perguntou onde poderia encontrar mais alguém.

- Lá. Cidade. Lá...

Agora Badhia via uma claridade no horizonte, como se fosse as luzes de um pequeno povoado. Ela disse:

- Vou até lá. Quer ir comigo?

Ele balançou imediatamente a cabeça, em forma de negativa. Parecia assustado com a possibilidade de ir ao povoado. Então, ela despediu-se dele, agradeceu por ter cuidado dela, entrou no carro e foi embora. Mesmo na escuridão, olhou pelo retrovisor e pode ver o sorriso do cara. Sua boca lembrava a de um cachorro. Continuou dirigindo. Aí viu, agora iluminada pela lua que saíra detrás das nuvens, uma enorme torre metálica, dessas usadas para telefonia celular. Lembrou-se que seu aparelho estava dentro do porta-luvas. Pegou-o e conferiu o sinal. Estava forte. Ela já podia ligar pedindo socorro. Mas não o fez, pois viu bem perto da antena uma igreja. Uma igreja no meio do nada. As luzes das janelas estavam acesas. Ela se dirigiu para lá.

Desceu do carro bem na frente do templo. Um padre jovem veio sorridente, ao seu encontro. Cumprimentou-a:

- Boa noite, jovem. O que faz nessa imensidão de areia? Está perdida?

- Sim, padre. No entanto, nem sei aonde eu ia. Esqueci completamente. Onde estou?

- Entre. Conversaremos lá dentro. Não nos convém ficar aqui fora.

- O que o senhor teme?

- Tem acontecido coisas estranhas nesse lugarejo. Coisas violentas. Mas nunca atacaram a casa do Senhor, graças a Ele.

- Qual o nome deste lugarejo?

- Desculpe-me a expressão, mas chamam-no de Cu de Maria. Coisa de militares. Aqui foi uma base militar, que hoje está desativada. E deserta.

- O que houve com ela?

- Dizem que o Governo achou uma fonte enorme de material radioativo, aí fechou esta área. Mas todo ano, por essa época, isso aqui fervilha de gente, por causa do rally automobilístico que acontece em Cu de Maria.

- Já está havendo o rally? Nunca nem ouvi falar dele, lá na capital.

- Oh, ainda não foi divulgado este ano. Cheguei aqui ontem, e só hoje ativei a antena. Agora, já posso fazer a divulgação através do rádio e da Internet, que só funcionam quando a torre está ativada. É quando começam a chegar os fiéis.

- Vêm para esta igreja no meio do nada? Por quê, padre?

- Para que eu lhes dê a benção para ganhar o rally. O prêmio é muito vantajoso. Depois, vão para o ponto de concentração do evento, que é a base militar abandonada. Mas a senhorita deve estar cansada. Já comeu?

- Não, padre. Apenas uma maçã apodrecida. Confesso que estou faminta.

Pouco depois, Badhia fazia uma farta refeição incluindo um assado de porco muito gostoso, preparado pelo jovem padre. Teve direito até a um cálice de vinho. Terminou repetindo a dose. O padre sorria, satisfeito com o seu apetite. Ela o achava muito bonito. Ele não devia ter mais de trinta anos de idade. Vestia-se impecavelmente com sua batina nova e bem passada a ferro. A jovem perguntou:

- Eu poderei dormir por aqui, padre? Amanhã, sigo para a tal base militar.

- Oh, eu faço questão para que durma aqui. Temos um quarto de hóspedes já limpo e preparado para essas eventualidades. Não deixarei que se aventure a sair durante a noite, claro. Mas, agora, vou ter que voltar aos meus afazeres. Tenho um longo trabalho pela frente. Assim que acabar sua refeição, grite me chamando. Eu virei busca-la, para leva-la aos teus aposentos.

- Já terminei. Podemos ir. Estou doida para cair numa cama confortável.

Ele sorriu. Logo, deixava-a no quarto. Disse:

- Se quiser, pode tomar um banho. Mas evite gastar muita água. É um líquido precioso, por aqui.

- É, eu percebi que também não tem energia elétrica...

- É verdade. Mas temos energia nuclear, roubada da base militar. Porém, ainda não liguei os geradores. Farei isso pela manhã. Boa noite, senhorita. E feche bem a porta. Nunca se sabe...

O padre tinha dado um sorriso estranho, ao pronunciar essas palavras, mas a jornalista não lhe deu a devida importância. O quarto estava iluminado por duas velas grandes, em castiçais antigos. O banheiro era limpo e perfumado. Cheirava a fêmea. Ela tomou um banho rápido, depois deitou-se. Pegou uma bolsa escolar que trouxera do carro, com uma muda de roupa e seus produtos de higiene, além de um livro de capa de couro que estava no porta-luvas e arrumou tudo no quarto. Em seguida, pegou um lápis e escreveu em uma das páginas do livro:

"Perdida no meio do nada

Sem ter o que fazer

Senti a boceta excitada

Não tendo com quem foder"

Sorriu e guardou o livro sob a cama, com o lápis marcando a página. Levantou-se, apagou as velas e voltou a deitar-se. Não demorou muito e estava dormindo. No entanto, acordou assustada com um barulho dentro do quarto. Percebeu que a porta estava entreaberta. A parca claridade que vinha de fora mal iluminava o quarto. Quis se levantar para tornar a fechar a porta, como o padre recomendara deixar trancada, mas não conseguiu se mover. Também não conseguiu se mexer quando sentiu a aproximação de alguém, na penumbra. Quis gritar, mas não pode. Ficou tensa. Aí, sentiu uma respiração ofegante bem perto do seu rosto. Quis acostumar os olhos à escuridão e não conseguiu. Parecia que quanto mais tentava, mais escuro ficava. Aí, uma língua quente e úmida lambeu seu pescoço. Ela arrepiou-se toda. Percebeu-se totalmente nua, mas tinha certeza de que dormira vestida, inclusive com uma calça jeans. A lingua serpenteou sobre o seu ventre, subiu aos seus seios e voltou, aproximando-se da vulva. Ao invés de fechar, ela abriu mais as pernas. Estava ansiosa de que a língua lhe tocasse a vagina. Não teve que esperar.

Por diversas vezes, aquele pedaço úmido de carne lhe roçou a racha, concentrando-se no clitóris. A cada lambida alí, a jornalista estremecia. Não demorou muito a ter o primeiro orgasmo. Uma mão lhe tapou a boca, enquanto um corpo cabeludo se ajeitava sobre o seu. Duas pernas abriram mais as suas. Badhia estremeceu quando sentiu a glande invadir-lhe a boceta. Devagar. Com delicadeza. Ela ansiava que seu estuprador fosse mais violento. Ele pareceu ler-lhe os pensamentos. Socou quase com furor e ela teve mais dois orgasmos seguidos. Depois, ele ficou imóvel.

Finalmente, ela teve forças para dizer, já que a mão não mais lhe tapava a boca:

- Não para. Não para, filho da puta.

(*) Ver a série O Homem que Matou Mona

FIM DA PRIMEIRA PARTE

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Comentários

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Oi, Erhos. Da pra ver que vc curte seus personagens em outros cenários, com outras histórias, considero isso um ótimo padrão. Respondendo sua pergunta no meu conto, não sou de Recife, sou da Bahia, de São Salvador.

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