Sonhei contigo...
Já eram quase nove horas da manhã de uma sexta-feira emburrada de inverno úmido e frio. O despertador estava prestes a me avisar que já era tarde para ficar ali naquela preguiça toda. Naquela cama repousava apenas o meu corpo, já que a mente estava perdida em tórridos sonhos...
O quarto não era o nosso, tão pouco a casa. Mais parecia uma cabana. No chão havia fofos tapetes de pêlo de ovelha e inúmeras almofadas, servindo de pano de frente para uma lareira em chamas. Não havia lâmpadas ligadas; somente a claridade provocada pelo fogo que consumia a lenha. E quase ao alcance de nossas mãos, ficava disposta uma mesa baixa donde jazia um balde contendo espumantes, ladeado por sementes e algumas frutas vermelhas. O chão era macio, e o ambiente acolhedor!!!!
Eu vestia uma camisa de seda azul, que mais parecia um vestido, com uns três botões desabotoados, deixando à mostra a renda do sutiã na mesma cor. Meus cabelos estavam displicentemente presos, de tal forma que podiam ser vistos os pequenos brincos que usava como também toda a extensão do meu pescoço. Pés descalços.
Já você trajava calça e camisa claras, sendo essa última dobrada nas mangas. Teus olhos brilhavam olhando para os meus. Via o fogo no teu olhar!
Você abriu o espumante, encheu minha taça, e depois o sua. Brindamos ao sexo que se avizinhava. Conversamos. Rimos. Trocamos olhares safados. Bebemos. Já estávamos na segunda garrafa... Você já alisava meu braço por cima da camisa enquanto me contava o seu dia...Escorregava a mão na minha desnuda coxa... Sorvi mais um gole de bebida e coloquei minha mão na sua nuca e juntei nossos lábios num beijo bem molhado e borbulhante. E o beijo foi tão longo e prazeroso...Senti uma arrepio invadir minhas entranhas quando você afastou a boca da minha para encontrar a pele logo abaixo do lóbulo de minha orelha. Eu sentia minha face queimar com o calor dos fogos (da lareira e do desejo).
Estávamos sentados no chão entregues àqueles beijos todos, quando passei a desabotoar tua camisa. Você fez o mesmo com a minha roupa. Tiramos quase que ao mesmo tempo aquelas peças, restando meu lingerie azul e sua calça clara. Você voltou a beijar meu pescoço, para, na sequência afastar as alças do meu sutiã. Colocou suas mãos em minhas costas e encontrou os colchetes que a fechavam. Você foi quedando aos poucos a cabeça, de encontro aos meus mamilos entumecidos. Recebi beijos, lambidas e mordidinhas. Segurava a tua cabeça pelos cabelos. Tuas mãos enlaçavam a minha cintura. Você voltou a me fitar, e com uma das mãos em minhas costas, delicadamente me colocou deitada naquele chão macio. Tirou a minha calcinha com facilidade. Afastou minhas pernas. Me olhou nos olhos, para depois perdê-los de vista, e ater-se em minha vagina.
E a tua boca passou uma eternidade acariciando minha vulva, vagina e clitóris, enquanto repousava e acariciava sua mão em meu ventre. Impossível não gozar assim, impossível o prazer não assolar meu corpo inteiro. Eu queria ficar ali naquele torpor para sempre...
Foram tão intensas as sensações sentidas por mim, que, ao ver você se afastar do meu sexo, senti que estava em débito. Assim, pedi que se deitasse. Tirei a tua calça e a cueca branca que ainda vestia. Quedei por cima de seu corpo, e fui beijando o torso, pedacinho por pedacinho, mordisquei seus mamilos, enquanto uma das minhas mãos já abraçava seu pênis... Afastei suas pernas, de modo que eu coubesse entre elas, sentada por cima das minhas pernas.
Como eu aprecio fazer sexo oral! O tônus muscular de seu membro era forte, extremamente rijo. Não sou modesta: chupei com maestria o teu pau. Chupei, lambi, mordisquei, beijei, apertei, punhetei. Glande, corpo cavernoso e testículos. E volta e meia olhava para você, que havia atirado a cabeça para trás, com os olhos semicerrados, como que em transe. E vê-lo entregue daquele jeito aos meus caprichos, me deixava ainda mais excitada e louca...E assim ficamos por um bom tempo. Eu usava de todas as armas que dispunha: minha boca engolia todo o seu pênis, até cutucar minha garganta, enquanto uma de minhas mãos brincava com suas bolinhas e a outra passava por seu abdômen e peito. Foi uma maravilha!!!
Decidi que já era hora de ser penetrada, afinal, pelas tuas expressões, talvez não houvesse penetração se eu continuasse abocanhando aquele tenso órgão. Ainda era somente o prólogo!
Parei de chupá-lo. Você imediatamente abriu os olhos, vindo das profundezas do prazer, e entendeu que era a hora de entrar em ação. Eu me deitei naquele colchão de lã, com a luz do fogo marcando minha silhueta, e não tirava os olhos de você. E fiz somente um único pedido: “Me penetra bem devagar”.
Missão dada. Missão cumprida. Você abriu espaço entre minhas coxas, e colocou o teu peso em cima do meu. Nem precisou segurar o teu membro para me invadir, pois ele sabia o caminho sozinho. Você posicionou o pênis bem na entrada, e assim ficou por um tempinho, fazendo pressão. Só depois é que introduziu a glande, para parar uma vez mais. Era simplesmente irresistível. Penetrou-me um pouquinho mais, e vibrou o teu mastro dentro de mim! Tirou lentamente, e lentamente o reintroduziu até a metade, pulsando novamente em meu interior. E assim você procedeu inúmeras vezes. E eu ali, enlouquecida de tesão, sem saber, sem precisar o instante em que você enterraria todo o teu sexo no meu.
De repente, você me chamou pelo nome. Eu abri os olhos com dificuldade. Então você me olha e diz: “Agora eu vou te comer como eu gosto!”. Você me invadiu, sem dó nem piedade, de uma só vez, e passou a se movimentar com extrema rapidez, enfiando todo o teu pau na minha xota. Eu gemia, quase gritava com aquele movimento pélvico todo.
O sexo que você estava me proporcionado não tinha precedentes. Era impossível traduzir em palavras; era impossível explicar de forma didática. As sensações que atravessavam meu corpo eram únicas. Era de total desprendimento do mundo físico, era um transe louco, frenético. Era o nirvana. Nunca usei drogas pesadas, mas receava que o prazer sentido naquele momento deveria ser proporcional às viagens daqueles que usam entorpecentes. Isso: você me entorpecia com o teu sexo!
Eu estava gozando enlouquecidamente!!!! E você, um verdadeiro guerreiro, continuava no combate!!!
Quando percebeu que havia me deixado satisfeita, você saiu de cima de mim, e meio que sentou, com as costas apoiadas nas almofadas. As tuas pernas estavam um pouco abertas, e o pênis apontava. Deslizei até seu colo. Esfreguei meu sexo no corpo do teu sexo, enquanto te beijava a boca. Você me segurava pela cintura. Com umas das minhas mãos, guiei teu pênis para a entrada da minha vagina, não sem antes pincelá-lo em minha vulva.
Agora bastava eu sentar lentamente naquele membro duro de desejo por mim. E foi o que fiz. Seu pênis foi solenemente me invadindo. Fui, pouco a pouco, devorando aquela personificação do prazer. Os movimentos, antes lentos, passaram a ser vigorosos e cadenciados. Ora eu subia e descia, ora rebolava com você dentro de mim. Ora apoiava minhas mãos nas almofadas, ora em meus calcanhares. Ora beijava tua boca, ora arfava, gemia. Jogava minha cabeça para trás e para frente, estava inebriada não pela espumante tomada instantes antes, e sim pelo sangue quente que tomava conta de minhas veias.
O orgasmo dentro do meu corpo inteiro era iminente. A essas alturas já havia esquecido quem estava me proporcionando tamanho prazer. Eu estava entregue aos meus caprichos. Lembro de ter sussurrado em seu ouvido, em meio ao calor que sentia: “Tô gozando...de novo...”, para logo em seguida ouvir meus próprios gemidos...meu corpo tremia....e não era somente o meu...nossos corpos estavam sofrendo espasmos simultâneos, e naquela loucura distingui, além dos meus gemidos, a tua respiração entrecortada. Chegamos ao ápice do prazer juntos, unidos.
Depois do gozo, a calmaria. Meu corpo caiu inerte em cima do teu corpo. Meu rosto encontrou lugar entre sua cabeça e seu ombro, e ali fiquei alguns segundos aninhada. Minha respiração ofegante precisava de um descanso. Você me abraçou. Eu retribuí.