Desculpem a ausência e demora para postar, mas como a maior parte dos leitores estão usando outra plataforma decidi atualizar antes lá, mas a partir de agora vou atualizar os dois simultaneamente. Boa leitura.
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Luciano já estava lá em casa há três dias. Foram momentos incríveis que passamos e nem todos eles envolveram sexo. Luciano estava se reencontrando, isso era muito bom para ele, mas não era para mim, pois a cada hora que passava eu tentava tomar coragem para contar a ele minha decisão.
No domingo de tarde decidi que era hora e conversar com ele, fui até a sala e o chamei para ir comigo ao quarto, antes de sair da sala ainda tive que repreender meu irmão que fazia uma cara de riso para mim.
- Entra... - Deixei ele entrar antes, pedi que sentasse, contar a ele não seria fácil, por isso mesmo decidi tirar um tempo a sós com ele, não devia satisfação, mas ele tinha que saber os motivos que me levaram a escolher seguir adiante.
- Você vai brigar comigo por que eu comi muito no almoço? - Perguntou desconfiado e preocupado.
- Claro que não, desde quando você se importa com isso? - Achei estranho ele pensar que esse fosse o motivo.
- Por que agora eu estou na casa dos meus sogros... - fiquei sem graça com esse pensamento dele - tenho que me comportar, senão vai que teu pai resolve me botar para correr daqui... - ele falou isso com um certo drama forçado me fazendo revirar os olhos.
- Para... - estava com a cara queimando de vergonha.
- Mas é verdade... - Ele me olhou triste.
- Você está parecendo o teu pai... - Ele fez até a cara de vítima igual.
- Não pareço não... - Fitei ele de braços cruzados - ok, pareço... - Ele coçou a cabeça.
- Quanto a comer muito e não se comportar você não se preocupa, nós estamos falando da minha família, tipo, Guilherme e Rafael Scopel... - ele segurou o riso pois entendeu meu ponto de vista - nós somos descendentes de italianos e gaúchos, desde quando a gente se comporta a mesa ou come pouco, até parece que você não sabe disso... - ele então gargalhou.
- Verdade...aliás, será que sobrou o bolo de coco e creme de avelã que a nona trouxe para sobremesa? - Arregalei os olhos, ele ainda estava com fome.
- Depois você come, agora eu realmente preciso falar contigo... - me aproximei e então ele me puxou para o colo dele.
- Que tal a gente conversar depois e por agora fazer um negócio bem gostoso... - disse ele me beijando e me apertando contra ele.
- Para Luciano... - Tentei me soltar, mas ele quando queria parecia ter 8 braços, era tentador, mas não era a hora.
- É sério - encarei ele - preciso conversar contigo e não posso mais esperar... - ele então parou, mas não sem me dar um beijo.
- Pode falar então... - disse ele me tirando do seu colo.
Achei que seria mais fácil, mas na hora a coragem faltou. Para tentar reunir coragem me levantei e respirei fundo.
- É sobre sua viagem para Turim né? - Arregalei os olhos ao ouvir Luciano.
- Você sabe?! - Encarei ele que bateu com a mão no colchão para que eu sentasse.
- Ouvi sua mãe comentar com a vizinha de frente, mas me explica essa história por favor, diz que é mentira... - Ele então me soltou e eu relaxei.
Iniciei a conversa, e ao contrário do que imaginei Luciano foi compreensivo, me deu força e até me repreendeu quando disse que iria só pelo dinheiro. Foram quase duas horas de conversa na qual deixei explicito que não era minha vontade morar lá e que estava indo não só pelo dinheiro, mas também pela ocasião.
- Então você vai mesmo? - Perguntou ele cabisbaixo quando decidi dar um fim na pequena discussão que tivemos.
- Vou - não havia arrependimento, havia tristeza em meu tom de voz - vai ser bom para mim, é o tempo de eu ganhar um bom dinheiro e esquecer tudo o que me aconteceu esse ano... - olhei para um ponto fixo na parede.
Luciano me encarou, pude ver de canto de olho que ele estava chateado, mas também pude ver que ele se segurava para não dar um escândalo.
- Serão 6 meses, logo estarei de volta - ele desviou o olhar do meu.
- Muita coisa pode acontecer em 6 meses Fabrício...eu posso ter morrido... - Interrompi ele.
- Para de drama Luciano, você sabe que é pouco tempo e que a cada 2 meses eu virei para casa, então não tem por que fazer novela - repreendi ele - você pode ir me ver, eu posso vim... - Ele revirou os olhos.
- Não estou fazendo novela Fabrício, estou tentando entender que uma das pessoas mais importantes da minha vida vai me deixar por 6 longos meses e eu não estou sabendo lidar com isso, entendeu? - Ele me encarou, acariciei seu rosto - eu só estou cansado de perder as pessoas que amo - disse ele me fazendo ter raiva de mim e mais ainda dele.
- Você não vai me perder ursão - acariciei seu rosto, sua barba pinicou minha mão, ele não tinha feito ela na última semana - eu vou voltar para você... - dei um selinho carinhoso nele e o abracei sendo fortemente correspondido.
- Você vai voltar para mim, eu sei que vai, você é meu... - esse comentário me deixou arrepiado e excitado.
- Eu sou seu meu ursão... - Ele sorriu triste e então tocou sua testa na minha, ficamos nos encarando por um bom tempo.
- Me abraça... - Ele então envolveu meu corpo no seu e me deu o que eu precisava naquela hora, carinho.
Por longos minutos ficamos em silêncio, o único som que se ouvia era da nossa respiração, calma e tranquila, nada mais que isso. Esse tempo foi precioso, pesei os prós e contras me sentindo seguro em seu peito, Luciano acariciava meus braços com o seu e cheirava meus cabelos, não rolaria sexo, era só carinho.
- Você não sabe como foi difícil para eu te contar tudo isso hoje... - disse baixinho - eu queria que fosse diferente... - Lamentei.
- Mas pode ser... - Ele se calou, eu sabia o que ele queria dizer e não aceitaria.
- Tudo é recente, acho que o Piemonte vai me fazer bem... - comentei
- Não posso ser egoísta... - comentou ele me apertando forte - se fosse eu no seu lugar você me apoiaria, então eu quero que você vá, trabalhe e mostre para aquela italianada como trabalhamos com solo sedimentar e cimbramento móvel em solos moles, depois quando for a hora eu vou estar te esperando e nós vamos casar e... - Interrompi ele.
- Casar?! - Levantei espantado, eu nunca tinha parado para pensar nessa hipótese, de casar com meu melhor amigo.
- É, casar - disse ele como se fosse nada demais.
- Nunca pensei nisso Luciano... - Ele franziu a testa.
- Você acha que vai ficar usando e abusando desse corpinho aqui - disse ele tirando a camisa e alisando o peito peludo, foi engraçado ele dizer isso, corpinho era o que ele não tinha - sou moço de família, comigo só casando... - Cai na pilha dele.
- Lógico - fitei ele e mordi o lábio - então eu realmente te corrompi, eu sou um rapaz muito malvado, desencaminhando rapazes de família... - Luciano se aproximou.
- Sabe o que acontece com rapazes malvados? - Seus olhos me desejavam, brilhavam e focavam em mim.
- Não...o que acontece com eles? - Luciano então me empurrou para cima da cama, me virou de bruços e veio por cima de mim me beijando e esfregando seu corpo ao meu.
- Eles caem na vara... - sussurrou em meu ouvido - uma surra de vara bem dada, acho que você precisa de uma para ser um bom rapaz... - Luciano alisou minhas costas.
- Me castiga então... - Dito isso levei o primeiro tapa na bunda. O resto da tarde foi quente e quando digo isso não pela temperatura e sim os ânimos, pois eu e Luciano transamos, ou melhor, fizemos amor a tarde inteira.