[JA] - Quase segunda vez: Victor

Um conto erótico de Jhonatan Andrade
Categoria: Homossexual
Contém 800 palavras
Data: 18/07/2018 22:41:57

Como mencionei no conto passado, Victor era a única pessoa das que eu morava na república de que eu não tenha certa repulsa. Descobri depois que era porque meio que o desejava; a oportunidade surgiu numa noite aleatória de quinta-feira.

Bom, Victor é um cara enorme: creio que um pouco mais de 1,90m de altura, moreno, fortinho, covinha no queixo, quase sempre de barba aparada e cabelo curto, sobrancelhas (e coxas) grossas e riso fácil, normalmente de camisa polo, jeans azul e sapatênis.

Enfim, naquela noite de quinta eu tava enfornado no meu quarto quando Victor chegou em casa doido pra sair e beber em algum lugar, mas não tinha companhia nenhuma, e eis que teve a brilhante ideia de me chamar pra ir junto. Neguei. Chamou de novo e neguei uma outra vez. Ele tentou me convencer de que não íamos “a boteco nenhum”, que era um lugar legal mas eu realmente não tava a fim. Só que ele queria muito ir, perdeu um pouco da paciência, entrou no meu quarto e – literalmente – me arrastou pra fora. Me deu quinze minutos pra trocar de roupa e estar pronto pra irmos, que era o tempo que ele tomaria banho.

Como ele era quase 20cm mais alto e algumas dezenas de quilos mais forte achei que não valia a pena o confronto direto então só dei de ombros e decidi ir assim mesmo. Era uma noite fresca de primavera então pus uma bermuda, regata e chinelo; qual não foi minha surpresa ao vê-lo com essas mesmas peças? Nunca tinha reparado exatamente no corpo do Victor porque não tinha muito o que ver, aquele monte de tecido que normalmente usava.

Fomos num bar que tenta ser um bom point pras pessoas tirarem foto e postar no Instagram, então tudo bem organizadinho, boa luz, música, enfim. Ele pediu cerveja e me ofereceu, recusei de novo e troquei a oferta por refrigerante. Comemos conversando, tomamos nossas bebidas e voltamos calmamente, aproveitando a brisa da noite, até que, subindo as escadas:

- Você tem remédio pra dor ai?

- Não tenho, e a essa hora as farmácias já estão fechadas – respondi.

- Porra, e agora? To com um cansaço no corpo, queria dormir tranquilo – ele fez uma cara tristinha.

- Olha, posso fazer uma massagem se quiser.

Ele considerou a oferta em silêncio alguns segundos e aceitou. Disse que o esperava no meu quarto e ele foi trocar de roupa pra ficar mais confortável. Peguei um creminho, arrumei a cama e quando olho o vejo à porta com um shortinho de dormir e outra camiseta, que pedi que tirasse e deitasse na cama. Tirou a camiseta, meio encabulado, e deitou de bruços, como pedi enquanto levantei e fechei a porta. Uma parte dele claramente ficava pra fora da cama hahaha

Me sentei na cadeira ao lado da cama, espalhei creme nas mãos e aproximei das costas dele. Conseguia sentir o calor de sua pele antes de realmente toca-lo, foi bem doido. Comecei com aquela pressão básica nos ombros, trapézio, pescoço... vi que ele se arrepiou um pouco. Continuei por ali um instante e fui explorar as costas com mais liberdade, descendo com as mãos em movimentos circulares, mudando a força da pressão exercida e subindo de novo pra focar na tensão acumulada no pescoço.

Mas achei que tava pouco então numa dessas descidas, fui trabalhar nas pernas: panturrilhas, joelhos, coxa... ai ele se remexeu e entendi que não era pra eu mexer por ali. Como já estávamos há uns 20 minutos nisso, resolvi voltar pras costas dele e finalizar antes que ficasse excitado de novo (o que certamente ele viu).

Acabei, dei três tapinhas nas costas dele pra avisar que tinha realmente acabado e que ele podia levantar e ir pro seu quarto.

- Pera ai – respondeu, corando um pouco.

- Que foi? Tá doendo algum lugar?

- Não, não é isso... deixa pra lá – balançou a cabeça pros lados. Deixa eu ir dormir.

Quando se levantou rapidinho e foi pro próprio quarto é que deu pra ver o quê o estava deixando tão contrariado – e constrangido: tinha ficado de pau duro enquanto outro cara acariciava suas costas e pernas. Ficou tão atordoado com isso que nem me agradeceu e só o vi dois dias depois, como se tivesse me evitando, quando só me deu “boa noite” e se fechou no próprio quarto. Hahah

Depois disso nossa relação nunca foi exatamente a mesma; dois meses depois ele se formou e foi embora. Nunca mencionamos o acontecido. Não temos mais contato praticamente, mas soube que se casou, tá morando com a esposa e a filha que já havia nascido, à época.

Falei que tinha sido “quase”: fico num dilema se me arrependo de não ter tentado nada ao mesmo tempo que penso que se ele fosse me agredir, eu tava realmente fodido.

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