Eu e os três, A.B.O. que eu não sabia - pt4

Um conto erótico de Hubrow
Categoria: Homossexual
Contém 3255 palavras
Data: 19/07/2018 20:40:48
Última revisão: 09/09/2018 09:13:25

O cotidiano de Otávio passou a ser alternar bucetas com meu cu, bocas de mulheres com a boca de seu viado particular, numa suave. E tão suave que começou a me comer na sua própria cama, geralmente à tarde. No início, era em algum canto do apartamento; na cozinha, na sala, de pé mesmo, quando sabíamos que ninguém estava para chegar. Logo vimos que no meu quarto era inviável, porque suávamos tanto que se chegasse alguém seria impossível não levantar suspeitas.

Como ele nem cueca usava, bastava baixar o elástico do short e sacar aquele caralho moreno para começar o serviço. E eu, que antes preferia bermudas aos shorts, abandonei-as de vez para facilitar um encaixe mais rápido. Se alguém chegasse, tudo seria facilmente disfarçado apenas levantando os shorts. Bom, no caso dele, teria de ir para outro cômodo até que o volumão diminuísse e a respiração se normalizasse. Mas o apartamento não era grande: chegar ao banheiro era coisa rápida, e ninguém nem daria bola se ele ficasse lá por algum tempo.

Nós sabíamos bem os horários uns dos outros, porque em boa parte eram condicionados pelas obrigações da faculdade de cada um. Ao menos na véspera, um acabava sabendo, ainda que involuntariamente, da hora de chegada dos outros, assim como se ficariam ou não em casa pela manhã. Então, não havia muito risco na história toda, porque Otávio só me pegava quando faltava pelo menos uma meia hora para alguém chegar, e terminava antes disso.

Eram muitas as facilidades para que toda essa sacanagem rolasse sob as barbas dos outros dois sem que eles notassem. Marcelo passava quase que os dias inteiros na universidade. Quando chegava, fazia uma social e tal, mas boa parte do tempo ficava em seu quarto. Era o único que tinha o hábito de manter a porta fechada. Não a trancava, mas, como era de seu perfil, preferia ficar mais reservado.

Ninguém se ofendia com isso, porque não soava hostil. Quando me mandava entrar, sempre me recebia com aquele meio-sorriso charmoso dele, antes mesmo de saber que eu iria oferecer alguma bebida ou algo para petiscar. Bom, com o tempo ele já devia prever quando ouvia as batidas, porque eu vivia fazendo isso. Mas, por isso mesmo, seria até compreensível que ele demonstrasse que estava de saco cheio, coisa que nunca fez. Também não fazia cara feia nem mesmo eu interrompia sua concentração nos estudos, correndo para avisar-lhe de que passava na TV um programa que eu sabia que o interessaria.

Quanto a Rodrigo, com esse não havia mistério mesmo, porque suas saídas e chegadas eram facílimas de controlar. Ele e Otávio dormiam no mesmo quarto, estudavam na mesma faculdade e, como dizia aquele moreno que descarregava em mim os efeitos excessivos da sua testosterona, eles eram “parças”. Um sabia naturalmente dos compromissos do outro. Bom, Otávio sabia; Rodrigo nem tanto.

Para completar as facilidades, a fechadura da porta de entrada era daquele tipo que não trava sozinha. Era preciso efetivamente passar a chave para que ela ficasse trancada e, para minha suprema felicidade, a fechadura tinha um defeito no lado de dentro: não fechava. Conclusão? Quem estava dentro de casa sempre fechava um trinco a princípio instalado provisoriamente, mas que se tornou eterno. O trinco obrigava qualquer um a tocar a campainha e aguardar, para poder entrar. A exceção era nas madrugadas de baladas, quando era deixado aberto para que quem estivesse dormindo não fosse incomodado por quem chegasse tarde. Graças a esse trinco e ao bloqueio da porta de serviço pela exagerada máquina de lavar e secar presenteada pelos pais de Marcelo, simplesmente não havia a menor chance de alguém entrar no apê de surpresa – exceto o Super Homem, voando.

No entanto, nem foi essa facilidade toda que pôs fim àquela nossa rotina de cachorros cruzando pelos cantos da casa. Foi mais por conta dos cuidados que Otávio precisava tomar com as janelas. Não podia simplesmente fechá-las, pois isto, sim, chamaria a atenção, se alguém chegasse. Era preciso se limitar aos ângulos nos quais os vizinhos não fossem obrigados a se deparar com a obscenidade dos movimentos do corpo de um rapaz que copulava desbragadamente enquanto mantinha o vencido preso pelas ancas.

Bom, uma obscenidade espetacular: Otávio não fazia academia, mas tinha um corpo muito bem feito, moldado pelos esportes ou talvez pela própria genética. Os ombros eram largos e o peitoral dividido por uma pequena área de pelos – grossos como os fios de seus cabelos negros – que enalteciam a masculinidade sem tirar-lhe uma graça juvenil.

Os vizinhos veriam que seus braços bem torneados brilhavam na morenice da sua quase ausência de pelos, que a musculatura da bunda, bem marcada, movia-se com segurança no ritmo das estocadas que ele golpeava no outro jovem à sua mercê. Notariam que ele não chegava a ter tanquinho, mas que seu abdômen reto, adornado por um umbigo redondinho, levemente saltado, terminava ladeado por duas breves depressões que marcavam a pélvis.

Sem falar no caralho abençoado pela natureza, cuja grandeza poderia ser constatada no entra-e-sai animalesco que impunha ao outro, o passivo. Creio que, se soubessem que ele se escondia deles quando estava em ação, alguns vizinhos com certeza ficariam entristecidos.

Sua demora em me levar para o quarto dele se deveu principalmente por respeito ao seu “parça”. Mas essa explicação é somente uma impressão que tenho. Nunca me deu uma satisfação sobre isso – como, aliás, sobre quase nada. Nem mesmo sobre aquela sua exibição com a garota ele falou alguma coisa. Foi como se não tivesse ocorrido. E o álcool não era desculpa para um esquecimento desses. Se estivesse tão bêbado assim, não teria dado aquela foda. Que, bom, eu não podia negar que havia sido espetacular. E que, mesmo constrangido e mesmo tendo me sentido humilhado, eu tinha adorado assistir.

O quarto deles estava sempre uma zona, com os pertences de ambos à mostra, largados. Tanto os dele quanto os de Rodrigo. Então, o “parça” era muito presente naquele cenário. Não era só a cama dele ali ao lado, mas suas roupas jogadas, os cadernos, os livros. Tudo à vista para a todo tempo lembrar que, ao enrabar Zeca, Otávio profanava um típico ambiente de machos, ao qual pertencia e do qual se orgulhava.

Ir para o quarto esboçou em mim uma fantasia meio que romântica, embora eu tenha zelado para que não tivesse grandes efeitos práticos. Era delicioso me deixar imaginar, naqueles convites para ser fudido no quarto dele, na cama dele, nos lençóis onde ele dormia, olhando o boné que ele usava ou o tênis dele virado no chão, que ele era o meu homem. Que ele compartilhava sua vida comigo, e não apenas o prazer de umas fodas que substituíam bucetas.

Por alguns momentos, eu me sentia efetivamente seu amante; o amante proibido de um tesudo que pegava mulheres. No fundo, é o que eu era mesmo, mas Otávio jamais admitiria esse status: eu era apenas o colega gay que ele comia na falta de algo melhor. Essa imagem me incomodava um pouco. Um pouco, não muito.

Não creio que foi pensando em evitar esses romantismos de minha parte que ele demorou a me fuder lá. Otávio não tinha esse tipo de perspicácia, simplesmente porque não dava muita atenção ao que eu sentia ou não; só não queria me ver aborrecido. Era atencioso comigo; realmente era, eu tinha que admitir. Revelava, até involuntariamente, que se preocupava em manter um clima amistoso. Que achava importante que ambos se sentissem satisfeitos. Portanto, de certa forma era atento também à minha satisfação.

Bom, essa “certa forma” excluía uma entrega maior dele a mim. E qualquer direito meu de decidir qualquer coisa sobre nossos encontros. Mas, tudo bem, fazia parte do nosso acordo velado. O que realmente lhe interessava era me comer e manter tudo na moita.

Por essa razão, justamente por ela, porque tinha minha cumplicidade pra que ficasse tudo na moita, que ele agora também me via como seu “parça”. Obviamente, um tipo de “parça” diferente de Rodrigo. Mesmo com nossa relação tendo terrenos bem demarcados, e ele deixava isso claro sem precisar dizer, nós éramos “parças”.

Para mim, ser um “parça” era um privilégio. Ser comido na sua própria cama era prova disso: um privilégio que Otávio tinha decidido me conceder. Talvez até ele percebesse esse significado e passasse batido. Mas não creio que desse atenção a essas coisas; acho que não.

É estranho escrever isso, “acho que não”. Mas havia coisas em Otávio que me pareciam contraditórias, então eu mesmo ponho em dúvida algumas certezas óbvias. Dessas coisas, a que mais me chamava à atenção (porque eu adorava) era como ele fazia (e também adorava) sexo oral em mim. Não no meu pau, lógico, mas no meu botãozinho. Mesmo entre gays, exceto talvez nas relações mais fixas, não é uma prática corriqueira o ativo agradar o passivo lambendo o cuzinho dele. É algo íntimo demais, talvez só suplantado pelo beijo na boca.

Por alguma razão que nunca captei, Otávio parecia não ver nada comprometedor em saciar meu cuzinho dessa forma. Por razões evidentes, eu me acostumei a prestar a atenção na forma como os homens agem, para tentar entendê-los, mas para certas coisas não via explicação. Com Marcelo, por exemplo, volta e meia acontecia igual.

Houve uma vez que havíamos saído juntos para ir à aula e ele deixou cair as chaves na calçada. Não dei muita importância, na época, ao fato de que nem havia razão para estar com elas na mão, mas ele estava. Por reflexo, me abaixei, peguei e as entreguei.

Ele agiu com tamanha naturalidade diante do meu gesto que me deixou admirado. Continuou andando ao meu lado como se nada tivesse acontecido. Não comentou, não se surpreendeu, não agradeceu sequer com um sorriso. Continuou agindo da maneira habitual. Despediu-se simpaticamente, como sempre, para ir à garagem do prédio pegar sua bicicleta, enquanto eu segui para o ponto de ônibus. Algumas vezes notei coisas assim nele, que me espantavam porque em nada combinavam com seu comportamento sempre tão cortês, embora comedido.

Aquela prática de Otávio para mim também era um desses enigmas com os quais eu me deparava nos caras, especialmente nos ativos, fossem héteros ou gays. Ora, ele se via como o macho que tinha o corpo de um gay apenas como algo para seu próprio uso, com a anuência do próprio gay! No entanto, ficava um bom tempo trabalhando maravilhosamente com a língua molhada enquanto ouvia os gemidos baixinhos que eu não conseguia esconder. Pra quê? Eu adorava, mas nunca consegui entender.

Ele demorou a fazer pela primeira vez, e nem passou a fazer sempre. Mas curtia, porque repetia quando dava na telha, e só parava quando decidia que para ele já estava bom, quisesse eu mais ou não. E é claro que nunca tive a ousadia de insistir para que continuasse. Até porque era sempre um sexo oral longo, calmo; provavelmente, devia acabar se cansando. Ele não tinha pressa nisso, e as vezes em que fez havia tempo de sobra até que alguém chegasse ao apê.

Claro, logo na primeira vez em que viu meu botão, tinha identificado meus cuidados para estar sempre limpinho, e também lisinho e cheiroso para ele. Antes de usar, examinou com atenção, e elogiou. Com a frequência das penetrações, constatou que nunca ocorriam acidentes, daqueles bem desagradáveis que fazem todo passivo envergonhar-se. Então, creio que essa segurança com minha higiene o liberou para explorar a novidade do anal não só com o pau, mas também com a boca. Mas ele tinha seus limites.

– Você não acha meio nojento? – disse, ficando um tempo em silêncio após a sugestão que eu acabara de fazer, também numa das fodas lentas que tivemos.

Ainda se preparava para entrar em mim quando propus que, na hora de ejacular, tirasse e trocasse meu cuzinho pela minha boca. Era nossa primeira trepada após aquela na qual ele gozara duas vezes, primeiro soltando a porra entre meus lábios e em seguida por trás. Fora um grande esforço para ele.

Eu queria voltar a beber seu esperma, mas ao mesmo tempo era claro que ele não admitia mais estar comigo sem me enrabar. Se ele se sentisse pressionado a dar duas gozadas a toda hora, saltaria fora rapidinho. A grande vantagem em me fuder era justamente a facilidade, a ausência de exigências da minha parte. Então, pensei naquela solução para deixá-lo à vontade e, ao mesmo tempo, ter a garantia que voltaria a receber porra na boca.

Bom, achei melhor não responder àquela manifestação de nojo com a qual havia reagido. Era coisa inédita; ele não agia assim.

Dando o assunto por encerrado, encaixou a cabeça da pica e foi entrando devagarinho. Eu já estava moldado pelo seu calibre; praticamente não sentia dor ou incômodo. Com a mesma lentidão com que entrou, passou a se movimentar dentro de mim. Era de enlouquecer. Mas eu tentei não me deixei levar e insisti:

– Não precisa ser hoje – expliquei, quase sussurrando. – Só estou falando porque pode ser gostoso pra você.

Ele não alterou a cadência da foda, ignorando o que eu disse. Aos poucos, sua respiração foi ficando mais forte. Ía se misturando aos meus gemidos agora quase chorosos, para minha vergonha desavergonhada. Eu sempre tentava escondê-los, em vão, por medo que ele os tomasse como uma viadagem além da conta. Quando derramou o esperma em mim, conteve-se para manter o ritmo calmo.

Como era habitual, ele descansaria apenas o suficiente e se levantaria imediatamente após retomar o fôlego, voltando a agir como se fôssemos apenas colegas que dividem um apartamento. Antes disso, eu voltei ao assunto.

– É meio nojentão, Zeca... Também não precisa disso – respondeu desta vez.

– Mas eu quero... E sei que você vai pirar com isso.

Ele silenciou mais uma vez. Parecia pensativo. Já era um ganho: ao longo de toda a nossa história, raríssimas vezes permaneceu ao meu lado após ter gozado.

Ejacular duas vezes representou um feito para ele afirmar sua própria virilidade, vencendo um desafio que eu, sem saber, havia lhe imposto. Só no dia seguinte me dei conta disso; não na hora. Mas não havia motivo para afirmar essa virilidade para mim, já que era eu o viado e ele o comedor que sabia me deixar de quatro sempre à espera.

Portanto, ele quis mostrar para si mesmo, e não para mim, que era tão macho quanto achava que era. Tinha conseguido. Pronto. Queria que ele assumisse essa vitória; que visse ser desnecessário gozar um monte de vezes para se ver como macho. Era uma condição para que eu conseguisse o que tanto queria: poder ter novamente seu sabor de volta.

– Mas é um cu, cara... Você vai pôr na boca um cacete que acabou de sair de um cu?

– E alguma vez você viu alguma sujeira quando foi lavar teu pau depois de me comer?

Agora, fui eu quem escolhi silenciar. Ele também. Contra a minha vontade, ele notou que eu havia ficado magoado. Cenas assim contrariam as regras do tipo de relacionamento que tínhamos; eu tinha consciência disso. Por segundos, achei que tinha posto tudo a perder. Mas a reação dele me surpreendeu:

– Desculpa, Zeca... Foi mal. Não é isso... – disse, tocando timidamente em meu ombro. – Mas, porra, não é questão de ver. É que...

Ainda estávamos deitados na cama dele. Ele voltou a se calar.

– Você quer mesmo que eu tire a pica e te dê na boca? – falou meio de repente, num tom que não escondia excitação.

Eu sorri.

– Tá bom, bro. Se tu não se importa, pra mim vai ser bem gostoso. Hoje não; já gozei. Mas na próxima eu faço. Combinamos?

Aproximou o pulso e olhou o relógio. Ficou mais um pouco em silêncio, estranhamente sem se levantar. Com jeito, foi me virando de lado.

– Tem tempo ainda. Marcelo deve demorar uma meia hora pra chegar.

Surpreso, fui deixando que ele nos pusesse em posição de conchinha.

– Na próxima, vou encher tua boca depois de te arrombar. Mas hoje foi um tesão comer bem pianinho assim. Deixar a gala sair sem pressa...

Comigo já de bruços, encaixou o cacete entre minhas pernas.

– Esse teu cu ficou bem molhado; senti quando eu tirei.

Estava em ereção novamente.

– Só mais um pouquinho. Vou só aproveitar. Não vou gozar de novo, não – cuidou de avisar, entrando e voltando a fazer aquele movimento gostoso dentro de mim, lentamente.

Senti como se ele tivesse encontrado uma forma de me acariciar; de realmente se desculpar. Era a primeira vez que ele penetrava no canal já esporrado.

– Caralho, você está todo molhado... Uma delícia como desliza... – comentou, comigo voltando a gemer baixinho.

Mesmo com os movimentos, ele mantinha uma distância segura, me tocando apenas quando e onde era necessário. Agia como se fôssemos um casal fazendo as pazes, mas o gestual não punha em dúvidas de que não éramos bem um casal.

São essas coisas que me fazem até hoje usar a expressão “eu acho” para algumas certezas que tenho sobre Otávio. Ele era macho; só estava ali por falta de mulher. Mas tinha alguns momentos em que denunciava ser atencioso comigo.

– Pode ficar quietinho porque você ainda vai levar muita porra nessa boquinha de veludo.

Talvez tenha sido mesmo a única vez em que ele não me abandonou logo após gozar. Mas tornavam-se mais ou menos comuns essas transas mais calmas. Não que levassem a grandes contatos físicos, a carinhos, nem mesmo a variações de posição, como desta vez. Sempre me punha de costas – fosse de pé, de quatro ou de bruços. Era uma precaução, entendi logo, para que não ficássemos íntimos além da conta; para que não tivéssemos que nos olhar. E também para que não houvesse margem a qualquer gesto desatinado da minha parte (e também não da dele, sabe-se lá). Beijar não tinha cabimento, mas mesmo acariciá-lo seria demais.

Otávio não se limitava mais ao entra-e-sai ritmado: de vez em quando, variava a velocidade, a força das metidas, a própria direção dos movimentos dentro de mim. Não era mais só gozar, mas também sentir todo o prazer do contato do meu canal com a textura do cacete. E uma vez ou outra vinha com aquelas linguadas maravilhosas, me mandando arrebitar a bundinha e ficando horas com a boca ali.

Passou a explorar meu cuzinho potencializando o gozo ao máximo, quando contávamos com tempo. Não era sempre assim, mas acontecia. Foi o caso de uma noite em que Marcelo tinha acabado de sair, avisando que dormiria fora, e Rodrigo ficaria até tarde com uma namorada nova. Era uma oportunidade rara de me comer à noite sem perigo.

Então, aproveitou para fazer daquele jeito, menos sôfrego para gozar, mais atento em estender o prazer da foda. Já estávamos acostumados com a certeza de que não havia riscos em sermos flagrados. Mesmo que tivéssemos de ser rápidos, só poderíamos ser descobertos se cometêssemos um vacilo, e nós nunca vacilávamos.

Exceto aquela noite. O silêncio habitual de Otávio me comendo só era entrecortado pelos meus gemidinhos, incapazes de serem represados diante da doçura daqueles movimentos lentos dentro de mim. Eu ainda me constrangia, mesmo já tendo notado que ele não se importava. Talvez até mesmo tivesse prazer em ouvir o viadinho se desfazer todo por causa dele. Foi por causa da calmaria daquela foda que pudemos ouvir a voz de Rodrigo sem que ele tenha precisado gritar.

– Porra, Otávio...! – reclamou, assim que passou pela porta aberta do quarto e nos viu sobre a cama.

...

[continua]

[PS: Abaixo, pus umas respostas aos comentários que os leitores fizeram à parte anterior da história]

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Comentários

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ótimo! os boy do seus contos são sempre um tesão...

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Opa.... Agora chegou onde eu queria..... A galera do apê está descobrindo o lance entre os dois!

Legal cara.... Show teu conto!

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ESTOU PERCEBENDO QUE AOS POUCOS OTÁVIO ESTÁ SENDO AMANSADO. MAS MESMO ASSIM CONTINUA UM CRÁPULA DESPREZÍVEL. NÃO VEJO COM BONS OLHOS ZECA SER UM 'PARÇA' DE OTÁVIO. MINHA RAIVA MAIOR É POR ZECA ESSE GRANDE BABACA QUE PASSA OS CAPÍTULOS TODOS RECLAMANDO DE OTÁVIO MAS QUE SE PERMITE SER USADO. NEM QUERO ACREDITAR QUE ISSO AINDA EXISTA.

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Escrita boa. Mas esse capítulo foi uma tentativa do Zeca se auto convencer d q o Otávio não vê ele, apenas como um buraco. Falta de amor próprio, se rastejar por causa de uma rola. E obviamente, a atitude do Zeca não mudará, como é perceptível em: Pai, amor e Carrasco.

Zeca continua capacho de macho pseudo hetero.

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A história tem um ritmo muito gostoso. O sexo é o cenário, mas há uma bela descrição das pessoas; a gente consegue compreender o que está acontecendo e porque está acontecendo. Muito bom. Vou ler a parte 5 agora.

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Otávio sentido prazer homo e agora está retribuindo esse desejo sexual,e agora com esse flagra, o que irã acontecer com essa relação de dono e objeto?

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Querido, da minha parte continua maravilhoso e nota 10, não demore, beijos

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Eu estou detestando todo esse cenário, por mais que as partes estejam de acordo com o que fazem, kkkk. Nessa relação até agora não senti tesão com as situações das cenas de sexo, acho que essa falta de amor próprio e submissão excessiva me irrita muito kkkkk. Aí me pergunta, porque leio? Porquê comecei e quero ver no que vai dar essa situação.

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Moernlegal: Rapaz, eu jurava que, mesmo se mantendo distante de Zeca e claramente o usando, todos os leitores iam morrer de tesão pelo Otávio, hehehe. Seu comentário me surpreendeu. Mas Otávio não é tão ruim assim, tadinho... +++ Talles de Lima: Não se se você se deu conta, mas você me fez um tremendo elogio, sabia? Você tem uma forma particular de perceber o texto, por conta da deficiência, e se tenho conseguido me sair bem com essa forma, isso me deixa muito, muito feliz! Espero continuar conseguindo... Bom, imagino que você use aquele comando que transforma texto em áudio. Se for, só espero que use fone de ouvido ou ponha num volume bem baixinho. Confesso que fiquei com vergonha imaginando certas cenas lidas em voz alta, kkkkk. Obrigado! +++ Atheno! Que bom você estar de volta! Sempre crítico, e às vezes até cruel, mas essa crueldade maligna, hehehe, mostra que você lê com atenção. +++ VictorNerd, acho que quando vc pôs o seu comentário ainda não tinha o lido o meu, né? Nele, eu expliquei que fiquei sem internet desde sábado, que era justamente o dia em que iria publicar a parte 3. E, aí, só pude fazê-lo na quarta-feira, depois que comprei um roteador novo e a conexão se normalizou aqui. Concordo com vc: a demora entre uma publicação e outra tira o ritmo, desconcentra o leitor e ainda faz com que ele tenda a esquecer detalhes da parte anterior... Mas, pra vc desfazer esse muxoxo, vou publicar uma nova parte amanhã mesmo, ok? (mas não creio que poderei manter uma rotina de publicar todos os dias) +++ Gente, muito obrigado pelos comentários, e também pela atenção de quem está acompanhando mas não curte comentar!

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