Meu nome é Kaleu, sim, meu nome é Kaleu, estranho pra caralho, eu sei, é que meu pai queria um menino e eu não nasci bem um menino, minha mãe tinha umas parada com "só vamos saber o sexo depois que nascer" então papai, inteligente como é, registrou antes de saber, acho meu nome bonito, ele é exatamente pra mim, não sei explicar, estava na droga do ensino médio, tava no segundo ano, estudava em um colégio nobre da cidade, eu moro em Curitiba, sou branca, meus olhos são azuis, tenho um estilo "doidão da cabeça" segundo meu pai, morávamos só eu e ele já que minha mãe decidiu ir embora quando eu tinha 12 anos de idade, cortei contato total, meu pai entrou numa crise depressiva horrível, e eu tive que cuidar dele, mas mesmo assim ele não deixou de trabalhar, dizia que ocupava a mente, e garantia meu futuro, me dava tudo o que eu queria, eu me considerava bonita, sempre fui de ter o ego bem elevado, tinha 17 anos, 1,78 de altura, malhava e lutava, sempre me preocupei muito com minha aparência, tinha o cabelo baixo baixo baixo, daqueles quase raspado descolorido, na época bem branquinho totalmente descolorido, eu tinha um grau de miopia muito grande mas mesmo assim usava um óculos redondos daqueles estilo Harry Potter com as lentes finas, porque meu pai mandava afinar, estudei na mesma escola a vida toda, então todo mundo que estudava lá acompanhavam minhas mudanças, tinha acaba de tatuar flores ocupando boa parte do meu braço, amava senti dor daquela agulha, outras eu tinha pavor, sentia medo, eu tinha asma, e mesmo assim era um fumante compulsivo, a cada nervosismo um cigarro diferente
sempre fui da porra um grupo padrão daquela escola, a gente zoava todo mundo, mexia com todo mundo, e todo mundo abaixava a cabeça pra gente, turma nova, então estava esperando gente nova pra zoar, essa era a nossa diversão todo ano, me levantei com o despertado tocando, joguei ele do outro lado do quarto e bufei de ódio, olhei pro visor do celular vendo que era 5:55 da manhã, já levantei indo na direção do banheiro, tomei banho, enquanto escovava o dente dentro do box, terminei tudo e vou saindo, pego a toalha passando por todo meu corpo, vejo meu celular notificar mensagens enquanto estava vestido minha cueca, e um top preto, logo visto uma calça jogger, coloco um vans College, e uma blusa preta com um detalhe que eu não reparei o que era, pego meu celular e desbloqueio o mesmo vendo várias mensagens seguidas do tipo "grrrrrr! onde você está?" "já é hora de chegar Kaleu" "passa aqui em casa, quando estiver saindo" dei um sorriso, o primeiro do dia, era a minha melhor amiga, nome dela é Eduarda, desço as escadas e observo a mãe Li fazendo o café da manhã, pego uma maçã e coloco a mochila nas costas, dou um beijo em sua testa e digo um "bom dia" com a boca cheia, escuto ela perguntando se não vou tomar café e digo que não, estava atrasada, sai andando em direção a casa da minha melhor amiga, ao chegar em frente a casa dela eu ligo, a fazendo sair e sorri pra mim, levanto a sobrancelha, vejo ela vindo me abraçar e a abraço logo em seguida
Eduarda- saudade, você acorda um nojo, droga, tinha esquecido disso, vejo ela colocando a mão sobre o rosto
eu- nada que você não resolva com seu humor hiper, ultra, Power animado, falo sarcasticamente vendo sua careta, fico escutando ela falar das férias dela, e de como íamos lidar com a turma nova, balanço a cabeça negativamente e continuo a andar sem responder nada que ela perguntava, ao chegarmos na porta da escola, vejo gente nova pra cacete, e logo faço careta indo na direção do meu grupo, e me jogo entre eles me sentado colocando uma perna em cima da perna do Hugo, fico observando a Eduarda falando sem parar, ela era bonita, ainda é! cabelo cacheado, pele morena, magra, e tinha o olho escuro, muito escuro, vejo ela sorrir pra mim, coloco um chiclete na boca e vejo algumas meninas passando, logo solto um "FIU FIU" em forma de assobio, fazendo todos rirem, já fui chamado de vários apelidos, entre eles, mimada, monstro, galinha, babaca, gata, gostosa, Deusa, as meninas do primeiro ano e do fundamental me idolatravam, as do terceiro me odiavam ou queriam me beijar, nunca me interessei por ninguém daquela escola, povinho babaca, se peguei foi fora e por não saber que eram da escola, mas logo descartava, ajeito o óculos no meu rosto, e vejo uma menina muito branca entrando, ela tinha sardas por toda parte, e cabelos tão vermelhos quanto o fogo, sorri, e escutei Hugo falar
Hugo- nosso primeiro alvo?
eu- talvez, vamos pra sala
pra minha sorte tinha caído na mesma sala que todos os meus amigos, então a sala mais cobiçada da escola se formava, ao entrar, vejo a ruivinha sentada na primeira fileira, na primeira carteira, sinto o olhar dela sobre mim e viro o rosto, caminhando até meu lugar, escuto a Eduarda começar a falar do meu lado e fico observando ela de costas, tinha uma bunda muito grande, fiquei olhando descaradamente, até que o professor entra na sala e nos obriga a nos apresentarmos