Narrativa Thiago
Ganhar a libertadores não foi nada perto do que Daniel fez comigo. Das emoções que sinto perto dele. Estar ao seu lado era como eu ter ganhado a copa mundial.
Hoje era o dia do plano, Hoje era o dia que combinamos em fazer o resgate e Eliminar de vez Alemão. Lucas andava comigo preocupado. O garoto era tão impaciente que andava de um lado para o outro.
Até eu mesmo estava preocupado. Fazia uma semana que Daniel não falava e nem mesmo aparecia. Dizendo para confiar em seu plano que daria certo. Que seria o certo á se fazer.
A boate estava cheia, mulheres me encaravam e chegavam perto de mim e de Lucas, algumas querendo alguma coisa, vigiava meu copo e de Lucas, já que ele expulsava cada garota que chegava perto dele com um empurrão.
- Ele está demorando. - disse Lucas bebendo um pouco de sua bebida.
Estávamos dentro a boate o show estava começando, e Lucas pressentia que algo sairia de errado. Coisa de Virgem.
- Deixa disso. Sabe muito bem que ele é inteligente o bastante para não se deixar enganar assim. - Olho apreensivo para o palco.
Era a primeira vez que o via se apresentar e como ele era bonito, seu jeito sensual e sua voz era angelical. Era como se um anjo chega-se na terra para cantar. Eu poderia esquecer tudo e fica apenas o ouvindo o dia todo.
- Não sei como pode está calmo. Estamos quase criando uma guerra aqui dentro. - Comentou Lucas observando os guardas que volta e meia nos encarava.
- Eu sei disso. Não precisa lembrar Lucas. - Olho para a bebida dele que começa a borbulhar. - Não tome essa bebida.
- Porque não? - ele colocou o copo em cima da mesa do bar.
- Colocaram algo nela...
Antes de terminar o show. Minha visão fica turva e sinto meu corpo leve que nem gelatina. Lucas estava caído no chão. E minha visão escurece com um cara loiro de terno na minha frente.
Narrativa de Daniel
- Hoje a noite, está aberto nosso cabaré, está aberto para seus desejos mais obscuro, para seu lado sadomasoquista, seu lado submisso, seu lado mais puto e seu lado mais esquisito. Hoje, Eu convido cada um de vocês a se descobrirem, a se aceitarem, a alimentar seu Eu mais obscuro hoje. - a cada palavra que saia de minha boca era um gemido diferente. - Hoje a noite a porta da Luxúria está escancaradas para aqueles que buscam ela.
O show começou. Os globos de luzes se alinharam e a musica começou a rodar. Alemão obrigou a todos de dentro do prostibulo a estarem com roupas íntimas e caso precisa-se de mais dinheiro, Que andasse nus.
Era uma visão que nunca esquecerei de minha mente. Enquanto eu cantava, a orgia se misturava. A boate cheirava a sexo, camisinha e luxuria. Tudo isso misturado no liquidificador era pior do que você cheira cocaína.
A plateia que não estava se pegando, dançava ao som das músicas cantadas por mim. Era uma boa em estilo europeu, Já que a libertinagem para fora era mais aberta do que aqui.
A dança era envolvente e meu corpo se mexia de uma fora sensual. No bar bem atrás da boate eu vi meus dois heróis. Lucas e Thiago, me observando.
O plano criado era simples. Assim que terminar-se o show, sairia e pegaria minhas coisas e sumiria, com as provas que tinha contra Alemão o colocaria na cadeia. Mas o que eles não sabiam eram que Arthur me avisou de outras coisas. Arthur e os outros dois criaram um plano Tao louco que até eu mesmo não acredito que vai acontecer.
Se a sorte sorriso para mim, sairia vivo se nao, estaria morto em mais ou menos 20 minutos.
A boate estava lotada. Alemão não estava onde sempre ficava, bem em cima do bar era um segundo andar. Onde levava a alguns quartos, para o caso do cliente ficar interessado em fazer sexo e ver o show, E em especial tinha uma, com três cadeiras de costa largas, cortinas em vermelho decorando, um pequeno bar criado especialmente para o nosso chefe.
Mais ele não estava la, Alemão não compareceu naquela noite, O que fazia eu tomar a iniciativa de criar mais um plano reserva se tudo desse errado.
- Prescisa fazer agora. Se não, eles vão acabar com você agora. - Vinicius apareceu dançando do meu lado e eu o observo de canto de olho.
Terminei um tempo da música e voltei para o camarim. Teria que me trocar. Já que o show ia prosseguir sem mim, devido aos outros cantarem.
- Nosso querido e bem humorado Daniel Salazar. - disse uma voz sedutor vindo das cortinas atrás de mim.
Meu camarim era pequeno, apenas uma cadeira com o espelho embutido e algumas roupas para se trocar. Assim que viro de costa estava Alemão com minha bolsa e com as provas que tinha conseguido.
- Você iria sair de minha vida assim? E ainda iria me ferrar? - Alemão delicadamente colocou a mala no chão. Seus olhos azuis me fizeram gelar. - Não levou em conta tudo o que fiz por você?
- O que você fez? Me torturou, tudo porque foi rejeitado por um resquício do que sou?
Alemão estava usando um terno de risca giz, os sapatos negros brilhavam, ele estava com uma gravata vermelha e seus cabelos penteados para trás. Jogou no chão o charuto que fumava e amassou.
- Você acha que eu não sabia do seu plano idiota? Acha que não sabia que iria fazer isso? – Alemão me deu um sorriso torto - Pensava que pelo menos uma de suas personalidades fosse inteligente o bastante para ver isso.
Alemão trincou os dentes e tirou de suas costas uma arma. Com um silenciador. As batidas da música estavam quase acabando e eu teria que voltar.
Ver o rosto frio e sem nenhuma expressão de Alemão me fez gelar.
A tensão do meu corpo estava a mostra, sabia que ele poderia dispara, mas teria que pensar em algo para poder retardar os movimentos deles.
- Seus amiguinhos foram pegos pelos meus guardas e estão sendo levados para o porão. Assim que terminar com você, eu acabo com eles.
- Era isso que queria, não era. – ele me olhou intrigado – Ver quem realmente quem era o dono do meu coração.
Meus olhos fecharam e Vinicius trocou de corpo comigo, ele iria ganhar tempo.
- Acha mesmo que irei cair nesse velho truque?
- Que truque? Acha mesmo que ele não roubou meu coração?
Alemão mudou de expressão rápido, de assassino sociopata, para uma expressão incrédula.
- Vinicius?
- O próprio. – Ele fica imóvel, conseguia ouvir seus batimentos cardíacos. – Acha mesmo que iria me apaixonar por você, depois de todas as promessas quebradas?
Alemão me encarou.
- Eu te amei, Amei você, eu apenas me frustei por VOCÊ nunca me dizer que era um resquício, que era uma personalidade. EU amo você Vinícius, não o Daniel, apenas fiz tudo aquilo porque esperava você.
Tentei não rosnar, ele não falaria mal de Daniel na minha frente.
Dei um passo para frente. Meu coração acelerava, eu ainda sentia algo por ele. Mas não poderia deixar esse sentimento falar mais alto que a razão.
- O que você fez comigo? – Perguntou Alemão, olhando para as próprias mãos.
- EU não fiz nada, apenas me apaixonei por alguém que não me merecia.
- Mentira. – gritou Alemão em resposta. – Eu sei que ainda me ama. Sei que você ainda me quer. Olho em seus olhos. Você pode... pode pegar o corpo de vez do garoto, pode tomar a consciência dele. Nos podemos... ser felizes, juntos, como te prometi, se lembra?
Como eu queria que aquilo pudesse ser verdade, mais não era. Diferente de Faz Tudo que disse em voz alta que ele queria viver por ele mesmo sem ser uma personalidade, eu não poderia me dar esse luxo, mesmo que dentro de mim eu implorasse por aquilo.
Lembrei de cada conversa que tivemos, de como passei horas trabalhando para ajudar Daniel a ter uma vida melhor e como almejava mais que tudo, ter uma vida, poder amar e ser amado e quando Alemão apareceu, não recusei, apenas segui e vi nele o príncipe encantado.
“Bom dia meu amor, vamos acordar? Sabe que fico imaginando como seria acordar com você?” - Alemão
“o que esta fazendo? Você já almoçou?” - Alemão
“Boa noite meu anjo, estou pensando em você” - Alemão
“Quando vai vim? Já disse que te darei tudo do bom e do melhor, eu realmente nunca senti isso por ninguém” - Alemão
“Podemos ate casar, estou até me preparando para te levar para o altar.” - Alemão
“Porque não está aqui? O Destino é mesmo cruel, ele colocou duas pessoas que realmente se amam, morando longe, enquanto aqueles que se odeiam ficam perto” - Alemão
As lembranças reprimidas que tinha dele, de ser um cara bondoso e carinhoso estavam agora caindo como lagrimas.
- Amei você, posso ser até louco, mas ainda amo, mais meu Eu verdadeiro é destinado a outra pessoa. – cheguei perto dele e toquei uma das mãos no seu rosto e a outra na mão que estava com a arma. Meu coração parecia que era uma escola de samba, senti o seu cheiro de canela, misturado com nicotina. Encaro os seus belos olhos azuis. – Eu te Amo SCOTTY, amo de verdade, e por isso que não posso ficar contigo, quem sabe essa não seja a nossa historia de romeu e julieta, onde tivemos um amor proibido. Podemos nos rever em outra reencarnação.
Alemão me beijou, tirando meu folego e apertando bem nossos corpos, como eu queria, como eu sonhava em estar nos braços dele, poderia o perdoar, poderia viver com ele mesmo assim, e poderia muda-lo, eu conseguiria faze-lo mudar realmente.
O beijo se tornou amargo, quando lembrei do que ele poderia fazer com Daniel, caso ele fugisse ou toma-se a atitude errada de tomar o controle.
- Eu te amo. Vinicius. – disse ele ao pe do meu ouvido.
- Eu te amo Scotty.
Tento o corta com uma das facas que guardei na mesa. Mas ele foi mais espeto.
- Daríamos mesmo certo um com o outro. – ele sorriu, vendo o corte em seu braço.
Ele me pega e me dar um soco. Me tirando um pouco de snague da boa.
Ele mirou a arma e disparou. Só tive tempo de cair para o lado e pegar uma faca que tinha, joguei mirando em sua coxa. Ele gritou de dor.
- Seu desgraçado. Filho da puta. Você não vai morrer rápido. Vai morrer agonizando.
Ele andou até mim e me chutou bem em meu estômago.
Ele tirou a faca, e por sorte não usou a em mim. Me pegou e soco meu rosto. A cada hematoma que ele fazia. Eu me debatia. Precisava sair dali.
Por sorte Arthur sabia artes marciais, E ele me ensinou algumas coisas quando mais novo. Chutei bem nos ovos dele com toda força. Ele gemeu e caiu de joelhos. Vinicius não aguentou mais e tomei o controle.
Todas as lembranças que me veio a mente era das torturas que ele me fez passar, a raiva transbordava pelo meu corpo, a adrenalina subia e eu me sentia poderoso.
Virei meu corpo e dei um chute no rosto dele, Alemão caiu batendo a cabeça na parede. Chorava e chutava, pisava em sua cabeça. Peguei sua arma e sem dizer nada. Atirei nele.
O sangue escorria pelo meu rosto e respigando em minha roupa.
- Esta na hora do plano de verdade.
Aquele já não era mais Arthur, nem Vinicius e muito menos Faz tudo. Era eu de verdade. Deixei o corpo de Alemão ali mesmo no chão.
O plano que Arthur bolou, estava sendo aplicado. Ele sabia que Alemão iria remexer minhas coisas, E era isso que precisava para acabar com tudo de uma vez.
Eu lembro bem das palavras dele.
"Sabe bem que se ele for para a cadeia, será soltou em menos de 24 horas e iria te matar, não está seguro se não matar ele primeiro. Esse é um jogo de xadrez, Ou da o xeque mate primeiro, Ou eles deram por você."
Eu tomei a iniciativa. Eu joguei primeiro e estava na hora de fazer com que outra pessoa saísse do jogo também. Já que apenas a forma de duas pessoas guardarem um segredo, era se uma deles estivesse morta. E Alemão levaria meu segredo para o tumulo.
Corri entre as pessoas tentando me limpar com alguns panos, e não encontrei os dois no bar, Alemão estava falando sério. Eles não estavam mais la.
Ouço um grito de uma mulher perto de mim.
- Meu Deus. O que...
Assim que me viro vejo a cena que me fez querer cair no chão e chora. Lucas e Thiago estavam machucados e feridos, presos em uma cadeira perto para serem jogados do alto.
Em cima do palco tinha um pequeno corredor, para colocarem lâmpadas e prender cortinas e coisas do tipo.
Mas lá estava Francisco com os dois juntos
- Apareça Daniel. Se tiver coragem. Ou seus lindos brinquedos caíram para a morte.
- Isso não pode está acontecendo. - Comentou um cara do meu lado. - Isso pode ser o teatro, Que disseram que iriam fazer.
Ele apontou a arma para a cabeça de Thiago.
- Vamos garoto. Eu sei que está ai.
Meus olhos se fixaram nele. Francisco tinha sucumbido ao desejo, aproveitando que seria o teatro para realmente me matar e nada passar de um fingimento para a plateia.
Só que ele não contava que um dos planos de Arthur era usar esse teatro para acabar com tudo.
Dei alguns passos a frente e o pessoal começou a se afastar, Lucas me olhou de canto de olho quando cheguei na ponta de metal. Eles estavam amordaçado e feridos.
- Estou aqui, agora solta eles.
Francisco sorriu, mostrando seus olhos dilatados e seu comportamento estranho. Ele deveria ter sucumbido a loucura.
- Você... Você o matou... Se não fosse por você, Ele estaria vivo e do meu lado. Eu iria te ajudar a fugir, mas resolveu fazer isso da pior forma...
Francisco tremia e chorava. Ele tinha visto eu matado alemão.
- Era ele ou eu. Sabe que ele nunca me amou e nunca iria te amar...
- Iria sim. - me cortou aos gritos. - Iria sim. Se você Não fosse a pedra no meu caminho, Ele acabaria ficando comigo e eu conferia esquecer. Scott Era meu e você o tomou de mim.
Thiago estava me olhando com olhos firmes tentando assimilar tudo que estava acontecendo. Seu rosto bonito, Estava machucado.
- Ele não te queria. Tenta acordar. Podemos acabar com tudo isso. Ele morreu. Coloquei um ponto final no jogo psicológico que ele fazia conosco. Com todos nos. - Francisco tremia e seu corpo respondia com pequenos tiques no olho esquerdo.
- Você mão deveria ter feito isso. Eu iria salva-lo. Eu...
- Pare com isso meu irmão. Por favor. Pegue minha mão e vamos sair daqui. Eu prometo ser o irmão que você perdeu. O irmão que realmente pode te ajudar.
Francisco me observou com os olhos perdidos, Ele andou alguns passos a frente e tudo estaria de acordo com o plano, Se não fosse o maldito Alemão aparecer ensanguentado.
- Hora de exterminar.
Alemão estava ainda ali em pé, seu corpo se apoiando no corrimão e a arma em mira.
Ele disparou e só tive tempo de empurra Francisco e me meter na frente da bala. Ela entrou rasgando cada pedaço de músculo que eu tinha. Meu corpo começou a entrar no modo emergência. Ele disparou mais duas vezes mirando nos meninos, tive ainda tempo, num surto de adrenalina de ficar como escudo humano, as balas pegarem em mim, os protegendo. Meu corpo começou a mandar sangue para meus ferimentos tentando parar a hemorragia, Minha cabeça pendeu para meu peito e eu caí no chão com um profundo banque, não conseguindo mais ouvir nada.
Narrativa de Lucas.
Ver o corpo da pessoa que tanto amei no chão foi algo que jamais pensei em ver. E lá estava ele caído e sangrando. A raiva rugia, E quebrei a cadeira me jogando de costa para o chão, pulei por entre minhas mãos, trazendo elas narradas para frente e peguei a arma de Francisco que estava desacordado no chão. E sem misericórdia eu atirei bem na cabeça de Alemão. Que apenas virou e seu corpo caiu no palco sem vida.
Só assim o público que estava assistindo aquele show acreditou que era verdade. E então o inferno se abriu, gente corria desesperada. Chamas engoliam por trás do palco. Francisco ou alemão deveria ter colocado o prédio em chamas para todos morrerem ali dentro.
Olhei para Thiago que se soltou das amarras e cortou as minhas cordas.
- Temos que sair daqui. - disse ele pegando o corpo de Daniel.
- Não, vamos ficar aqui é queimar junto com o prostibulo. Pensou sozinho. - ironizo
- Chega de suas piadas. Temos que sair daqui. O plano de Daniel foi...
Não queria nem mesmo pensar nisso. Estávamos indo tudo bem. O que deu de errado? Éramos para esta saindo ilesos e apontei tudo isso? Eu senti que ia dar algo errado.
- Iremos deixar ele aí? - perguntou Thiago olhando o corpo de Francisco.
- Claro que sim. Eles nos machucou e fez isso com Daniel. Vamos deixa- lo ai.
- Olha. Daniel não faria isso. E...
Odiava quando ele jogava baixo comigo. Peguei o corpo do garoto e saímos correndo. Thiago foi na frente entre as pessoas, com o corpo de Daniel. Eu chorava baixinho. Aquele idiota. Ele não pode fazer isso comigo. Ele não pode morrer assim. Não...
Saímos entre os tropeços do prostibulo, olhei para trás e vejo uma viga batendo na ponte de ferro onde o corpo morto de Alemão estava, derrubando a mesma e caindo nas chamas do palco.
A fumaça dificultava a minha respiração e Francisco pesava nas minhas costas.
- se eu morrer aqui, vou te caçar nem que seja no inferno. - murmurou para o corpo nas minhas costas.
Corremos para fora do prostibulo. Nem ao menos tentamos parar. Ambulâncias estavam chegando e o corpo de Daniel estava ficando sem vida.
Thiago não chorou. Então entendi, que ele não poderia se dar ao luxo de está em pânico. Ou tudo poderia piora. As ambulância chegaram em menos de dois minutos e corremos colocando o corpo de Daniel numa maca. Coloco o corpo do prostituto num carro de policia. E entro dentro da ambulância.
Você nunca vai saber o que é espera uma notícia de alguém que pode ou não estar morto. Chegamos dentro do hospital e ele foi levado direto para a sala de cirurgia.
- Ele não pode...
- Eu sei. Ele é forte. Ele vai...
Thiago desabou em choro. Não aguentaria ter que colocar ele dentro do caixão. Ele debaixo de sete palmos.
5 horas, era esse o tempo que levou até o médico chegar perto de nós e avisar a noticia.
- Os parentes do paciente Salazar?
Eu e Thiago chegamos perto do doutor e ele deu um passo atras.
- ele... - Não completei nem ao menos a frase. O doutro apenas nos olhou de modo triste.
- Ele não aguentou a cirurgia, Ele...
- Não. Não..
Novamente me peguei correndo com Thiago dentro do hospital para ver o garoto. Quando chegamos a sala onde o garoto estava minha mente virou 180 graus. Meu mundo caiu, Estava tudo parado e em silencio. Um homem moreno tirava o corpo de Daniel na maca.
- Não. Eu preciso... Eu tenho...
Thiago e eu corremos e debatíamos entre as pessoas que tentavam nos segura. O cara moreno de roupas verdes. Tirava o corpo, levando ele fora.
Até que sinto apenas meu corpo amolecer novamente e tudo ficar escuro e eu desabar.
- Daniel...
Acordei em cima da maca e Thiago estava olhando para a chuva que caia fora do quarto. Suava frio e minha cabeça precisava de pelo menos 4 comprimidos de aspirina. Olhei em volta e meu corpo foi se acalmando, era tudo um sonho, um pesadelo de minha mente.
- Ele, onde ele esta? - Pergunto sentado com dores de cabeça.
- Ele está morto. Hoje será o enterro.
- Que ? Como? Isso não passa dePesadelo? – perguntou Thiago, ele olhava para a chuva la fora, seu corpo tremia e suia voz estava embargada e roca. – Quem dera se fosse, eu daria tudo para que fosse.
Thiago estava vestido de preto e seu rosto vermelho, olhos inchados. Nem ao menos me olhava nos olhos.
- Ele...
- Temos que ir...
Tomo um banho demorado. Jurava que tudo era apenas um sonho. Apenas um pesadelo me assombrando. Mas não, era verdade. Era real. Mas real era o caixão descendo.
O caixão estava fechado. Nem ao menos pudemos nos despedir, eu e Thiago ficamos debaixo da chuva. Para ser sincero, Daniel não tinha ninguém, o que apenas apareceu eu e Thiago no enterro. Ele só não foi enterrado como indigente por causa de Thiago que fez tudo enquanto estava desmaiado.
Thiago nem ao menos falou nada. Só tivemos tempo de ver o caixão sendo enterrado. E os trovões e relampados cortando o céu escuro de são Paulo.
- Thiago? Thiago... Thiago...
Ele estava em choque, seu corpo não aguento e desmaio, quase caindo dentro do tumulo de Daniel.
- Acorda cara... Acorda...
Andei com ele para fora do cemitério. Onde ali caiu a ficha que ele tinha morrido.
Continua no próximo episodio...