Angustiado, era esse sentimento que me abraçava e me trazia a lembranças ruins.
O garoto morreu, uma semana se passou sem nem ao menos eu sair da cama, minha dieta estava sendo comidas de preparo no micro-ondas. Lucas estava comigo, sabia que a depressão dele seria um problema então pedi para que dormisse comigo, eu poderia dar uma olhada nele.
Uma semana, e tudo me lembrava a ele. Lucas mau conseguia sair da cama, se não fosse para chora, ou para ir no banheiro e ate nisso eu pedi para ele deixar a porta aberta.
Nunca se sabe no que um virginiano pode fazer com depressão.
Até eu como escorpiano, não estava bem, meu fogo tinha se apagado, até na ultima vez que fui treinar, quase bato no beto por causa de uma piada que ele fez comigo e com Lucas.
Quase fui expulso dos jogos como penalidade.
Estava mais estressado e com tanta raiva, que minha mente via o garoto por todos os lugares.
Ele deixou uma marca no meu coração, uma marca que ninguém poderia abrir.
- Preciso ir para casa. – comentei comigo mesmo no chuveiro.
- Precisa mesmo. Esta com uma cara péssima, além do mais o que diriam de ver o conquistador desse jeito?
Me viro com tudo e me deparo com Lucas, sorrindo de canto de boca,
- Vai se fuder cara. – resmungo pegando minha toalha.
- Calma esquentado. Apenas estou tentando animar as coisas por aqui.
- Desse jeito? – bufo de raiva. – Esquece, vamos...
Entramos no carro e não falamos mais nada.
Por essa semana, meus nervos estavam a flor da pele. Meus pesadelos com aquela noite estavam ainda se amplificando, me deixando mais louco. Olhava para tudo e lembrava de Daniel, das balas.
Eu realmente estava chegando ao fundo do poço.
Subindo as escadas, pensava em como seria a minha vida se não tivesse conhecido Daniel. Como seria chata e como seria infeliz, e se não tivesse ficando com ele, experimentado de tudo que ele poderia me trazer de bom, estaria mais acabado ainda.
- Alguém esteve aqui.
- Como? – perguntou lucas baixinho.
- Shii.
A porta do apartamento estava entre aberta, estava forçada, como se alguém tentasse abri-la com uma faca ou coisa do tipo, olhei para Lucas que entendeu o comando, não fazer barulho
Tudo estava ainda da forma como deixei. Nada tinha saído do lugar.
- Vá para cozinha que vou para o quarto.
Lucas andava de mansinho, enquanto eu o observava de longe. A porta do quarto estava entre aberta, peguei uma perna manca que escondia entre os vasos de plantas e pulei para o quarto.
- MorraaaaSerio que você iria me matar com uma perna manca e ainda dizendo morra?
Meu olhos estavam me traindo, seu corpo estava ali, seu cheiro rodava todo o quarto, ele estava ali.
- DANIEL...
- O próprio. – respondeu ele.
A perna manca caiu no chão, com um pequeno barulho surdo.
- Onde, eu mato, eu...
- Oi lucas.
- Dan...
Lucas se derramou em lagrimas e seu corpo tremia, ele deu alguns passos e abraçou o corpo do menino, minhas pernas estavam pregadas no chão eu não conseguia andar. Meu corpo estava petrificado.
- Me abrace, eu sou de verdade e isso não é um sonho. – a voz melodiosa dele me trazia lembranças. Me trazia alegria. – Eu voltei por vocês.
Cheguei bem perto dele e quando toquei bem seu rosto pude sentir que era real e não minha mente brincando comigo, como fazia antigamente. Apenas dei um tapa na cara dele.
- Ai.
- Você esta louco? – perguntou Lucas, chegando perto de mim, querendo me bater.
- Isso foi pelo susto que me deu, e também por tudo que me fez sentir essa semana. Eu fiquei...
Ele me calou e me beijou e logo depois beijou Lucas. Ate sentir seu corpo era algo que me deixava proibido, de me deixar contente. Eu sentia um misto de sentimentos.
- Eu sei o que fiz, e sim era para me estar morto, mais deixa eu explicar.
- Explicar? Explicar? Eu vou te matar isso sim. – grito em cima dele.
- Sentem-se – disse Daniel. Ele estava com uma camisa de capuz negra, seus olhos estavam de lentes verdes, seu corpo estava mais magro porem mais moreno, como se tivesse pegando um bom bronzeado, com calças pretas e sapatos fechados, ele parecia mais um gótico, do que com um ladrão. – O plano de Arthur era que eu morre-se.
- Como?
- Os planos se alternaram, eu não queria matar Alemão, mais ele se meteu, o plano para deter alemão era simples, Vinicius ia conversa com ele, mas a conversa não resulto em algo benéfico para mim e então tive que mudar meus planos, e mata-lo foi uma consequência do momento. – os olhos de Daniel estavam carregados de tempestades, estava nublado. – Eu realmente fui acertado com as balas. Eu realmente ia morrer. Mas eu estava pronto para isso, Cristóvão estava me ajundado.
- Quem? – perguntou Lucas chegando mais perto de Daniel
- Cristóvão, um colega meu, um ex garoto de programa que esta casado com um asiático cirurgião. Ele ficou sabendo de meu caso, já que estava no hospital no dia em que passei, e seu namorado era o cirurgião que estava fazendo minha cirurgia. Conversei com ele que precisava morrer e como ele estava tinha alguns domínios em remédio, ele me injetou uma droga que fazia meu corpo entra em coma, por um certo tempo e assim que passa-se pelo menos 18 horas, eu acordaria.
- Realmente eu tenho que colocar você num sanatório. Você esta louco?
- Sim, estou louco, Thiago, estava surtando e ainda por cima porque tenho que voltar a tomar meus remédios e controlar meus nervos e minhas personalidades, além do mais não iria ficar mais nenhum momento naquele inferno. E tenho um atestado de óbito provando isso. – ele mostrou um papel dizendo que Daniel Salazar tinha realmente morrido. – Precisava disso, se não estaria na cadeia agora, por isso ou preso em qualquer sanatório fundo de garrafa.
- E porque não contou sobre isso? Voce viu como ficamos, imaginou o quão isso doeria? – as palavras duras vinham de Lucas e seu corpo tremia com toda a tensão acumulada.
- Eu imagino que isso foi algo...
- Não, você não imagina. Isso foi uma brincadeira de mal gosto, foi algo cruel que fez, sabe que sofro de depressão, se não fosse pelo Thiago, estaria morto agora. Então não me venha com essa que fez por nos, você fez por si mesmo. – Disse Lucas, se levantando e chegando a soca a parede de raiva.
- Eu entendo que tudo que fiz foi loucura, mas você não sabe do que passei, e eu posso ir fazer qualquer coisa e ate mesmo entra num sanatório se quiser, so.. so não me abandone Lucas e nem você Thiago. Se eu perder a única coisa física que tenho, a única coisa real. Estarei perdido para sempre...
Seus olhos estavam embargados de dor.
- Não posso fica na casa de cris, se eles souberem disso, vão prender osE veio para a nossa? – perguntei de forma irracional. Estava entendendo a gravidade do problema e assumir que aquilo aconteceu e estava sendo real me colocava novamente a prova de se foi uma boa ideia ficar com ele.
- E não é? – perguntou Daniel tentando pegar meu braço.
- Me solta, eu estou com raiva ainda de você. Não sou seu brinquedo Daniel, muito menos seu capacho. Se acha que vou deixar você desse jeito aqui em minha casa, esta enganado.
- Eu... EU faço qualquer coisa. Eu...
- Te internarei num sanatório. Ficara lá dentro ate realmente se cura de tudo.
Daniel olhou nervosamente para suas mãos e logo para os lados. Murmurou algo baixinho, como se tivesse falando com outra pessoa e respirou fundo.
- Tudo bem, eu faço isso. Só, só não me abandone, eu não aguentaria...
- Sei disso. – murmuro infeliz. Mesmo ele fazendo aquilo ainda amava ele. E olhava para Lucas que estava tendo uma briga entre sua razão e seu coração. Ele me olha confirmando a minha ordem. – Estará indo hoje para um sanatório.
Daniel nos contou outras coisas, mesmo ele mostrando que estava mais fragilizado com tudo que passou, seu rosto se mostrava calmo, o garoto estava numa corda bamba, que a cada passo que dava seu corpo pesava passa um canto e pelo visto a loucura do garoto estava mais próxima do que o normal.
Ouvir tudo e como foi para cris o tira na noite de seu enterro foi algo assustador, ate para ele mesmo.
Colocar ele no sanatório foi a coisa a se fazer. Era o que eu dizia para mim mesmo.
Ver ele entrar e ser tratado bem, era o que eu esperava, eu e Lucas éramos agora profissionais que seriam jogadores da liga dos campões, muita coisa estava mudando, mas apenas eu tinha uma certeza.
Meu amor por Daniel estava crescendo e se modificando, e isso era bom.
Cinco anos depois, foi o tratamento do garoto, depois de vários psicólogos, varias terapias e vários remédios controlados, o garoto recebeu alta. Agora com um novo nome e uma nova aparecia, estava mais malhado e mais gordinho, seus cabelos negros agora estava pintados de castanhos, seus olhos estavam vivos e tinham alegria. Ver ele depois de tanto tempo com roupas de outra cor se não fosse branca, ajudava a sua melhora.
Charles Joseph esse era o novo nome de Daniel. Abandonado o garoto louco.
- Seja bem vindo a sua casa!
Não demoramos nem tanto tempo assim, depois que assinamos contrato com os dois times grande da liga dos campeos, fomos direto para uma cidade no interior de Londres, Onde tínhamos uma casa grande com uma vista linda para o campo rural.
Enquanto ainda estávamos ajeitando algumas coisa aqui no brasil, para ir para o interior de Londres, tinha certas coisas que ainda faltava para realizar.
Realizamos um sonho que Daniel (CHARLES) tinha, ser pai e adotar uma criança.
Num orfanato que um dos jogadores do Corinthians veio, estavam tento fazendo as doações, enquanto corríamos atrás para as novas documentações de Charles. Estavam em processo de adoção.
- Precisamos de 3 crianças. – disse Charles me encarando.
- Porque 3 crianças? – Lucas que estava vestindo seu terno saiu do closed entrando na conversa.
- Porque assim, a casa fica mais cheia. – disse Charles nos olhando. Ele estava querendo fazer faculdade e trabalhar por si próprio, sem depender de ninguém para isso, muito menos dos dois noivos dele. – Além do mais, quero colocar o nome de cada personalidade minha neles. Você sabia que achei três irmãos naquele orfanato, cuja os nomes são idênticos aos dos três?
- Serio? - perguntei tentando fazer o no em minha gravata. Coisa que não consegui e Charles colocou em mim. – Coincidência não?
- Não existe consciências, apenas o inevitável. Nos somos a prova disso que foi o inevitável. Além do mais eles se parecem muito com os três. Arthur, Vinicius e o terceiro não tem o nome de Raimundo e sim de Alison.
- Esta querendo personificar eles nesses meninos? Acha mesmo isso uma boa? – Lucas perguntou curioso.
- Devo uma para eles, e é a única coisa que posso fazer, já que nunca mais vi eles. Além do mais, como disse, vivemos o inevitável e não conscidencias.
O sorriso brotou dos lábios do garoto. Sua imagem estava ficando mais viva, seu corpo estava mais gentil, estávamos conhecendo um a nova pessoa. Eu realmente estou ficando alucinado por esse novo, ou o verdadeiro Daniel/Charles.
- Podemos fazer isso, vai demora a nossa estadia aqui no pais por causa de seus documentos e isso pode nos ajudar a ir de vez, sempre quis ter uma família grande. – Disse lucas olhando para o horizonte, o que eu estava agradecendo, por vezes ele ter que tomar certas descisoes. – Sempre quis ser chamado de Papai mesmo.
Charles me mostrou a foto do trio.
Arthur era um garoto de cabelos ruivos, os olhos eram azuis, azuis tão gélidos que trazia mistério, seu corpo já estava se formando em músculos, ele era o garoto badboy que a mãe jamais deixaria sua filha namora, de rosto retangular e de pele branca, se comportava como se não tivesse medo de muita coisa. Era o mais velho entre eles, já com seus 16 anos de idade.
Vinicius, era o loiro, de olhos verdes, mesmo sendo irmãos, tinham sua diferencias, tanto físicas quanto de personalidade, enquanto Arthur era o badboy, Vinicius era o garoto popular, o que sempre estava rodeados de meninos e meninas bonitos, com a altura de quase 1.80 e seus cabelos loiros, era algo inevitável ele não ser notado. Já Alison era o garoto cego, de cabelos pretos e pele morena, ele teve cegueira desde de nascença. A mãe não aguentou ver seu filho desse jeito e o deixou os três na porta do orfanato. Alison era cego, cabelos negros e pele morena, mas era o mais gentil. Mesmo magro e sem a visao se adaptou e sorria com a vida. Mesmo ela sendo sacana com eles.
- Vamos. - disse Lucas pegando as chaves do carro.
Uma briga interna entres mim e Lucas para levar Daniel nos cantos.
Depois de alguns meses. Recebemos a notícia da confirmação da adoção, os preparativos para a festa de boas vinda veio com passaportes e visto para mora em Londres. Os garotos estavam em londres, sim, Eu, Charles e Lucas éramos pais agora.
Os garotos estavam bem, Alison era um dos únicos que estava demostrando felicidade.
- Porque vocês nós escolheram? - Alison pegou a mão de Daniel que sorriu para ele.
- Deixa eu contar uma história para vocês tres. Essa história é a minha é de seus dois cabeças ocas ali.
Eu e Lucas resmungaram.
- Tudo começou quando fui salvo por um cara chamado conquistador.