Os Verões Roubados de Nós
Capítulo 17
Narrado por Tati.
Oi amores! Tudo bem com vocês? Viram como foi importante eu adiantar a conversa com meu pai? Tudo bem, isso não justifica o fato de eu ter contado, mas meu instinto é que devo proteger meu irmão sempre. De qualquer coisa ou qualquer pessoa, principalmente da minha mãe.
A reação dela inicialmente foi condizente com o que eu esperava, mas depois veio o seu silêncio e o tom de voz que me arrepiaram. Ela irá tramar algo, eu sei, eu sinto.
Agora estamos rindo, conversando e parabenizando meu irmão pelo seu primeiro empreendimento e por seu namoro com Eno.
Mesmo conversando e sorrindo observo Enzo. Ele está aéreo e pensativo, com certeza ele pensa o mesmo que eu. Peço licença e vou ao banheiro, pego meu celular e envio uma mensagem para ele.
#Eno... Precisamos conversar depois#
Saio e volto para a sala e ele acena com a cabeça. Voltamos a conversar animados.
***************************************************************************************
Narrado por Alice.
Sou mãe zelosa? Sou! Defendo minhas crias? Sim, com unhas e dentes. Após Vera ter ido embora fiquei mais tranquila, mas ao mesmo tempo preocupada. Vera se tornou uma mulher estranha e difícil de lidar. Porém, uma coisa seja dita, se tocar num fio de cabelo do meu Eno, ela morre. Eu juro.
Vou para perto de Pietro e enlaço seu braço. Sorrio, mas meu marido é esperto e percebe de cara meu olhar preocupado.
- Vai ficar tudo bem amore! – ele diz baixinho – Ela não é nem louca de mexer com nosso filho.
E beija minha testa.
- Ti amo – ele diz em italiano eu meu ouvido.
- Anch'io ti amo. – respondo em italiano sorrindo.
**************************************************************************************
Narrado por Francisco.
Eu permaneci calado durante o ataque histérico de Vera e devo confessar que meu sangue ferveu ao perceber o quanto eu me deixava influenciar por sua língua ferina e seu preconceito.
Novamente fiquei orgulhoso pelo modo como Gabriel conduziu a situação com calma e dialogando.
Durante toda discussão troquei olhares com minha filha e meu cunhado. Tati que inicialmente estava com ar de deboche foi mudando sua expressão para preocupação. Todos eles. Fico me perguntando em que planeta eu estava vivendo que nunca notei esse comportamento de Vera. Suas palavras, sua expressão. Meu Deus, eu sou um babaca completo, um frouxo que por puro comodismo não quis ver o monstro que está dentro da minha casa e agora entendo os apelidos.
Dou uma boa noite e me despeço dos meus filhos, sobrinhos, Alice e Pietro. Meu cunhado me acompanha até meu portão.
- Chico, se precisar de algo e eu digo qualquer coisa, por favor, peça. – ele diz – Porque, com certeza você vai precisar.
- Eu sei disso... – suspiro profundamente – Haja paciência para o que vêm por aí.
Pietro apenas balança a cabeça positivamente. Despeço-me novamente dele e sigo para a casa. Relembro todos os acontecimentos dessa noite e vou me preparando psicologicamente. Chego em casa e tudo está silencioso e calmo. Muito calmo. Procuro por qualquer sinal de Vera e nada.
Subo para o meu quarto trancando a porta. Melhor não facilitar. Tomo um longo e relaxante banho e quando me deito faço algo há muito por mim esquecido. Oro. Pelos meus filhos, por mim e por toda minha família.
***************************************************************************************
Narrado por Antunes.
Por volta das 20h entro no Amadeus e procuro por Antônio Carlos. Percebo que ele ainda não chegou, então escolho uma mesa discreta no canto do bar. O garçom se aproxima e peço uma porção acompanhada por suco, não posso beber porque preciso me concentrar.
Enquanto espero tento mais uma vez ligar para Fabíola, o celular toca até cair na caixa postal e isso me irrita mais ainda.
Passado uns vinte minutos olho para a entrada do bar e vejo Antônio Carlos entrando. Parece que os anos nunca passam para ele, pois o cabelo continua grisalho e a não ser pela presença dos óculos de grau seu rosto e corpo continuam da mesma forma.
- Diego. – ele me cumprimenta. Levanto e nos abraçamos.
- Oi, chefe. – provoco – Como está?
- Sem essa de chefe. – ele responde fazendo uma careta – Estou aposentado e estou muito bem assim. E você, como está?
- Bem, na medida do possível. – respondo – Estou tentando falar com Fabíola e ela não atende, então não posso falar ou ver minha filha... E para completar peguei um caso no qual achei que seria mais um filhinho de papai aprontando todas e fazendo algo ilícito e descubro que não é bem assim... – solto uma risada sarcástica – tirando meu estresse, no restante estou bem, obrigado por perguntar.
Olho para ele e percebo que ele está me observando atentamente. Quando acho que irá falar algo, ele me surpreende e chama o garçom pedindo uma cerveja.
- O que tem aí nesse envelope? – ele aponta.
Empurro para ele. No envelope há fotos de Gabriel e Enzo na praia, no supermercado.
- só tem isso? – ele pergunta – É uma viagem de férias? Achei que teria muito mais...
- Só tenho essas... – digo chateado – Eles são muito reclusos. E acho que perceberam que eu estava vigiando-os. – termino num sussurro. É foda admitir que você erra.
Começo a contar tudo a ele, desde a praia até o meu último encontro com Gabriel. Não excluo nada detalhando cada passo meu, quem sabe ele me ajuda a perceber onde errei.
- O que está acontecendo com você? – ele pergunta sério – Está emburrecendo? Tudo o que te ensinei foi parar onde?
Respiro fundo e conto até dez.
- Eu não sei. – respondo sincero – Se for para falar desse caso, minha intuição diz que há algo errado com quem contratou meus serviços e tenho a sensação de estar prejudicando alguém.
Ele pega a foto e me mostra. Nela Gabriel e Enzo estão muito próximos e parecem tão íntimos.
- O que você vê? – ele pergunta.
- Dois jovens em clima de intimidade. – respondo – Eles parecem ser namorados.
- Isso é óbvio! – diz Antônio – E por que você acha que te pediram para segui-los?
- Eu fui contratado para seguir Gabriel, o loiro. O Enzo, o moreno, eu só soube por alto.
Antônio toma um gole da cerveja.
- Quem te contratou?
- Um homem. – respondo – Jovem ainda... Espera...
- O quê?! – ele pergunta cínico – Que esse cara pode ser um ex querendo vingança? Ou alguém querendo armar um sequestro ou ainda...
- Para Antônio! – corto – O cara não tem aparência de ser gay.
- E eles têm?
- Não. – respondo a contragosto e suspiro.
- Eles são um casal Diego! – Antônio devolve a foto ao envelope – Quem contratou seus serviços já desconfiava e quer apenas uma confirmação.
Admito que estava tentando não enxergar por esse ângulo, afinal eles são tão jovens e bonitos que poderiam namorar a garota que quisessem.
- E digo mais... – Antônio continua – termine o serviço e cuidado com o relatório que você irá fazer e por fim negue qualquer outro tipo de ajuda. Entendeu, não é?
- Não farei isso, Antônio. – digo com firmeza – Eu tenho 15 dias para realizar todo o trabalho. Feito isso, estou fora.
- Hm... Sei. – ele coça o queixo – Algo me diz que não.
- Acha que ele pode querer algo mais?
- Não acho. Tenho certeza.
Esfrego meus olhos.
- Engraçado que eu já havia pensado nisso. – digo para ele – E detalhe: o sujeito me ligou para avisar que eles haviam voltado. – suspiro – Acho que vou largar esse caso.
Antônio lança seu corpo para frente e aponta o dedo para mim.
- Nem pense nisso! Começou, agora termina!
- Antônio...
- Nada de Antônio! Acorda rapaz! – ele fala – Faça seu trabalho e deixe um material de reserva.
- Eu sei, mas não quero me envolver. – digo – E outra, de repente posso colocar a vida da minha filha em risco. Se eles tem problemas no mundo deles não tenho nada com isso.
Antônio me encara incrédulo.
- Não sabia que você é preconceituoso, Diego.
- Eu não sou... – droga – Apenas não quero me envolver nesse mundo.
Ele solta um riso seco.
- Em que mundo você acha que vive, Diego Antunes? – ele pergunta sério – Porque eu vivo no mundo real, onde pessoas nascem, crescem e morrem todos os dias. O mundo onde gays, lésbicas, negros e pobres são discriminados e punidos diariamente por “nascerem” (ele abre aspas com os dedos) assim.
- Antônio...
- Cale a boca! – ele me corta – Não vou discutir com você, mas tente pensar dessa forma: um dia sua filha, a sua princesinha pode não gostar de príncipes e sim de outras princesas.
Arregalo os olhos surpreso.
- O que você quer dizer com isso?
- Que nossos filhos devem ser pessoas educadas, honradas e de bem... E não um produto desta sociedade hipócrita. – ele conclui com um suspiro.
- Você está falando...
- Clara... – ele fala – minha neta, minha princesa gosta de outra princesa. Satisfeito?
Apenas aceno afirmativamente. Estou envergonhado. Não sou preconceituoso, juro e falar daquele modo fez eu me sentir um ser humano horrível.
- O que devo fazer? – pergunto em voz baixa.
- Guarde todas as informações pertinentes ao caso – ele instrui – Se a minha intuição estiver correta você irá precisar.
- Ok. Farei como sugere.
Ele relaxa um pouco e passamos a conversar sobre outros assunto, inclusive minha ex. Conversamos durante um tempo sobre ela e ele oferece ajuda, principalmente por causa do atual namorado de Fabíola. Antônio conhece as pessoas certas em todos os lugares fosse do lado da lei ou do crime.
Por volta das 23h ele resolve ir embora. Pago nossa conta e ao sairmos resolvo me desculpar.
- Antônio... – falo sem graça – Desculpe pelo que eu disse lá dentro há pouco. Eu não sou preconceituoso, mas estou estressado ultimamente, apesar disso não ser justificativa.
- Tudo bem, Diego, relaxa ok? – ele ri – Eu sei que você não é e ninguém vai morrer por causa disso. E quer saber do que mais? – ele continua – Vou ajudar você nesse caso também.
- Sério? – pergunto surpreso.
- Sim. Pelo menos eu saio de casa e não fico ouvindo os sermões da Loreta o dia todo.
Rimos.
- Ok, mestre.
- Amanhã eu apareço por lá. – ele bate em meu ombro – E diz para o preguiçoso do Almeida aprontar minha mesa e o café que eu gosto.
Rimos mais um pouco e nos despedimos com um abraço. Seguimos para lados opostos e vou para casa mais relaxado.
***************************************************************************************
Narrado por Enzo.
Após meu tio ter ido embora subo para meu quarto para preparar minhas coisas para levar para o apartamento do Gabe. Sorrio. Nossa casa, nosso apê. Dormir juntinhos.
Pego minha mala (discretíssima – kkkk), minha nécessaire e desço. Gabe, Tati e meus pais conversam animados. Minha irmã já subiu e Enrico praticamente ronca no sofá.
- Estou pronto a... Gabe. – digo corando. Preciso me habituar a essa nova realidade, pois ainda fico tímido diante dos meus pais.
- Então podemos ir, amor! – Gabe diz. Fico mais vermelho ainda – Tios, obrigado por tudo nessa noite. Por tudo mesmo. – ele abraça primeiro minha mãe e depois meu pai.
- Que isso, meu querido! Fazemos isso porque amamos vocês. – minha mãe diz sorrindo – Cuide bem do meu menino. Se você fizer isso já estou mais sossegada.
- Com certeza! – meu tio fala – Soou italiano... Tenho sangue mafioso nas veias, então já viu...
- Pietro! – minha mãe bate em seu braço – Desde quando? Sua família é de agricultores.
Meu pai fica roxo de vergonha.
- Ah, amore! – ele coça a cabeça – É brincadeira!
Olho para Gabe e Tati e começamos a rir dele. Meu pai é uma figura mesmo.
- O Rico fez a mesma ameaça. – Gabe fala rindo mais ainda.
Minha mãe está séria e olhando do meu pai para Enrico adormecido no sofá. Eles estão perdidos nas mãos dela.
- Deixe esses dois comigo, Gabe! – ela se vira para mim – Tem certeza de que não querem ficar aqui hoje?
- Não, mãezinha. Obrigado.
Ela vem até mim e nos abraçamos.
- Sortudo! – sussurra sorrindo – Aproveite a noite... E esqueça sua tia. Pelo menos por hoje.
- Ok. – respondo – Quem é Vera mesmo?
Rimos.
- Boa noite, papa! – abraço meu velho – Obrigado por tudo hoje e por ser o melhor pai do mundo.
Ele ri todo bobo.
- Tudo por você, filhão! – diz – Te amo. Cuidem-se, ok?
Confirmo que sim e chamo gabe para irmos. Tati vai conosco por morar no mesmo prédio. Percebo minha prima toda calada, mesmo conversando e rindo com todos.
Durante o trajeto quase não conversamos. Gabe tem um sorriso bobo no rosto e a todo o momento me olha, pica e manda beijo.
Tati está praticamente muda, logo ela que fala mais que a boca permite.
- Amor... Você está feliz? – Gabe pergunta do nada.
Olho para ele com carinho e acaricio seu cabelo.
- Sim, eu estou muito feliz e orgulhoso de você, amor! – digo – Em todos os sentidos da palavra. Agora é arregaçar as mangas, trabalhar muito e ser feliz.
- Exatamente. – ele fala – eu estou explodindo aqui, mas o melhor de tudo é você estar comigo desde o início.
- Até o início das aulas estarei mesmo! – digo animado – Serei seu assistente.
- Obaaa... – ele ri.
- Casal mais animado para trabalhar! – Tati resolve falar.
- Somos mesmo, maninha! – Gabe responde.
- Quem te viu quem te vê, Gabe! – ela enfia a cabeça entre nossos bancos – Que eu encontre um namorado como o Eno.
- E vai, gata! – digo sincero – Você merece um homem de verdade.
- Difícil é achar esse homem, Eno. – ela suspira desanimada.
- Gata, quando você menos esperar acontece. Vai por mim. – olho pra ela sorrindo – O amor é assim, simplesmente acontece.
Chegamos ao prédio e enquanto Tati chama o elevador Gabe vem me ajudar com minhas coisas.
- Gostei do que disse a ela, amor. – ele sussurra – Obrigado.
Damos um selinho discreto.
- Mas é verdade, bebê! Não falei por obrigação e sim porque acredito nisso.
- Meninos... Vamos? – ela chama segurando a porta do elevador.
Paramos no andar em que ela mora e nos despedimos. Entramos no apê e olho as horas. Já passa da meia noite.
Guardo minhas coisas enquanto Gabe ajeita a cama. Observo-o e me pego pensando nessa nova fase da nossa vida. O que antes era “escondido”, agora está escancarado. Estou orgulhoso do meu amor por sua reação perante sua mãe e eu posicionamento em relação a nós. Pego minha nécessaire e vou para o banheiro. Quero um banho para relaxar.
Inicio meu banho com uma higiene íntima e após o término daí sim começo a relaxar no banho. Encosto minhas mãos na parede e a água escorre pelas minhas costas evitando pensar na parte chata do jantar dessa noite.
Estou tão concentrado que não percebo a porta do box abrir e Gabe me abraça por trás.
- Ei... – ele beija meu pescoço – Está tudo bem?
Não me pergunte o porquê, pois nem eu saberia o que responder, apenas senti as lágrimas escorrerem acompanhadas de um soluço.
- Eno... – Gabe me vira e me olha – Ah, amor... Não! Por favor...
Ele me abraça e eu desabo num pranto sentido. Eu sei que vocês devem estar pensando em como sou bobo por deixar me abater, mas acho que o estresse de uma boa parte do dia saía nesse choro. Gabe numa demonstração de companheirismo não diz nada, simplesmente ele pega o sabonete e me dá banho, diferente dos que já tomamos juntos. Sem malícias, sem carícias eróticas e sim um banho de cuidado, de amor. Meu homem cuida de mim como se eu fosse um bebê. Termina o banho, ele me enxuga, seca meus cabelos e me leva para a cama.
- Já volto. – ele diz depois que me acomoda entre os travesseiros e me cobre.
Ouço o chuveiro mais uma vez e o barulho somado ao calor da cama embalam meu sono. Desperto um pouco ao sentir os braços dele em torno de mim e ouço seu sussurro antes de apagar novamente.
- Eu amo você.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
“Caminho por um corredor muito limpo e branco. Há portas de ambos os lados, mas sigo em direção a uma específica. Como sei? Não sei, apenas sigo. Chego ao final do corredor e entro por uma porta à minha direita. É um quarto e percebo a presença de pessoas lá dentro. São meus pais e meus irmãos, Tati que está abraçada ao meu tio. Eles choram. E muito. No quarto há uma única cama e quando olho pra ela vejo Gabriel deitado imóvel. Meu Gabe está deitado sobre ela e suas mãos repousam sobre seu corpo.
- O quê?! – pergunto confuso.
Ninguém me olha, ninguém me vê. Todos continuam chorando. Por quê?
- Mãe... – toco- a nos ombros, mas ela não percebe meu toque – Mãe, o que está acontecendo?
Olho para Gabriel e sua imobilidade me assusta. Vou me aproximando devagar até conseguir tocar suas mãos. Estão frias, subo meu olhar e percebo que seu peito não se mexe com a respiração. Toco seu peito e não sinto seus batimentos.
- Meu Deus, alguém faça alguma coisa! – falo desesperado olhando para eles – ALGUÉM CHAME UM MÉDICO! – grito desesperado.
Abaixo e toco seu rosto.
- Gabe... Amor, fala comigo! Por favor – as lágrimas caem grossas pelo meu rosto – Não... – minha voz embarga por causa do choro e do desespero – Não brica assim comigo que eu não gosto, vida! Acorda... ACORDA, GABRIEL!!
Meu desespero aumenta quando percebo que todos choram porque ele está morto.
- Gabe... Gabe... GABEEEE, POR FAVOR!! NÃO FAZ ISSO COMIGO! – eu caio de joelhos num pranto convulsivo.
- Não, não, não... – estou em negação total.
Ouço passos, saltos quicando contra o piso. Um vulto entra no quarto e para ao meu lado. Olho para cima e vejo tia Vera. Ela tem um sorriso maldoso no rosto.
- Eu disse que vocês não ficariam juntos. – sua voz é sinistra.
- O que você fez, sua bruxa? – pergunto me levantando do chão. A fúria me inflama.
- Eu? – ela diz cínica – Eu não fiz nada, querido sobrinho! A própria vida se encarregou de castigar vocês, seus pecadores abomináveis.
- Não... Sua mentirosa! – tento agarrar seu pescoço, mas ela some e reaparece do outro lado do quarto. Como um fantasma.
- Este é seu castigo, seu pederasta! – ela diz rindo maligna – Ficar sozinho para sempre e ser infeliz!
- NÃOOO! – eu grito e vou para junto de Gabriel – ACORDA, AMOR! VOCÊ PROMETEU NÃO ME DEIXAR! POR FAVOR, GABE...
Meu choro não me deixa falar e a risada demoníaca é tudo o que ouço.
- Não! NÃO! NÃOOOO... – grito desesperado”.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
- Enzooo! – uma voz me chama com força. Gabe.
- Gabe! – eu grito.
- Calma! – ele fala me abraçando. Estou tremendo – Shiii... Calma, bebê! Foi só um pesadelo.
Ele me conforta abraçando e acariciando meus cabelos. Choro novamente em seus braços por um tempo até conseguir me acalmar de vez e me afastar. Olho para ele e seus olhos estão úmidos. Ele também chorou.
- Quer conversar? – ele pergunta suavemente afastando as últimas lágrimas do meu rosto.
- Eu tive um pesadelo horrível... – disse com voz rouca – Sonhei que você estava numa cama de hospital e não se mexia... – respiro fundo – Eu... Eu acho que você estava morto.
Ele me abraça forte.
- Nada vai acontecer! – ele diz – Nem comigo e nem com você. Foi só um sonho ruim... Já passou, amor.
- Sua mãe estava no sonho. – digo – E ela dizia que era um castigo por eu ser gay. – e choro novamente. Aquela filha da puta conseguiu me desestabilizar.
- Ah, vida! Não... Por favor! – ele diz me embalando nos braços – Não é pecado o que sentimos e vivemos, Eno. É amor na sua forma mais pura e simples.
Eu me afasto dele e saio da cama indo até a janela que está com uma pequena fresta aberta por onde consigo enxergar lá fora. Está amanhecendo em SP e o céu está avermelhado. Mais um dia de verão (nossa estação favorita), pois foi nela que iniciamos nosso namoro, foi no verão que tive certeza da minha orientação e foi no verão que me apaixonei por Gabe.
Sinto Gabe atrás de mim e segundos depois seu corpo cola no meu e seu braço envolve minha cintura.
- Gabe...
- Sim? – ele beija meu ombro.
- Promete que nada vai nos separar? Nem nada nem ninguém? – pergunto.
Sinto sua respiração na minha nuca e ele aperta seu corpo no meu. Seu pau está duro.
- Eu prometo, amor. – ele diz e me vira. Ficamos de testa colada e olhos nos olhos – Onde quer que eu me encontre, em qualquer lugar que eu esteja. Eu sempre vou voltar pra você, Enzo. Sempre. É uma promessa.
Dou um beijo nele.
- Faça amor comigo. – e desço minha mão até seu pau – Aqui e agora.
Ele me beija com intensidade e suas mãos percorrem meu corpo enquanto a minha mão continua a masturbá-lo. Giro nossos corpos encostando o dele na janela. Com um sorriso safado inicio meus beijos em seu corpo, primeiro seu pescoço e orelha descendo até seus mamilos dando extrema atenção e carinho e finalmente uma mordida.
- Aaahhh... – Gabe geme alto – Meu puto gostoso!
Satisfeito continua minha exploração por todo seu abdômen até chegar ao seu pau. Meu Gabe adora uma pegada mais forte, então coloco tudo de uma vez fazendo um vácuo com minha boca sugando ele todo até engasgar.
- Caralhooo... – ele fala e pega minha cabeça – Mais amor... Chupa ele todo.
Chupo todo seu pau até chegar a cabeça deixando-a bem molhada e vermelha, minha saliva se mistura com seu pré gozo deixando ele mais babado ainda. Passo bons minutos chupando seu pau me deliciando como se fosse o picolé mais delicioso do mundo.
- Paraaa... Por favor. – ele implora – Quero gozar dentro de você... Aaahhh...
Dou uma última chupada e me levanto. Abro a janela e a luz matinal já entra por ela. Apoio meu corpo sobre o parapeito e empino minha bunda para ele.
- Vem, meu loirão... – chamo olhando em seus olhos e estes me devoram.
Gabe se aproxima e me abraça por trás beijando minha nuca.
- Vou te comer gostoso, Eno... – ele diz com voz rouca de desejo.
Não falo nada, apenas empino mais minha bunda para sentir seu pau roçando-a. Gabe desce com beijos pelas minhas costas. Eu observo a rua e os prédios em volta. Noto um rapaz numa janela tomando o que acho ser café. Ele me olha e sorri. Nesse momento Gabe está afastando minhas nádegas e passando a língua por todo meu rego.
- Nossaaa... – solto um gemido – Delícia de língua!
- Nossaaa... Delícia de cú! – ele me imita e cai de boca nele com a língua me fazendo ir a lua.
Fecho os olhos por um instante e aprecio com prazer o que esta língua em too meu corpo. Ao abrir os olhos percebo que um rapaz me olha com curiosidade. Ele é alto, moreno, cabeça raspada e tem o braço tatuado. Sorrio para ele. Será que ele sabe o que está rolando? Só de imaginar meu pau fica ainda mais duro e de repente sinto uma necessidade de ser visto fazendo amor com meu Gabe.
- Amor... – chamo – Vem... Quero você agora... Aaahhh –mais uma linguada – Vem me comer, Gabe...
Ele se levanta e se posiciona atrás de mim me penetrando devagar. O sol bate em meu rosto quando ele me puxa para beija-lo.
- Lindo... – ele diz me admirando. Quando ele finalmente está todo dentro de mim fala – Meu Eno...
E começa a estocar devagar. Ao contrário dele, eu gosto de sexo mais romântico, mas bem erótico. Sua mão direita está em meu peito enquanto a esquerda desce até meu pau e começa a masturba-lo. Em nenhum momento ele olha pela janela e não sabe que estamos sendo observados. Delícia, meu tesão vai a mil e começo a jogar meu quadril contra seu pau e a falar besteiras.
- Come seu putinho vai... Assimmm... Mete gostoso... Mmmm... Fode, Gabe! Fode gostoso...
Ao ouvir isso ele aumenta as estocadas e o atrito do nosso corpo produz um barulho delicioso.
Olho para o rapaz e ele está se masturbando. Que safado. Ele gosta da fruta. Mordo meus lábios olhando para ele e com certeza minha expressão de prazer faz com que ele acelere os movimentos. Resolvo puxar Gabe até ele encostar a cabeça em meus ombros.
- Fode amor... Quero gozar! – digo safado. Ele urra e acelera a metida e nossos gemidos se tornam intensos. Suamos e nossos corpos estão colados.
- Goza apertando esse cuzinho no meu pau, amor! – ele pede gemendo.
- Solta meu pau então, Gabe... – peço. Não gosto de gozar assim – Vem... Aaahhh... Gostoso...
Gozo minutos após ele parar de me tocar e com a pressão do cú em seu pau ele me enche de porra urrando feito um urso. Meu ursão loiro. Olho e o rapaz continua nos observando, mas tenho certeza de que ele gozou. Dou uma piscada com um sorriso safado e me afasto da janela levando Gabe junto para o banheiro. Se vou contar? Melhor não... Por enquanto.
Boa noite a todos.
Segue mais um capítulo pra vocês! Desculpem por não postar antes, mas os dias andam corridos e tenho que aproveitar as folgas.
Abraços, beijos e cheiros a todos.
D.