- Foi bom pra você também? - perguntou, bastante sem jeito Jorge, enquanto tentava se recompor.
Andrielly não conseguiu responder. Estava atordoada, não só por a recém ter chegado ao orgasmo, mas, sobretudo, por ter feito o rapaz gozar. Sentiu sua mão tomada daquele sêmen pegajoso e quente e percebeu que havia se passado um pouco naquilo tudo, só não sabia se aquele se passar se dava pelo que havia feito ou se mesmo pelo local inapropriado que fizera.
- Ahn... não sei o que você está falando, Jorge. - tentou disfarçar ela, não querendo que ele soubesse que ela havia gozado também.
- Olha... me desculpe por isso... - lamentou-se Jorge pelo ocorrido. - eu... acabei me deixando levar demais pelo momento...
Andrielly sentiu que precisava dar alguma resposta reconfortante, afinal ela havia masturbado ele:
- Acontece... também acabei me passando... eu quem devo me desculpar...
- Ah, mas não precisa se desculpar mesmo... desculpe a indelicadeza e se isso pode soar ofensivo ou grosso, mas nunca havia recebido uma... massagem assim, tão gostosa... na vida.
Mauro não pôde deixar de rir. Ele sabia como fazer aquilo. Nunca tinha feito em outra pessoa, mas sabia bem como proceder naquela situação por conhecimento próprio de causa.
- Ah... sorte de principiante... arriscou.
Jorge fingiu acreditar; não havia como alguém fazer aquilo com tanta destreza sem muita prática, pensou. Andrielly não queria isso, mas percebeu que sua agilidade na coisa dava a Jorge a clara impressão a ele de que ela era profissional na coisa. Uma 'puta', precisamente, pensou.
- Vou ao banheiro... - falou ela, sem jeito, levantando-se e indo.
- Er... vou também...
Foram indo juntos, porém ela ia um pouco a frente. Era visível que ambos estavam extremamente constrangidos.
- Andrielly...
- Oi?
- Esse é o banheiro masculino...
Andrielly, completamente absorta, estava já quase adentrando no banheiro dos homens. Chegou quase a achar graça daquilo, afinal estava indo no banheiro certo de certa forma.
- Ah... ops... não tinha percebido.
Jorge riu.
Andrielly entrou no banheiro e logo foi até a pia, lavar as mãos. Sua mão direita tomada pelo gozo dele até o antebraço quase.
- Jesus... eu devo ser muito boa nisso... - riu-se sozinha, já um pouco menos atordoada.
Lembrou-se então que tinha mais sêmen por limpar, porém dessa vez dentro de sua calcinha. Sua não, de Bárbara.
- Duas calcinhas arruinadas em algumas horas de festa. - pensou, com certa ironia.
Se deu conta de que, ao contrário da amiga, não poderia se dar ao luxo de ficar sem calcinha, então foi até o box e a tirou. Deu uma olhada e percebeu que o estrago não havia sido assim tão grande, afinal, era o seu segundo orgasmo em poucas horas, logo havia menos por ejacular.
Espiou pela fresta e viu que o banheiro estava vazio, então correu até a pia e lavou a calcinha com sabão líquido. Após a lavagem, deu uma leve secada no secador de mãos - apreensiva, pois não queria que outras meninas a vissem secando a calcinha ali. Alguns segundo ali, voltou ao box e a colocou: estava úmida, mas plenamente 'usável'. Respirou e conseguiu então ficar um pouco mais relaxada.
Estava prestes a sair, quando lembrou do batom. Olhou-se no espelho e viu que, milagrosamente, apesar de toda aquela beijação, não estava borrada. O batom havia saído um pouco, parecia meio esfarelo nos lábios, mas ao menos não estava com o rosto tomado de lilás. Lembrou então que deveria retocá-lo, porém lembrou que o batom estava com Bárbara. Abriu a bolsa e viu que a amiga tinha colocado dois batons nela: aquele bem rosa, de quando havia ido para a festa, e um outro, também da MAC.
- Ruby Woo... - leu baixinho, olhando a parte de trás do batom, onde diz o nome.
Abriu, girou e conferiu a cor: era vermelho.
Batom vermelho, pensou. Ele nunca havia passado batom vermelho. Era meio idiota pensar em ter tal pudor em vista de todos os acontecimentos da noite, mas não pode deixar de sentir um certo friozinho gostoso na barriga em pensar em passar aquele batom vermelho. Sempre teve fetiches por mulher de batom vermelho: agora era ele quem iria usar.
Ficou então em frente ao espelho e começou a passar. Sestrosa, primeiro passou em cima, com todo o cuidado, pois sabia que o batom vermelho é quase uma faca de dois gumes: bem passado fica um arraso; mal passado, um horror. Fez toda a voltinha do lábio superior, com calma, para então passar em baixo, já sem tanto medo. O batom era seco, precisava ser passado diversas vezes.
- Matte. - pensou alto, se achando sabida. - Que bom... - completou, safada, sabendo que aquilo era boa coisa pra quem beija muito.
Uma última conferida no espelho, aquele delicado pressionar de lábios para dar uniformidade e ela estava pronta. Conferiu o restante da maquiagem e não teve como não ficar admirada: estava linda mesmo. E a maquiagem continuava ótima, perfeita. Guardou o batom, mais uma conferida básica no espelho ('gostosa', pensou consigo), um beijo para o espelho e para si mesma e partiu, voltando para a festa.
Voltou para o lounge para encontrar Jorge, porém sem sucesso. Deu mais uma olhada a volta, tentou voltar até a entrada do banheiro, mas nada dele.
- Estou livre, linda, leve e solta... doida pra beijar na boca...
Era a música tocando no salão. Pabblo Vittar. Andrielly não pôde deixar de achar graça da situação. Estava montadíssima - e linda - como Pabblo, mas estaria agora também livre, leve e solta? Era óbvio que havia gostado e muito do amasso com Jorge: o rapaz era um amor (além de lindo, claro), mas será que ela não queria mais, afinal, era Carnaval?! Quando homem no Carnaval ele não queria 'passar o rodo'? Pegar geral? Por que agora enquanto mulher deveria agir diferente? Mais uma última procurada panorâmica pelo 'marido' no salão sem muita vontade de encontrá-lo, seguida de uma leve dada de ombros, tipo 'eu tentei', seguido finalmente do pensamento que admitia para si 'quem não dá assistência, perde pra concorrência'.
Riu e se foi salão adentro.
Linda, livre, leve e solta.
Doida pra beijar na boca.
FIM
OBSERVAÇÕES:
- Deixei o final em aberto para que todas vocês, amigas, possam complementar a história com a imaginação de vocês. Pensei até em seguir mais, mas achei que esse seria um final bacana para ela: linda e feliz, faceira em pleno Carnaval. Agradeço de coração às amigas Lyandra, Celly, Suellen e Larissa (desculpem se esqueci de alguém) pelos reiterados elogios: espero que a história tenha sido tão boa para vocês quanto foi para mim. Gostaria que minhas histórias tivessem mais comentários e leituras, mas enfim, sei que muita gente aqui apenas passa para leitura e prefere não logar e se identificar (como eu fiz durante muito tempo até tomar coragem e escrever).
- Assim como escrevi com muito carinho e esmero, torço para que algumas das amigas citadas - ou outras que por ventura estejam me lendo agora - possam contribuir aqui no site com suas histórias. Assim como vocês, amo um continho de feminização e ficaria extremamente feliz se encorajasse alguém aqui a contribuir em retribuição, afinal todo mundo gosta de um continho bem gostoso, não é?
- Pretendo escrever outra história em breve, por isso fica aqui a sugestão de vocês darem ideias nos comentários para que possamos, quem sabe, pensar alguma coisa bem legal para um próximo conto, que tal?
- Um beijo (com batom mate bem passado) no coração de cada uma de vocês, sua lindas.