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De manhã, o sol teimava em entrar pela janela. Fechei rapidamente as percianas e fui tomar uma ducha.
Ouvindo o barulho do chuveiro, fui despertado de meus devaneios pelo Ricardo.
Ele estava todo animado. Entrou comigo no banho e me arrebatou em seus braços. Comecei a rir. Quase escorregamos.
Ele disse que me daria uma carona e perguntei onde iria tão cedo.
ㅡ marquei de ver meus irmãos. A Sabrina já ligou me cobrando.
ㅡ e porque não vieram te ver?
ㅡ estavam viajando. Meus irmãos são sócios no escritório de advocacia. Vou aproveitar essas férias que estou dando a mim mesmo pra bater um papo com meus irmãos. Marcamos de nos vermos em um Café perto do escritório.
ㅡ entendi. E quando vai iniciar seu projeto em Santo Amaro?
ㅡ ano que vem. Provavelmente depois que você se formar. Ainda estou pensando e decidindo o quê fazer e como fazer. Preciso relaxar a cabeça. Entrar em contato com amigos e ter uma conversa com meu pai.
ㅡ de qualquer forma, se precisar de ajuda em alguma coisa, estou aqui.
ㅡ tem mais alguma qualidade que eu desconheço, além de prestativo, gentil, sedutor, lindo de morrer e inteligentíssimo?
ㅡ sei não! Mas não é difícil ser gentil contigo. Você sempre me tratou como um príncipe. Só estou retribuindo de forma igual. ㅡ ele passou shampoo no meu cabelo que estava maior e me deu um beijo. Meu coração parecia gritar em desespero. Eu precisava botar pra fora tudo que eu sentia e que durante nove anos, mantive aprisionado em meu peito.
ㅡ você está daquele jeito de novo. ㅡ ele disse e percebi que me encarava com um sorriso encantador.
ㅡ quê jeito, meu Cado? Apaixonado?
ㅡ rsrs, deve ser. Pronto, já te dei banho. Está cheiroso e muito bonito com o cabelo mais comprido. Sei que da trabalho, mas se você for cortar, pode ser depois que se formar? Quero uma foto contigo assim. ㅡ
ㅡ pedindo assim, com tanto carinho, só vou cortar as pontas. Gosto de como está, também! E gosto quando você me deita nesse seu peito e fica brincando com meus cachos.
ㅡ é bom, não é?
ㅡ é bom demais!
Terminamos o banho e me troquei rapidamente.
O campus não ficava longe, eu ia à pé tranquilamente e voltava, todos os dias, mas o Ricardo insistiu em me levar e ele estava tão feliz que aceitei a carona.
Assim que cheguei, fui cobrado pelo meu orientador à ultima parte que estava faltando do meu TCC e expliquei o problema com meu notebook, mas sei que não fiz por pura preguiça. Eu tinha o notebook do Cado.
ㅡ Lipo, tenho um amigo que é fera em consertar essas coisas, vou te passar o telefone e você leva pra ver se dá jeito.
ㅡ vou levar, valeu.
ㅡ sem problemas. Só não deixa pra última hora. Ainda temos que marcar o dia da apresentação.
ㅡ pode deixar. Te entrego ainda essa semana.
Ainda tive a sorte do cara ter sido bacana comigo e relevado.
Fui pra aula, peguei resultado de alguns trabalhos e ajudei alguns colegas com dificuldades em Bioclimatologia.
No intervalo o pessoal me convidou pra uma festa e meio que sem jeito de dizer "não" mais uma vez, perguntei se poderia levar uma pessoa.
Sempre muito brincalhões, disseram que eu não estava mais farreando porque estava namorando. Nem dei muita bola, mas pegaram no meu pé o tempo todo.
Assim que acabou a aula, saí com o pessoal e antes de eu me despedir da galera, ouvi o Adriano perguntar quem era o cara no Jeep que estava estacionado na frente do portão.
Era o Ricardo. Ascenei dizendo que não demoraria e confirmei presença na festinha.
Me despedindo, fui em direção ao Cado que me esperava pacientemente e com um puta sorriso.
Meio sem jeito, ele veio até mim e me deu um beijo no rosto. Fiquei impressionado vendo-o tão tímido.
ㅡ já me deu beijos melhores. Beija teu homem direito, cara!
ㅡ mas estão todos te olhando!
ㅡ são meus amigos e alí tem de tudo um pouco. Cada um deles é uma letrinha do nosso mundinho LGBT. Fica tranquilo.
ㅡ então vem aqui!
Me pegou pela cintura e invadiu minha boca com vontade. Gostei da pegada e perguntei o quê ele estava fazendo alí.
ㅡ vim te sequestrar pra almoçar comigo. Topa?
ㅡ claro! Está afim de ir em uma festa comigo hoje à noite?
ㅡ hoje? Quem dá uma festa em plena segundo-feira?
ㅡ aquela galera alí! ㅡ apontei o pessoal e eles estavam todos curiosos.
ㅡ porra! Só tem gente bonita e jovem. Vou me sentir um tiozão!
ㅡ kkkkk, ai Cado! Pare! Você é mais gato que qualquer um deles.
ㅡ obrigado! Vou contigo. Não posso te perder de vista. Um homem assim como você, bonito, inteligente e que fode gostoso pra caralho, não se acha tão fácil.
ㅡ kkkkkk, que exagerado. Mas eu te fodi gostoso?
ㅡ demais! Vontade de ir pra casa contigo, agora!
ㅡ ah, seu safado...olha aqui como me deixou? E já estou sentindo melar minha boxer!
ㅡ deixa de ser tarado, garoto!
ㅡ porra! Você me deixa duro com um beijo desses e ainda me chama de tarado? Kkk
Me levou em um restaurante bacana perto da fábrica e no caminho, desabotoei meu jeans e coloquei minha pica pra fora. Ele dirigia e me masturbava devagar, quase gozei o vendo com tesão em mim.
Ele parou o carro em frente o restautante e antes de descer, pedi que esperasse.
ㅡ o quê foi, Lipinho?
ㅡ mama minha pica pra limpar esse melado?!
ㅡ agora?
ㅡ claro! Vai! Bem rapidinho!
ㅡ não vou te chupar na frente de um restaurante.
ㅡ Cado, só se vive uma vez, man! Se abaixa e limpa minha pica. Você deixou ela assim. Você está gato demais nesse social que te deixa mais sério ainda. Fico fissurado quando te vejo assim...
ㅡ ai,ai! Caralho! Mania de me passar na lábia só com um simples elogio. Não acredito que vou fazer isso.
E ele fez! Se abaixou e engoliu toda minha pica.
Segurei sua cabeça e pedi que sugasse devagar.
ㅡ isso...meu gostoso! Delícia de boca, Cadão!
ㅡ não me chama de Cadão que fico doido! Kkkk
ㅡ kkkk gosta, né? Vem aqui, quero te dar um beijo.
Eu não queria gozar. Só queria uma brincadeira rápida. Lhe dei um beijo na boca e vimos um estacionamento na lateral.
Estacionamos e pediu uma mesa bem reservada.
Não havia ninguém onde estávamos e, me olhando com cumplicidade, pediu o melhor vinho da casa ao maitre.
Nos sentamos, fizemos os pedidos e ele segurou minha mão. Me senti protegido, mas ainda com medo de dizer que o amava.
Eu não queria as palavras saindo da minha boca sem a certeza de que ele sentia o mesmo por mim.
Enquanto esperávamos, conversamos sobre os dias que ficamos na fazenda e na possibilidade de passarmos o Ano Novo sem nossas famílias; só nós dois.
Ele me pediu licença e foi até o banheiro.
Fiquei pensativo sobre a possibilidade de me assumir pro meu pai o mais rápido possível.
Eu tinha plena noção da decisão que eu havia tomado naquele instante e me fez ter a clareza de que independente da aceitação ou não de meu pai, eu continuaria sendo o cara gay de sempre e isso nunca mudaria.
Resolvi conversar com o Cado sobre minha decisão e quando ele retornou, pedi que me ouvisse.
ㅡ pelo seu jeito, o assunto é sério! ㅡ ele disse e sorri tentando mostrar que apesar de tudo, eu estava bem.
ㅡ Cado, estou pensando em ter
aquela conversa com meu pai depois da colação de grau. Vou dizer que sou gay, que estamos namorando, claro, se você me permitir e, com sorte, ele me abraça dizendo que me ama do jeito que eu sou. O que você acha?
ㅡ eu pensei que esperaria até voltarmos pra fazenda.
ㅡ nem sei se vou pra lá. Talvez eu fique em Santo Amaro. Não quero ficar tão longe da minha mãe, entende?
ㅡ entendo. Eu andei vendo uns imóveis esses dias e achei uns apartamentos bem interessantes. Se quiser, posso ver pra você.
ㅡ eu quero, se puder me ajudar, te agradeço.
ㅡ já te disse que estou contigo. Daremos um jeito. Meu pai chega amanhã e você vai ter controle do dinheiro que minha mãe te deixou. Vai conseguir alugar um Ap maneiro e bem localizado em Santo Amaro com o aluguel daqui.
ㅡ já pensei nisso. Meu pai vai pirar quando eu contar que não quero mais ficar na Riacho Doce.
ㅡ quero que faça o quê seu coração mandar, Fillipo.
ㅡ ah, Cado... estou cansado de viver me escondendo do meu pai e inventado desculpas todas às vezes que ele me pergunta se estou namorando...isso cansa.
ㅡ você tem a mim, sua mãe e meu pai te adora. Sei que quer o apoio de seu pai, mas nunca estará sozinho. Vou servir um pouco de vinho pra você relaxar.
ㅡ eu não posso beber muito, daqui a pouco tenho que estagiar. Último dia, nem acredito.
ㅡ e temos a festa à noite. Vai ser bom sair um pouco.
Ele se inclinou e me deu um selinho. Sempre carinhoso e me agradando. Almoçamos e tomamos um bom vinho. Pena eu não poder ficar em casa com ele. Minha sensação era de estar flutuando em lindas nuvens; com a esperança de que pelo menos, meu pai não deixasse de falar comigo. Eu iria entender se ele me falasse: olha, não aceito que divida cama com outro homem, mas eu te amo e te respeito.
Não me custava nada sonhar.
Depois do expediente, o Cado passou na fábrica e fomos direto pro apartamento. Ele já estava arrumado, bonito, cheiroso e muito lindo em um jeans que marcava sua bunda. O vi caminhando na minha frente até a suíte e pegou uma toalha me entregando.
ㅡ man, vou te foder antes de saírmos! ㅡ disse e ele começou a rir.
ㅡ mas Lipo, acabei de me arrumar. Kkkk
ㅡ por isso mesmo vou trepar contigo. Está um puta tesão nesse jeans. Olha essa bunda de macho?! Vou meter um pouquinho nela.
ㅡ caralho, se eu soubesse que você era assim, teria voltado antes kkkkk.
ㅡ me espera na cama!
Não achei graça no que ele disse, não na frente dele, mas entrei no banheiro rindo e eu sabia que ele estava gostando.
Tomei uma ducha relaxante e quando voltei pro quarto, ele estava de quatro me esperando.
Encapei minha pica, passei lubrificante no rabo dele e entrei sem dó.
Ele urrou, mas me olhou com uma cara de tesão que quase me fez gozar, mas me segurei.
Caí por cima dele, mordi seus ombros, lambi sua orelha e ele segurou forte minha mão embaixo do seu peito.
ㅡ clichê se eu te disser que nenhum outro homem me faz sentir tanto tesão quanto você me faz? ㅡ ele disse e me derreti todinho.
ㅡ muito clichê, meu amor! Mas é uma delícia saber que te causo esse tesão todo.
ㅡ porra...você fode tão gostoso, nem dá vontade de sair dessa pica, mas pensei que iria gozar.
ㅡ gozar é bom pra caralho, mas não é tudo, Cado. Adoro quando me deixa excitado e só fazemos carinho um no outro. Gosto de curtir bons momentos e não precisamos gozar em todos eles.
ㅡ gosto do modo como pensa. Vamos? Ou vamos chegar atrasados.
ㅡ vamos, mas está tão bom ficar assim contigo. Kkkk
ㅡ levanta, preguiçoso!
Ele se vestiu novamente e fomos à festa na casa do meu amigo.
Chegamos e a galera estava em peso. O Adriano havia reservado o salão de festas do condomínio.
Apresentei o Ricardo pro pessoal e como só estava os mais íntimos, sacaram na hora que estávamos namorando e as meninas vieram me perguntar onde eu havia encontrado o "pedaço de mal caminho".
Contei parte da estória e ficaram doidas quando souberam que o Cado era filho do dono da fazenda onde me criei.
Não foi difícil pro Ricardo se enturmar. Ele sempre foi muito simpático e um homem atencioso. Fiquei feliz em vê-lo animado.
Ele ria, me abraçava e me cobria de beijos de um jeito apaixonante e despreocupado, afinal, estávamos entre amigos e em casa.
Foi uma noite muito agradável e gostosa. Bebi horrores e o Cado não estava menos bêbado do que eu.
Não acreditei quando me chamou pra dançar. Estava soltinho como uma pena e me olhava daquele jeito carinhoso e sincero.
Já passava das três da manhã e tive plena noção do estado que nos encontrávamos. Sem condições de dirigir, pedi se poderíamos deixar o carro em uma das vagas do pai do Adriano.
ㅡ vão tranquilos, Lipinho. Amanhã você pega o carro. Já deixo avisado na portaria.
ㅡ valeu! Agora preciso de um guincho pra me ajudar a levar o Cado. Não vou dar conta dele sozinho.
ㅡ caralho, moleque! Nunca te vi tão feliz!
ㅡ estou feliz, né? Acho que nunca me senti assim com ninguém. Bom...cadê o Cado?
Rimos quando o Ricardo saiu do banheiro e me chamou. Perguntei se ele estava bem e me encarando, disse:
ㅡ estou, mas quero ir embora. Você está me levando pro mal caminho!
ㅡ kkkkk, bebeu porque quis!
ㅡ bebi porque...é! Porque quis! Não me obrigou nem nada...mas oh?! Presta atenção! Está prestando atenção, Fillipo? ㅡ ele estava enrolando a língua e eu ria da forma que ele tentava explicar o porre que havia tomado.
ㅡ estou! Pode falar! Kkkk
ㅡ bebi porque você me faz feliz! Só que foi a última vez! Nem tente me conquistar de novo com esses olhos de mar...são lindos, nossa!
ㅡ minha nossa! Que homem mais galanteador que eu fui arrumar! Vou te levar pra casa e te por dormir, isso sim! Kkkk
ㅡ por favor...me leva mesmo!
Nos despedimos de todos e chamei um táxi.
Passei o endereço pro motorista que foi tentando durante todo o trajeto, não olhar pra trás por causa do nosso namorico pra lá de inocente.
Estávamos apenas trocando carinhos e às vezes o Cado me dava um selinho. Nada além disso, mas o cara estava curioso e o flagrei várias vezes olhando o retrovisor.
Chegamos e o Ricardo não encontrava a própria carteira no bolso. Meti a mão nos bolsos dele e o filho da mãe só fazia rir.
ㅡ opa...opa...aí é minha pica, amor!
ㅡ kkkkkkk, está aqui...achei!
ㅡ tem dinheiro?
ㅡ tem!
Paguei o taxista que agradeceu pela corrida. Sacou o cartão do bolso me entregando e disse:
ㅡ quando precisar, pode me ligar! Vocês formam um casal muito bonito, heim? E pelo que notei, o cara alí te curte pra caramba.
ㅡ é, acho que ele me curte. Valeu, mesmo! ㅡ ele se foi e notei que havia perdido o Ricardo de novo.
Procurei pelo meu homem e o vi sentado no canteiro de flores em frente o prédio. Me sentei ao seu lado e passei meu braço por detrás de suas costas e o levantei.
Nos apoiamos um no outro e entramos no elevador cantarolando uma canção que inventamos de momento.
Abri a porta do apartamento e mirei o sofá. Deitei com ele alí mesmo e me puxou, me fazendo cair por cima dele.
ㅡ não sabia que você enchia a cara desse jeito. ㅡ ele disse e caí na gargalhada.
ㅡ kkkkkk, mas eu não encho a cara nunca. Me animei por estar contigo, também!
ㅡ caramba, até bêbado você continua um tesão.
ㅡ te digo o mesmo, meu gostoso!
ㅡ está afim?
ㅡ claro!
Eu nem sei de onde tirei forças para terminar a noite com ele em um 69, mas foi tão bom que ficamos pela sala. Fiz o sofá virar uma cama e nos deliciamos um com o outro.
Acordei com uma terrível dor de cabeça e uma sensação estranha. Abri meus olhos devagar e vi meio que embaçado, seu Otaviano cochilando em uma poltrona no canto da sala. Já passava das dez e vi que havia perdido a aula.
Senti uma manta sobre nós e, claro, meu sogro havia nos coberto quando chegou. A situação era pra lá de constrangedora e, talvez, engraçada, mas eu não sabia onde enfiar minha cara. Me lembro de ter pego no sono completamente nú sobre o Cado que também estava sem roupa alguma. A cena era pra lá de erótica. Eu, de bunda de fora e com as pernas sobre o Cado que estava com meu cassete na sua mão.
Fui despertando meio que sem jeito de me levantar, mas eu precisava ir ao banheiro; estava de pau duro por conta da ereção matinal. Minha cueca estava sobre o encosto do sofá, a peguei e vesti rapidamente.
Passei pelo meu sogro só de boxer e na ponta dos pés.
Esvaziei a bexiga, me vesti, fiz minha higiêne e fui até a sala acordar o Ricardo que já estava sentado com a manta entre as pernas no maior papo com o pai dele.
Dei um bom dia pra lá de sem graça e fui recolhendo as roupas espalhadas pelo chão. Sem muita vergonha, meu homem se levantou e pegando sua cueca que jazia ao seu lado, a vestiu e passou por mim me dando um beijo na boca.
ㅡ relaxa, meu amor! ㅡ ele disse no meu ouvido e sorri.
Levei as roupas pro quarto e perguntei como que o pai dele havia entrado.
ㅡ ele disse que o porteiro ligou, mas como não ouvimos o interfone e sabendo que estávamos aqui, ele perguntou pro meu pai se ele não queria subir. Eles ficaram preocupados. Meu pai tem a cópia da chave. A outra cópia está com você. Ele subiu pra ver se não estávamos mortos, mas só nos viu dormindo pelados no sofá da sala como dois bons amantes e apaixonados.
ㅡ rsrs...está apaixonado por mim? ㅡ disse e ele me abraçou.
ㅡ rsrs, estou! Acho que sempre fui e não queria aceitar. Desde que a Yoiô se foi e ficamos mais próximos, sinto que uma sementinha começou a crescer no meu coração.
ㅡ oh meu Cadão, você me deixa tão feliz dizendo isso. Até me esqueci que meu sogro acabou de me ver com a bunda de fora e com minha pica na sua mão. E ainda teve a delicadeza de nos cobrir. Que fofo!
ㅡ ele é demais! Você vai precisar faltar a aula hoje.
ㅡ já estou atrasado, mesmo. Vamos resolver os papeis do apartamento?
ㅡ vamos sim. E vamos tranferir o dinheiro pra uma conta no seu nome.
ㅡ jura que não sabia de nada?
ㅡ juro. Só me lembro de minha mãe dizendo antes de partir, que você foi a pessoa mais especial que ela conheceu e que se...kkkkk ai meu Deus!
ㅡ o quê foi? Fala!
ㅡ e que se você fosse gay, ficaria feliz se eu me interessasse por você. Kkkkk
ㅡ ahh, está de brincadeira?!
ㅡ não estou. Eu ainda brinquei dizendo que ia dar um jeito de descobrir e começamos a rir. Só que mudamos de assunto.
ㅡ caramba, vocês conspiravam pelas minhas costas e, eu, quietinho na minha.
ㅡ bobo! Ela sabia dos teus sentimentos por mim...vai que ela queria dar uma mãozinha. Sabe? Ela conseguiu!
Ele me pegou pela mão e fui até a cozinha passar o café.
Eu tinha acabado de colocar a água esquentar e de repente, seu Otaviano entrou perguntando onde o Ricardo estava.
ㅡ ele desceu pra comprar pão. ㅡ disse sem encarar seus olhos e ele se sentou à mesa.
ㅡ preciso que pegue todos os seus documetos pra levar no cartório. Tenho que voltar pra fazenda ainda hoje. Vamos agilizar tudo que pudermos. Vou fazer um saque pra você não ficar sem dinheiro.
ㅡ sim senhor! Se puder tirar um valor considerável pra eu comprar outro notebook, agradeço. Acho que o meu não tem mais conserto. É aquele que o senhor trouxe dos Estados Unidos quando fiz dezoito anos. Presente do Cadão! Quer dizer... ㅡ fiquei envergonhado pela forma que chamei o Cado e ele me sorriu.
ㅡ Fillipo? Está com vergonha de quê, filho?
ㅡ é que estou envergonhado pela forma que o senhor nos viu quando chegou. Me desculpa toda aquela situação?!
ㅡ que situação? Dormindo? As pessoas dormem. Acha que fiquei abalado em chegar e ver meu filho nos braços do namorado? Que pra minha alegria, é você! E só subi porque o porteiro disse que vocês entraram meio alterados de madrugada e não viu vocês saírem. Ele interfonou e vocês não atenderam. Fiquei preocupado. Mas fiquei aliviado quando os vi bem.
ㅡ fomos em uma festa ontem e passamos um pouco dos limites, mas voltamos de taxi...
ㅡ fizeram muito bem...
ㅡ patrão...
ㅡ eita...me chama de qualquer coisa, menos de patrão.
ㅡ bom, de qualquer forma...muito obrigado por tudo.
ㅡ vem aqui, Fillipo...
Ele se levantou e me abraçou. Me levantou do chão e brincou comigo.
ㅡ quem diria que vocês dois um dia, iriam namorar? Eu fico muito feliz.
ㅡ meu pai é que não vai ficar nada feliz com tudo isso. Ainda mais sendo o Ricardo e pela diferença de idade. Eu tenho medo, seu Otaviano.
ㅡ de seu pai cuido eu. Por isso antecipei o pedido da Yoiô e sei que ela entende o que eu fiz. Temi seu pai sumir com o documento de doação do apartamento por pura ignorância. E refazer a papelada seria um transtorno, já que esses são os originais.
Ouvi a porta da sala abrindo e o Cado trazia uma duas sacolas. Fui ajudá-lo e arrumei a mesa pra tomarmos café.
Fomos de taxi até o condomínio do meu amigo pegar o carro e, em seguida, fomos direto para o cartório e depois pro banco. Abrimos uma conta em meu nome e era só esperar o cartão chegar.
Conversando com o Cado, me disse que o apartamento alugado me dava uma renda suficientemente boa pra eu me bancar tranquilamente em um bom apartamento em Santo Amaro.
Quase engasguei com o valor mensal de locação e comecei a somar de cabeça quanto havia recebido nos últimos cinco anos. Era uma boa quantia e ainda tinha a poupança que a Yoiô também havia me deixado; mais o valor do apartamento que eu nem imaginava quanto seria.
Eu estava esperando o gerente do banco voltar pra eu assinar o último documento que faltava e fiquei imerso em meus pensamentos. Agradeci a Yoiô em meus pensamentos e uma lágrima escorreu de meus olhos.
Me vendo tão distante e emocionado, percebi que o Ricardo se sentou ao meu lado e segurou minha mão.
ㅡ você está bem, Lipo?
ㅡ estou...de ressaca, mas estou bem!
ㅡ tem certeza?
ㅡ sim, amor. É que a ficha não caiu ainda. Nunca imaginei que sua mãe me daria algo desse tamanho.
ㅡ ela te tratava como um filho caçula e te amava. Então fez o que achou justo. Você foi o único de nós três que ficou ao lado dela o tempo todo, Lipo. O único que sentiu realmente suas dores. Eu estava longe, meus irmãos mesmo estando perto só a via quando podiam. Ela só queria garantir seu futuro.
ㅡ que maravilhosa! Nem sei o quê fazer com tudo isso. Minha nossa!
ㅡ vai se acostumar com o tempo. Ah, não se esqueça que você está sem notebook e precisa terminar seu TCC. Eu prometo não te incomodar pra você terminar isso logo.
ㅡ ah, poxa...nem deveria ter me lembrado. eu aqui, todo feliz, pensando que chegaria em casa e tiraria uma soneca...droga. Magoei!
ㅡ nem me fale, estou com uma enxaqueca horrível. Maldita ressaca. Nunca mais saio contigo. Kkkkk
ㅡ claro...te deixei bêbado né? Só observo sua cara de pau. Onde está seu pai?
ㅡ kkkkk me deixou sim! Meu pai? Acho que foi no banheiro.
O gerente voltou com os papéis, assinei e seu Otaviano voltou todo sorridente e o Ricardo queria saber o motivo. Morri de rir com seu Otaviano dizendo que estava cortejando uma das caixas que estava no horário de café e, que a moça lhe passou o telefone.
ㅡ cortejando? Ninguém mais fala desse jeito hoje em dia, pai!
ㅡ por isso estão todos solteiros. Mulher tem que ser cortejada, elogiada de forma respeitosa. Esses trogloditas não sabem se comportar e ainda reclamam. Enfim, estão com fome?
Seu Otaviano nos levou pra pra almoçar.
No caminho reclamou com o Ricardo por ele estar alugando um carro. Brinquei dizendo que daria pra alimentar um família por dois meses e meu amor me olhou sorrindo e esticou o braço fazendo um carinho no meu rosto.
Durante o almoço pedi licença e fui ao banheiro.
Estava lavando as mãos quando o Cado entrou e disse para eu me apressar, pois seu pai voltaria pra fazenda no final da tarde e precisava descansar um pouco.
ㅡ já acabei. Sentiu saudades, Cadão?
ㅡ rsrs, senti e corri pra te pegar.
ㅡ Cado?
ㅡ nem ouse me pedir nada nesse banheiro. Sem brincadeirinhas!
ㅡ rsrs, não vou. Seu pai sacou uma grana grana pra eu comprar outro notebook e queria saber se você vai comigo?
ㅡ claro que vou. Sabe o quê eu mais admiro em você?
ㅡ rsrs, nem imagino!
ㅡ você ser tão sensível e generoso. Eu queria ser como você. No carro você disse que eu alimentaria uma familia por dois meses com o aluguel do carro e estava certo. E não que seja uma má pessoa, mas muitas vezes nem me atenho à esses detalhes.
ㅡ você se esquece que já me ajudou e muito? Morei por cinco anos em seu apartamento e você custeando as despesas. Foi um gesto muito bonito da tua parte. Por isso sempre me esforçei pra ser o melhor. Não precisei trabalhar pra me sustentar como muitos na minha turma. Isso foi um grande previlégio e reconheço. Não posso ser hipócrita a ponto de dizer que sou bom aluno porque sempre fui inteligente, mas porque tive tempo de sobra pra me dedicar aos estudos. E foi você quem me proporcionou isso tudo. Um dia, quero fazer por alguém o mesmo que você e sua mãe fizeram por mim.
ㅡ fará. Você é uma pessoa incrível, Lipo.
Voltamos à mesa e seu Otaviano nos esperava. A conta já estava paga
Deixamos seu Otaviano no apartamento pra que ele descansasse antes do voo e fomos até a loja.
Compramos o tal notebook, voltamos pra casa e dei continuidade ao meu TCC.
No fim do dia seu Otaviano voltou à fazenda.
Eu praticamente me tranquei no quarto o resto da semana. Concluí meu TCC e marcamos o dia da banca.
Durante esses dias quase não saímos. Ele ficou em casa me ajudando à preparar um roteiro para minha apresentação.
No dia em questão, ele foi comigo até a faculdade, apresentei meu TCC. Eu estava tranquilo e sabia que tinha feito um ótimo trabalho. Saí de lá satisfeito e feliz por ter encerrado mais uma etapa da minha vida.
Na semana seguinte recebi no final do dia o resultado da minha apresentação e não poderia ter tirado nota melhor.
Eu estava pelo centro e liguei pro Ricardo avisando que havia tirado um dez.
Ele perguntou se eu demoraria e disse que iria na casa do meu avô.
ㅡ Lipo, eu vou até a casa do Augusto. Preciso conversar com ele sobre umas questões juridicas que estou em dúvida e quero que me espere na casa do seu avô. Pode ser? Ah, vou te levar pra jantar. Nada de mais. Comemos alguma coisa pelo centro e vamos pra casa.
ㅡ tudo bem. Te espero. Me liga que te passo o endereço.
Meu tio Paulo ainda não estava em casa, mas meu avô ficou radiante quando me viu chegar.
Conversando por horas. Relembramos minha infância no sítio e me disse que passaria o Natal conosco na fazenda, pois meu tio viajaria com a namorada.
Ele perguntou se eu ficaria pro jantar, mas disse que jantaria com o Ricardo e sanei sua curiosidade quando me perguntou se era um amigo.
ㅡ é o Pedro Ricardo, filho do seu Otaviano.
ㅡ claro, esqueci que ele tinha voltado. Onde ele está morando?
ㅡ onde? No apartamento dele. Não seria justo o cara precisar alugar um lugar pra morar, tendo um apartamento daquele tamanho. Além do mais, ele vai se mudar pra Riacho Doce assim que eu me formar. Ele quer investir em Santo Amaro e não quer ficar longe do pai.
Contei ao meu avô o presente que havia ganhado da dona Yolando e o velho quase caiu da cadeira. Rimos do jeito dele, mas me abraçou dizendo que eu era um bom garoto e me olhando nos olhos disse:
ㅡ você tem a determinação do seu pai, mas o coração de sua mãe. Ser racional é importante pra destinguir o certo do errado, mas você não precisa usar sempre. Agir com o coração em certas ocasiões não te deixa mais fraco, só te fortalece como ser humano. Saber estender a mão quando alguém mais precisa é um gesto de carinho muito grande. Você amava a Yolanda como se fosse sua mãe. Você a respeitava e esteve ao seu lado até o último dia de sua vida...
ㅡ mas nunca fiz pensando em receber algo em troca, vô.
ㅡ eu sei. Ela também sabia. Por isso te deixou esse presente. Se tinha algo que ela sabia muito bem, era o tamanho desse teu coração. Você era um adolescente e poderia estar se divertindo com seus amigos, mas estava ao lado dela.
ㅡ isso é verdade. Ela adorava quando eu a levava na cachoeira. Bons tempos. Sinto sua falta. Era uma grande mulher, em todos os aspéctos.
Ouvi meu celular tocando e era o Ricardo. Passei o endereço e ele não demorou a chegar.
Meu avô ofereceu a ele uma xícara de café que foi prontamente aceita.
Pedi licença e fui ao banheiro. Lavei meu rosto e quando retornei a sala, ouvi do corredor os dois me elogiando.
Sorri. De certa forma, fiquei envaidecido com o carinho de ambos. Cada um do seu jeito em particular.
Sendo o mais educado possível, agradeci a última xícara de café e nos despedimos do meu velho e querido avô.
Estávamos quase no centro e ele me disse que me levaria pro apartamento, pra quê eu tomasse banho.
ㅡ estou tão fedido assim?
ㅡ kkkk, não! Você sempre está cheiroso. Só que ficou na rua o dia todo.
ㅡ sei!
ㅡ o quê? Ficou chateado? Só quero que você relaxe um pouco. Você não está mal vestido, nem nada. Mas não está suado?
ㅡ estou. Pode ser. Tomo uma ducha rapidinho e saímos pra jantar. Pensando bem, me sinto grudento.
ㅡ bobo. Não estou implicando contigo. Apenas quero que sinta mais confortável.
ㅡ tudo bem, me convenceu. Eu estou tão cansado. Caminhei um bocado hoje, mas resolvi umas coisas que estavam pendentes.
ㅡ poderia ter pego um táxi pra ir na casa do seu avô.
ㅡ fui de táxi. Só que andei pelo centro. Comprei umas roupas antes de você voltar pro Brasil e aproveitei pra quitar as parcelas. Se bem que com todos os presentes que me deu, não vou precisar comprar roupa pelos próximos dez anos.
ㅡ exagerado. Foi só um mimo.
ㅡ mimo? Caramba! Kkkk
ㅡ em todos os países que fui, eu me lembrava de você. Eu passava em frente uma loja e via os manequins com roupas de grife e imaginava você. Fui comprando de acordo com o quê você me falava que gostava de usar.
ㅡ e acertou em tudo. Valeu, Cadão! Agora eu estou vendo que preciso mesmo de um banho. To fedido, cara! Kkkk
ㅡ estamos quase chegando. Te dou um banho um soda e fica limpinho. Kkkkk
Tirei meu cinto e passando pelo câmbio, fui até ele e lhe deu uma mordida no pescoço. Ele não parava de rir, morria de cócegas.
Assim que chegamos, percebi que ele estava animado.
Ele tirou as chaves do bolso e pediu que eu abrisse a porta. Achei estranho.
Abri a porta me surpreendi com a mesa de jantar arrumada, velas sobre a mesa e uma garrafa de champanhe gelando em um balde de gelo.
Ele veio até mim e com todo o carinho do mundo me beijou. Depois me levou pro banho. Me despiu de forma sensual, sempre me encarando, medindo cada centímetro do meu corpo e lhe dei um abraço. Ele se aconchegou em mim e sua submissão se fez presente.
Eu o tinha em minhas mãos; ele me pertencia.
ㅡ preparou tudo aquilo pra mim, meu Cado? ㅡ perguntei e ele me sorriu.
ㅡ em partes. A comida eu pedi, vou ligar e já vão trazer, mas o resto eu arrumei. Ficou bom? Gostou?
ㅡ poxa Cado, ficou incrível. Só você mesmo pra fazer com que eu me sinta tão querido. Amei a surpresa. Me enganou diteitinho. Obrigado!
ㅡ você merece. Agora relaxa que vou mandar trazer o jantar enquanto você toma banho.
Curti meu banho sem pressa e quando cheguei à sala de jantar, a mesa já estava posta. Ele abriu a garrafa de champagne e me serviu. Me impressionei de verdade com a delicadeza que ele teve ao arrumar tudo só para me esperar.
Conversamos sobre as festas de fim de ano e tive uma ideia que talvez ele não toparia de cara, mas aceitaria nem se fosse pra me agradar e seria incrível.
ㅡ Cado, sei que pode ser doidera da minha parte, mas o quê você acha de comprar aquele Jeep que me falou e irmos pra fazenda com ele? ㅡ ele ficou me olhando e deu mais uma garfada na picanha. Fiquei aguardando resposta sem muita expectativa, mas torcendo pra ele embarcar comigo.
ㅡ rsrs, está me propondo dirigir mais de sete horas?
ㅡ não! Eu estou propondo nós dois, em uma viajem de carro, cortando o litoral e parando em praias lindas. Namoramos um pouco em cada uma delas e assim teremos esse tempo só nosso. O quê acha? Se não quiser, deixa pra lá, vamos de avião mesmo, mas pensa com carinho...
ㅡ vou pensar... ㅡ servi mais uma taça de vinho pra ele e me agradeceu com um sorriso.
ㅡ reveso o volante contigo pra não cansarmos tanto. Você aluga de novo a suíte mais cara de algum motel e descansamos bem gostoso. Quer coisa mais gostosa que você e eu em uma camona de motel?
ㅡ rsrs, o quê esse jeito moleque não me pede chorando, que eu não faço sorrindo? Semana que vem compramos o carro e vamos fazer do jeito que você quer. Acho que vai ser bem bacana. Cansativo, mas vai valer a pena.
Me levantei e fui até ele. Lhe dei um beijo e antes que me fizesse algum carinho, me sentei em seu colo e seus braços me seguravam forte.
Foi uma noite maravilhosa, especial e namoramos na sala.
Ele, extremamente carinhoso e eu, completamente apaixonado por aquele homem que me conquistou apenas com um sorriso.
Na semana seguinte ele me acordou bem cedo. Fiquei com preguiça de levantar e ele ria. Praticamente fui despejado da cama e pediu que eu me arrumasse rápido. Perguntei onde me levaria e revirou os olhos me dando gelo. Mais esnobe impossível. Comecei a rir e perguntei novamente.
ㅡ Cado, você praticamente me jogou pra fora da cama e nem pra me dizer aonde vamos?
ㅡ o quê você me sugeriu na semana passada durante o jantar? Já se esqueceu?
ㅡ rsrs, comprar um carro?
ㅡ aleluia!!! Quero que vá comigo.
ㅡ vou só pra te fazer companhia. Não entendo nada de carros.
ㅡ mas entende em como me deixar feliz
...
ㅡ poxa cara, assim eu emboiolo de vez e se abusar, dou meu intocável cu pra você.
ㅡ kkkkk, duvido!
ㅡ rsrs, olha...talvez, mas eu te gosto demais. Pode ser que role kkkk.
ㅡ bom, eu gosto de como as coisas estão. Adoro te ver todo taradinho em mim...tesão demais.
ㅡ então esquece o cu! kkkk
ㅡ sacana! Tesão demais você sendo meu dono na cama...não troco isso por nada.
ㅡ por isso que te adoro! Kkkkk
Coloquei um moletom todo largadinho, camisa regata, tênis e bonê com a aba virada pra trás. Adora o estilo, me fazia parecer mais novo e com cara de moleque inocente. Me vendo vestido daquele jeito, ele me olhou de cima abaixo e perguntou se eu iria correr na praia.
ㅡ poxa, está um calor da porra e vai me obrigar a por jeans e camisa?
ㅡ não estou te obrigando a nada. Nem tenho cacife pra isso. Só achei engraçado. Acho que eu sou comportado demais. Vá como quiser. Está lindo assim. Talvez por isso impliquei. Por você estar gato demais. Vão pensar que é meu irmão caçula.
ㅡ teua pais me consideram como filho. De certa forma, somos! Kkkkkk
ㅡ não havia pensado nisso. Caramba! Mas falando sério, está um gato!
ㅡ rsrs, mas esse gato é teu!
Lhe dei um beijo e o tomei em meus braços. Se tem uma coisa que o Cado adora, é quando o surpreendo em casa o abraçando por trás. Sinto todo o seu corpo estremecer e seus mamilos ficam duros na hora. Morro de rir com o jeito dele quando o pego de surpresa. Adoro quando ele fica todo sério por algum motivo, mas se desmancha nos meus braços; toda aquela marra passa e fazemos amor do jeito que ele gosta.
Fomos comprar o tal carro. Incrível como o dinheiro nos deixa mais acessíveis à qualquer coisa, mesmo não precisando de tudo que vemos.
Enquanto o Ricardo conversava com o vendedor, fiquei olhando alguns modelos e notei a ousadia do cara pra cima do meu namorado. Saquei a concorrência, fiquei de olho no filho da mãe e o vi colocando a mão nos ombros do meu homem, que se distanciou imediantamente.
Acontece que o cara estava abusado demais, sorridente demais e decidi baixar a bola do folgado.
Me vendo chegando, perguntou o quê eu achava do carro que meu irmão tinha acabado de comprar. Fiquei puto e mandei uma na lata.
ㅡ sou filho único, mas concordo que meu namorado tem muito bom gosto. O carro é lindo, Cadão!
ㅡ gostou amor? ㅡ quase caí na risada com o Cado reforçando minha resposta e o cara tentando não passar mais vergonha.
ㅡ adorei!
Nos pedindo licença, disse que já voltava e muito educadamente pediu para ficarmos à vontade.
Me sentei em um sofá e fiquei mexendo no celular e olhei pro Cado fazendo sinal para que se sentasse ao meu lado.
ㅡ pensei que você fosse bater no cara. ㅡ ele disse e encarei seus olhos de forma tranquila.
ㅡ não gosto de baixaria, nunca vai me ver descendo à esse nível. Fica tranquilo, man!
ㅡ rsrs, a cada dia me apaixono mais por você.
ㅡ eu causo isso nas pessoas kkkk.
ㅡ kkkk, convencido!
Eu estava cansado de esperar e me sentei em um sofá. Vi a moça da limpeza passando o pano no chão pra lá e pra cá e, meio que entediado, comecei a cochilar sentado.
Senti o Cado acariciando meu braço e perguntou se eu estava bem. Disse que era só sono e falando no meu ouvido baixinho, mandou eu procurar um banheiro.
Fui até a moça da limpeza e me indicou um corredor com duas portas.
Entrei no banheiro, contei até dez e o Cado me chamou. O puxei para dentro do reservado minúsculo e ele reclamou de dor no pé.
ㅡ te machuquei? ㅡ perguntei preocupado.
ㅡ não, só tropeçei. Vem aqui meu diabinho preguiçoso, sei que está carente.
ㅡ kkkkk, diabinho preguiçoso?
ㅡ está entediado, te saquei! Te vi quase dormindo no sofá. Fiquei doido pra te dar um beijo.
ㅡ ah, Cado...só me abraça. Estou precisando do teu carinho, mesmo. Me derrubou da cama e nem deixou eu te trepar logo cedo. To carente, man!
ㅡ cara de pau! Kkkk
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Continua...
Meus amores! Está aí mais um pedacinho dessa estória que eu também amo.
Espero que tenham gostado.
Muito obrigado à todos por lerem. Também fico feliz que estejam comentando. Sinto cheiro de gente nova à cada dia. Obrigado de verdade! Não pensem que não vejo quando aparece um comentário novo porque vejo, sim. Às vezes não vejo na hora, mas vejo todos quando conecto. Valeu mesmo. Fico feliZ!! Grande abraço e tenham um fim de semana maravilhoso! 😉👍
Happy Pride!! 🌈