Mistérios Noturnos 08

Um conto erótico de Demitre96
Categoria: Homossexual
Contém 1366 palavras
Data: 30/09/2018 13:36:56

Addan precisaria de ajuda para tirá-lo dali. Talvez pudesse fazer com que ele... não, provavelmente ele não ofereceria o tipo de ajuda de que Addan precisava, dado o maldito trabalho de lavagem mental que lhe tinham imposto.

Inferno... ele teria de voltar para buscá-lo e sabia quem traria consigo. Tinha amigos na polícia, amigos que estariam dispostos a deixar o crachá na gaveta e manter a arma na cintura. Amigos que poderiam cuidar de uma complicada cena de crime; que cuidariam de Fletcher enquanto ele cuidava de Michael.

Sim, ele voltaria para buscá-lo.

– Não – disse Michael. – Tu não te lembrarás de nada. Não poderás voltar. Uma onda de fúria alagou Addan. O fato de ele obviamente poder ler sua mente não a enfurecia tanto quanto a ideia de que ele pudesse evitar que Addan o ajudasse... embora fizesse aquilo movido pelo desejo de protegê-lo.

– Por mil demônios, eu me lembrarei.

– Apagarei tuas lembranças...

– Não, não apagará – disse, colocando as mãos nos quadris. – Não apagará porque vai jurar, por sua honra, aqui e neste momento, que não vai.

Addan soube que tinha vencido porque pressentia que ele não podia negar-lhe nada. E eleconfiava plenamente no fato de que, se ele lhe prometesse não apagar suas lembranças, cumpriria a promessa até o fim.

– Jure – ainda calado, Michael afastou os cabelos molhados do rosto. – Isso precisa acabar. É errado por vários motivos e desta vez sua mãe escolheu mal o garoto para trancafiar neste lugar com você. Você vai sair daqui e serei eu quem vai tirá-lo.

O sorriso que Michael lhe dedicou era melancólico, uma levíssima elevação do canto da boca.

– Tu és um lutador.

– Sim. Sempre. E algumas vezes valho por um exército completo, agora, me dê sua palavra. Michael caminhou pelo quarto com um sentimento de desejo e saudade estampado em sua expressão. Olhava fixamente como se estivesse tentando ver, pelas paredes de pedra, a terra e o céu que lhe haviam sido arrebatados.

– Não sinto o ar fresco há... muito... tempo.

– Deixe-me ajudá-lo. Dê-me sua palavra. Ele olhou para Addan. Tinha olhos bondosos, inteligentes e cálidos. O tipo de olhos que Addan desejaria que um amante tivesse.

Ele tentou voltar para a realidade: ser seu “bom samaritano ” não incluía dormir com ele. Embora... que noite não seria! O enorme corpo dele sem dúvida era capaz de... Basta.

– Michael? Sua palavra, agora. - Ele baixou a cabeça.

– Prometo.

– O quê? Promete o quê? – o advogado que havia em Addan precisava escutar algo mais

específico.

– Que deixar-te intacto.

– Não é bom o suficiente. ‘Intacto’ poderia significar física ou mentalmente. Diga: “Addan, não vou apagar as lembranças de mim ou desta experiência ”.

– Adda... que nome mais lindo.

– Não fuja do assunto. E olhe nos meus olhos enquanto fala. Depois de um momento, os olhos de Michael ergueram-se até os de Addan e ele não piscou nem desviou o olhar.

– Addan, não vou apagar as lembranças de mim ou desta experiência.

– Bom. - Addan foi para a cama e estendeu-se sobre o edredom de veludo. Enquanto arrumava as lapelas do roupão, ele afundou-se em uma cadeira.

– Parece exausto – ele disse. – Por que não vem se deitar aqui? Esta cama é grande o bastante para nós dois.Ele apoiou os braços sobre as coxas.

– Isso não seria apropriado.

– Por quê? - Todas as velas diminuíram a luz vagarosamente.

– Dorme. - Mais tarde irei até ti.

– Michael? Michael? - Repentinamente, uma onda de exaustão a inundou. Enquanto tudo escurecia, Addan teve um fugaz pensamento de que ele havia lhe imposto sua vontade.

Addan despertou em meio a uma escuridão total, com a sensação de que ele se erguia sobre Addan, Ele estava na cama, como se a tivessem colocado entre os lençóis.

– Michael? – quando ele não respondeu, perguntou-lhe: – É hora de lhe...?

– Ainda não. - Ele não disse nada mais, tampouco se moveu, o que a fez sussurrar:

– O que aconteceu?

– Estavas falando sério?

– Sobre tirá-lo daqui?

– Não. - Quando me pediste para que eu... para que eu me deitasse junto a ti?

– Sim. - Addan ouviu quando ele respirou profundamente.

– Então... posso acompanhar-te?

– Sim. - Addan afastou os lençóis, abrindo espaço enquanto o colchão afundava-se sob o enorme peso dele. Todavia, em vez de deitar-se embaixo deles, Michael permaneceu sobre o edredom.

– Não está com frio? – perguntou-lhe.

– Cubra-se.- A hesitação não o surpreendeu. O fato de que ele levantasse os lençóis, sim.

– Ficarei com o roupão. - A cama oscilou quando ele se mexeu e o som das correntes causou um calafrio em Addan, fazendo-o se lembrar de que ambos estavam presos. Logo, porém, ele sentiu o cheiro dele e pôde apenas pensar em abraçá-lo. Aproximou-se e tocou-lhe o braço. Quando Michael moveu- se bruscamente antes de se tranquilizar, Addan deu-se conta de que tinha decidido ficar com ele.

– Tu tiveste muitos amantes? – perguntou ele.

Então ele sabia que Addan o desejava. E Addan tinha a sensação de que ele se aproximara porque também sentia o mesmo. De qualquer forma, ele não estava seguro para responder àquela pergunta sem fazê-lo se sentir inseguro.

– Tiveste? – insistiu.

– Alguns, não muitos – Addan sempre tinha se interessado mais em ganhar em uma mesa de negociações do que em sexo.

– E tua primeira vez? Como foi?Estavas com medo?

– Não.

– Ah.

– Queria terminar logo, tinha vinte e três anos... comecei tarde.

– E isso é tarde? – ele murmurou. – Que idade tens agora?

– Trinta e dois.

– Quantos homens tiveste? – agora o tom de voz era uma demanda masculina, uma agitação. E Addan gostava de como aquilo contrastava com sua gentileza essencial.

– Só três.

– E eles te... agradaram?

– Às vezes.

– Quando foi a última vez? – as palavras foram pronunciadas rapidamente e em voz baixa.

Michael estava com ciúmes, o que não deveria tê-lo agradado tanto quanto o agradou. Addan queria que ele fosse possessivo e queria isso porque o desejava.

– Há um ano. - Ele exalou como se se sentisse aliviado e, no silêncio que se seguiu, Addan mostrou-se curioso.

– E quando foi a última vez que você se... aliviou? - Ele limpou a garganta e Addan estava absolutamente seguro de que seu belo rosto masculino ruborizou.

– Durante o banho.

– Agora? – perguntou surpreendido.

– Há horas, ao menos, parece – tossiu um pouco. – Depois de beber de ti.

Bem, enquanto eu estava contigo, senti-me... necessitado. Para resistir, tive de deixar-te e é por isso que não fechei a cicatriz adequadamente. Tinha medo de... tocar-te.

– E se eu quisesse que você me tocasse?

– Não terei relações sexuais contigo. Addan apoiou-se em um cotovelo.

– Acenda uma vela, preciso ver seu rosto enquanto temos essa conversa. As velas cintilaram em ambos os lados da cama. Ele estava deitado de costas, com as pálpebras fechadas e os cabelos vermelhos e negros formando um imenso mar de ondas sobre o travesseiro branco.

– Por que não olha para mim? – perguntou-lhe. – Que inferno, Michael! Olhe para mim.

– Olho-te o tempo todo. Quando as luzes estão apagadas, fico observando-te. Olho-te fixamente.

– Então, abra os olhos agora.

– Não posso.

– Por quê?

– Porque dói. - Addan percorreu o braço dele com a mão. Os músculos retesaram, seus bíceps eram grossos e definidos, seus tríceps, bem delineados.

– Não deveria doer quando olha para uma pessoa – disse.

– É muito perto para mim.

Ela permaneceu em silêncio durante um instante.

– Michael, vou te beijar. Agora – quando Addan ouviu a exigência contida em seu próprio tom de voz, acalmou-se um pouco. Não queria forçá-lo. – Isso é, se estiver de acordo. Definitivamente, você pode se negar. Addan, pôde sentir como tremia-lhe o corpo, o sutil estremecimento que era transmitido pelo colchão.

– Quero você. Acho até que vou me afogar de tanto desejo, mas definitivamente você sabe, não é mesmo? Você sabe que é por isso que me aproximei de você.

– Sim, eu sei. - Ele riu suavemente.

– E esse é o motivo pelo qual preciso tanto de ti. Tu vês tudo o que me acontece e não tens medo de mim. És o único homem que pensou em me libertar. - Addan aproximou-se e os ardentes olhos azuis dele voltaram-se para seu rosto.

– Levante a cabeça – pediu-lhe. Quando ele atendeu, Addan estendeu a mão e libertou-lhe os cabelos da pequena fita de couro. Estendendo-lhes completamente, maravilhou-se com a beleza, o peso e as cores incríveis. Depois, olhou-o fixamente e começou a abaixar a boca em direção à dele.

Continua....

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Comentários

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Já descobri o pq em varios momentos vc coloca no feminimo.....rs

essa é uma obra adaptada, de um livro chamado Misterios Noturnos.... por isso o conto é tao familiar!!!!!

Eu tenho esse livro é mto bom espero q vc incremente coloque algo de seu junto acho q ficará bem melhor

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