Obrigada a Gaucho macanudo, gutavobm956, Cigano Viajante, MVN e Lantz que comentaram e/ou avaliaram o capítulo anterior, estou tri faceiro com as opiniões de vocês!
NOTA DO AUTOR (Longa porém importante, por favor leia, rsrs):
Sempre que eu postar um novo capítulo, eu vou comentar no anterior o que fará tu que comentou no capítulo anterior receber uma notificação por e-mail!
Bem, eu queria me desculpar por não ter publicado o capítulo ontem, eu ainda não sei qual vai ser o cronograma de atualizações/postagens, mas pretendo que seja pelo menos 1 ou 2 capítulos semanalmente...ou mais, não sei ainda.
Bem, eu precisava revisar o capítulo, a maior razão era erros ortográficos, eu odeio eles, faço de tudo para o capítulo não ter esses erros, porém as vezes deixo escapar algum…Enfim, ontem foi um dia muito ocupado na empresa que trabalho aqui em NYC, então esse foi o principal motivo de eu não ter tido tempo o suficiente para revisar o capítulo.
As vezes eu escrevo pelo iPad ou pelo meu celular, o que para mim acaba sendo mais "fácil" de não perceber erros ortográficos do que quando escrevo no computador.
Ah: Eu pretendo fazer 3 temporadas, retratando os três anos do ensino médio, eu pensava em fazer os anos da faculdade também, mas acho que ficaria MUITO longo, e eu não sei se teria conteúdo/história/idéias para tudo isso…e as chances de eu "perder a mão" se fizer isso são muito grandes, vocês podem perceber que em obras longas (saga/séries de livros, séries de filmes, seriados, etc) geralmente o criador (autor, diretor, etc) em algum momento acaba perdendo a mão, ficando sem idéias e a qualidade da obra vai decaindo, e mesmo em somente possíveis 3 temporadas eu pretendo escrever uma obra longa.
E outra coisa, muitos mistérios e intrigas que eu vou inserir superficialmente na 1 temporada eu só vou desenvolver melhor e resolver na 3 (e provavelmente última temporada).
E como eu imagino a Amanda...bem imagino ela como a atriz Elle Fanning (que é uma das minhas atrizes favoritas), A Amanda só é um pouco diferente na tonalidade da cor dos olhos e de alguns traços mínimos do rosto.
De qualquer forma, vamos ao capítulo.
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AMANDA PDV:
- Se apresente para a sala por favor - aquele ser sem sentido disse
Nojo enfeitava meu rosto.
- Qual o seu nome mesmo querida? - perguntei com um sorriso sarcástico, alguns alunos começaram a rir ganhando um olhar de ódio da tal professora que agora olhava para mim
- Sou Camila Martins, a professora de Matemática, e
- Tanto faz - eu a interrompi
- Escute aqui garota - ela começou a se aproximar de mim com o ódio estampado em seu rosto, rapidamente me levantei ficando em frente a ela, somente a cadeira e a carteira nos separando
Eu a olhei da cabeça aos pés e disse - Sim?
- Se continuar com esse comportamento, eu irei
- Não me ameaçe - Eu a interrompi novamente - Meu pai paga a mensalidade dessa escola, o que também acaba pagando teu salário, então você é praticamente minha subordinada!
Os seus olhos castanhos estavam arregalados por trás dos olhos, alguns alunos ridículos gritaram "Uhh", para uma escola de elite até que tinham pessoas sem classe, já outros, incluindo Alexandre que eu decidi apelidar de Alex, olhavam chocados para a cena diante deles.
- Sua - aquele ser inferior ousou pronunciar aquilo enquanto tentava se aproximar ainda mais de mim, mesmo a carteira e a cadeira nos separando.
- O quê? Eu falei alto, mas parei quando senti um braço envolvendo meu tronco, olhando para baixo vi um braço quase tão branco quanto o meu, com leves pelinhos laranjas, era Alex.
- Ei, calma gente- ele disse, claramente preocupado com tudo aquilo.
Eu olhei para seu rosto, encontrando seus olhos enquanto ele também me olhava, eu fingi um olhar triste e ele me ofereceu um leve sorriso que eu devolvi, talvez o único sorriso verdadeiro que eu dei desde que cheguei aqui, passei os dedos levemente sobre sua mão, senti meus mamilos se enrijeceram e senti vontade de levar suas mãos até meus seios.
As vezes, enquanto eu olhava para ele, percebia que seu rosto era quase feminino, ou melhor…seu rosto parecia uma pintura ou o de alguma estátua neoclássica, era como se…eu não devesse tocá-lo.
Não, o que estou pensando? Eu tenho somente 15 anos, não deveria ter esses pensamentos, nunca tinha tido esses pensamentos com nenhum outro guri, nem mesmo o André, uma paixão infantil que eu tive na pré-escola quando ainda estudava e morava em Gramado.
Voltando meu olhar para aquela professora percebi que ela olhava chocada para o forte braço do Alex sobre a minha cintura e minha mão acariciando a sua ligeiramente.
- Oh, o cavaleiro protegendo a princesinha loira - zombou Samuel revirando seus olhos enquanto mordia uma caneta esferográfica vermelha.
Ao ouvir aquilo o olhar da tal professora foi de choque ao ódio, fúria decepção e até…tristeza, pelo menos para mim era isso o que aqueles olhos castanhos exalavam, sua boca estava levemente entreaberta.
Ela estava prestes a dizer alguma coisa quando de repente o sino tocou, anunciando o fim da sua aula e o início de outra.
Ela rapidamente virou de costas pegou seus livros, cadernos, listas e canetas e saiu da sala, nos deixando lá.
- Obrigada - eu murmurei voltando meu olhar para Alex, seus olhos azuis brilhavam e ele novamente me deu um sorriso com os lábios fechados, sem mostrar seus dentes perfeitos, os outros alunos nos olhavam com curiosidade, mas as meninas principalmente me olhava de cara torta, princilalmente quatro: uma garota negra com cabelos crespos mal alisados e fortes traços negróides, uma com cabelos coloridos (praticamente um carnaval), outra com traços asiáticos que usava óculos e tinha longos cabelos negros quase passando da cintura, e já a outra também negra de fortes traços negróides, cabelos crespos e com um tom de pele mais escuro do que a primeira, e o que mais me chamou atenção foi seu peso, aquela porca obviamente obesa...pelo visto Alex era alguém popular e desejado naquela escola.
* Quero frizar aqui novamente: Não sou uma pessoa racista, sou uma pessoa branca mas convivo diariamente com amigos, colegas de trabalho e diversas outras pessoas de diferentes etnias, pessoas maravilhosas e que admiro muito, Nova Iorque é uma cidade bem diversa nessa questão, não acredito que alguém deva ser julgado pela aparência, mas o meu objetivo era de fato criar uma personagem que fosse do tipo "amo odiar" (ou só odiar) pelos leitores.
Estou usando como inspiração para essas situações que ocorrem na história os ataques que amigos meus sofreram.
E claro, muitas das pessoas que a Amanda julga ainda irão ensinar algumas lições da vida para ela.
Ainda estou na dúvida se ao decorrer da história se ela vai melhorar ou piorar como pessoa, ou, talvez até mesmo oscilar dependendo da situação que envolvida. Voltando para a história…:
A aula de Português foi tranquila, gostei do professora, seu nome era Alice se não me engano, apenas nos explicou como o bimestre seria avaliado e os conteúdos, Samuel ficava se agarrando com aquela garota de cabelos coloridos, seria a namorada dele?
Pude perceber que a tal Mariana que deveria estar sentada na última cadeira à esquerda do meu lado na primeira fileira não estava presente...seria outra idiota?
Agora estávamos tendo aula de Artes, Carla era uma professora de cabelos vermelhos tingidos e doces olhos verdes que estava nos explicando a história de um movimento artístico, o Expressionismo.
- Alguém sabe quando e onde o Expressionismo surgiu?
Ninguém na sala respondeu de imediato, alguns estavam totalmente desinteressados e outros pareciam quebrar a cabeça para conseguir responder, ah pelo amor de Deus…
- Na Alemanha, principalmente em meados dedisse sorrindo para professoresa.
Ela me olhou feliz e esboçou um sorriso, talvez por eu não ser tão delinquente e estúpida quanto os outros.
- Poderia me dizer alguns, pelo menos três pintores que fizeram obras baseadas nesse movimento?
- Lovis Corinth, Wilhelm Morgner e Christian Rohlfs - respondi
- Sabe muito de arte, certo Amanda?
- Sim - um sorriso que esbanjava superioridade surgiu nos meus lábios - adoro visitar o Museu do Louvre, Paris é um grande berço artístico, apesar de agora estar sendo destruída pelo multiculturalismo que os imigrantes ou "refugiados" africanos e árabes - fiz sinal de aspas ao falar a palavra refugiados - trouxeram para muitos países europeus, Paris hoje em dia parece um hospício ou um lixão, quando eu ando pelas ruas da capital francesa não vejo muitas pessoas francesas, e sim pessoas claramente estrangeiras, não sei mais se estou na França ou na Nigéria...Não que eu seja racista, ah, e meu pai é alemão de Munique, então sei sobre muitas personalidades alemãs: atores, pintores, escritores, etc - finalizei.
A professora e os outros pareciam estar sem palavras, acho que estavam surpresos por eu saber de tudo aquilo.
Por favor, estudei mais da metade disso na oitava série, pelo visto até o ensino público do Rio Grande do Sul era superior ao do Rio de Janeiro.
- V-vamos voltar a aula - a professora Carla gaguejava o que me fez rir baixinho, ela não ia me elogiar ou dar sequer um parabéns pela minha resposta?
- E por acaso saímos do assunto principal dela? - perguntei com sarcasmo, mas ela não respondeu, apenas começou a passar slides sobre a história do Expressionismo, nada que eu já não sabia.
De repente vi Alex me olhando com curiosidade e surpresa, o mesmo de seus amigos.
- Amanda, você é uma pessoa bem engajada nesses assuntos né? - ele perguntou coçando a cabeça atrás, achei aquilo tão fofo.
Me virei de lado na cadeira, cruzei minhas pernas pálidas, pus uma mecha do meu cabelo dourado atrás da orelha, fingi um sorriso e um olhar tímido antes de dizer:
- Bah, tu acha mesmo?
- Acho... - ele murmurou antes de voltar seu olhar para os slides.
Ao sino tocar, para minha surpresa Samuel se aproximou de mim colocando o braço sobre meus ombros, senti nojo e uma vontade de dar um tapa naquela cara escrota, mas me contive.
- O que tu quer? - perguntei irritada
- Calma gaúchinha - ele zombou - só queria te convidar para ir comigo, o Alex e a galera para um restaurante do lado da escola, geralmente não comemos a comida da escola, apesar dela ser muito boa - pelo visto as vezes ele também usava o mesmo apelido/abreviação que eu usava para se referir ao Alexandre
- Que restaurante?
- O CT Boucherie - ele respondeu - é pequeno mas chique, e em estilo francês, acho que vai gostar
Por mais que a idéia de ir com ele e aquelas outras pessoas me enojava, ao menos Alex iria estar lá, eu poderia sentar ao lado dele.
- Tudo bem, vamos - eu disse.
* Esse restaurante realmente existe, e fica no Leblon, caso queiram saber melhor como ele se parece, procure por imagens.
Era um restaurante bonito, tinha que admitir, me lembrava os de Gramado, mas claro…já tinha comido em melhores e maiores em Londres, Berlim e Los Angeles.
As cadeiras eram revestidas em couro marrom, as mesas quadradas eram cobertas por toalhas brancas, enquanto pratos, talheres, guardanapos e taças ficavam sobre elas.
Estava acompanhada de Samuel, Alex, duas das garotas que ficaram me encarando quando Alex estava me protegendo daquela professora, sendo uma a negra que vi na minha turma e outra era a asiática que agora ficava me encarando novamente, e mais outros dois garotos morenos com cabelos "loiros" (pintados), talvez fossem irmãos ou parentes de outra forma.
Pude avistar uma mesa relativamente maior em relação às outras, porém ao me aproximar junto com os outros pude ver que na verdade eram na verdade 3 mesas juntas, quatro pessoas já estavam sentadas: uma garota branca de cabelos castanhos claros e médios que usava um vestido curto florido de alças finas em que o fundo era branco e as flores estampadas variavam do rosa claro ao vermelho rosado, e três garotos de cabelos escuros, sendo um deles pardo e os outros dois brancos, usavam camisas simples, calças jeans e tênis.
Estava prestes a me sentar na única cadeira ao lado do Alex, já que a outra estava ocupada por aquela garota de cabelos castanhos claros, mas aquele idiota chamado Samuel segurou meus ombros e disse alto, fazendo todos da mesa olharem em nossa direção.
- Quero que conhecam nossa nova amiguinha, Amanda Häsbach, ela veio de uma cidade chamada Gramado lá do Sul.
- Gramado? Cidade encantadora - A garota de cabelos castanhos claros disse - eu e meu irmão planejamos passar alguns dias lá nas férias de julho - ela bateu levemente no ombro de Alex.
Suspirei mentalmente de alívio, eles eram apenas irmãos.
Eram diferentes, enquanto Alex tinha olhos azuis e cabelos ruivos acompanhado de um rosto angelical, másculo, víril e delicado ao mesmo tempo, Karina tinha cabelos castanhos claros quase loiros, olhos verdes-azulados salpicados de dourado, acompanhado de um rostinho delicado e feminino com traços finos como o meu.
- A propósito, meu nome é Karina, olá - ela me cumprimentou sorrindo
A respondi com um "Olá" somente por educação, não podia menosprezar a irmã do Alex, pelo menos não na presença dele.
Todos também me cumprimentaram e assim como fiz com Karina, só respondi por educação.
Após aquela introdução ridícula que Samuel me fez passar, fui sentar na cadeira ao lado esquerdo de Alex, mas aquela garota negra sentou primeiro, a analisei da cabeça aos pés: Usava uma simples blusinha roda solta e uma calça jeans, uma calça boca de sino branca e tamancos marrons, mais nada…eu ria por dentro enquanto brincava com minha pulseira de brilhantes a mexendo com a ponta dos dedos.
Finalmente me sentei, por sorte, em uma cadeira exatamente na frente do Alex.
Após um tempinho, os garçons apareceram nos entregando cardápios de capa vermelha com o nome do restaurante gravado em prata.
Abri-o e comecei a analisar os pratos, tinha desde pratos brasileiros até franceses, russos e italianos.
Resolvi pedir um Tartare de Boeuf e um vinho branco, a maioria das pessoas pediram lanches ou um típico espaguete, estava distraída após ter entregado o cardápio à um dos garçons, mas comecei a prestar atenção naquela garota que eu sequer sabia o nome: ela pediu um hambúrguer e uma cerveja enquanto agradecia e sorria para o garçom.
Sério, cerveja? Hambúrguer? Isso é coisa que se come em qualquer beira de esquina, ou se a pessoa tiver um pouco mais de dinheiro, em um McDonald's.
Esperava meu prato chegar, mas aquela garota de traços asiáticos continuava me encarando com, eu tentava a todo custo ignorar aquilo e não começar a encarar ela também, mas estava ficando difícil, até que..
- Preciso ir ao banheiro - ela já tinha se levantando
Surpreendentemente Samuel também se levantou e disse:
- Pô também tô apertado pra caralho - ele disse fazendo todos, menos eu, rirem.
Estreitei meus olhos e observei aquilo curiosa…
Os dois se dirigiram aos fundos do restaurante, onde deveriam ficar os banheiros, os longos cabelos negros da garota fluíam por trás da sua jardineira branca.
Após eles saírem, nossos pratos chegaram, observei meu Tartare de Boeuf e a taça de vinho branco e sorri para mim mesma, peguei os talheres pronta para comer, mas alguém resolveu me chamar
- É…Amanda?
Levantei meus olhos pronta para fazer uma cara de tédio, mas parei quando vi que era Karina, irmã de Alex.
- Ah, sim Karina? - perguntei sorrindo forçado
- Você parece muito com a Louise
Franzi minhas sobrancelhas
- Louise? Quem é Louise?
- Karina, acho que não deveríamos falar disso - Alex disse tocando o ombro da sua irmã
- Não, por favor, me contem, agora eu quero saber - pedi
Todos na mesa olharam um para o outro como se estivessem se perguntando mentalmente "Devemos contar a ela?"
Até que Alex tomou coragem:
- Louise era uma aluna que foi morta…misteriosamente
Meu sangue gelou, agora queria saber mais ainda…
- Morta? - perguntei
- Sim - respondeu Karina
- Não querendo menosprezar o ocorrido, mas porque esse alvoroço todo ao redor da morte dela? O Rio de Janeiro tem mais de 6 milhões de pessoas, e no geral o índice de violência daqui não é muito baixo, acredito que muitas pessoas morrem diariamente.
- Amanda, Louise era uma garota muito misteriosa, estudou conosco ano passado. Ninguém sabe até hoje se ela era daqui mesmo ou de outra cidade e estado.
Até o professor Fábio de Educação Física que sempre chama os alunos sempre pelo nome completo nunca falava o nome dela completo, apenas o primeiro.
Em trabalhos em grupo como seminários ela sempre tinha a permissão dos professores para fazer sozinha sem ter que apresentar na frente de todos da sala.
E ela não falava com ninguém…absolutamente ninguém - Alex esclareceu
A "explicação" de Alex só me deixou mais curiosa
- E…? - insisti
- A morte dela foi horrível - aquela garota negra começou a falar - grotesca…horripilante - seus seios foram cortados, seus olhos e boca arrancados, todos os seus órgãos foram retirados, sua vagina foi mutilada e ela foi escalpelada
- Meu Deus - foi o que conseguir dizer naquela hora, tentando digerir aquilo, todos pareciam estar muito incomodado com o fato.
- E tem mais - ela continuou - seu corpo foi encontrado no lado de fora da escola, alguns dizem que alguém estava carregando o corpo dela para fora da própria escola, já outras pessoas desconfiam que ela foi morta nos andares subterrâneos da escola.
O mais…inacreditável, é que NINGUÉM na mídia falou sobre isso, nem na emissora de TV ou rádio local, na Internet não existem matérias sobre o caso, nem em jornais, enfim NADA…Alguns alunos informavam pessoas e empresas desses meios de comunicação, mas parece que todos tinham receio de falar sobre isso, e os poucos que diziam que iriam fazer algo a respeito…enfim, nunca davam uma resposta ou eram vistos novamente.
Alguns dias depois do ocorrido, o diretor, o Sr.Grevell, reuniu todos os alunos no salão da escola, disse coisas quase que sem sentido, mas foi algo parecido com um "cala a boca" para todos pararem de comentar o caso, talvez para não manchar a reputação da escola.
- É exatamente isso que Luane disse - Alex falou, então o nome da garota é Luane…
Minha mente estava girando, confusa e atordoada, eu precisava sair dali e ir ao banheiro, até perdi a fome.
- Onde fica o banheiro por favor? - perguntei nervosa
- Lá nos fundos, por onde Samuel e a Miranda foram - Karina apontava em direção aos fundos do restaurante, olha só…o nome daquela idiota era Miranda.
- Obrigada - disse rapidamente enquanto pegava minha bolsa e saia cruzando as outras mesas em direção aos banheiros.
Ao chegar aos banheiros femininos, me olhei por um tempo no grande espelho na parede, e lavei minhas mãos em uma das pias de mármore preto.
Depois me dirigi a uma das portas amarelas e entrei, me sentado no vaso branco, meu rosto apoiado nas minhas mãos.
"Que história estranha, muito estranha" eu pensei
Estava distraída pensando no caso da tal Louise quando comecei a ouvir leves gemidos ao meu lado no outro banheiro, que aumentavam a cada segundo.
Não eram gemidos de dor ou de alguém que estava tendo problemas intestinais ou algo do tipo, pareciam os mesmos gemidos que eu ouvia do quarto dos meus pais quando era criança.
Mordi minhas unhas, a curiosidade estava me matando, e ela acabou vencendo.
Consegui subir sobre o vaso com dificuldade por causa dos saltos, quando finalmente pude ver o que acontecia no banheiro do lado eu quase dei um grito:
Samuel estava lá, sem camisa mostrando algumas tatuagens escritas em alguma língua oriental, com os cabelos bagunçados e os olhos fechados, sua boca abria e fechado.
Mas o que realmente me chocou foi a visão abaixo da cintura dele, uma garota de longos cabelos negros, estava com o pênis dele em sua boca, era aquela Miranda…
- Vai sua putinha - ele ria com os olhos ainda fechados enquanto puxava com força os longos cabelos negros de Miranda
Saliva escorria pelo pênis de Samuel, com Alex eu só precisava de um toque ou um simples olhar para sentir aquelas sensações estranhas…porém boas.
Mas diante daquela cena eu só sentia vontade de vomitar.
Em um momento pensei no ódio que sentia por aquela Miranda que me encarava sempre que podia e dos deboches de Samuel, essa era a minha chance, desci do vaso com cuidado para não fazer nenhum barulho, abri um bolso da frente da minha bolsa lentamente e tirei meu celular, desliguei o flash e rapidamente abri a câmera e coloquei ela no modo de gravar vídeo.
Subi novamente no vaso e com cuidado espiei para ver se Samuel havia aberto os olhos, felizmente não.
Ergui meu celular e com uma mão na boca para tentar não vomitar, comecei a gravar aquela cena ridícula daqueles dois "japas".
Achei que 12 segundos eram o suficiente, não queria correr o risco de Samuel abrir os olhos e me ver, guardei meu celular de volta na minha bolsa, me abaixei e sentei no vaso com as pernas para cima, podia ocorrer deles verem meus pés ao sair.
Depois de mais 2 ou 3 minutos os gemidos cessaram, ouvi a porta ao lado se abrindo e as vozes deles.
- Foi bom, não é? - era Miranda
- Muito - Samuel respondeu rindo - mas, nem pense em contar sobre isso para a Larissa, ela vai me matar e o meu lance com ela vai pro pau.
- Acha que eu sou louca? - Ela disse se afastando, as vozes ficando cada vez mais distantes, sinalizando que eu podia sair.
Abri a porta e sai ainda perplexa com o que tinha visto…e Larissa? Claro, de certo era aquela escrota de cabelos coloridos, eu sabia…ela dois tinham algo, o que aquela Larissa não sabia é que ela não era a única.
Caminhava para fora do banheiro quando de repente quase trombei em Luane, o que ela estava fazendo aqui?
- O que foi? - perguntei de cara fechada
Ela percebeu minha atitude pois também fez uma cara irritada
- Alexandre me convenceu a vir aqui, estava preocupado, você, Samuel e a Miranda não voltavam logo, e então aproveitei para vir no banheiro também, preciso lavar meu rosto.
- Nota-se - passei por ela batendo meu ombro com o dela.
Podia sentir os olhos dela queimando as minhas costas, mas não me importei.
Enquanto caminhava de volta para a mesa eu olhava para minha bolsa com um sorriso sarcástico, aquela filmagem seria muito útil…
PDV TERCEIRA PESSOA (FLASHBACK)
O inverno carioca, seco e frio, se alastrava por toda capital.
Todos os alunos tinham saído da sala, para aproveitar o intervalo lendo algo na biblioteca, comer ou beber algo na intenção de se esquentar ainda mais, ou simplesmente matar hora e não fazer nada.
Porém, ela e a garota de cabelos loiros levemente ondulados e olhos azuis-acinzentados permaneciam ali, Louise sentada em sua cadeira vermelha e com os braços sobre a carteira da mesma cor, e ela encostada na parede.
Ela usava um simples blusa de lã branca, leggins pretas, sapatilhas douradas e um cachecol verde musgo, Karina usava praticamente as mesmas roupas em cores diferentes
Das grandes janelas da sala podia se ver o céu cinza sem o brilho e calor do sol, apenas pequenas faixas azuis rasgavam a imensidão cinzenta acima.
Karina olhava a garota loira com curiosidade, e depois de algum tempo tomou coragem e se aproximou de Louise, se sentando em uma cadeira ao lado direito dela.
- Porque você não fala Louise? - Karina perguntou oferecendo um sorriso gentil.
Nada…
- Ninguém nunca te perguntou o por quê? - Karina a olhava atentamente enquanto aguardava alguma resposta
Nada novamente.
- Alguém sequer se importa? ela insistiu
Louise virou a cabeça e encarou Karina, fazendo a estremecer com o frio dos seus olhos que hoje estavam da mesma cor do céu de inverno.
A pupila da garota de cabelos loiros se retraiu, nos pensamentos de Karina Louise queria dizer algo a ela, mas era como se…algo a impedisse.
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Obrigada pela leitura, desculpe por qualquer erro ortográfico.
Por favor comente e avalie.
Até a próximo capítulo, beijos :).