Quando me mudei para cá, sabia que ia ter uma vida difícil. Ter que andar de trem por mais de uma hora todo dia para outra cidade só como rotina do trabalho seria complicado. Mas vi o lado bom da história: era um trem moderno, um país moderno. Era seguro e eu não precisava me preocupar com assaltos. Ganhava bem e podia viver confortável sozinha.
Tudo mudou em um dia que parecia outro qualquer. A viagem parecia a mesma de sempre: pessoas demais no mesmo espaço, falando mais que o necessário, somado com o barulho do próprio trem. Eu gostava de ficar próximo ao banco dos preferenciais, pois havia um pouco mais de espaço. Ia sempre em pé pois minha parada já era no meio do percurso.
Foi uma sensação estranha que nunca tinha acontecido antes. Alguém tinha colocado a mão na minha bunda, para me apalpar no meio da multidão. Eu estava com uma blusa branca e uma saia comprida preta, numa combinação bem básica e inocente, como meu trabalho de professora exige. Nas pernas, quase nada ficava exposto, e por isso não imaginava que algum homem ia ter essa intenção comigo.
Nunca fui muito bonita, apesar de às vezes receber olhadas. Sempre imaginei que era mais a tara incessante dos homens em olhar para qualquer mulher. Gostava de usar meus cabelos castanhos soltos, na altura do ombro, sem muito compromisso com beleza. Apesar de estar em forma, não tinha um dia com motivação para ir malhar. Tantas mulheres com corpo melhor que o meu, que não achei que seria vítima de algo assim.
A mão parecia estar investigando como me apalpar. Era grande e espessa, não parecia ser de alguém novo. Eu não sabia o que fazer, nem a quem chamar. Talvez ele tirasse logo, talvez alguém visse. Respirei fundo e me encostei no ferro de apoio. Mas ele não parou. Num movimento rápido, senti minha blusa sendo levantada na lombar, um mínimo suficiente para dar espaço para ele tocar minha pele. E então ele avançou.
Desceu para a minha bunda por debaixo da roupa. A mão era quente e pesada, diferente daquelas que eu já tinha deixado me alisar antes. Começou o movimento com o indicador de subir e descer entre as minhas nádegas, quase como uma brincadeira. Eu não conseguia olhar para trás para identificar quem era, tinha gente demais por perto. Acho que isso só dava mais segurança para ele continuar.
Em pouco tempo ele chegou onde queria. Minhas partes íntimas estavam protegidas pela calcinha, mas não parecia ser o bastante para me impedir de ser molestada. Ele afastou a peça com um dos dedos e iniciou um vai-e-vem me esfregando por fora. Eu tentava me mover para afastar, mas não tinha como, e ele persistia.
Devem ter se passado quase uns dez minutos nisso, e meu corpo estava demonstrando sinais de submissão. Embora com medo, era como se uma parte de mim estivesse excitada. Pode ter sido porque já fazia uns dois meses que não tinha transado, e mais tempo ainda para uma transa boa. Eu não pensava tanto nisso, e às vezes me masturbava para aliviar a tensão, mas nunca era o suficiente.
Quando comecei a ficar molhada, acho que o pervertido percebeu. Ele não esperou e passou a penetrar com o dedo indicador. Era um dedo grosso, tão diferente do meu. Minha mão era pequena e esguia, parecia até frágil. Já tinha comparado com a mão de outros homens e eu realmente tinha uma mão pequena. A dele era o oposto: parecia rugosa, grossa, forte, imponente. Não sabia dizer se era mão de um velho ou de um homem musculoso, mas eu sentia a diferença do meu próprio toque.
Essa diferença estava me excitando cada vez mais. Ainda com esperança de que alguém olhasse e eu não precisasse gritar ou falar nada, fiquei no meu canto, tentando me conter contra os avanços. Ele insistia, vasculhando na minha vagina onde tocar. Parecia escavar gradativamente mais fundo. Ia e voltava com a ponta do dedo, em movimentos diferentes aos quais eu já estava acostumada.
Por trás, ele estava distante do meu clitóris, que era onde eu sentia mais prazer, mesmo assim eu estava excitada com o ataque dele. Apesar de distante, ele parecia tocar em lugares que eu mesma não conhecia, não sei se de propósito ou por acidente. Cada pressão que fazia me deixava mais molhada, e precisei me encostar com mais força no ferro para me apoiar, porque minhas pernas já estavam ficando fracas.
Será que ele ia tentar algo mais? Podia ser minha salvação, assim que ele abaixasse a calça ou abrisse o zíper, eu teria a prova do que estava acontecendo e poderia parar com isso tudo de uma vez. Eu não estava interessada em fazer sexo com um estranho, por mais que estivesse excitada. Vai saber que tipo de gente ele é, que doença ele tem, se ele é agressivo. Eu só queria chegar logo no meu ponto e sair do trem.
Ele não parecia dar sinal de que ia parar, e não parou. Já fazia mais de vinte minutos e eu não aguentava mais. Das vezes que transei, que admito ter sido poucas, só tinha gozado em uma. Quando me masturbava, sentia mais prazer que na penetração, mas não conseguia um clímax como outras mulheres diziam conseguir.
Só que dessa vez era diferente. Parecia com minha masturbação normal, porém mais intensa, sem sequer tocar no clitóris. Estar me excitando em público parecia dar uma tensão a mais no meu corpo, me fazia ficar tensa e ao mesmo tempo quente e preparada para mais. Ele me masturbava como se eu fosse uma boneca sem reação, e eu não podia fazer nada a respeito.
Não demorou muito até eu sentir algo diferente. Parecia ter sido um orgasmo, uma liberação a mais, uma sensação por cima de todas as outras. Devo ter soltado um gemido inconscientemente, mas acho que ninguém notou. Meu corpo já estava curvado para frente, com a bunda visivelmente empinada, como se para dar espaço e liberdade àquele homem desconhecido.
Quando me dei conta, já estava perto da minha parada. Não faltava muito. Se ele me observava há tempo, antes de me escolher como presa, sabia que eu desceria em breve. Pensei que isso, aliado a ter gozado na mão dele, o faria tirar o dedo e desistir de me masturbar. Mas não parou.
Minha bocetinha estava latejando, pulsando ao redor daquele invasor. Eu estava começando a suar, e devia estar corada no rosto, com toda certeza. Ele diminuiu a intensidade dos movimentos, mas continuou com o dedo dentro de mim, como para se acostumar às minhas intimidades, e me acostumar a ele.
Minha parada chegou. Ele removeu a mão tão discretamente quanto colocou. Tentei sair e quase tropecei: minhas pernas estavam bambas. Por sorte não pisei em falso, mas tive que ir mais devagar que o meu passo normal. Era como andar com o pé dormente, tinha que dar um jeito de não parecer uma estranha caminhando.
Demorei a chegar em casa. A primeira coisa que fiz foi tirar a roupa e ver como eu estava por baixo. Era como suspeitava: a calcinha estava encharcada. Até minhas coxas estavam molhadas na parte interna, como se eu tivesse vazado sem parar. Não sabia se me sentia contente ou traumatizada com o dia, se me culpava por ter me excitado assim, por não ter reagido e sido levada a gozar em público de forma tão constrangedora.
O que fazer agora? Será que na próxima viagem ele tentaria de novo?