Estávamos ali, naquela situação tão particular, eu, ele. Era impossível esquecer que ele estava logo atrás de mim- a que distância? não sei, longe, perto. As distâncias todas são impressões. Não o via, fui me tomando por aquela sensação nostalgica e angustiante de quando se tenta lembrar dos detalhes de um rosto e, pouco a pouco, se desfaz a imagem toda.
Abri os olhos, me cansara de pensar no que não via. Sabia que ele me olhava, mas não podia vê-lo. Isso era enlouquecedor. Pensando nisso subiu em mim um arrepio, era fraco, mas foi descendo pela minha coluna. Era a flor da minha pele, meus contornos, roçando o vento, beijando a lua. A noite estava clara e a luz azulada que vinha da janela foi suficiente para que ele percebesse a textura lisa que me cobria se contraíndo: ele se mexera na cadeira, eu sabia que ele me devorava com os olhos.
O disco de jazz que estava tocando acabou, fomos absorvidos pelo silêncio. Quietude sólida e viva, tocou meu corpo mais forte do que a lua, passou seus dedos delicados sobre as curvas do quadril à cintura. Estava amarrada naquela cama como um animal; estava de quatro naquela cama. E eu sei que ele viu aquele toque, a carícia do não-som.
Eu já não tinha mais onde perder minha mente e de arrepios surgiram formigamentos entre minhas coxas. A sensação era conhecida, estava molhada, e tê-lo sentado alí, vendo minha buceta tão exposta, coberta por uma calcinha de rendas tão fina trazia uma certa ansiedade. Começava a ter uma certa urgência, queria que suas mãos esbarrassem em mim, acompanhassem meus contornos ; queria que me tocasse, seus dedos no clitóris que tanto observara, que fizesse em mim o som do jazz do toca-discos. Mas ele só me olhava, estava me deixando ávida, com fome dele. Precisava lembrar da pinta que ficava pouco abaixo do seu peito, do formato da sua cintura, do gosto da sua boca, do gosto da sua porra.
Meu coração estava pulsando forte, o tesão era muito.
Ouvi ele se levantando da cadeira, um ranger fraco. Porque ele não falava nada? Me via de quatro em cima da cama, calcinha e sutiã de renda; ele tem um certo fetiche por sutiãs bonitos, nunca os tira. Cada segundo parecia um punhado de horas, e cada vez mais tive certeza de que a distância de fato existia, era enorme.
Outro arrepio passou pelo meu corpo, senti seu calor perto. Ele ainda não me tocava, mas minha urgência aumentava: podia sentir ela escorrendo, batendo junto do meu coração acelerado. Minha respiração estava ofegante, meus mamilos enrijecidos.
Soltei um leve gemido, ele saiu junto da respiração. Então ou o ouvi hesitar, ele adorava meus sons, ele estava excitado. Não queria acabar com nosso jogo, mas não aguentava mais, desejava ele todo dentro de mim, precisava devorar aquele homem.
Sentindo que ele estava perto arqueei um pouco mais minhas costas, mas duvido que isso me deixasse mais exposta. Então ele me tocou, contornou meu quadril, minhas pernas se estremeceram. Expirei um pouco mais forte e, conforme ele acariciava minhas coxas meu corpo gritava ainda mais por ele. Não aguentei mais e disse pra que ele metesse em mim, que me fodesse com gosto e vontade, disse que estava faminta dele, que ele devia gozar em mim. Ouvi seu sorriso, ele subiu suas mãos até o meio das minhas coxas, então brincou com meus pelos pubianos, traçou meus lábios maiores com a ponta dos dedos, abriu meus lábios menores e lambuzou tudo em volta. Estava totalmente vulnerável com as pernas abertas e meu tesão todo nas suas mãos. Ele me tocava de tal maneira que todo meu corpo tremia. Não era mais capaz de segurar o gemidos.
(Continua…talvez)