desfecho
Naquele domingo não consegui encontrar com Pedro. E nem nos dias seguintes, mesmo me esforçando para estar no local de encontro nos horários em que geralmente ele estava. Sentia que ele estava me evitando, mas não podia fazer nada sem despertar suspeitas no meio da garotada.
O próprio Toninho percebeu minha ansiedade, ainda que eu me esforçasse para disfarçar. E veio com uma pergunta direta: quis saber se eu queria dar pra ele ou queria repetir. Era como se estivesse estampado na minha testa. Evitei uma resposta direta, deixando que ele ficasse em dúvida.
Foi a partir de então que procurei me controlar e deixar as coisas acontecerem, sem insistir mais. Nesses dias, ou melhor, nessas noites sem notícias dele foi quando mais eu me masturbei, introduzindo no ânus objetos que se assemelhavam à rola de Pedro.
Somente no sábado é que nos encontramos novamente. Eu estava retornando da aula de educação física na escola e ele já estava lá, conversando com outros meninos. Ao me aproximar senti o coração disparar, mas mantive a frieza e cumprimentei a todos, sentando-me no banco, bem distante dele. Trocamos ideias sobre um novo jogo que um deles trouxera e, quando me preparava para sair ele me pediu que esperasse, que desejava falar comigo.
Esperamos que todos saíssem e ele então se levantou e veio em minha direção. Agachou-se, de modo que pudemos olhar um nos olhos do outro. Colocou as mãos em meus joelhos e, abaixando o olhar, pediu desculpas por ter sumido.
Disse ainda que precisava ter uma conversa longa comigo, mas que não poderia ser nem ali nem naquele momento. Falou então de nos encontrarmos ao final da tarde no quintal de minha casa,
Como tudo aquilo me pegou meio de surpresa, concordei sem pensar muito. Ele então se levantou, passou a mão em minha cabeça, remexendo meus cabelos e se foi em direção à esquina, deixando-me sozinho ali no banco.
Quando fui para casa e coloquei um pouco em ordem os pensamentos é que me dei conta de iríamos nos encontrar justamente no mesmo lugar que presenciara nossa primeira foda, há exatamente uma semana atrás.
Eu me surpreendi com o detalhe e fiquei indeciso; se ficava contente com a coincidência ou perturbado com o que iria rolar nessa conversa. Pois Pedro se mostrara tão distante que parecia não haver clima para que houvesse uma transa entre nós.
Independentemente disso, atendendo ao apelo de meu corpo, que reclamava pelo dele, tratei de me preparar para qualquer possibilidade. Assim foi que, da mesma forma que fizera na semana passada, aproveitei o intervalo da sesta para levar ao depósito tudo quanto levara da primeira vez.
A diferença estava em que agora eu não me encontrava exatamente ansioso pelo que viria a ocorrer. Pelo menos, não tanto quanto da outra vez.
Aproveitei que a empregada saiu mais cedo e, estando sozinho em casa, esgueirei-me pela lateral da casa e me dirigi para os fundos, para o quintal. Ainda nem eram cinco da tarde, achava que Pedro iria demorar, pois chegara quase cinco e meia na semana passada.
Foi com surpresa então que, fixando os olhos no muro ao final do terreno e já ali se encontrava ele, virado para dentro, sacudindo as pernas no ar e trazendo um sorriso leve no rosto moreno. Sorri de volta e o convidei a descer, no que fui de imediato atendido.
Caminhando em minha direção ele me deu um abraço apertado e senti sua respiração no meu pescoço. Seus braços me envolviam por completo, me senti querido e gostei.
Mas logo ele me tomou pelo braço e me puxou para um dos lados, debaixo de um abacateiro, onde estávamos protegidos da visão de quem pudesse aparecer à porta da cozinha que dava para o quintal. Sentou-se e me convidou a imitá-lo.
Colocou as mãos em volta do joelho direito, firmando o pé sobre o toco à sua frente. E começou perguntando como eu estava, como tinha sido a minha semana.
Estranhei a pergunta, pois não fazia o estilo dele, mas decidi seguir com o jogo, para ver até onde iria tudo aquilo.
Então lhe disse que o procurara ainda no domingo e por quase toda a semana, mas que ele tinha sumido. Comentei que achava que ele estivesse arrependido de tudo o que fizéramos no sábado passado, talvez envergonhado, sei lá...
Ele sorriu de volta, mas não me interrompeu. Revelei então que eu tinha a intenção de conversar com ele sobre o que acontecera entre nós, que tinha mil e uma perguntas para lhe fazer, mas que o seu sumiço tinha sido a resposta mais eloquente.
Disse-lhe então o que tinha achado de tudo o que acontecera, a minha visão dos fatos, mas que desejava ouvir a versão dele, ainda que não fosse o que eu gostaria de escutar. Que respeitaria a sua opinião, mas queria ouvir dele. Disse que sabia não ser o primeiro na vida dele, talvez nem o último, mas precisava dizer a ele que tinha sido muito bom para mim, que ele tinha contribuído para que a minha primeira vez fosse inesquecível.
Como fizera da outra vez, quando decidimos que iríamos transar, falei como se fosse acabar o mundo, de um só fôlego. Talvez por ter medo de não conseguir ir até o fim, não dizer tudo o que trazia guardado comigo.
Disse-lhe então que eu havia gostado muito da experiência e que, se o tivesse encontrado, no domingo mesmo teria feito tudo de novo. Que o procurara para compartilhar com ele a alegria que estava sentindo por causa disso, desse momento de descobertas.
Revelei inclusive que me masturbara pensando nele, que fora até bom não nos termos encontrado durante a semana, pois talvez eu tivesse cometido alguma loucura da qual me arrependesse depois.
Inspirei profundamente e continuei.
Disse-lhe que entendia a sua posição. Que para mim tinha sido a primeira vez, mas para ele não. Que já tivera outros meninos a quem também havia comido e que, da mesma forma que acontecia comigo agora, tinham gostado do que experimentaram. Que não me importava ser mais um (embora me importasse, sim!) na sua fila de bundas que ele comera.
Completei revelando que esses dias longe dele me tinham deixado apreensivo, com o receio de ter sido apenas usado por ele. Mas que, justamente por ter tido tempo para refletir, sabia que não tinha como obrigá-lo a me querer como eu o queria, a me desejar como eu o desejava. E também que queria repetir o que fizéramos, como o fizemos.
Falei isso tudo e sentei, baixando o olhar, esperando o que ele tinha a me dizer.
Ele então se pôs de pé e veio em minha direção. Fixei meus olhos nos dele e aguardei.
Pedro colocou a mão em minha cabeça e remexeu os cabelos, como fizera pela manhã. Não me movi, aguardando o que viria dele.
Pedro então começou dizendo que também pensara em me procurar, mas não sabia o que se passava pela minha cabeça. Que também tinha gostado muito do que fizemos e queria voltar a fazê-lo. Mas tinha medo da minha reação, de como eu estaria em relação a ele, porque lembrara de que tinha mesmo a intenção inicial de sacanear comigo.
Como já havia confessado antes, pretendia me comer e depois espalhar o feito entre a meninada, para que eu ficasse difamado como o viadinho da turma, ainda que quase todos tivessem feito o mesmo que eu.
E que pensou que talvez eu me afastasse dele por causa disso; e, como isso iria fazer-lhe mal, decidiu se afastar primeiro, para não sofrer. Mas que estava morrendo de saudades de mim.
Foi então que eu o interrompi para revelar que isso não passara pelos meus pensamentos. E que só tinha medo de uma coisa: de me apaixonar por ele, pois não tinha a intenção de amar um homem, mesmo que fosse ele.
Lembrei-lhe, inclusive, de que eu tinha me deixado seduzir por ele, tinha aceitado ser a sua 'mulherzinha'. Mas, esclareci, só na hora do sexo. Quando a gente se encontrasse para transar – se esse nosso lance tivesse continuidade – eu estava disposto a ser sempre a sua namoradinha.
Senti que o seu rosto se desanuviou e então ele me tomou pelos braços, me fez ficar de pé e me abraçou. Foi um abraço apertado, eu sentia seu corpo tremer, colado ao meu, sua respiração ofegante de encontro ao meu peito.
Pedro beijou meu rosto com suavidade e sussurrou ao meu ouvido, com ternura: "minha namoradinha", dando ênfase no 'minha'... Afastei-me um pouco e fiz-lhe a pergunta decisiva: "Você ainda quer me comer de novo?".
Ele abriu um sorriso, fechou os olhos e respondeu quase num murmúrio: "Pra sempre, pra sempre, sempre...".
Tomei-lhe então pelas mãos e seguimos em direção ao depósito, que eu já deixara preparado para essa eventualidade. Naquela tarde/noite começava de verdade o meu envolvimento com ele, meu primeiro macho de verdade, de quem eu seria, por algum tempo, a 'namoradinha'.
Naquela ocasião voltamos a fazer tudo o que fizéramos da primeira vez. E mais ainda, porque já tínhamos noção do que nos agradava e pudemos dar ainda mais prazer um ao outro. Experimentamos posições que não ousamos da primeira vez, e até chegamos a dormir juntos, pois somente deixamos o nosso 'ninho' quase à meia-noite, esquecidos do mundo lá fora, entregues a tudo aquilo que nos saciava e era somente nosso.