Até uma mulher de negócios, que se esconde atrás de saltos e um coração de pedra, tem seus momentos de fraqueza. Aquele era o meu momento de fragilidade, eu me sentia desnorteada, eu não sentia a mínima vontade de ir trabalhar e em quase sete anos de empresa eu nunca havia faltado ou desmarcado compromissos, havia chegado o dia!
Liguei para Beatriz e pedi para ela reagendar todos os meus compromissos para os dias seguintes, ela era a melhor secretária que eu já havia tido, competente, dedicada e muito discreta. Pouco tempo depois da ligação ela me mandou por e-mail a nova agenda com as datas dos compromissos reagendados.
Virei para o lado e dormi, sei la por quanto tempo, só acordei com o celular tocando, atendi meio que no susto, com a voz sonolenta e baixa:
-Alô...
Do outro lado da linha:
-Ana, tudo bem?
Eu:
-sim!
Ele:
- É o Samuel! Queria saber se você queria almoçar comigo?
Eu:
- Me desculpa Samuel, hoje não me sinto muito bem!
Samuel:
- Esta doente?
Eu:
-Acho que sim!
Samuel:
- Que pena, mas se mudar de ideia e se sentir melhor me avisa? Irei ao Bistrô L, as 13:30h!
Eu:
- Agradeço demais o convite mas fica para uma próxima, obrigada.
Samuel:
- Tudo bem, mas irei cobrar essa próxima vez.
Eu:
- Pode cobrar com juros e correção.
Samuel:
-Melhoras! Fique bem!
Eu:
-Obrigada e até logo!
Samuel:
- Até! Abraço
Desliguei o telefone e voltei a dormir, eu não queria levantar daquela cama, eu queria ficar ali, quieta.
Algumas horas mais tarde, eu me levanto, olho o relógio e passa das 17h, tomo um banho, me perco em meus pensamentos sentindo a água pelo meu corpo. Me lembro dos nossos momentos embaixo do chuveiro e choro descontroladamente. Ele mexia demais comigo, eu amava aquele homem que eu conhecia há duas semanas.
Saio do banho e percebo que alguém havia me ligado no tempo em que eu estava no banho, retorno e o celular está desligado, vou para a cozinha pegar um copo com água e me sento no sofá da sala. O interfone toca, e o porteiro diz que tem um rapaz querendo falar comigo, pergunto o nome e ele diz que é o Leandro. Autorizo a subida dele.
Quando ele toca a campainha meu coração está disparado, não sei como será, abro a porta trêmula, ele entra e eu fico calada sem dizer uma palavra.
Ele fica me olhando, nossos olhares se cruazam e acho que se houvesse um observador naquele recinto veria faíscas, ele se aproxima e pergunta:
- Por que você fez isso conosco?
Dou um tapa no rosto dele, eu sinto muita raiva, ele me segura, com os braços para o alto encostados na parede, beija minha boca com uma vontade animal. Beija meu pescoço e arranca a minha roupa, me leva para o quarto e me fode com pressa, desesperado sem parar, sinto dor na maneira que ele faz, ele me segura, mete fundo, tampa minha boca para eu não gritar. Por fim quando percebe que estou cedendo, beija meus lábios e diminui o ritmo. Estamos na posição mais comum, papai e mamãe, sinto ele me penetrando com carinho, ele diz que me ama, me abraça e goza! Diz que sempre me esperou! Que eu precisava acreditar que ele estava sozinho e que o que aconteceu não passava de loucura. Escorre uma lágrima dos meus olhos, não consigo evitar. Ele me abraça e diz que eu sou a mulher dele agora, que tudo vai se acertar. Ele me coloca no colo dele, acaricia meus cabelos e diz que vai ficar comigo!
Acordo atordoada e percebo que aquilo não passou de um sonho, bate aquele desespero, eu sei que ele não vai mais me procurar. Por mais que eu saiba que é melhor assim e que ele mentiu, mas meu coração só quer ligar e pedir para ele voltar.
E o que que vou fazer agora?
