Encontro duplo - parte 2

Um conto erótico de Larissa S2
Categoria:
Contém 1152 palavras
Data: 03/09/2018 23:39:16
Assuntos: crossdresser

Seguiram conversando animadamente, até que Mônica levantou-se e determinou:

- Vamos comer alguma coisa?

- Tá, mas antes vamos ali tirar essa maquiagem.

- Ai, Gaby, relaxa... estamos só nós aqui. Meus pais viajaram e só voltam segunda. Curte o momento.

- Tá bom - disse ele, levemente irônico, mas nem tão contrariado quanto antes.

Esquentaram uma pizza e começaram a comer. Gabriel após uma dentada em um pedaço foi limpar a boca com um guardanapo e assustou-se ao vê-lo todo vermelho. Depois lembrou que era do batom. Ambos riram.

- Depois a gente aplica de novo. - riu ela.

- Não vai precisar.

Terminada a pizza, Mônica correu até a despensa da cozinha e veio correndo e rindo:

- Que tal um vinho?

- Mônica... tá maluca?

- Ai, que que tem? Já somos quase maiores de idade. Meu pai tem tantos que nem vai dar conta se faltar um ou dois.

- Maluca...

Antes que Gabriel pudesse contestar a ideia, ouviu-se a rolha sendo estourada por ela:

- Você tem prática... - comentou ele, estranhando.

- Não é o primeiro que abro. - riu-se ela.

Serviu então duas taças generosas. Brindaram e beberam.

Gabriel já tinha experimentado vinho e outras bebidas, porém não era acostumado a beber. Mas adorou o que ela havia servido:

- Que delícia!

- Bom, né?

E em poucos minutos já estavam abrindo a segunda garrafa. Passaram da euforia estrema e risadas para os momentos de confidência e de amores perdidos. Gabriel sabia dos casos da amiga, porém não sabia que ela continuava apaixonada por um ex do passado, chamado Marino.

- Sim, Gaby, por mais que eu negue eu jamais esqueci o Marino...

- Aff... supera amiga.

- Não consigo. - falou ela, entre o choroso e o riso.

Gabriel sempre foi da zoeira, porém teve uma ideia que somente a falta de noção do álcool poderia lhe sugerir:

- Daqui seu telefone!

- Por que?

- Vamos ligar pra ele!

- Hahahahaha... não!

- Sim! O que se perde em ligar?

- E vai dizer o que?

- Vou dizer que você ainda gosta dele!

- Não, isso não!

- Tá, então eu pergunto como ele está. Que lembramos dele e queríamos saber notícias... sei lá!

A ideia era péssima, mas o teor etílico de ambos impossibilitava ambos de ver isso.

Pegou o telefone da amiga, procurou na agenda por Marino e apertou ligar. Detalhe: devido à falta de coordenação ocasionada pela bebida, ligou para o contato acima do Marino, que era nomeado como 'Marino amigo', correspondente a um amigo do Marino que ela jamais soube o nome, mas que ela colocou na agenda como seu amigo para caso precisasse achar o então namorado caso ficasse sem bateria. E mais: não bastasse errar o contato, em vez de ligação normal apertou a opção videochamada.

- Alô... - atendeu um rapaz, com cara de que não estava entendendo aquela ligação.

- Alô... Marino? - perguntou Gabriel, segurando o riso, achando que o telefone estava no viva-voz e não no videochamada.

- Não... esse telefone é do Erick. Marino é meu amigo.

Erick olhou pela câmera e gostou do que viu, afinal, não era toda sexta-feira a noite que uma ruiva linda como aquela lhe chamava na videochamada. Logo trocou o estranhamento pela alegria.

- Não é o telefone do Marino? - perguntou Gabriel, visivelmente confuso.

- Não, ruivinha linda...

Gabriel deu um pulo! Só então percebeu que estava em vídeo chamada. Olhou de olhos arregalados para Mônica como que pedindo ajuda e obteve de volta apenas um arregalar de olhos ainda maior seguido de uma gargalhadaruivinha? Qual seu nome? Alou...

Gabriel tentou entregar o celular para a amiga, que, rindo, devolveu. Foram apenas alguns segundo aquilo, mas que pareciam uma eternidade na cabeça - zonza - dele.

-... oi.... ruivinha? De onde você tirou meu número?

Apavorado, Gabriel saiu correndo da sala. Mônica, lembrando que o celular era seu e que se desligasse Erick iria tentar ligar novamente e acabar descobrindo que o fone era dela.

- Er... oi... - apresentou-se ela, pegando o fone.

- Mônica?! - estranhou Erick.

- Oiiiii... eu mesma. Tudo bom?

- Mas... o que... por que ligou para mim?

Absolutamente sem ter o que falar e receosa de dizer a verdade - e que achasse que ela queria um jeito de falar com Marino -, Mônica tentou contornar:

- Oi... é que... minha amiga... sabe...

- Sim... a ruivinha. Cadê ela?

- Ela... teve que... ir atender uma outra ligação urgente.

- Tá. Mas o que tem ela? Por que diabos vocês me ligaram?

- É que... ela tava olhando meus contatos e... te achou gatinho. - falou Mônica, sentindo que aquilo não era uma boa desculpa, mas era o que melhor lhe ocorria no momento.

- Sério??? - entusiasmou-se ele.

- Sim, sim... tava mexendo no meu celular, viu sua foto e, doidinha, te ligou.

- Nossa... ganhei a noite com essa!

- É... ela é bem gata mesmo...

- Ô, se é... e como eu faço pra falar mais com ela? Tens como chamá-la?

- Não sei... vou ver... a ligação dela parecia importante.

- Sim... então... a gente podia combinar algo essa noite, né?

- Quem? Vocês?

- Pode ser. Mas sei lá, acho que ficaria mais legal se fizéssemos alguma coisa juntos, todos...

- Como assim? Todos quem?

- Ué, o Marino tá vindo aqui daqui a pouco para irmos pra noite. A gente podia passar aí e pegar vocês pra darmos um rolê... que tal?

- O Marino? - Mônica não conseguiu disfarçar o entusiasmo ao ouvir o nome do amado.

- Sim... ele acabou o namoro faz uma semana. Está precisando sair um pouco pra desopilar. Imagina então se saísse contigo, alguém que ele sempre gostou e nunca esqueceu completamente...

- Como assim?

- Ah, Mônica, até hoje nunca ninguém entendeu porque vocês acabaram. Ele namorou a Elisa meses, mas todos sabiam que era tentando te esquecer.

Mônica ficou pasma. Tentou controlar a euforia, mas sentia seu coração saltar no peito.

- Então... vamos fazer essa noite todos juntos?

- Va-vamos.... vamos, claro! Saudades dele. E de você também.

- Legal! Aí vocês relembram os bons tempos enquanto eu e sua amiga nos conhecemos melhor...

Mônica então voltou à realidade e lembrou desse 'pequeno' problema: que Gabriel não era uma amiga, mas um amigo.

- Claro... vai ser... demais... - falou ela, sem confiança.

- Maravilha. Então tá combinado! Passamos aí pelas 10 horas, tá legal?

- Tá... tá sim...

- Beleza. Vou falar pro Marino. Ele vai ficar enlouquecido. Mas, a propósito, qual o nome da sua amiga?

- Minha amiga?

- É... a ruivinha.

- Ah, claro... é... Pâmela...

Mônica não sabia de onde havia tirado esse nome, mas enfim, saiu.

- Pâmela... lindo nome. - suspirou ele.

- É... ela gosta...

- E você teria como me mandar uma foto dela pra eu já ir me acostumando com tanta beleza?

- Ah, tá... exagerado...

- Uma foto só, vai.

Mônica lembrou da selfie escondida que havia tirado 'delas'.

- Mando sim. Te mando no whats.

- Uhuul... - comemorou ele. - então até depois. Beijos!

- Beijos!

Três minutos depois, Erick recebia a selfie das amigas no whats. Olhou, suspirou e beijou a tela do celular, exatamente onde Gabriel, ou Pâmela, faziam biquinho. Ele estava apaixonado por aquela ruivinha acanhada que fugira da ligação mas não sem antes lhe arrebatar o coração.

CONTINUA...

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